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Bourdieu era proveniente de uma família campesina. Ao completar seus estudos básicos,
mudou-se para Paris, onde estudou na Faculdade de Letras aos 21 anos de idade. Em
1954, Pierre Bourdieu formou-se em Filosofia e iniciou sua vida profissional como
professor em Moulins. Sua carreira sofreu uma interrupção em função do serviço militar
obrigatório que o enviou para a Argélia. Aproveitando-se do deslocamento, assumiu o
cargo de professor na Faculdade de Letras da capital do país, Argel.
De volta a Paris, Pierre Bourdieu foi assistente de Raymond Aron, importante filósofo,
sociólogo e comentarista político da França na Faculdade de Letras de Paris. Foi no
mesmo, 1960, que se tornou membro do Centro de Sociologia Europeia, no qual ocuparia
o cargo de secretário-geral dois anos depois. Seu retorno à França marca também o início
de sua volumosa produção científica. Sua publicação entre as décadas de 1960 e 1980 o
caracteriza como importante sociólogo do século XX. A repercussão de suas reflexões o
leva a lecionar em importantes universidades do mundo. Pierre Bourdieu destacou-se por
propor uma crítica sobre a formação do sociólogo, buscando o que ficou identificado como
“Sociologia da Sociologia”.
Com sua vasta produção intelectual, Pierre Bourdieu recebeu o título de Doutor honoris
causa em três importantes instituições da Europa: na Universidade Livre de Berlim, em
1989, na Universidade Johann Wolfgang Goethe, em 1996, e na Universidade de Atenas,
no mesmo ano. Pierre Bourdieu faleceu no dia 23 de janeiro de 2002 na cidade de Paris.
Foi um dos primeiros sociólogos europeus com análise voltada à sociologia da educação
e da cultura que marcaram gerações de intelectuais e de grande notoriedade nacional e
internacional. Dedicou-se à pesquisa das sociedades contemporâneas e das relações
sociais que mantêm os diferentes grupos sociais tendo o sistema de ensino como
instituição que permite a reprodução da cultura dominante.
Para Bordieu, esse homem, denominado agente (aquele que age), irá se
constituindo desta forma, a partir da bagagem que vai assimilará a partir de contatos no
mundo que o cerca. É vivendo em sociedade que o agente assimila regras, normas,
valores, preceitos, ações e comportamentos do grupo social que está inserido. Essas
praticas serão realizadas naturalmente e as quais Bordieu(2003) as denomina “habitus”
que pode ser definido como:
Essa dominação é reforçada, de acordo com Bordieu, pela escola. Entretanto, ele
não aconselha o desaparecimento dessa instituição. Antes, ele afirma que é somente a
escola, mas em uma configuração diferente da tradicional, burguesa, seria a ferramenta
para a transformação social. Bordieu não se dispôs a a descrever como como se daria um
currículo para uma escola que não reproduzisse as diferenças sociais, mas seus escritos
sinalizam as direções a serem seguidas. Ele esclarece que ” somente a ação direta da
escola, no sentido de realmente prover a todos, aquilo que alguns devem ao seu meio
social, poderia resultar positivamente em mudança social “. Segundo o autor: “somente
uma instituição cuja função específica fosse transmitir ao maior número possível de
pessoas... as atitudes e as aptidões que fazem o homem “culto”, poderia compensar (pelo
menos parcialmente) as desvantagens daqueles que não encontram em seu meio familiar
a incitação à prática cultural.” (BOURDIEU, 2007a: 61).