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Filosofias Educacionais

Oralismo – Esta filosofia visa à integração da criança surda na


comunidade de ouvintes dando-lhes condições de desenvolver a língua oral. A
noção de linguagem restringe-se, e esta, deve ser a única forma de
comunicação dos surdos. O Oralismo percebe a surdez como uma deficiência
que deve ser minimizada através da estimulação auditiva, os alunos surdos
eram ensinados a falar por meio de técnicas oralistas fundamentadas na visão
clínica-terapêutica, o trabalho pedagógico destinava-se mais ao ensino da fala
do que dos conteúdos curriculares, segundo Soares (1999), “o Oralismo é o
processo educacional pelo qual se pretende capacitar o surdo para a produção
da linguagem oral”.

Parte do princípio de que o surdo, mesmo não possuindo o nível de


audição percebe os sons da fala, pode constituir como interlocutor por meio da
linguagem oral, nessa proposta, a criança desde a mais tenra idade, já deve
ser submetida a um processo de reabilitação que inicia com a estimulação
auditiva e que consiste no aproveitamento dos resíduos auditivos para
possibilitar a descriminação dos sons que ouve. Algumas metodologias são
utilizadas, como a leitura orofacial e a vibração corporal para chegar a
compreensão da fala.

Moura, Lodi& Harrison (1997, p.338) “discorrem que alguns surdos têm
talento para desenvolver a fala, toda via, o tratamento é exaustivo,
dependendo-se muito tempo para pouca evolução à vida diária, serve apenas
para situações controladas”.

Em 1880, no segundo Congresso Internacional de Ensino de surdos,


realizado em Milão, houve uma votação a respeito de qual filosofia deveria era
utilizado na educação dos surdos. O Oralismo venceu, assim, o uso da Língua
de Sinais foi oficialmente proibido, é importante ressaltar que, aos professores
surdos, foi negado o direito de votar. Os surdos que não se adaptavam ao
Oralismo eram considerados retardados. Não era respeitada a dificuldade de
alguns surdos por causa de sua perda de audição severa ou profunda. As
pessoas somente estavam interessadas em fazer com que o surdo fosse
“normalizado” e que desenvolvesse a fala para que assim ninguém precisasse
mudar ou sair da sua situação confortável.

Todos os dispositivos inventados para oralizar o surdo mostraram-se


ineficazes no objetivo mais importante que é proporcionar-lhe uma
comunicação dinâmica e recíproca. O Oralismo desenvolve técnicas
desumanas no intuito de educar o surdo para falar com os ouvintes. Em um
passado recente, o surdo era obrigado a se submeter a essas metodologias,
sem direito de escolhas e, em alguns casos, submetido até mesmo a violência
física para que não fizesse uso dos sinais. Falar é algo fácil para as pessoas
ouvintes que armazenam vocabulários em sua mente desde que nascem.
Porém, quando se trata de uma pessoa surda, esses caminhos se tornam
difíceis ou até mesmo impossíveis, pois o fato de não ouvirem impossibilita-os
de assimilarem palavras em seus cérebros. Como o surdo não tem palavras
em sua mente, somente pode aprender por meio de sinais que assimilam pelo
contato visual, sendo assim, o oralismo não demonstrou ser eficaz, pois a
grande maioria dos surdos não conseguia falar e nem aprender. O
descontentamento como Oralismo e as pesquisas sobre Língua de Sinais
deram origem a novas propostas pedagógicas – educacionais em relação à da
pessoa surda.

Comunicação Total – Pode utilizar tanto sinais retirados da Língua de


Sinais usada pela comunidade surda quantos sinais gramaticais modificados e
marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na língua de
sinais. “Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por
elementos visuais que o representam, o que facilitaria a aquisição da língua
oral e posteriormente da leitura e da escrita” (Moura 1993). Entretanto, a forma
de implementar a Comunicação Total mostra-se muito diferente nas diversas
experiências relatadas, nota-se que muitas foram as maneiras de realizar essa
prática envolvendo sinais, fala e outros recursos.

Capovila (2000), “ A comunicação Total não é uma técnica ou método e


sim uma filosofia de linguagem que tem como objetivo básico abrir canais de
comunicação adicionais para facilitar a interação entre surdos e ouvintes, de
modo a aumentar a visibilidade da língua falada para além da simples leitura
labial. Assim pretendia-se melhorar o desempenho do surdo na função de ler e
escrever.

Uma diferença marcante entre a Comunicação e as outras abordagens


educacionais constitui-se a utilização de qualquer recurso linguístico, seja a
Língua de Sinais, a língua oral ou códigos manuais, para propiciar a
comunicação com as pessoas surdas, seu objetivo maior não se restringe ao
aprendizado de uma língua, acredita que cabe à família o papel de compartilhar
valores e significados, formando, junto com a criança, através da possibilidade
da comunicação, sua subjetividade. A Comunicação Total favoreceu de
maneira efetiva, foi o contato com sinal, que era proibido pelo Oralismo, e esse
contato propiciou que os surdos se dispusessem à aprendizagem das línguas
de Sinais, extremamente ao trabalho escolar. Essas línguas são
frequentemente usadas entre os alunos, enquanto na relação com o professor
é usado um misto de língua oral com sinais, esta metodologia não surgiu efeito
devido ao uso de duas línguas dificultava a aprendizagem dos surdos e criava
dificuldade de comunicação e interpretação em ambos os lados.
Bilinguismo - Na década de setenta percebeu-se que a língua de sinais
deveria ser usada independente da Língua Oral e de outras e não só as duas
concomitantes, surgindo então a filosofia Bilíngue, ganhando adeptos no
mundo inteiro. “Nesta filosofia parte-se do pressuposto que o surdo deve ser
Bilíngue, ou seja, adquiri a língua materna, oficial de seu país, e a Língua de
Sinais, a natural dos surdos.” (GOLDFELD,1997, p. 37).

O trabalho Bilíngue educacional respeita as particularidades da criança


surda, estabelecendo suas capacidades como meio de realizar seu
aprendizado, assim a filosofia Bilíngue luta para que o surdo tenha o direito da
aquisição da LIBRAS, pois ao adquirir uma língua estruturada o surdo pode
criar concepções, participando ativamente do convívio em seu meio.

Após o reconhecimento da Língua de Sinais pela Lei 10.436/2002 e a


regulamentação desta pelo Decreto 5626/2005, a Língua de Sinais é
considerada uma língua da Comunidade surda, a Língua Português a ser
considerada institucionalmente, socialmente e, por conseguinte a segunda
língua educacional da maioria das escolas.

O Bilinguismo propõe que o surdo comunique-se fluentemente na sua


língua materna (Língua de Sinais), atuando assim como uma possibilidade de
interação do indivíduo ao meio sociocultural a que naturalmente pertence, ou
seja, às comunidades de surdos e de ouvintes, Educar com Bilinguismo é
cuidar para que, através do acesso a duas línguas, se torne possível garantir
que mostre instrumento indispensável, sejam preservados. Com tudo é um
processo novo, poucos são os professores que sabem como utilizar esta
proposta. N maioria das vezes os alunos são incluídos sem um preparo prévio
ou estudos mais profundos por parte da equipe pedagógica que passa fazer
parte dessa inclusão. É na proposta Bilíngue que surge a figura do intérprete
de LIBRAS no espaço educacional.
Tipos de perda auditiva
Perda auditiva condutiva - Acontece quando a perda auditiva é devido
a problemas com o canal auditivo, tímpano ou na orelha média e seus
pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo).

Perda auditiva neurossensorial - Acontece quando a perda auditiva é


causada por problemas no ouvido interno.

Perda auditiva mista – Acontece quando a perda auditiva é causada no


ouvido médio e interno.

Fonte:http://librariadigital.blogspot.com.br/2016/03/um-pouco-mais-sobre-deficiencia-
auditiva.html

Referências bibliográficas
Quadros, Ronice Müller de;PERLIN, Gladis(orgs). Estudos SurdosII. Petrópolis,
RJ: Arara azul, 2007

SKLIAR, Carlos (org). A surde: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre:


Mediação, 1998.

Albres, Neiva de Aquino. Surdos&inclusão Educacional. Rio de Janeiro: Arara


Azul. 2010.
Alvez, Carla Barbosa, FERREIRA, Josimário de Paula, DAMÁZIO, Mirlene
Macedo. A Educação Especial na perspectiva da inclusão Escolar. Abordagem
Bilíngue na escolarização de pessoas com Surdez Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal
do Ceará, 2010.

DAMÁZIO, Mirele Ferreira Macedo, Atendimento Educacional Especializado.


Pessoa com Surdez. SEESP/SEED/MEC,Brasília/DF, 2007.

http://www.listen.life/blog/causas-da-deficiencia-auditiva-condutiva-
sensorioneural/

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