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Pránáyáma

Prána significa bioenergia; áyama, expansão, largura, intensidade, elevação. Pránáyáma designa as técnicas, quase sempre respiratórias, que
conduzem à intensificação ou expansão do prána no organismo.
Prána é o nome genérico pelo qual o Yôga designa qualquer tipo de energia manifestada biologicamente. Em princípio, prána é energia de
origem solar, mas podendo manifestar-se após a metabolização, ou seja, indiretamente, sendo, então, absorvido do ar, da água ou dos
alimentos.
O prána é visível. Num dia de sol, faça pránáyáma e fixe o olhar no vazio do céu. Aguarde. Assim que o aparato da visão se acomodar você
começará a enxergar miríades de minúsculos pontos brilhantes incrivelmente dinâmicos, que cintilam descrevendo rápidos movimentos
circulares e sinuosos. Ao executar seus respiratórios, mentalize que está absorvendo essa imagem de energia.
A respiração yôgi (lê-se “yôgui”) deve ser sempre nasal, silenciosa e completa, salvo instrução ao contrário. Deve ser feita com a
participação da musculatura abdominal, intercostal e torácica, promovendo um aproveitamento muito maior da capacidade pulmonar.
Quando a respiração tiver que ser com inspiração ou expiração pela boca ou, ainda, quando tiver que produzir algum ruído, isso será
explicitado na descrição. Portanto, fica esclarecido desde já, que quando algum desses procedimentos ocorrer, tratar-se-á de exceção.
As fases da respiração têm os seguintes nomes: púraka, inspiração; kumbhaka, retenção com ar; rêchaka, expiração; shúnyaka, retenção sem
ar.
Púraka - Sempre que inspirar, mentalize que está absorvendo o prána em suspensão no ar. Visualize o prána. Procure sentir um prazer
imenso no ato de inspirar essa vitalidade, como o que experimenta ao ingerir um saboroso alimento.
Kúmbhaka – Ao reter o alento evite prender a respiração por tempo excessivo a ponto de causar ansiedade ou taquicardia. O progresso
deve ser gradativo para ser saudável. A retenção do ar nos pulmões é mais fácil e confortável se o praticante não encher demais o peito.
Rêchaka – Ao expirar, mentalize que está lançando no universo o que você tem de melhor, saúde, alegria, carinho, companheirismo e tudo
o mais que você puder se lembrar de positivo.
Shúnyaka – A retenção com os pulmões vazios, assim como com os pulmões cheios, produz intoxicação de CO2, o que pode auxiliar o
chitta vritti nirôdhah (Yôga Sútra, capítulo I, sútra 2), porém só deve ser praticado com muita cautela e sempre sob a supervisão direta de
um Mestre. Em princípio, por livro, não deve ser executado.
Para cada uma dessas quatro fases respiratórias pode ser aplicado um ritmo. Exemplos. Um respiratório com ritmo 1-2-1 consiste em
inspirar durante um tempo (digamos, três segundos), reter o ar nos pulmões durante dois tempos (então, seriam segundos), expirar em um
tempo (nesse caso, três segundos) e não reter sem ar tempo algum, uma vez que isso não foi indicado para o presente pránáyáma. Este é o
melhor ritmo para iniciantes que já tenham alguma prática. Iniciantes sem prática, devem dedicar-se a respiratórios sem ritmo.
O ritmo 1-2-1-2 indica que deve-se reter sem ar o mesmo tempo que se reteve com ar (dois tempos). Este ritmo pode ser utilizado por
praticantes mais adiantados, com pretensões ao domínio dos vrittis, mas sem correr riscos.
O ritmo 1-2-3 indica que a expiração é a soma dos tempos da inspiração e retenção. Por exemplo: inspiração 5”; retenção 10”; ora, 5” mais
10” é igaual a 15”, logo, a expiração será feita durante 15 segundos. Este ritmo é de nível intermediário e mais indicado para técnicas
tranqüilizantes, tais como relaxamentos e semi-relaxamentos, meditação, controle das emoções, a volta à calma depois da prática de
esportes, etc.
O ritmo 1-4-2 consiste em inspirar em um tempo (suponhamos, três segundos), reter durante quatro tempos (logo, 4 x 3” = 12”), expirar em
dois tempos (nesse caso, 2 x 3” = 6”) e não reter sem ar tempo algum, pois não consta um quarto algarismo correspondente a essa fase,
então ela corresponde a zero. Consequentemente, não se trata de retenção aleatória, à vontade do praticante. Esse é um ritmo avançado,
desaconselhável para iniciantes, especialmente quando um tempo passa a ser de quatro segundos ou mais. Contribui para conduzir o
praticante a estados superiores de consciência e a paranormalidades.
Enfim, existem várias outras formas de ritmo, que podem ser também associadas aos tipos de respiração: baixa média, alta e completa.
Além disso, ainda existem os bandhas e as mentalizações. E todas as variedades e combinações são ensinadas diretamente pelo instrutor. Se
um praticante adota em sala de aula uma determinada maneira de respirar não ensinada por um instrutor formado, estará colocando em risco
a sua saúde. O Yôga é fundamentalmente empírico. Se a respectiva técnica for inócua ou mesmo nociva, com o tempo terá sido excluída. Se
for eficiente e benéfica, terá sido incorporada ao patrimônio do Yôga. Mas, até que uma técnica seja inserida na nossa tradição, são
necessários séculos de experimentação.

A respiração no Yôga
 
A existência humana começa com a primeira inspiração e se prolonga até a última exalação. O alento é a vida que flui com tal naturalidade
que são poucos os momentos em que percebemos o seu valor. No entanto, a respiração vai ocupar o primeiro lugar: sem alimento consegue-
se subsistir durante várias semanas, sem água alguns dias, mas, sem ar, morremos em poucos minutos.
 
Respirar é viver, respirar bem é viver melhor, respirar com plenitude significa existir plenamente.

Cada estado emocional corresponde a um determinado ritmo respiratório. Uma cadência ritmada demonstra satisfação, segurança,
serenidade e autoconfiança. Aprendendo a manipular o ritmo respiratório, conseguimos sutilizar as emoções, o que irá interferir de maneira
positiva nas relações afetivas, no desempenho profissional, nos esportes, nos estudos, enfim, na qualidade de vida.

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