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FICHAMENTO – BOURDIEU
O consumo dos bens culturais mais legítimos (em contraposição aos consumos
habituais e cotidianos) é um caso particular de concorrência pelos bens e práticas raras,
cuja particularidade depende, sem dúvida, mais da lógica da oferta. O consumo de bens
pressupõe um trabalho de apropriação (identificação e decifração), em que o
consumidor contribui para produzir o produto que ele consome.
Idade, sexo, cor de pele, capital social, cultural, econômico e escolar, diploma,
por vezes são apresentados como variáveis independentes, por exemplo, em relação à
profissão e suas evoluções, e não são. As propriedades ou fatores constitutivos da
classe construída depende de um ou outro fator ou com maior ou menor intensidade de
acordo com o peso funcional mais importante nas práticas e representações da classe.
A trajetória modal, individual, considerando que os pontos de chegada e de partida dos
agentes são estatisticamente igualmente prováveis, faz parte integrante do sistema dos
fatores constitutivos da classe.
Para ser fator explicativo da prática, considera-se que a relação social de cada
classe ou a energia social existe e produz seus efeitos apenas no campo em que ela se
produz e se reproduz, ou seja, cada uma das propriedades associadas à classe recebe
seu valor e sua eficácia das leis específicas de cada campo. Nem sempre todas as
propriedades incorporadas (disposições) ou objetivadas (bens econômicos ou culturais),
associadas aos agentes, são eficientes simultaneamente. Tem cotação específica no
mercado, o capital específico da lógica de determinado campo.
Esboço de uma teoria da prática