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RESUMO
O presente trabalho busca refletir sobre didática e metodologia no ensino de artes na educação
infantil. Ao tratar o ensino de artes na educação infantil, traz uma abordagem o sobre o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil no contexto das políticas públicas para
educação infantil.
1 INTRODUÇÃO
A arte nas suas mais diversas formas de manifestações, “a música, a literatura, a arte
teatral, as artes visuais, etc.”, traz consigo uma importante ferramenta de transformação dos
indivíduos e do meio em que vive. Neste sentido o ensino de artes nas escolas torna-se
fundamental para o desenvolvimento dos educandos.
Na busca por uma maior compreensão acerca do conceito de arte, Kury (2001) em seu
dicionário da língua portuguesa, nos leva ao entendimento de que arte é “o conjunto das normas
mais ou menos perfeita para a execução de qual quer coisa; atividade criadora; expressão de
um ideal de beleza nas obras humanas; conjunto de obras artísticas de um país, de uma época”,
dentre outras.
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Da mesma forma Kury (2001) traz o conceito de visual como sendo “algo relativo ou
pertencente à vista ou a visão; aparência, aspecto.
Dentro deste contexto, a arte visual está imersa em conceito de arte muito amplo, sendo
desta forma compreendida como um conjunto de artes que possuem a visão como principal
forma de apreciação e aproximação. As artes visuais em sua amplitude, envolve áreas como o
teatro, dança, pinturas, colagens, gravuras, cinema, fotografia, escultura, arquitetura, moda,
paisagismo, decoração, etc.
A escola, Brasil (1998, p.63) “[...] deve colaborar para que os alunos passem por um
conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação,
sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal”. Assim, garantido um ensino
de artes visuais que proporcione crescimento e desenvolvimento do aluno.
Desta forma, este trabalho através de uma pesquisa bibliográfica, se propõe refletir
sobre didática e metodologias de ensino empregadas no ensino de artes visuais na educação
infantil. Para tanto, utilizando-se do volume 3 da RCNEI - Referencial Curricular Nacional para
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a Educação Infantil, busca construir um entendimento no âmbito das políticas públicas sobre o
que o documento propõe para o ensino de artes na educação infantil.
Dentre as variadas formas de arte que devem ser exploradas pelo professor, o desenho
se destaca, pois, o desenvolvimento do desenho indica a mudança de significações e o
desenvolvimento progressivo da criança. “por meio do desenho, a criança cria e recria
individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e
sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e
adultos” (BRASIL, 1998, p. 92).
O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma
competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar
com conteúdo de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais
até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este
caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do
profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente
sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a
comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São
instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a
observação, o registro, o planejamento e a avaliação (BRASIL, 1998, p. 41).
O trabalho com as Artes Visuais na educação infantil requer profunda atenção no que
se refere ao respeito das peculiaridades e esquemas de conhecimento próprios à cada
faixa etária e nível de desenvolvimento. Isso significa que o pensamento, a
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Para as orientações didáticas, o documento orienta fazendo uma separação dos alunos
na educação infantil em dois grupos, o primeiro grupo agrega as crianças em idades de 0 a 3
anos e o segundo grupo é composto pelas crianças entre 4 e 6 anos. Para esses dois grupos
também diferem os objetivos da educação. Os objetivos da educação de 0 a 3 anos:
• interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras
artísticas (regionais, nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato,
ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;
O cuidado com a segurança e seleção de materiais deve estar sempre presente na ação
do educado, que também deve trabalhar com as crianças o cuidado consigo e com os outros. “A
seleção dos materiais deve ser subordinada à segurança que oferecem. Deve-se evitar materiais
tóxicos, cortantes ou aqueles que apresentam possibilidade de machucar ou provocar algum
dano para a saúde das crianças” (BRASIL, 1998, p. 99).
Uma delas é, partindo das produções já feitas pelas crianças, sugerir-lhes, por
exemplo, que copiem seus próprios desenhos em escala maior ou menor. Esse tipo de
atividade possibilita que a criança reflita sobre seu próprio desenho e organize de
maneira diferente os pontos, as linhas e os traçados no espaço do papel. Outra
possibilidade é utilizar papéis que já contenham algum tipo de intervenção, como, por
exemplo, um risco, um recorte, uma colagem de parte de uma figura etc., para que a
criança desenhe a partir disso (BRASIL, 1998, p. 100).
É interessante propor às crianças que façam desenhos a partir da observação das mais
diversas situações, cenas, pessoas e objetos. O professor pode pedir que observem e
desenhem a partir do que viram. Por exemplo, as crianças podem perceber as formas
arredondadas dos calcanhares, distinguir os diferentes tamanhos dos dedos, das unhas,
observar a sola do pé e a parte superior dele, bem como as características que
diferenciam os pés de cada um (BRASIL, 1998, p. 101).
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Várias são as ações didáticas que o professor pode utilizar como, produção artísticas
(desenhos, gravuras, pinturas, produção de arquivo e exposição de desenhos feitos com os
alunos, produções advindas de observações e situações diversas, dentre outros. Cabe a cada
professor a partir do conhecimento de sua turma basear sua ação.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para Oliveira E Paz (2014, p. 120) os estudos da cultura visual possibilitam que [...]
na educação das artes visuais sejam exploradas experiências com a arte na qual possamos
problematizar como somos subjetivados por diferentes imagens e artefatos, assim como o que
produzimos durante esses processos.
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[...] “passa a ser fundamental pensar a aprendizagem em artes visuais como uma relação
entre a construção da subjetividade individual e o contexto social, em que não existem
mais receptores nem leitores, mas construtores e intérpretes, situando a nós e nossos
educandos nas relações com o que vemos, nos questionando como, por que e que tipo
de conexões construímos com essas visualidades” (OLIVEIRA; PAZ, 2014, p. 120).
REFERENCIAS
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criatividade no trabalho pedagógico do professor de artes visuais. Revista Quadrimestral da
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 19, Número 1,
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Disponível em: <<
https://www.academia.edu/501141/Como_pensar_a_visualidade_nesse_final_de_s%C3%A9c
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KURY, Adriano Gama. Mine dicionário da língua portuguesa. São Paulo, FTD, 2001.
OLIVEIRA, Marilda Oliveira de; PAZ, Thais Raquel da Silva. Outros rumos na formação
docente em artes visuais – Para onde caminhamos? Educação (Porto Alegre, impresso), v. 37,
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TOCHETTO, Andrieli; FELISBERTO, Lidiane Gomes dos Santos. O ensino de arte e a sua
finalidade: educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. EDUCERE, IV Seminário
Internacional de Representações Sociais, subjetividade e educação. Curitiba, 2013. Disponível
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25/03/2018.