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CONRAD LIVROS
DIRETOR EDITORIAL
Rogério de Campos
COORDENADOR EDITORIAL E DE COMUNICAÇÃO
Alexandre Linares
COORDENADORA DE PRODUÇÃO
Rita de Cássia Sam
DIREITOS INTERNACIONAIS
Luciana Veit
ASSISTENTES EDITORIAIS
Alexandre Boide, Jae HW e Mateus Potumati
REVISORES DE TEXTO
Lucas Carrasco e Marcelo Yamashita Salles
EDITOR DE ARTE
Marcelo Ramos Rodrigues
ASSISTENTES DE ARTE
Ana Solt, Jonathan Yamakami,
Marcos R. Sacchi, Nei Oliveira e Vitor Novais
0 MITO DAS NAÇÕ ES
A invenção do nacionalism o
Patrick J. Geary
@
CONUD
LIVROS
Copyright© 2002 Fischer Taschenbuch Verlag
in der S. Fischer Verlag GmbH, Frankfurt am Main
Copyright desta edição © 2005 by Conrad Editora do Brasil Ltda.
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DEDICATÓRIA
~
Introdução
A CRISE DA IDENTIDADE EUROPÉIA . .. ... . . . ... . . 11
Capítulo 1
UMA PAISAGEM ENVENENADA: ETNICIDADE E
NACIONALISMO NO SÉCULO XIX ... . . . .. . . . ... .. 27
Capítulo 2
POVOS IMAGINADOS NA ANTIGÜIDADE . . . .. ... .. 57
Capítulo 3
BÁRBAROS E OUTROS ROMANOS . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Capítulo 4
NOVOS BÁRBAROS , NOVOS ROMANOS . . ...... . .. 113
Capítulo 5
OS ÚLTIMOS BÁRBAROS? ..... . . .. . .. . . .. . ...... . 141
Capítulo 6
A RESPEITO DOS NOVOS POVOS EUROPEUS .. .. .. 177
OS ÚLTIMOS BÁRBAROS?
totalmente.
A Itália lombarda
5. Rothari 367, MGH LL 4. Ver Brigitte Pohl-Resl, "Legal Practice and Ethnic ldentity in Lombard lta ly",
em Pohl, Strategies ofDistinction: The Construction ofEthriic Communities, 300-800, Leiden, 1998,
p.209.
6. Historia Langobardorum 2, 32.
Ca pítulo 5 : O s último s bá rba ros? - 145
13. Wickham, Early Medieval ltaly, p. 72-73. Wickham se baseia nos dados e na análise de Giovanni
Tabacco, "Dai possessori dell'età carolíngia agl i esceritali dell'età longobarda" Studi medievali
x.1, 1969: 221-268. Porém Tabacco não acredita que a assimilação já estivesse tão avançada. Mais
recentemente, em seu Struggle for Power in Medieval ftaly: Structures of Politica/ Rufe, Cambridge,
1989, ele admite que "talvez seja possível que, pelo fim do século VII, quando a conversão
dos lombardos ao catolicismo já estava praticamente concluída, a convivência entre eles e os
romanos remanescentes da classe dos proprietários de terras em um mesmo meio social tenha
levado alguns romanos a aceitar a tradição jurídica do povo dominante ... ". Entretanto Tabacco
continua duvidando de que tenha ocorrido uma "assimilação substancial legal e militar da
popu lação romana livre pelos lombardos". (96-97)
14. Edictus Langabardorum, Aistulfi Leges, 2, 3. Para uma tradução, ver Katherine Fischer Drew, trad.
The Lombard Laws, p. 228.
Capítulo 5 : Os últimos bárbaro s? .,... 149
A Espanha visigótica
15. Edictus Langobardorum, Aistulfi Leges, 4. Ver Drew, The Lombard Laws, p. 228-229.
16. Codice Diplomatico Longobardo, Luigi Schiaparelli (Ed.), 1, Roma, 1929, 17, p. 48 e 20, p. 81.
150 ---x,, O Mito das Nações
17. Wolf Liebeschuetz, "Citzen Status and Law", em Pohl (Ed .), Strategies ofDistinction, p. 141-143.
Capítulo 5: Os últimos bárbaro s7 .,- 151
18. Liebeschuetz, "Citizen Status and Law", p. 139-140; para detalhes, ver Hagith Sivan, "The
Appropriation of Roman Law in Barbarian Hands: Roman-Barbarian Marriage in Visigothic Gaul
and Spain", em Pohl (Ed.), Strategies af Distinction, p. 189-203.
19. Sivan, "The Appropriation ofRoman Law", p. 195-199.
Capítulo 5: Os últimos bárbaros7 .,,._ 153
22. Reger Collins, Early Medieval Europe, Nova York, 1991, p. 145.
23. P. D. King, Law and Society in the Visigothic King dom , Cambridge, 1972, p . 132.
24. Dietrich Claude, " Remarks abo ut Visigoths and Hispa no-Ro mans in t he Seventh Century", citando a
obra de Volker Bierbrauer e o utras, em Poh l (Ed.), Stra tegies of Distinction, p. 11 9, _n ota 23.
25. King, Law and Society, p. 18.
156 -e O M i to das Nações
26. Concilium toletanum 6, 17, p. 244-245 . Ver Claude, "Remarks about Visigoths and Hispano -
Romans in the Seventh Century", p. 127--129.
Capítulo 5. Os últimos bárbarosl .,- 15 7
31. Patrick Amory. "Meaning and Purpose of Ethnic Terminology in Burgundian Laws", Early Medieval
Europe, 2, 1993: 1-28.
32. lan Wood, "Ethnicity and the Ethnogenesis ofthe Burgundians", em Herwig Wolfram e Walter
Pohl (Eds.), Typen der Ethnogenese unter besonderer Berücksichtigung der Bayern, vol. 1, Viena, 1990,
p. 55-69.
33. Gregório de Tours, Libri Historiarum X, 1O; Wood, "Ethnicity", p. 55.
162 ---e O Mito das Nações
35. Walter Goffart, "Foreigners in t he History of Gregory ofTours", em Walter Goffart, Rome's Foi/
and After, Londres, 1989, p. 275-291; e Patrick J. Geary, "Ethn ic ldentity As a Situationa l Construct
in the Early Middle Ages", Mitteilungen der anthropologischen Gesellschaft in Wien, vai. 113, 1983:
15-26.
36. Ewig, "Volkstum und Volksbewufltsein", p. 247-248.
Capítulo 5. Os últ i mo s bárbaro s? .,- 165
44. Sobre as origens dos eslavos, ver especialmente Pohl, DieAwaren, p. 94-128, e Florin Curta,
The Making of the 5/avs: History and Archeology of the Lower Danube Region, ca. 500-700 AD,
Cambridge, 2001.
45. Procópio, História das Guerras VII, xiv, 22.
170 -<> O Mito das Nações
fatos é incerta, e não poderia ser diferente: o processo foi tão des-
centralizado e fluido que dificilmente poderia ser cronologicamente
determinado ou documentado. As contra-ofensivas bizantinas não
puderam interromper o processo, que já estava em um estágio bas-
tante avançado. As conquistas eslavas, ao contrário das germânicas
de dois séculos antes, não significavam apenas a transferência da
renda tributária: alguns soldados capturados conseguiam fugir, ou
então eram incorporados à classe camponesa, mas os eslavos geral-
mente os matavam ou cobravam resgate. Nessa sociedade de solda-
dos-fazendeiros, não havia opções.
A organização hierárquica em larga escala dos grupos eslavos foi
estabelecida por estruturas de comando externas. Os líderes podiam
ser germânicos ou centro-asiáticos, e seu modelo de etnogênese pos-
sibilitava uma maior concentração de poder e uma subordinação
mais efetiva de indivíduos e grupos. Os ávaros foram fundamentais
nesse processo.
A eslavização de um amplo grupo que habitava entre o Elba e
o baixo Danúbio já estava bem avançada quando os ávaros chega-
ram. A ocupação ávara pode ter aumentado a pressão eslava na fron-
teira bizantina, já que bandos eslavos fugiram desse novo império
das estepes. Isso talvez explique as primeiras invasões da península
Balcânica pelos eslavos na segunda metade do século VI, que logo
seriam seguidas por exércitos eslavos sob o comando dos ávaros.
Outros grupos foram definitivamente incorporados ao reino ávaro.
Os ávaros se apropriaram dos quartéis de inverno dos eslavos domi-
nados, exigindo cavalos, suprimentos e mulheres, de acordo com as
necessidades. Em tempos de guerra, utilizavam os eslavos em sua
infantaria e, durante o cerco de Constantinopla, utilizaram-nos em
sua esquadra. Contudo eles tratavam algumas comunidades eslavas
com certa reserva, presenteando seus líderes em troca de tropas e
apoio. Os cronistas bizantinos descreveram os eslavos como vítimas
da opressão dos ávaros. Já os cronistas ocidentais consideraram os
Capítulo 5: Os últimos bárbaros? .,- 17 1