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DIREITO DE EMPRESA

EVOLUÇÃO HISTÓRICA: Conceito e


Objeto do Direito Comercial
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
COMERCIAL

• O que é o Direito Comercial?

Conjunto sistematizado de normas que


disciplinam o exercício de atividade mercantil.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
COMERCIAL

• Quando surgiu o Direito Comercial?

Durante muito tempo as regras que disciplinavam o


exercício de atividade mercantil fizeram parte do
Direito Comum, não sendo possível afirmar a
existência de um Direito Comercial.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL

• Idade Média: renascimento mercantil e


ressurgimento das cidades;
• Monopólio da jurisdição mercantil a cargo
das Corporações de Ofício;
• Aplicação dos usos e costumes pelos
1ª Fase tribunais consulares;
• Codificação privada do direito comercial,
normas pseudossistematizadas;
• Caráter subjetivista: mercantilidade da
relação jurídica pelos seus sujeitos;
• O direito comercial como o direito dos
comerciantes.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
COMERCIAL
• Nessa primeira fase do Direito Comercial,
surgiram muitos institutos jurídicos que
conhecemos até os dias de hoje:
a) Títulos de Crédito;
b) Alguns tipos de sociedades;
c) Bancos;
d) Algumas modalidades de contratos.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL

• Idade Moderna: formação dos Estados


Nacionais monárquicos;
• Monopólio da jurisdição a cargo dos
Estados;
• Codificação Napoleônica;
• Bipartição do direito privado;
2ª Fase • A teoria dos atos de comércio como
critério delimitador do âmbito de
incidência do regime jurídico-comercial;
• Objetivação do direito comercial:
mercantilidade da relação jurídica
definida pelo seu objeto.
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO –
SISTEMA FRANCÊS

➢  Code de Commerce ­ (França) ­1808

➢ Documento legislativo conhecido como


Código Mercantil Napoleônico

➢ influenciou significativamente as
legislações comerciais de outros países, tais
como:
1) Espanha (1829);
2) Portugal (1833);
3) Código Comercial Brasileiro (1850).
CONCEITO DE ATOS DE COMÉRCIO

Alfredo Rocco, investigando no Direito


Italiano os atos considerados de comércio,
procurou formular um conceito científico
para atos de comércio.

Referido autor conclui que:


“é ato de comércio todo ato que
realiza ou facilita uma interposição de
troca”.
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COMERCIAL

• Teoria dos atos de comércio: Uma de suas


funções essenciais era atribuir, a quem
praticasse os denominados atos de comércio,
a qualidade de comerciante, o que era
pressuposto para aplicação das normas do
Código Comercial.
ATOS DE COMÉRCIO NA
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Essa teoria foi adotada na nossa


legislação pátria.

Código Comercial do Império do


Brasil, promulgado pela Lei 556, de
25/06/1850.
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COMERCIAL

• Inspiração do Code de
Commerce de napoleônico;
Código
Comercial de
• Adoção da Teoria dos atos de
1850 comércio (Sistema Francês);
• Regulamento 737: rol de atos
de comércio.
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• Comerciante: aquele que exercia a mercancia de forma
habitual, como sua profissão.
• Considerava-se mercancia:
Regulamento 737/1850, art. 19:
(...)
§ 1º A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes
para os vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou
manufaturados, ou para alugar o seu uso;
§ 2º As operações de câmbio, banco e corretagem;
§ 3º As empresas de fábricas; de comissões; de depósito; de
expedição, consignação, e transporte de mercadorias; de
espetáculos públicos;
§ 4º Os seguros, fretamentos, riscos e quaisquer contratos
relativos ao comércio relativos ao comércio marítimo;
§ 5º A armação e expedição de navios.
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• As vicissitudes da Teoria dos atos de
comércio:
✓ Não abrangência de todas as atividades
econômicas exercidas no mercado.

Por que atividades como prestação de serviços,


negociação de imóveis e atividades rurais não
eram “atos de comércio”?
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COMERCIAL

• Código Civil Italiano de 1942;


• A unificação formal do direito privado;
• A teoria da empresa como critério
delimitador do âmbito de incidência
3ª Fase do regime jurídico-empresarial
(Sistema Italiano);
• A empresa vista como atividade
econômica organizada.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL
• Surgimento da teoria da empresa e seus
contornos
• Empresa como um fenômeno econômico
poliédrico, com quatro perfis distintos –
Alberto Asquini:
a) O perfil subjetivo;
b) O perfil funcional;
c) O perfil objetivo; e
d) O perfil corpodrativo.
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COMERCIAL
• No Brasil, a passagem da teoria dos atos de
comércio para a teoria da empresa se deu de
forma lenta e gradual:

1. Doutrina;
2. Legislação esparsa;
3. Jurisprudência;
4. Código Civil de 2002.
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COMERCIAL

• Empresário: aquele que exerce


profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços (art. 966, do CC).
Empresa Empresário Estabelecimento
Empresarial
- É atividade - É quem exerce empresa - É o complexo de bens
desenvolvida, organizado para
algo abstrato. exploração de empresa
- Não é sujeito de - É sujeito de direito. - É coisa (objeto do
direito direito)
- Pode ser Pessoa física
(empresário individual) ou
pessoa Jurídica (sociedade
empresária)
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COMERCIAL
• Uso vulgar da expressão empresa:
Aquela EMPRESA está contratando funcionários;
Vou vender a minha EMPRESA, porque ela está
dando prejuízo;
João e José constituíram uma EMPRESA;
Vamos nos encontrar mais tarde na minha
EMPRESA.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
COMERCIAL

Pergunta: Por que usar, modernamente, a


expressão direito empresarial em substituição a
expressão Direito Comercial?
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
COMERCIAL
Resposta: o direito comercial não cuida apenas
do comércio, mas de toda e qualquer atividade
econômica exercida com profissionalismo,
intuito lucrativo e finalidade de produzir ou
fazer circular bens ou serviços. Dito de outra
forma: o direito comercial, hoje, cuida das
relações empresariais, e por isso alguns têm
sustentado que, diante dessa nova realidade,
melhor seria usar a expressão direito
empresarial.
Autonomia do Direito Empresarial

• O que define a autonomia de um ramo do


Direito é o fato de ele possuir: características,
princípios e institutos jurídicos próprios, e o
direito empresarial possui tudo isso.
Autonomia do Direito Empresarial
• Princípios gerais:
a) Liberdade de iniciativa;
b) Liberdade de concorrência;
c) Garantia e defesa da propriedade privada;
d) Princípio da preservação da empresa.
• Princípios específicos
Autonomia do Direito Empresarial

• Direito Civil: regime geral do Direito Privado;

• Direito Empresarial: regime especial do


Direito Privado.
Fontes do Direito Empresarial
Código Comercial de
1850 (comércio
marítimo

Normas Código Civil de 2002


empresariais (Parte Geral do
Direito Empresarial) • Direito
Falimentar;
Fontes do Legislação esparsa • Direito
Direito (matérias específicas) Societário;
Empresarial • Direito
Cambiário;
Usos e
costumes V. art. 8º, VI, da Lei
comerciais 8.934/1994
Projeto de novo Código Comercial
• Discussão sobre a necessidade de um novo
Código Comercial:
a) Tese do Prof. Fábio Ulhoa Coelho:
✓ Valores do direito comercial foram
esquecidos pelos operadores do Direito e
precisam ser urgentemente resgatados;
✓ Edição de um novo Código Comercial, atento
à nova realidade econômica brasileira,
alcançaria esse intento.
Projeto de novo Código Comercial
b) Apresentação do PL 1.572/2011 à Câmara
dos Deputados;

c) Motivos pelos quais novo Código é


necessário:
✓ Corrigir os erros do Código Civil em relação ao
direito empresa;
✓ Defender o livre mercado.

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