You are on page 1of 2

Meio Ambiente

5 causas de doenças mais perigosas que o
ebola
Kiera Butler, do Mother Jones

postado em: 08/08/2014


Dada a obsessiva cobertura da mídia sobre os dois americanos que estão sendo tratados de
ebola em Atlanta, você pensaria que estamos a alguns dias de uma epidemia. Mas não. Até
hoje, ninguém nunca contraiu ebola nos EUA. A probabilidade de que dois pacientes isolados
irão espalhar a doença é de quase zero. Se você é obcecado por doenças, não tema o ebola
— há muitas outras por aí. Conversamos com alguns especialistas sobre quais doenças eles
acham mais perigosas:
 
Gripe — A maior parte dos especialistas colocou a gripe no topo da lista. William Schaffner,

especialista em doenças infecciosas da Escola de Medicina da Universidade de Vanderbilt e
antigo pesquisador da National Infectious Diseade Foundation, observou que a gripe mata
36.000 pessoas todos os anos e manda cerca de 200.000 aos hospitais. “Este é um problema
muito sério — e que podemos ter proteção através de vacinas,” declarou. Muitas pessoas
pensam que a gripe oferece perigo apenas aos mais velhos, aos doentes e às crianças, mas
isto nem sempre é verdade: A última temporada de gripe foi especialmente ruim para os
adultos jovens. Em um ano normal, apenas um terço dos americanos tomam as vacinas
contra gripe.
 
HPV — 79 milhões de americanos — número maior do que a soma dos habitantes da Califórnia,

do Texas e de Illinois — estão infectados com o papilomavírus humano, que pode causar
câncer do colo do útero, de vulva, ânus, cabeça e pescoço. Tal qual o sarampo, o HPV pode
ser prevenido com uma vacina. Apesar da imunização — uma série de três injeções — ser
recomendada pelo Comitê sobre Práticas de Imunização para pré­adolescentes e
adolescentes, ela é pouco utilizada: em 2013, apenas 38 porcento das garotas e 14 porcento
dos garotos receberam as três injeções. O CDC estima que um uso maior da vacina
preveniria 21.000 casos de câncer relacionados ao HPV por ano. “É uma vacina anti­câncer”,
declarou Schaffner.
 
Sarampo — Um relatório da CDC demonstra que o número de casos de sarampo disparou nos

EUA em 2014: saltou de cerca de 200 casos no ano de 2013 para 600 do começo de 2014
até agosto deste ano. O sarampo pode causar doenças graves nas crianças; infecções podem
levar à pneumonia e, mais raramente, à encefalite. De acordo com o CDC, uma em cada mil
crianças que contrair sarampo irá morrer. Diferentemente do ebola, o sarampo pode ser
facilmente prevenido com uma vacina. Este ano a disparada dos casos se deu por causa de
pessoas que não foram vacinadas.
 
Infecções resistentes a antibióticos — Recentemente, alguns patógenos evoluíram de maneira que as

drogas que costumavam matá­los já não o fazem. A OMS vê isto como uma terrível ameaça.
“Uma era pós­antibiótico, onde infecções comuns e pequenos machucados poderão matar
está longe de ser uma fantasia apocalípitica, mas sim uma possibilidade real para o século
XXI,” observa a organização. Infecções urinárias causadas pela E. coli, resistente aos
antibióticos, são cada vez mais comuns, assim como as infecções causadas pela
Staphylococcus aureus — os índices dobraram entre 2003 e 2008. A OMS também mostrou
que a gonorréia, que costumava responder bem aos antibióticos comuns, “pode logo ser
intratável enquanto vacinas ou novas drogas não forem desenvolvidas.” De acordo com
Stuart B. Levy, pesquisador e médico da Universidade de Tufts, é um mito que apenas
pacientes de hospitais adquirem tais infecções. “Estas doenças podem ser pegas em qualquer
lugar. A ameaça é real,” declarou.

Doenças transmitidas por alimentos — Patógenos como o E. coli, a salmonela, a listeria, a

campilobactéria e o norovírus fazem com que, por ano, um em cada seis americanos adoeça,
mandam 128.000 ao hospital e matam 3.000. Infelizmente, não há vacinas para estas
doenças e o melhor jeito de preveni­las é a fiscalização das cadeias produtivas de alimentos.
No entanto, cortes no orçamento americano fizeram com que as inspeções fossem
sobrecarregadas. Este ano, a administração Obama cortou 262 postos de trabalho do
Departamento de Agricultura e Inspeção (USDA). A USDA propôs novas regras que
permitiriam que aviários aumentassem sua produção mesmo com o decréscimo do número
de inspeções. E não é apenas a inspeção federal de alimentos que está sofrendo: um
relatório do ano passado da National Environmental Health Association descobriu que os
salários têm diminuido, aumento do faturamento das empresas e demissão em agências
locais de inspeção. 60% das agências declararam que não obtiveram recursos suficientes
para investigar surtos.
 

You might also like