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O sociólogo e filósofo, Jürgen Habermas, propõe uma teoria da comunicação como uma
teoria crítica da sociedade, de modo que a ação comunicativa entre os interlocutores
sociais é analisada segundo suas relações. A teoria crítica da sociedade funcionaria como
uma teoria do comportamento, uma propedêutica, um conjunto de regras morais para a
vida, que afirmam a infra-estrutura da linguagem humana, do conhecer, do agir e da
cultura (Habermas, 1989, p. 39). No interior dessa teoria crítica, o conceito agir
comunicativo corresponde às "ações orientadas para o entendimento mútuo", em que o
ator social inicia o processo circular da comunicação e é produto dos processos de
socialização que o formam, em vista da compreensão mútua e consensual.
Paralelamente, o conceito agir estratégico compreende as práticas individualistas em
certas condições sociais, ou a utilização política de uma força, ou as "ações orientadas
pelo interesse para o sucesso".
Habermas trabalha com o conceito "Diskurs" (Discurso) como uma forma de comunicação
(Kommunikation) ou Rede (discurso, fala), que consiste na comunicação (fala ou discurso)
destinada a fundamentar as pretensões de validade das afirmações e das normas nas
quais se baseia implicitamente o agir comunicativo (interação social) – que é outra forma
de comunicação (fala ou discurso). O sociólogo e filósofo defende o aspecto intersubjetivo
do discurso (relação dialogal), além do aspecto lógico-argumentativo (explanação e
discussão para a fundamentação das pretensões de validez problematizadas).
Seus estudos voltam-se para o conhecimento e a ética. Sua tese para explicar a produção
de saber humano recorre ao evolucionismo de Charles Darwin, pois a racionalidade
comunicativa é considerada 'aprendente'. Segundo Habermas, a falibilidade possibilita
desenvolver capacidades mais complexas de conhecer a realidade, além de representar
garantia contra regressões metafísicas, com possíveis desdobramentos autoritários.
Evolui-se assim através dos erros, entendidos como falhas de coordenação de planos de
ação.
Sobre sua teoria discursiva, aplicada também à filosofia jurídica, pode ser considerada em
prol da integração social e, como conseqüência, da democracia e da cidadania. Tal teoria
coloca a possibilidade de resolução dos conflitos vigentes na sociedade não com uma
simples solução, mas a melhor solução - aquela que resulta do consenso de todos os
interessados.
Conteúdo
Razão Instrumental
Adorno e Horkheimer chegaram ao impasse por trabalharem com um modelo restrito de
razão;
Confundiram a racionalidade do sistema com racionalidade da ação, ou;
desenvolvimento capitalismo com a razão instrumental;
Distanciamento entre o sujeito e o objeto, por um sujeito solitário, que visa a operação
lógica dos conhecimentos, numa atitude calculista e metódica;
Paradigma da consciência centrada no sujeito;
Relação cognitiva de subordinação entre sujeito-objeto;
Tal modelo se auto-justifica e se perpetua;
Meios orientados aos fins, sem discutir os fins;
A razão instrumental era o instrumento de dominação;
Apenas um tipo particular de razão.
Razão Comunicativa
Para recolocar o potencial emancipatório da razão, Habermas adota o paradigma
comunicacional. Seu ponto de partida é a ética comunicativa de Karl Otto Apel, além do
conceito de "razão objetiva" de Adorno, também presente em Platão, Aristóteles e no
Idealismo alemão - particularmente na idéia hegeliana de reconhecimento intersubjetivo.
Alteração dos papéis da esfera pública: Influência dos meios de comunicação de massa;
Estabelecem uma opinião pública imperativa frente à sociedade; Consolidação do Estado
liberal, onde o privado acaba por sobrepujar o público; Opinião pública é condicionada à
informação dos mass media (indústria cultural).
Sociedade Civil
Associações e organizações livres;
Não estatais, não econômicas;
Com estruturas de comunicação da esfera pública ancorada nos componentes do mundo
da vida (questões do mundo da vida);
Exercem influência sobre a formação de opinião;
Deve alimentar a esfera pública com as questões privadas.
Conclusão
Propostas e Garantias:
Liberdade de opinião e de reunião;
Liberdade de imprensa;
Sensibilidade do sistema político à opinião pública;
As estruturas comunicacionais da esfera pública devem ser mantidas intactas por uma
sociedade civil viva e atuante;
Os processos de comunicação são mais isentos quando controlados por uma sociedade
civil oriunda do mundo da vida.