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O Informativo STF Mensal apresenta todos os resumos de julgamentos divulgados pelo Informativo STF concluídos no
mês a que se refere e é organizado por ramos do Direito e por assuntos.
SUMÁRIO
Ação Rescisória
Ação Rescisória e Necessidade de Nova Procuração
Recursos
Efeito Suspensivo a RE e Repercussão Geral
Direito Constitucional
Direito Penal
Ação Penal
Crime contra o Sistema Financeiro Nacional e Autoria - 7
Deserção: Diligência e Cerceamento de Defesa
Tráfico de Drogas e Exercício Ilegal da Medicina - 1 e 2
Trancamento de Ação Penal e “Bis in Idem”
Carta Rogatória
Não conhecimento de HC: “Exequatur” e Auxílio Judiciário - 1 e 2
Competência
Prevenção: Redistribuição do Feito e Atos Decisórios
Competência da Justiça Militar: Agentes Civis e Excepcionalidade
Habeas Corpus
“Habeas Corpus” e Princípio da Colegialidade
Demora no Julgamento de HC
Negativa de Prestação Jurisdicional
Liberdade Provisória
Liberdade Provisória e Tráfico de Drogas
Nulidades
Audiência de Instrução: Inversão na Formulação de Perguntas e Nulidade
Defesa Técnica e Nulidade
Tribunal do Júri: Alegações Finais e Intimação do Advogado
Tribunal do Júri: Nulidades e Dosimetria da Pena
Princípios Processuais Penais
Condenação e Elementos Coligidos em Inquérito Policial - 2
Prisão
Prisão Cautelar: Fundamentação e Cota Ministerial
Prisão Cautelar: Fundamentação e Excesso de Prazo
Prisão Cautelar e Fuga
Prisão Cautelar e Fundamentação
Prisão Cautelar: Excesso de Prazo e Nova Decretação
Gravidade em Abstrato do Delito e Prisão Preventiva
Procedimento do Tribunal do Júri
Desaforamento e Popularidade da Vítima
Progressão de Regime
Tráfico de Drogas: Liberdade Provisória e Progressão de Regime
Recursos
Suspensão de Prazo: Portaria do STJ e Tempestividade
Apelação: Efeito Devolutivo e “Reformatio In Pejus”
Direito Tributário
Imunidade Tributária
Base de Cálculo da CSLL e da CPMF: Receitas Oriundas das Operações de Exportação - 5 e 6
Art. 149, § 2º, I, da CF e CPMF - 2
CODESP e Imunidade - 3 e 4
Recursos
DIREITO CONSTITUCIONAL
Ação Civil Pública
Controle de Constitucionalidade
Extradição
Nota Verbal e Referência a Ofício do Governo Requerente
O Tribunal deferiu pedido de extradição instrutória formulado pela República Oriental do Uruguai
de nacional uruguaio para fins do processamento de duas ações penais por delitos de homicídio e
indeferiu o de extradição executória que visava ao cumprimento de uma pena privativa de liberdade de 3
anos e 6 meses, decorrente de condenação pela prática de furtos. No se refere ao pedido de extradição
executória, observou-se que a nota verbal não teria mencionado os delitos de homicídio, mas se reportado
aos autos do processo criminal no Uruguai com o seguinte nome: “três delitos de furto especialmente
agravados em regime de reiteração real”, que constituiria, na verdade, o título do processo. Afirmou-se,
não obstante, que a nota verbal não limitaria o âmbito material das imputações, na medida em que fizera
referência ao ofício do governo uruguaio no qual citados os delitos tanto de furto quanto de homicídio.
Por outro lado, reputou-se indevidamente instruído o pleito executório, porquanto ausentes dos autos a
data do trânsito em julgado da sentença penal condenatória e informações sobre o tempo de prisão
cautelar cumprida pelo extraditando no Estado requerente, o que inviabilizaria a contagem do prazo
prescricional, tendo em conta a legislação brasileira.
Ext 1153/República Oriental do Uruguai, rel. Min. Ayres Britto, 5.8.2010. (EXT-1153)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 594, Plenário)
Mandado de Segurança
DIREITO PENAL
Aplicação da Lei Penal no Tempo: Combinação de Leis Penais
Crime Continuado
Penas
Prescrição
Tipicidade
Porte Ilegal de Arma de Fogo e Exame Pericial
A Turma indeferiu habeas corpus em que se pleiteava a nulidade de exame pericial realizado em
arma de fogo apreendida com o paciente e que ensejara sua condenação pelo crime previsto no art. 14 da
Lei 10.826/2003. Aduziu-se que o auto de verificação de funcionamento da arma fora firmado por dois
peritos não oficiais, bacharéis, que prestaram compromisso de bem e fielmente proceder à perícia na
arma, na forma do § 2º do art. 159 do CPP, com a redação vigente à época da instrução. Ressaltou-se que
a qualidade de policial dos peritos seria irrelevante para a validade, ou não, da perícia, haja vista que a
qualificação deles estaria absolutamente de acordo com as exigências do CPP. Assinalou-se que, na
espécie, haveria outros elementos probatórios que permitiriam ao julgador formar sua convicção no
sentido da existência do crime de porte ilegal de arma de fogo. O Min. Gilmar Mendes, não obstante
haver registrado a existência de um precedente, julgado com a composição anterior da Turma, no qual se
exigira o exame pericial — RHC 97477/RJ (DJE de 29.10.2009) —, também denegou a ordem, tendo em
conta as circunstâncias do caso concreto e as providências tomadas (ausência de peritos oficiais e a
designação de peritos). Alguns precedentes citados: HC 95569/RS (DJE de 4.9.2009); HC 93876/RJ (DJE
de 6.11.2009).
HC 100860/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 17.8.2010. (HC-100860)
(Informativo 596, 2ª Turma)
Carta Rogatória
Competência
Habeas Corpus
Demora no Julgamento de HC
A Turma indeferiu habeas corpus em que se alegava excesso de prazo para o julgamento no STJ de
medida de idêntica natureza impetrada em favor do paciente. Reputou-se que, embora objetivamente
constatado certo retardamento, houvera razão que poderia justificar a situação excepcional, qual seja, a
aposentadoria do Ministro relator naquela Corte. Considerou-se que, em virtude de trâmites burocráticos,
procrastinara-se um pouco a redistribuição dos autos. Salientou-se que o procedimento terá sua seqüência
normal com a redistribuição do feito a um novo relator.
HC 102457/SP, rel. Min. Celso de Mello, 3.8.2010. (HC-102457)
(Informativo 594, 2ª Turma)
Nulidades
Prisão
Progressão de Regime
Recursos
DIREITO TRIBUTÁRIO
Imunidade Tributária
CODESP e Imunidade - 3
Em conclusão, o Tribunal, por maioria, deu parcial provimento a recurso extraordinário interposto
pela Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP contra acórdão do extinto Tribunal de Alçada
Civil do referido Estado que entendera serem devidos, pela recorrente, o IPTU e as taxas de conservação
e limpeza de logradouro público, remoção de lixo e iluminação pública sobre imóveis que compõem o
acervo do Porto de Santos — v. Informativos 405 e 441. Inicialmente, não se conheceu do recurso
relativamente aos artigos 21, XII, f e 22, X, da CF, por falta de prequestionamento, nem no tocante às
taxas, haja vista não se ter apontado o dispositivo constitucional que teria sido inobservado pelo Tribunal
a quo, no que estabelecida a legalidade da exigência do tributo desde que os serviços sejam postos à
disposição do contribuinte, ainda que não utilizados. No mérito, prevaleceu o voto do Min. Joaquim
Barbosa que reputou necessária, para a aplicabilidade da imunidade recíproca à CODESP, a superação
dos seguintes estágios: 1) a imunidade seria subjetiva, ou seja, se aplicaria à propriedade, bens e serviços
utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação poderia
colocar em risco a respectiva autonomia política. Em conseqüência, seria incorreto ler a cláusula de
imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de
contratar em circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto; 2) atividades de exploração
econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, deveriam
ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a
autonomia política; 3) a desoneração não deveria ter como efeito colateral relevante a quebra dos
princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita.
RE 253472/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa,
25.8.2010. (RE-253472)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 597, Plenário)
CODESP e Imunidade - 4
O Min. Joaquim Barbosa constatou que a recorrente passaria nesses estágios e que o acórdão
recorrido teria se equivocado quanto à caracterização da atividade desempenhada por ela. No ponto, citou
uma série de precedentes da Corte no sentido de que a exploração dos portos marítimos, fluviais e
lacustres caracteriza-se como serviço público. Considerou, em seguida, que confirmariam a lesão à livre
iniciativa, livre concorrência e ao dever fundamental de pagar tributos três quadros hipotéticos. Disse que,
se a participação privada no quadro societário da CODESP fosse relevante, o intuito lucrativo sobrepor-
se-ia à exploração portuária como instrumentalidade do Estado, o que não seria o caso dos autos, já que a
União deteria 99,97% das ações da empresa. Destarte, mantida a relevância da instrumentalidade estatal,
não se vislumbraria violação do dever fundamental de pagar tributos e de custeio dos demais entes
federados. Aduziu que, por outro lado, os autos não indicariam que a CODESP operaria com intuito
primordial de auferir vantagem econômica para simples aumento patrimonial da União. Destacou que, se
a CODESP operasse em mercado de livre acesso, o reconhecimento da imunidade violaria os postulados
da livre concorrência e da livre iniciativa, mas que isso também não se daria na espécie, haja vista
inexistir indicação de que a CODESP tivesse concorrentes em sua área de atuação específica. Reputou,
ainda, importante examinar se a propriedade imóvel em questão seria utilizada diretamente pela entidade
imune em sua atividade-fim, ou se seria cedida a entidade privada que se destinaria a explorá-la com
intuito lucrativo. Observou que a recorrente seria uma instrumentalidade da União, isto é, entidade
derivada, criada com a finalidade de executar um mister que a Constituição atribuiu à União. Por fim,
asseverou caber à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel
atenderia, ou não, ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado.
Assim, reconheceu a imunidade do imóvel pertencente à União, mas afetado à CODESP, utilizado em
suas atividades-fim. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso,
Presidente, que desproviam o recurso. Precedentes citados: RE 172816/RJ (DJU de 13.5.94); RE
356711/PR (DJU de 7.4.2006); RE 253394/SP (DJU de 11.4.2003); RE 265749/SP (DJU de 12.9.2003).
RE 253472/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa,
25.8.2010. (RE-253472)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 597, Plenário)
O Informativo STF Mensal apresenta todos os resumos de julgamentos divulgados pelo Informativo STF concluídos no
mês a que se refere e é organizado por ramos do Direito e por assuntos.
SUMÁRIO
Direito Administrativo
Atos Administrativos
Prazo para Registro de Aposentadoria e Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa - 6 e 7
Prazo para Registro de Pensão e Garantias do Contraditório e da Ampla Defesa - 3
Direito Constitucional
Conflito de Atribuições
Conflito de Atribuições e Falsificação de Documento Público
Controle de Constitucionalidade
Composição de Tribunal de Contas e Transição de Modelos Constitucionais
Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão: Humor e Liberdade de Imprensa - 1 a 3
Medida Provisória: Pressupostos Constitucionais e Matéria Processual - 1 e 2
Embargos de Declaração e Modulação de Efeitos - 2
Escolha de Diretor-Geral da Polícia Civil e Autonomia Estadual - 1 e 2
Matéria Tributária e Delegação Legislativa - 1
Modulação de Efeitos e Suspensão de Julgamento - 2
Contribuição Previdenciária de Inativos e Pensionistas e Mudança de Paradigma - 1
EC 20/98: Contribuição Previdenciária de Inativos e Pensionistas e Inconstitucionalidade - 2
Empresas Optantes do Simples Nacional e Isenção de Contribuições - 5 a 8
Segurança Pública e Inclusão de Órgão - 1 a 3
Dupla Identificação do Eleitor e Princípios da Proporcionalidade e da Razoabilidade - 1 e 2
Extradição
Extradição e Princípio do “Non Bis in Idem”
Mandado de Segurança
Decadência e Prestações de Trato Sucessivo
Precatórios
Fracionamento de Precatório: Custas Processuais e Requisição de Pequeno Valor
Direito Eleitoral
Eleições
Lei da “Ficha Limpa”: Inelegibilidade e Renúncia - 1 a 11
Lei da “Ficha Limpa”: Inelegibilidade e Renúncia - 12 e 13
Direito Penal
Penas
Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substituição de Pena Privativa de Liberdade por Restritivas de
Direitos - 13
Tráfico de Drogas: Crime Conexo e Substituição de Pena
Configuração da Interestadualidade de Tráfico de Drogas
Prescrição
Estelionato Previdenciário: Natureza e Prescrição
Pena Restritiva de Direitos e Prescrição
Lei de Imprensa e Causa Interruptiva de Prescrição
Prescrição e Prazo entre a Citação e o Interrogatório
Princípios e Garantias Penais
Princípio da Consunção: Crime contra a Ordem Tributária e Falsidade Ideológica - 1 e 2
Rádio Comunitária Clandestina: Princípio da Insignificância e Excepcionalidade
Reincidência
Reincidência e Meio de Prova
Tipicidade
Porte Ilegal de Arma de Fogo e Exame Pericial
Direito Previdenciário
Benefícios Previdenciários
Novo Teto Previdenciário e Readequação dos Benefícios - 1 e 2
Direito Tributário
Impostos
ISS e Operações de Locação de Bens Móveis
IPI e Creditamento: Insumos Isentos, Não Tributados ou Sujeitos à Alíquota Zero - 4 e 5
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conflito de Atribuições
Controle de Constitucionalidade
Mandado de Segurança
Precatórios
DIREITO ELEITORAL
Eleições
DIREITO PENAL
Penas
Prescrição
Reincidência
Tipicidade
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Benefícios Previdenciários
Habeas Corpus
Juiz
Liberdade Provisória
Nulidades
Prisão
Revisão Criminal
O Informativo STF Mensal apresenta todos os resumos de julgamentos divulgados pelo Informativo STF concluídos no
mês a que se refere e é organizado por ramos do Direito e por assuntos.
SUMÁRIO
Direito Administrativo
Agentes Públicos
Revisão Geral de Remuneração (28,86%): Servidores Civis e Militares
Atividade Policial: Aposentadoria e Recepção da LC 51/85
Acumulação de Cargos e Demissão - 1 e 2
Concurso Público
Concurso Público para Cargo de Procurador da República e Requisito Temporal
Direito Constitucional
Competência Originária do STF
Conflito de Atribuições e Pronaf
Conselho Nacional de Justiça
Decisão Judicial e Suspensão de Efeitos pelo CNJ
Controle de Constitucionalidade
Remuneração de Servidor Público e Vício Formal
Tribunal de Contas: Lei Orgânica e Vício Formal
Tribunal de Contas: Composição e Modelo Federal
Recebimento de Denúncia: Suspensão Preventiva Automática e Devido Processo Legal
Vinculação de Receita de Custas e Emolumentos: Prejudicialidade
Extradição
Extradição e Prescrição - 1 e 2
Direito Eleitoral
Eleições
Lei da “Ficha Limpa”: Inelegibilidade e Renúncia - 1 a 4
Direito Penal
Crimes contra a Liberdade Pessoal
Rapto e “Abolitio Criminis”
Extinção de Punibilidade
HC: Prescrição e Redimensionamento da Pena
Corrupção de Menores para Prática de Mendicância e “Abolitio Criminis”
Penas
Superveniência de Condenação e Alteração da Data-Base
Comutação de Pena e Revogação de Livramento Condicional
Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de Aumento
Roubo: Emprego de Arma Branca e Causa de Aumento
Pena de Multa e Súmula 719 do STF
Unificação de Penas e Alteração de Data-Base
Homicídio e Confissão Espontânea
Princípios e Garantias Penais
Art. 290 do CPM e Princípio da Insignificância - 1 e 2
Crime de Descaminho e Princípio da Insignificância
Princípio da Insignificância e Descaminho - 2
Tráfico Internacional de Munição e Princípio da Insignificância
Princípio da Insignificância e Elementos Subjetivos Desfavoráveis
Direito Tributário
Impostos
Repercussão Geral e Alteração nas Premissas Fático-Jurídicas - 1 e 2
DIREITO ADMINISTRATIVO
Agentes Públicos
Concurso Público
DIREITO CONSTITUCIONAL
Competência Originária do STF
Controle de Constitucionalidade
Extradição
Extradição e Prescrição - 1
O Plenário indeferiu pedido de extradição executória formulado pela República Italiana em que se
postulava a entrega de nacional para cumprimento de execuções decorrentes de 4 acórdãos condenatórios
proferidos por diversos tribunais de Roma. No caso, o extraditando fora condenado a uma pena total de
12 anos e 11 meses de reclusão pela prática dos crimes de desvio ou subtração de armas; armas
clandestinas; transporte ilícito, para local público ou aberto, de armas, substâncias químicas, explosivos e
engenhos; seqüestro de pessoas; assalto; receptação; atentado para o fim de terrorismo ou de eversão;
favorecimento pessoal; quadrilha; associação subversiva e associação para fins de terrorismo ou de
eversão da ordem democrática. Sua prisão preventiva para fins de extradição ocorrera em 3.7.2008, sendo
revogada em 1º.10.2010, por força de liminar concedida pelo Min. Gilmar Mendes, relator. De início,
verificou-se que o pleito extradicional preencheria as formalidades exigidas pelo art. 80 da Lei 6.815/80 e
pelo art. 11 do tratado bilateral específico. Em passo seguinte, procedeu-se à análise do primeiro acórdão
condenatório, no qual o Governo requerente afirmava que o extraditando seria membro de uma
associação subversiva — denominada Nuclei Armati Rivoluzionari - R.A.R. — e que teria, entre os meses
de dezembro de 1979 a março de 1982, atuado com finalidade terrorista e subvertido a ordem
democrática. Consignou-se que o ponto mais complexo na apreciação desse aresto diria respeito à
possível classificação dos fatos como crimes políticos puros, matéria prejudicial ao exame dos requisitos
da dupla punibilidade e tipicidade. Constaria da nota verbal que o extraditando fora condenado por
homicídio, tentativa de homicídio e lesões corporais — infligidas a 2 policiais e a 3 transeuntes —
durante assalto a banco, bem como por roubo qualificado perpetrado contra outra instituição bancária e
por extorsão mediante seqüestro. Considerou-se que, embora houvesse certa motivação política, os fatos
narrados caracterizar-se-iam como crimes comuns, sendo, pois, passíveis de extradição.
Ext 1140/República Italiana, rel. Min. Gilmar Mendes, 21.10.2010. (Ext-1140)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 605, Plenário)
Extradição e Prescrição - 2
Assim, passou-se à apreciação da dupla punibilidade, requisito este reputado presente, com exceção
aos delitos de detenção e porte ilegítimo de armas. Aduziu-se não ser possível o deferimento
relativamente a eles, já que, no tocante aos crimes previstos nos artigos 10 e 12 da Lei italiana 497/74 —
que estabeleceu disposições para o controle de armas —, no direito pátrio, tais delitos eram punidos a
título de contravenção penal, consoante a legislação então em vigor. Quanto aos crimes constantes dos
artigos 21 e 23 da Lei italiana 110/75 — que dispôs sobre o controle de armas, munições e substâncias
explosivas —, salientou-se que as condutas delituosas seriam absorvidas pelos crimes de roubo
qualificado, extorsão mediante seqüestro, homicídio e tentativa de homicídio qualificados. A posse de
armas clandestinas, por sua vez, constituiria ante-fato não punível, haja vista caracterizar-se como meio
necessário para atingir o desideratum maior. Procedeu-se, em seguida, à análise da prescrição nos termos
das leis brasileira e italiana, e observou-se a sua ocorrência, a impedir a extradição. Assinalou-se, a
respeito da primeira condenação, que, considerado o seu trânsito em julgado em 5.6.89, a pena de 3 anos
e 4 meses de reclusão imposta pelo crime de atentado teria prescrito em junho de 1997. Já as demais
condenações de 10 meses de reclusão cominadas ao extraditando a título de continuação teriam prescrito
em junho de 1991. No tocante ao segundo acórdão condenatório, enfatizou-se que as condutas atribuídas
ao extraditando teriam sido cometidas quando ele era menor de 18 anos, o que tornaria inviável o pedido
de extradição, ante a inimputabilidade do acusado à época dos fatos. Com referência aos dois últimos
objetos do pleito extradicional, afirmou-se a ocorrência da prescrição segundo a legislação brasileira,
tendo em conta que, impostas penas de 6 meses e 10 dias de reclusão por ofensa aos artigos 12 e 14 da
referida Lei 497/74 e de 1 ano de reclusão por participação em associação eversiva, as sentenças teriam
transitado em julgado, respectivamente, em 11.12.91 e 20.7.93. Por fim, confirmou-se a liminar
concedida para revogar a prisão preventiva decretada em desfavor do extraditando.
Ext 1140/República Italiana, rel. Min. Gilmar Mendes, 21.10.2010. (Ext-1140)
(Informativo 605, Plenário)
DIREITO ELEITORAL
Eleições
DIREITO PENAL
Crimes contra a Liberdade Pessoal
Extinção de Punibilidade
Competência
HC e Transferência de Presídio
A 2ª Turma indeferiu habeas corpus em que pretendida a transferência de interno do sistema
prisional a presídio distinto do que se encontra e mais perto da residência de seus familiares. Alegava a
impetração que estabelecimento em que ora cumprida a pena seria destinado ao recolhimento de presos de
alta periculosidade, o que não seria o caso do paciente. Aduziu-se que a via estreita do writ não seria
adequada para analisar os fundamentos pelos quais o paciente fora encaminhado à unidade prisional tida
como de maior rigor. Reputou-se, ademais, que a defesa não teria formulado nenhum pedido de
transferência em favor do apenado perante o juízo das execuções, ao qual caberia analisar o pleito, pois
mais próximo da realidade factual. Entretanto, observou-se que o simples fato de o paciente estar
condenado a delitos tipificados como de gravidade elevada não obstaria, por si só, a possibilidade de ser
transferido para um presídio não distante de sua família, considerada a base da sociedade e dotada de
especial proteção por parte do Estado (CF, art. 226).
HC 101540/SP, rel. Min. Ayres Britto, 19.10.2010. (HC-101540)
(Informativo 605, 2ª Turma)
Habeas Corpus
Inquérito Policial
Nulidades
Prisão Penal
Provas
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos
O Informativo STF Mensal apresenta todos os resumos de julgamentos divulgados pelo Informativo STF concluídos no
mês a que se refere e é organizado por ramos do Direito e por assuntos.
SUMÁRIO
Direito Administrativo
Agentes Públicos
Art. 37, XI, da CF: procuradores autárquicos e procuradores de estado - 5 e 6
Procurador da Fazenda e redução de férias
Atos Administrativos
Registro de aposentadoria: garantias constitucionais e anistia
Concurso Público
Concurso público para cargo de motorista e exame de aptidão física
Direito Constitucional
Competência Originária do STF
Notificação judicial do Presidente da República e competência do STF - 2
Competência Tributária
Extinção de execução fiscal de pequeno valor: autonomia municipal e acesso à jurisdição - 1 e 2
Conselho Nacional de Justiça
CNJ e ausência de intimação em procedimento de controle administrativo
Controle de Constitucionalidade
ADC e art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93 - 3 a 5
EC 30/2000: precatórios pendentes e precatórios futuros - 4 e 5
Telefonia móvel e competência legislativa - 1 e 2
Internet: caracterização do serviço e competência legislativa
Controle Interno
Município: recursos públicos federais e fiscalização pela CGU - 2 e 3
Magistratura
Promoção de juiz federal
Organização dos Poderes
Taxa de classificação de produtos vegetais e recepção
Recurso em Mandado de Segurança
RMS e art. 515, § 3º, do CPC
Reserva de Plenário
Reclamação: inconstitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93 e ofensa à Súmula
Vinculante 10 - 4
Direito do Trabalho
Rescisão
Lei 8.880/94: demissão sem justa causa e indenização adicional - 2
Direito Eleitoral
Crimes Eleitorais
Falsidade ideológica para fins eleitorais e prestação de contas - 1 a 3
Direito Penal
Crime
Arrependimento posterior e requisitos
Estatuto da Criança e do Adolescente
ECA: rito e princípio da identidade física do juiz
Penas
Reparação de dano e restituição de valor irrisório
Princípios e Garantias Penais
Art. 290 do CPM e princípio da insignificância - 3
Princípio da insignificância e furto
Princípio da insignificância: furto privilegiado e serviço público - 2
Direito Previdenciário
Contribuições Previdenciárias
Contribuição previdenciária de inativos e pensionistas: período compreendido entre a EC 20/98 e
a EC 41/2003
Direito Tributário
Responsabilidade Tributária
Responsabilidade de sócios cotistas por débitos contraídos junto à Seguridade Social - 1 a 5
DIREITO ADMINISTRATIVO
Agentes Públicos
Atos Administrativos
Registro de aposentadoria: garantias constitucionais e anistia
O Plenário, por maioria, concedeu parcialmente mandado de segurança para anular acórdão do
Tribunal de Contas da União - TCU e restabelecer a percepção dos proventos de aposentadoria da
impetrante, até que nova decisão seja proferida, em processo no qual lhe sejam garantidos a ampla defesa
e o contraditório. Tratava-se, na espécie, de writ impetrado contra decisão da Corte de Contas que negara
registro à aposentadoria da impetrante ao fundamento de que ela não teria comprovado vínculo com a
Administração Pública antes de ser beneficiada por anistia (26.5.89), outorgada com amparo na EC 26/85,
em que determinada a sua reintegração ao serviço público. Por conseguinte, o TCU desconstituíra o ato
concessivo de anistia e cassara seus efeitos. Salientou-se que a apreciação, para fins de registro, do ato de
concessão inicial de aposentadoria da impetrante fora realizada pelo TCU passados mais de 10 anos de
sua efetivação. Nesse sentido, rememorou-se a orientação firmada pelo STF no julgamento do MS
26116/DF (j. em 8.9.2010, v. Informativo 599) em que assentada a necessidade de se assegurar aos
interessados as garantias do contraditório e da ampla defesa caso decorridos mais de 5 anos da apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Aduziu-se, ainda, que a
negativa de registro da aposentadoria invalidara a própria anistia concedida à impetrante 15 anos antes e
sem que observados os princípios do contraditório e da ampla defesa. Consignou-se que, se a
Administração Pública tivesse, por meio de procedimento administrativo autônomo, procedido à revisão
da anistia, teria que proporcionar à impetrante o contraditório e a ampla defesa. Assim, não faria sentido
que — no bojo do procedimento de apreciação, para fins de registro, do ato de aposentadoria — pudesse
fazê-lo sem considerar essas mesmas garantias. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa
que concediam a ordem em maior extensão por não reconhecerem ao TCU a atribuição de examinar a
licitude, ou não, da anistia.
MS 26053/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.11.2010. (MS-26053)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 609, Plenário)
Concurso Público
Princípios e Garantias
Competência Tributária
Controle de Constitucionalidade
Controle Interno
Magistratura
Promoção de juiz federal
A norma do art. 93, II, b, da CF não se aplica à promoção de juízes federais por merecimento, em
razão de estar submetida, ante o critério da especialidade, apenas ao requisito do implemento de 5 anos de
exercício, conforme disposto no art. 107, II, da mesma Carta, incluído o tempo de exercício no cargo de
juiz federal substituto (“Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: ... II - promoção de entrância para
entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: ... b) a
promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite
o lugar vago ... Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: ... II - os demais, mediante
promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento,
alternadamente.”). Ao reiterar essa orientação, o Plenário desproveu agravo regimental interposto contra
decisão monocrática do Min. Ayres Brito, que negara seguimento a mandado de segurança, do qual
relator, em que pleiteada a exclusão de juízes federais que não se encontrassem na primeira quinta parte
da lista de antiguidade em determinado concurso de acesso ao TRF respectivo. Enfatizou-se que a Justiça
Federal estaria organizada sem entrâncias, consideradas de um mesmo grau todas as seções judiciárias
distribuídas pelas unidades federadas, o que afastaria a incidência da regra geral do art. 93, II, da CF, a
qual pressupõe a distribuição na carreira por mais de uma entrância. Consignou-se, também, que a
promoção de juízes federais diferiria da dos juízes do trabalho, dado que, para esta, não haveria menção
de tempo mínimo específico, embora ambas pertençam à Justiça da União. Vencido o Min. Marco
Aurélio que provia o regimental para que houvesse a seqüência do writ ao fundamento de que a questão
relativa à obrigatoriedade, ou não, de o promovido por merecimento figurar na primeira quinta parte dos
juízes mais antigos ainda não teria sido apreciada pelo Supremo. Precedente citado: MS 21631/RJ (DJU
de 4.8.2000).
MS 27164 AgR/DF, rel. Min. Ayres Britto, 10.11.2010. (MS-27164)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 608, Plenário)
Reserva de Plenário
DIREITO DO TRABALHO
Rescisão
DIREITO ELEITORAL
Crimes Eleitorais
DIREITO PENAL
Crime
Penas
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Contribuições Previdenciárias
Competência
Nulidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Responsabilidade Tributária
O Informativo STF Mensal apresenta todos os resumos de julgamentos divulgados pelo Informativo STF concluídos no
mês a que se refere e é organizado por ramos do Direito e por assuntos.
SUMÁRIO
Direito Administrativo
Agentes Públicos
Serviço Público: cessação de relação jurídica e contraditório - 2
Cargo Público
Cargo público: mudança de atribuições e lei formal
Concurso Público
Serventia extrajudicial e concurso público - 1 e 2
Princípios Constitucionais da Administração Pública
Regime de concessão e controle abstrato
Direito Constitucional
Competência Originária do STF
Reclamação e decreto expropriatório
Controle de Constitucionalidade
ADI: prestadoras de serviço de telefonia fixa e individualização de informações nas faturas
ADI: ilegitimidade ativa e composição heterogênea
ADI e usurpação de competência - 1 e 2
Direitos e Garantias Fundamentais
Compartilhamento de dados sigilosos e órgãos administrativos fiscais
Quebra de sigilo bancário pela Receita Federal - 1 a 3
Direito ao silêncio e entrevista a jornal
Extradição
Extradição e colidência de interesses da defesa - 1 e 2
Poder Legislativo
Prefeito e autorização para viagem
Precatórios
Precatórios: parcelamento e incidência de juros - 1 a 3
Direito Eleitoral
Sistema Eleitoral
Renúncia a mandato parlamentar e coligação - 1 a 3
Direito Penal
Crimes contra a Administração da Justiça
Expulsão e reingresso
Extinção da Punibilidade
Extinção da punibilidade e certidão de óbito falsa - 3
Penas
Dosimetria da pena e proporcionalidade - 4
Estupro e atentado violento ao pudor: continuidade delitiva - 1 e 2
Princípios e Garantias Penais
Contrabando e princípio da insignificância
Furto de munição e princípio da insignificância
Princípio da insignificância e reincidência
Direito Tributário
Impostos
IPTU: Progressividade e EC 29/2000 - 2 a 4
Imunidade Tributária
Art. 155, § 3º, da CF/88: imunidade e taxa
Imunidade tributária recíproca: sociedade de economia mista e serviços de saúde - 4
Princípios Constitucionais Tributários
Lei 10.182/2001: extensão de incentivo fiscal e mercado de reposição - 3
DIREITO ADMINISTRATIVO
Agentes Públicos
Cargo Público
Concurso Público
Direito Constitucional
Competência Originária do STF
Controle de Constitucionalidade
Extradição
Poder Legislativo
Precatórios
DIREITO ELEITORAL
Sistema Eleitoral
DIREITO PENAL
Crimes contra a Administração da Justiça
Expulsão e reingresso
O Plenário concedeu, em parte, habeas corpus impetrado em favor de nacional português, para que
se afaste a prisão a ele imposta até o julgamento final de seu processo administrativo, em trâmite no
Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, no qual pleiteia a revogação do ato que o
expulsou do território brasileiro. Na espécie, o paciente, expulso por decreto presidencial de 2.6.81,
retornara ao Brasil diversas vezes, sendo que, na última, fora preso, em 15.9.2009, pelo cometimento do
crime previsto no art. 338 do CP (“Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi
expulso...”), ao se apresentar à delegacia de Polícia Federal, com o intuito de obter informações sobre a
Lei 11.961/2009, que dispõe sobre a residência provisória para o estrangeiro em situação irregular no
território nacional e dá outras providências. Tendo em conta o que disposto nesse novo diploma legal
(“Art. 1º Poderá requerer residência provisória o estrangeiro que, tendo ingressado no território
nacional até 1º de fevereiro de 2009, nele permaneça em situação migratória irregular. Art. 2º
Considera-se em situação migratória irregular, para fins desta Lei, o estrangeiro que: I - tenha
ingressado clandestinamente no território nacional;”), o fato de o paciente ter-se apresentado
voluntariamente à delegacia, com vistas a regularizar sua situação, e a pendência do julgamento do pedido
de revogação do decreto de expulsão, entendeu-se que se deveria aguardar a conclusão deste, bem como
eventual análise, pelo Ministério da Justiça, acerca do direito, ou não, do paciente ao benefício previsto
naquela lei.
HC 101528/PA, rel. Min. Dias Toffoli, 9.12.2010. (HC-101528)
1ª parte
2ª parte
3ª parte
(Informativo 612, Plenário)
Extinção da Punibilidade
Penas
Habeas Corpus
HC e processo administrativo
Habeas corpus não é a via adequada para trancamento de processo administrativo, uma vez não
estar em jogo a liberdade de ir e vir (CF, art. 5º, LXVIII). Esse o entendimento da 1ª Turma ao extinguir,
sem julgamento de mérito, writ impetrado com o fim de sustar o andamento de processo administrativo
disciplinar instaurado contra o paciente.
HC 100664/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 2.12.2010. (HC-100664)
(Informativo 611, 1ª Turma)
Inquérito Policial
Nulidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos
Imunidade Tributária