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Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.

069/90) (ECA)

Publicado por Jadison Silva

ano passado
"O Agente de Proteção é o olhar investigativo na Sociedade, contra o
descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA)"

Princípio da absoluta prioridade (ART. 227): Esse princípio é o


centro do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele quer dizer que a
criança e o adolescente devem ser a prioridade para o Estado, para a
sociedade e para a própria família, já que são pessoas em
desenvolvimento, em processo de formação de sua personalidade. Por
isso o ECA diz que “É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los à salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.”

Criança: Nos termos do art. 2º da Lei 8.069/90 (ECA), considera-se


criança a pessoa de até 12 (doze) anos de idade incompletos.

Adolescente: É considerado adolescente, o sujeito de 12 anos


completos a 18 anos. E a Constituição Federal diz que é proibido
qualquer tipo de trabalho adulto a menores de 14 anos, a não ser na
condição do aprendiz e apenas a partir dos 14 anos. Em outras
palavras, os menores de idade, ou seja, menores de 18 anos, só podem
trabalhar a partir dos 14 anos, quando já são considerados
adolescentes, e se for na condição de menor aprendiz e criança não
pode trabalhar em hipótese alguma.

Uma das funções principais do promotor de justiça é zelar pela


proteção e defesa dos incapazes, como no caso dos menores de idade.
Por isso está o Ministério Público entrar com algumas ações que
defendem as crianças e adolescentes, inclusive com ação coletiva para
proteção de interesses de crianças e adolescentes, com único intuito de
garantir a eficácia plena dos direitos reconhecidos na Constituição
Federal à população infanto-juvenil. Onde houver oferta irregular ou
não-oferta dos serviços de educação, saúde, profissionalização infanto-
juvenil e outros serviços relativos às crianças e adolescentes, o
Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito
Federal, os Territórios e as associações legalmente habilitadas (art.
210 do ECA) poderão propor ação coletiva para a proteção de todas as
crianças e adolescentes de um determinado lugar ao mesmo tempo.

Políticas de Atendimento (art. 86 do ECA) aos direitos da criança e do


adolescente violados ou ameaçados de violação em seus direitos: o ECA
prevê a implantação de políticas de atendimento em favor da
população infanto-juvenil. São ações governamentais e não
governamentais que podem ser divididas em quatro grandes linhas,
como por exemplo:Políticas Sociais Básicas, que é direitos de todos e
dever do Estado, como educação e saúde. Por conta dessa obrigação, o
Estado tem que construir escolas públicas para possibilitar que todos
tenham acesso à educação, principalmente os mais pobres que não
tenham como pagar a escola particular.

Políticas de Assistência Social, para quem se encontra em estado de


necessidade temporária ou permanente, como os programas de renda
familiar mínima. Por causa disso, o governo prevê alguns auxílios
financeiros para as famílias de baixa renda, como o Bolsa família, o
Bolsa-Escola, etc...

Políticas de Proteção Especial, para quem se encontra violado ou


ameaçado de violação em sua integridade física, psicológica e moral,
como os programas de abrigo;As medidas de proteção – nesse contexto
– são as decisões dos conselhos tutelares e dos juízes da infância e da
juventude aplicadas às crianças e adolescentes violados ou ameaçados
de violação em seus direitos e aos adolescentes em conflito com a lei
em razão do cometimento de ato infracional, que são aqueles
adolescentes que cometem um fato previsto como crime na Lei.

Agentes voluntários de proteção (Comissário de Menores): O


"agente de proteção", que ficou conhecido como comissários de
menores, exerce suas funções de forma VINCULADA e DIRETAMENTE
SUBORDINADA ao juiz que o nomeia tendo, no entanto atribuições e
poderes bastante limitados. A nomeação dos “agentes de proteção”,
deve ser criteriosa, acompanhada da devida orientação sobre o papel a
ser por aqueles exercido e de uma contínua fiscalização sobre sua
atuação, de modo a evitar possível abusos ou omissões. A propósito, é
preciso também deixar claro, desde logo, que os “agentes de proteção”,
ainda que não sejam remunerados, respondem como funcionários
públicos para fins penais (cf. Art. 327, do Código Penal), ou seja,
pertencem ao quadro de servidores do Poder Judiciário e por isso
podem cometer crimes que são típicos de funcionários públicos, como
peculato, prevaricação, etc.

Segundo o doutor Jadison Silva, "O Agente de Proteção é o olhar


investigativo na Sociedade, contra o descumprimento do Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA). Devemos proteger e defender os
indefesos, nossas crianças e adolescentes".

Atribuições do Agentes de Proteção à criança e ao Adolescente (essas


são as principais funções dos agentes de proteção):

I - proceder a todas as investigações relativas aos menores, seus pais,


tutores ou encarregados da sua guarda; • II - apreender os menores
abandonados ou transviados, levando-os à presença do Juiz; • III -
fiscalizar os menores sob regime de liberdade vigiada; • IV - exercer
rigorosa vigilância em quaisquer lugares de diversão pública a fim de
impedir que menores deixem de comparecer às aulas; • V - apreender
exemplares de publicações consideradas atentatórias da moral e dos
bons costumes, ou cuja circulação tenha sido proibida; • VI -
representar ao Juiz, por intermédio do Curador de Menores, sobre as
medidas que lhe pareçam úteis ou necessárias ao resguardo dos
interesses de menores; • VII - fiscalizar as condições de trabalho dos
menores, especialmente as relativas à sua segurança contra acidentes;
• VIII - lavrar autos de infração de leis ou ordens judiciais de
assistência e proteção a menores; • IX - cumprir e fazer cumprir as
determinações do Juiz e das autoridades que com ele colaboram na
execução de medidas de proteção aos menores.

Ao Agente Voluntário de Proteção é proibido:

I – retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer


documento ou objeto existente no Juizado da Infância e da Juventude;•
II – deixar de comparecer ao plantão ou convocações sem motivo
justificado e comprovado;• III – usar das dependências do Órgão, bem
como das viaturas, linhas telefônicas, computadores, impressoras e
quaisquer materiais ou suprimentos para tratar de interesses
particulares;• IV – usar indevida, desnecessária ou ostensivamente a
identidade funcional, ou qualquer outro instrumento de trabalho;• V –
constituir-se procurador das partes ou servir de intermediário perante
o Juízo da Infância e da Juventude, salvo quando na função de defensor
dativo;• VI – receber dos fiscalizados vantagem, a qualquer título, sob
pena de ser processado na forma da lei;• VII – valer-se de sua condição
de Agente de Proteção para desempenhar atividades estranhas à
função, logrando direta ou indiretamente qualquer proveito;• VIII –
realizar serviços diferentes daqueles que lhe forem pré-estabelecidos,
salvo nos casos especiais determinados pelo Juiz da Infância e da
Juventude;• IX – agir com abuso de poder no desempenho da função;•
X – não se identificar, quando em fiscalização, ao proprietário, gerente
ou responsável, bem como não lhe comunicar que irá, em conjunto com
outros Agentes, fiscalizar o recinto;• XI – fazer uso ou estar sob o efeito
de bebida alcoólica ou qualquer outro tipo de droga, lícita ou ilícita, de
efeito psicoativo, durante o desempenho de sua função;• XII – fumar
cigarros ou similares dentro das viaturas ou ambientes de trabalho
fechados; • XIII – portar arma de qualquer espécie durante a realização
de suas atividades;• XIV – oferecer ou receber qualquer vantagem em
razão da substituição de plantão.(art. 7º do do Provimento Conjunto nº
02/2010, de 05 de julho de 2010, da Corregedoria Geral de Justiça e da
Corregedoria das Comarcas do Interior)
São deveres de todo Agente de Proteção à Criança e ao
Adolescente:

I – ser assíduo e pontual;• II – cumprir as ordens e determinações


superiores, exceto quando manifestamente ilegais;• III – desempenhar
com zelo e presteza os trabalhos que lhe forem incumbidos;• IV –
manter espírito de solidariedade, cooperação e lealdade para com os
demais Agentes;• V – guardar sigilo sobre os assuntos funcionais;• VI –
informar aos superiores as irregularidades de que tiver conhecimento
no exercício da função, representando quando manifestamente
ilegais;• VII – prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos;• VIII – tratar com
urbanidade os superiores, os colegas e, em especial, o público;• IX –
apresentar-se convenientemente trajado em serviço; • X – atender
prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, as
determinações emanadas do Juiz de Direito;• XI –manter
comportamento idôneo na vida pública e privada de forma que não
incompatibilize com as funções em que representa, por delegação, o
Juiz da Infância e da Juventude;XII – estar sempre de posse de seu
material de trabalho, quando no desempenho de sua função.(art. 8º do
do Provimento Conjunto nº 02/2010, de 05 de julho de 2010, da
Corregedoria Geral de Justiça e da Corregedoria das Comarcas do
Interior)
Medidas de Proteção: São medidas que o ECA (lei 8069/90) prevê e
que podem ser aplicadas tanto às crianças quanto aos adolescentes.
São, portanto, medidas aplicadas ao menores que tenham praticado
algum ato de desrespeito à ordem pública, aos direitos do cidadão ou
ao patrimônio. Cabe ao Conselho Tutelar aplicá-las. São elas: aos pais;
ordem para orientação e apoio temporário; ordem para freqüência
obrigatória em escola; ordem de tratamento médico; submissão ao
regime de abrigo.

Medida Sócio-Educativa: É uma medida jurídica que, na legislação


brasileira, se atribui aos adolescentes autores de ato infracional. A
medida sócio-educativa é aplicada pelo juiz como sanção e
oportunidade de ressocialização. Possui uma dimensão coercitiva, pois
o adolescente é obrigado a cumpri-la como sanção da sociedade, e
outra educativa, pois seu objetivo não se reduz a punir o adolescente,
mas a prepará-lo para o convívio social. Assim, apesar de possuir um
caráter sancionatório, não pode ser considerado uma pena.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê seis diferentes


medidas: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de
serviços à comunidade; liberdade assistida; semi liberdade e
internação. Sua aplicação vai depender da gravidade do fato praticado
pelo adolescente e conforme seja a medida mais adequada para a
“recuperação” do menor infrator. Existem também medidas que são
direcionadas aos pais ou responsáveis, que têm a obrigação legal de
garantir o pleno e saudável desenvolvimento dos menores.

Art. 129 – Das medidas pertinentes aos pais ou responsáveis:I -


encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à
família;II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;III -
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;IV -
encaminhamento a cursos ou programas de orientação;V - obrigação
de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e
aproveitamento escolar;VI - obrigação de encaminhar a criança ou
adolescente a tratamento especializado;VII - advertência;VIII - perda
da guarda;IX - destituição da tutela;X - suspensão ou destituição do
poder familiar

Percebe-se, portanto, que se os pais não cumprirem os deveres


impostos pela lei eles também podem sofrer uma sanção, que pode até
ser a de ter seu poder familiar suspenso ou cassado e a criança ou
adolescente colocado em uma família substituta, através da guarda,
tutela ou adoção.
Jadison Silva
Advogado

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