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Jordlly Silva (1); Graciano Mendonça (1); Mayara Modesto (1); Tiago Agra (1)
Resumo
Abstract
In this work, a Thrust blocks analysis procedure is proposed, using optimization techniques. The Block’s
fabrication cost is placed as an objective function to be minimized, that should satisfy restrictions,
represented by the equilibrium conditions of the block, which the variables are the dimensions of the
element. Additional to that, the proposed objective function consider in your formulation, besides the
concrete volume, another costs, for example: Forms, excavations and filling. That way, approximating the
analysis to reality. Once defined the procedure, it is applied to a real case of a water supply system, where
are compared the costs of fabrication of the blocks before and after the study. A savings of approximately
24% was observed in the costs of these elements, which demonstrates the benefits of using this
methodology.
Keywords: Thrust Blocks; Optimization; Thrust; Concrete; Sanitation
EH
De 2 De 2
Fp Fp
4 4
Nessa ilustração, a força F pode ser calculada como o produto da pressão interna de
projeto nesse ponto da adutora, p , pela área da tubulação, relativa ao diâmetro externo,
De . Aplicando-se o equilíbrio das forças, na Figura 1, na direção vertical, é possível
definir a resultante do empuxo hidráulico ( EH ) como mostra a Eq. (1).
De2
EH 2 p sen (Equação 1)
4 2
Segundo TSUTIYA (2006), a resultante do empuxo pode ser calculada de forma mais
precisa aplicando-se o teorema de Euler, presente em MUNÕZ (2000). Porém, de forma
geral, é bastante comum em projetos de engenharia a determinação desse parâmetro, de
maneira simplificada e prática, utilizando-se Eq. (1).
Com base nessa equação, é possível perceber que os três parâmetros que, basicamente,
ditam a magnitude do empuxo são a pressão interna p , o diâmetro externo De e o
ângulo da curva .
Em relação ao diâmetro da tubulação selecionado para esse cálculo, LASMAR (2003)
recomenda que seja utilizado De e não o diâmetro nominal ( DN ) do tubo. Essa premissa
é estabelecida com base no entendimento de que na junta elástica da tubulação a
pressão interna não incide apenas na área referente ao DN do tubo, e sim a área
externa. Essa premissa de projeto também é indicada em AWWA M11 (2004).
LASMAR (2003) também ressalta que a pressão interna selecionada para esse
dimensionamento deve levar em conta a envoltória de pressões máximas a qual a
tubulação está sujeita, considerando os efeitos dos transientes hidráulicos. Apesar disso,
De forma aproximada, para curvas no plano horizontal LASMAR (2003) determina que a
utilização de blocos de ancoragem pode ser dispensada caso a Eq. (2) seja satisfeita, ou
seja, a tensão transmitida ao solo referente ao empuxo, em 50 cm de tubo ( EH ), seja
inferior a tensão horizontal admissível do solo ( ADM . H ), tendo como valor máximo 0,40
kg/cm2, caso não tenha havido determinação por ensaios de laboratório.
EH
EH ADM .H 0, 40kg / cm 2 (Equação 2)
50cm . De
Combinando as equações Eq. (1) e (2), pode-se obter Eq. (3), que fornece a pressão
máxima admitida na conexão que aplica ao terreno uma tensão menor ou igual a
admissível, de acordo com o diâmetro externo De e o ângulo da curva .
ADM .H
pmax (Equação 3)
.De.sen
2
Com o objetivo de tornar essa verificação mais prática e simples, é possível, com base na
equação acima elaborar a Tabela 1, que fornece as pressões máximas permitidas ( pmax ),
de acordo com os parâmetros envolvidos, as quais não é necessária a utilização de
blocos de ancoragem.
Exemplificando: para uma curva de 45º com De igual a 326 mm (DN igual a 300 mm),
sendo ADM .H desconhecida (adotar 0,40 kg/cm²), a pressão máxima admissível sem
bloco de ancoragem nessa conexão é 25 x 0,4 = 10 m.c.a. Por outro lado, caso seja
possível comprovar, via sondagens geotécnicas, um ADM . H igual a 2,00 kg/cm², por
exemplo, o pmax passaria a ser igual a 25 x 2 = 50 m.c.a., isso ressalta a importância do
tipo do solo na análise de blocos de ancoragem para tubulações.
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 4
Tabela 1 – Pressões máximas onde é dispensada a utilização de blocos de ancoragem
Pressões máximas permitidas ( pmax )
Diâmetro Ângulo da curva (graus)
externo De
(mm) 11,15 22,5 45 90
118 277 ADM . H 138 ADM . H 70 ADM . H 38 ADM . H
170 192 ADM . H 95 ADM . H 48 ADM . H 26 ADM . H
222 147 ADM . H 73 ADM . H 37 ADM . H 20 ADM . H
274 119 ADM . H 59 ADM . H 30 ADM . H 16 ADM . H
326 100 ADM . H 50 ADM . H 25 ADM . H 13 ADM . H
378 86 ADM . H 43 ADM . H 22 ADM . H 11 ADM . H
429 76 ADM . H 38 ADM . H 19 ADM . H 10 ADM . H
480 68 ADM . H 33 ADM . H 17 ADM . H 9 ADM . H
532 61 ADM . H 30 ADM . H 15 ADM . H 8 ADM . H
635 51 ADM . H 25 ADM . H 13 ADM . H 7 ADM . H
738 44 ADM . H 22 ADM . H 11 ADM . H 6 ADM . H
842 38 ADM . H 19 ADM . H 9 ADM . H 5 ADM . H
945 34 ADM . H 17 ADM . H 8 ADM . H 4 ADM . H
1048 31 ADM . H 15 ADM . H 7 ADM . H 4 ADM . H
Obs.: Informar o valor de ADM . H em kg/cm²
Caso essa condição não seja satisfeita, ou seja, a pressão na conexão é superior a
permitida pela tabela, a tensão transmitida ao solo é considerada relevante e, portanto, é
necessária a execução de um bloco de ancoragem. Por sua vez, para que o bloco seja
considerado estável e seguro, é fundamental a realização de algumas verificações quanto
ao seu comportamento.
De 4 20cm
H
De 4
h
C A
EH EA
PB FP
yE
yP
p2
FAT
Figura 3 – Sistema de forças atuante em um bloco de ancoragem
FAT FP
EH (Equação 4)
E S
A força resultante do empuxo passivo do solo ( FP ) pode ser calculada como a área do
trapézio da Figura 2 (delimitado pelas tensões p1 e p2 ), multiplicada pela largura do bloco
B , Eq. (5), onde H é a altura desse elemento.
p1 p2
FP H .B (Equação 5)
2
p1 SOLO hATERRO tan 2 45º (Equação 6)
2
p2 SOLO (hATERRO H ) tan 2 45º (Equação 7)
2
Onde VMIN é o volume mínimo de concreto a ser emprego para que não ocorra o
deslizamento do bloco, enquanto que CONC é o peso específico do concreto. No caso de
blocos em concreto simples, a NBR-6118:2014 permite adotar CONC como 24 kN/m³. Com
base na equação Eq. (9) é possível verificar a segurança quanto ao deslizamento
horizontal de blocos de ancoragem, através da comparação do volume de concreto
empregado com o valor mínimo admissível.
A
FP yP ( PB E A ) EH y E (Equação 10)
2
A EH yE FP yS
e (Equação 11)
2 PB E A
Segundo a teoria clássica da resistência dos materiais, para que, além de não ocorrer o
tombamento do bloco, não surjam tensões de tração no solo, a excentricidade e deve
estar contida no núcleo central da base do bloco, ou seja:
A EH yE FP yS
e (Equação 12)
6 PB E A
Como essa hipótese é mais restritiva que a equação Eq. (11), pode-se utilizar apenas
Eq. (12) na verificação do elemento, sem que haja perda de segurança no cálculo. Com
isso, é possível estudar o comportamento do bloco quanto ao tombamento, apenas
avaliando-se a relação da largura do elemento ( A ) com a excentricidade e .
Por sua vez, o bloco é considerado satisfatório, quanto às tensões aplicadas ao terreno
( V ), quando esses esforços não ultrapassam o limite admissível, na vertical, ADM .V .
Uma vez conhecida a excentricidade e , de acordo com a resistência dos materiais, pode-
se definir as tensões aplicadas ao terreno V como:
PB 6e PA
V 1 ADM .V (Equação 13)
A.B A A.B
Obs: Para maiores detalhes na descrição dos preços, consultar a SINAPI com os códigos informados
4 Procedimento proposto
30cm C A 30cm
30cm
30cm C A 30cm
Onde, f REST é a função restrição relativa à segurança do bloco, Eq. (15), detalhada a
seguir:
VMIN VREAL 0
ABS(6e) A 0
f REST V ADM 0 (Equação 15)
B 2 A. tan(60º ) 0
H 2 A.tan(60º ) 0
Nível d'água
Profundidade
Profundidade
Ângulo da
Fabricação
Fabricação
Largura do
Largura do
Curva
Altura do
Altura do
do Bloco
do Bloco
Custo de
Custo de
Numeração
Bloco
Bloco
Bloco
Bloco
p N.A. B A H CORIG B A H COTM
° m.c.a. m m m m R$ m m m R$
1 90 89 1,3 3,00 2,90 1,50 6.944,53 2,90 2,51 1,59 6.255,08
2 90 88 1,3 3,00 2,90 1,50 6.944,53 2,89 2,50 1,58 6.178,81
3 90 87 1,3 3,00 2,90 1,50 6.944,53 2,87 2,49 1,58 6.102,62
4 90 86 3,65 3,00 2,90 1,50 6.944,53 2,50 2,17 1,66 5.000,13
5 45 83 3,65 3,00 2,60 1,00 4.623,10 1,85 1,60 1,37 2.574,31
6 11,15 82 0,85 1,50 1,50 0,70 1.300,40 0,97 0,84 0,92 744,28
7 90 81 0,85 3,00 2,70 1,50 6.537,39 2,97 2,58 1,50 6.238,11
8 90 77 0,85 3,00 3,00 1,50 7.148,36 2,90 2,52 1,48 5.907,70
9 45 78 3,6 3,00 2,60 0,80 3.948,11 1,80 1,56 1,34 2.416,88
10 45 77 3,6 3,00 2,60 0,80 3.948,11 1,78 1,55 1,34 2.385,44
11 90 77 3,6 2,60 2,60 1,50 5.540,87 2,38 2,06 1,60 4.463,91
12 90 77 3,6 2,60 2,60 1,50 5.540,87 2,38 2,06 1,60 4.463,91
13 11,15 77 3,6 1,30 1,30 0,80 1.135,04 0,78 0,86 0,99 663,81
14 22,50 75 3,6 2,00 2,00 1,00 2.591,56 1,23 1,06 1,11 1.171,39
15 45 27 0 1,6 1,5 1,00 1.723,67 1,50 1,30 0,85 1.332,40
16 22,5 7 0 - - - - - - - -
17 11,15 6 0 - - - - - - - -
18 22,5 6 0 - - - - - - - -
TOTAL 71.815,70 54.727,39
American Water Works Association. AWWA M11 - Steel Water Pipe: A Guide for
Design and Installation – Manual of Water Supply Practices., USA, 2004.