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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT


UNIDADE ACADEMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA

RELATÓRIO N° 01

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE PELA LEI DE STOKES

Aluno: Kleberson John Santos de Maria


Matricula: 118110555
Disciplina: Laboratório de Engenharia Quimica I
Turma: 01
Professor: Eudésio de Oliveira
Data do experimento: 25/02/2018
Data de entrega do relatório: 02/05/2018

Campina Grande, maio de 2018


1 Introdução

Nas aplicações industriais onde atua um engenheiro químico, é sempre


necessário o transporte de fluidos (tanto para trocadores de calor, como os
próprios reagentes e produtos sendo levado para os reatores, entre outros).
Sendo assim, ao lidar com o escoamento de fluidos reais, uma das variáveis de
grande importância nos cálculos do dimensionamento do sistema (bombas,
perda de carga da tubulação etc.) é a viscosidade, pois é sabido que esta, se
relaciona a uma força de resistência ao escoamento do fluido, daí sendo
imprescindível ter conhecimento sobre vários métodos de cálculo desse
parâmetro. O seguinte texto se dá sobre a realização de um experimento em que
se é abordado uma dessas formas, o chamado viscosímetro de Stokes, e analise
de resultados obtidos com os dados da literatura.

1.1 Revisão Bibliográfica

1.1.1 Definição de viscosidade: Lei de Newton

É sabido da experiencia que para os fluidos reais, existe uma diferença entre a
facilidade de escoamento; alguns fluidos têm mais dificuldade ao escoamento
que outros, a água escoa com relativa facilidade, já o mel de abelha, é bastante
resistente a se mover. Logo podemos tentar associar, assim como a massa
mede a resistência ao movimento, alguma propriedade do fluido que meça a
resistência ao escoamento. Para tal façamos o seguinte experimento (analisado
para o caso unidimensional:
Imagine um fluido que está em repouso entre duas placas, na qual uma placa é
fixa, e outra se move com uma velocidade 𝑣0 , logo existe a atuação de uma força
sobre a placa. É natural supor que a camada de fluido próxima a placa ganhará
a velocidade da placa. Entretanto, as camadas inferiores também sentirão a
atuação dessa força (seria o “atrito” interno entre as camadas em contato) de
forma que as camadas inferiores terão velocidade 𝑣 que depende da posição 𝑦.
Entretanto para análise do escoamento nesse caso não é importante a
velocidade de uma camada, mas como a velocidade varia entre as camadas, o
𝑑𝑣
chamado gradiente de velocidade 𝑑𝑦 (no caso unidimensional), pois este de fato
se relaciona com o escoamento. Além disso do atrito interno sabemos que é
formado uma força tangencial ao plano em que o fluido escoa, que cria uma
𝐹
tensão no fluido da forma 𝐴, bastante parecida com a pressão, só que nesse
caso no lugar de comprimir ela tenta “rasgar”(deformar/cisalhar) o fluido,
chamada tensão de cisalhamento 𝜏, e é essa tensão que causa seu escoamento.

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Logo, daí podemos pensar numa relação entre o gradiente e a tensão de
cisalhamento. Se supusermos que ela é de proporcionalidade e chamarmos a
constante de 𝜇, teremos:

𝒗𝟎
𝑦
𝒗 = 𝒗𝟎

d
𝑑𝑣
𝑑𝑦

Figura 1: Esquema das duas placas e do gradiente de velocidades

𝒅𝒗
𝝉= 𝝁 (𝟏)
𝒅𝒚
Essa é a chamada lei da viscosidade de Newton, pois foi ele o primeiro a ter essa
ideia documentada. O coeficiente 𝜇 é chamado de coeficiente de viscosidade do
material ou viscosidade dinâmica, cuja unidade no SI é o Pascal∗segundo ou
𝑃𝑎. 𝑠, mas também utiliza o 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒 (sistema c.g.s), onde 1 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒 = 0,1 𝑃𝑎. 𝑠. Vale
salientar a semelhança desta equação com a lei de hooke, que propõe também
uma relação de proporcionalidade entre a força aplicada e a distensão causada
na mola, ambas as leis pressupõem um comportamento mais simplista para uma
primeira análise (relação linear ou de proporcionalidade). Fluidos que seguem a
lei de viscosidade de Newton são chamados de Newtonianos, e as mesmas
condições de pressão e temperatura, sua viscosidade é constante. Muitos dos
fluidos que vivem ao nosso redor são newtonianos: a água, a maioria dos óleos
lubrificantes e até mesmo o de cozinha, detergentes etc. Entretanto existem
outros fluidos que não se comportam de acordo com a lei de Newton, como
veremos a seguir.

1.1.2 Classificação Reológica dos fluidos

Como dito acima existem vários tipos de fluidos que não seguem a lei da
viscosidade de Newton, ela é um parâmetro inicial, que trouxe a ideia da
viscosidade, mas os fluidos possuem outras relações com ela, onde alguns
exemplos a serem citados: os plásticos de Bingham, os pseudoplásticos e os
fluidos dilatantes

3
Os chamados plásticos de Bingham são fluidos que tem um comportamento
semelhante ao de sólidos (ou seja, ao se submeter uma tensão cisalhante, ele
se deforma, mas não escoa, a princípio), dentro de uma tensão mínima
admissível. Caso seja submetido a uma tensão maior que esta, seu
comportamento torna-se como um fluido newtoniano. Assim chamando de 𝜏0
essa tensão mínima, temos como equação geral:
𝒅𝒗
𝝉 = 𝝉𝟎 + 𝝁 (𝟐)
𝒅𝒚
Perceba que os plásticos de Bingham também possuem comportamento linear,
já que diferem dos fluidos newtonianos a menos de uma constante. Os fluidos
de completação de poços de petróleo são bons exemplos de plásticos de
Bingham

Os Fluidos dilatantes são fluidos cuja viscosidade aumenta quando a taxa de


𝑑𝑣
deformação aumenta, ou seja, sua relação não é linear em relação a , sendo
𝑑𝑦
admitida a formula geral:
𝒅𝒗 𝒏−𝟏 𝒅𝒗
𝝉 = 𝝁| | (3)
𝒅𝒚 𝒅𝒚
Os fluidos que seguem essa mesma lei e que diminuem sua viscosidade quando
a taxa de cisalhamento aumenta, são chamados de pseudoplásticos. Os
polímeros e os coloides se enquadram nesse grupo, e a classica mistura de água
com maisena é um bom exemplo de fluido dilatante.
Tensão Cisalhante (τ)

Taxa de deformação (dv/dy)

Newtoniano Bingham Dilatante


Pseudoplástico Fluido ideal

𝑑𝑣
Figura 2: Comparação dos gráficos 𝜏 𝑥 entre fluidos newtonianos e não
𝑑𝑦
newtonianos. Como o fluido ideal não possui viscosidade, seu gráfico é
𝑑𝑣
uma reta paralela ao eixo 𝑑𝑦 ( imagem meramente ilustrativa)

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Além disso vale salientar a existência de outros fluidos como os viscoelásticos
que possuem um comportamento misto entre os sólidos e os fluidos (muitas
membranas das nossas células e tecidos do nosso são organismo tem esse
comportamento). Dentre tantos outros que existem dentro desse mundo da
mecanica dos fluidos...

1.1.3 Forças de resistência ao escoamento de uma partícula em um


fluido: Numero de Reynolds

Já é sabido da experiencia que toda partícula ao se deslocar num meio fluido


sofre sobre ela uma força de resistência a este movimento de modulo de uma
forma mais geral escrita na forma 𝐹𝑑 = 𝑎𝑣 + 𝑏𝑣 2 onde 𝑎 e 𝑏 são obtidos
experimentalmente. Os termos dessa forma basicamente se resumem as forças
de viscosidade do fluido (𝑎𝑣) e as forças de pressão dinâmica do fluido (𝑏𝑣 2 ).
Então qualquer força de arrasto está submetida a uma dessas forças, de tal
forma que elas definem como se comporta o escoamento de um fluido onde
dependendo da situação, uma dessas forças se torne majoritária, logo basta
apenas fazer a razão entre elas e saberemos quais forças estão no comando do
escoamento. Ao se fazer essa razão o que se obtém (a menos de uma
constante) é um coeficiente adimensional chamado Numero de Reynolds (o
nome em homenagem a seu criador, Osbourne Reynolds) de símbolo Re que é
assim definido:
𝝆𝒗𝒅
𝑹𝒆 = (𝟒)
𝝁

Se Re> 2300 teremos um regime turbulento, (de dificil previsão), porém se


Re<2000 teremos um regime chamado laminar onde o fluido se desloca em
camadas, e onde as forças de viscosidade são levemente mais importantes
(𝐹𝑑 = 𝑎𝑣), que é exatamente o caso da tão famosa Lei de Stokes...

1.1.4 A lei de Stokes, cálculo da viscosidade dinâmica

Existe uma situação bem especifica onde se pode obter o valor de 𝑎


analiticamente. Esse caso foi estudado por um físico e matemático chamado
George Gabriel Stokes ao tentar resolver as equações que regem a mecanica
dos fluidos (Navier-Stokes) para uma esfera de raio r, em um fluido de dimensões
“infinitas” em regime laminar, onde Re < 1 (uma queda muito lenta, em um fluido
bem viscoso), de tal forma que podemos supor que a única força do arrasto é a
dependente da viscosidade. A demonstração excede o nivel desta revisão

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introdutória sobre o assunto, mas é obtida pela integração das tensões normais
e tangenciais da partícula. Essa expressão é conhecida como Lei de Stokes e
tem como resultado:
𝑭𝒅 = 𝟔𝝅𝝁𝒓𝒗𝒕 (𝟓)
Onde:
𝜇 é a viscosidade dinâmica;
𝑟 é o raio da partícula;
𝑣𝑡 é uma velocidade onde há o equilíbrio das forças na partícula chamada
velocidade terminal. Essa velocidade é obtida experimentalmente. Além disso
como no mundo real, as partículas não estão em um meio infinito, implica que
há uma diferença entre o valor obtido experimentalmente e o valor aplicável a lei
de Stokes. Isso decorre a um efeito chamado efeito de borda onde durante a
colisão com o fluido cria-se ondas que levam uma força que acaba atingindo a
própria a partícula alterando sua velocidade. No caso de uma proveta ou um
cilindro qualquer, esse valor pode ser corrigido de acordo com a equação
descrita abaixo:
𝒓
𝒗𝒕 = 𝒗𝒎 (𝟏 + 𝟐, 𝟒. ( )) (𝟔)
𝑹

Onde
𝐿
𝑣𝑚 é a velocidade média (no caso de uma distância L num tempo t, 𝑣𝑚 = )
𝑡

𝑅 é o raio da proveta ou cilindro

1
Figura 3: Gráfico do Coeficiente de arrasto de 𝐹𝑑 = 2 𝐶𝐴 𝜌𝐿 𝐴𝑣 2
(uma forma de ler o termo quadrático de 𝐹𝑑 ) versus Re. A linha
tracejada são os valores deduzidos pela Lei de Stokes. Note que
se Re>1, os erros começam a ser muito grandes (a expressão
acima passa a ser a dominante). Se igualarmos as duas
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equações, temos 𝐶𝐴 = 𝑅𝑒.

Fonte: [1]

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Vale salientar que so valores obtidos pela lei de Stokes, uma equação puramente
analítica, são bastante condizentes com os dados experimentais obtidos por
meio de estudos da fluidodinâmica, onde o termo quadrático da força de arrasto
não é o termo dominante (vide figura acima)
A lei de Stokes possui inúmeras aplicações, principalmente para separação de
misturas, tanto dos sólidos (analise gravimétrica, peneira vibratória) como
líquidos e gases (vasos separadores da indústria do petróleo). Além disso, com
essa lei é possivel calcular a viscosidade de um fluido, desde que o regime de
escoamento seja laminar, com Re < 1, que é a situação do experimento desse
relatório.
Para a modelagem do problema imagine uma partícula esférica, com densidade
baixa caindo num fluido, dentro de uma proveta. Se fizermos o diagrama de
corpo livre, ou seja, a análise das forças que atuam na partícula, teremos: a força
de arrasto, a força de empuxo que é dada pela relação de Arquimedes, e
obviamente a força peso. Daí segue-se as seguintes formulas:
𝟒
𝑭𝒑 = 𝒎𝒈 = 𝝆𝑽𝒆 𝒈 → 𝑭𝒑 = 𝝆𝒆 𝟑 𝝅𝒓𝟑 𝒈 (𝟕) onde 𝑟 é o raio da esfera

𝑭𝒅 = 𝟔𝝅𝝁𝒓𝒗𝒕
𝟒
𝑭𝒆 = 𝒎𝑳 𝒈 = 𝝆𝑳 𝑽𝒆 𝒈 → 𝑭𝒑 = 𝝆𝑳 𝟑 𝝅𝒓𝟑 𝒈 (𝟖)

onde 𝐹𝑒 é a fora de empuxo que pode ser entendia como a força de reação do
fluido pela partícula deslocar uma porção 𝑉𝑒 de fluido para fora de onde está se
desloca.

𝐹𝑑 𝐹𝑒
𝑚

𝑚𝑔⃗

Figura 4: Diagrama de Forças da partícula.

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Segue que, no equilíbrio: 𝑭𝒆 + 𝑭𝒅 = 𝑭𝒑

𝟒 𝟒
𝝆𝑳 𝝅𝒓𝟑 𝒈 + 𝟔𝝅𝝁𝒓𝒗𝒕 = 𝝆𝒆 𝝅𝒓𝟑 𝒈
𝟑 𝟑
𝟒 𝟒
𝟔𝝅𝝁𝒓𝒗𝒕 = 𝝆𝒆 𝝅𝒓𝟑 𝒈 − 𝝆𝑳 𝝅𝒓𝟑 𝒈
𝟑 𝟑
𝟒
𝟔𝝅𝝁𝒓𝒗𝒕 = 𝟑 𝝅𝒓𝟑 𝒈(𝝆𝒆 − 𝝆𝑳 ) , isolando 𝜇:

𝟒 𝟑
𝝅𝒓 𝒈(𝝆𝒆 − 𝝆𝑳 )
𝝁=𝟑
𝟔𝝅𝒓𝒗𝒕
𝟒 𝟏 (𝝅𝒓𝟑 𝒈(𝝆𝒆 − 𝝆𝑳 ))
𝝁= .
𝟑 𝟔 𝝅𝒓𝒗𝒕
Simplificando, chega-se a tão conhecida fórmula de Stokes para a viscosidade:
𝟐 𝟐 𝟏
𝝁= (𝒓 𝒈(𝝆𝒆 − 𝝆𝑳 )) (𝟗)
𝟗 𝒗𝒕

Lembrando que esta velocidade terminal deve estar corrigida para os cálculos
estarem corretos. Agora que a teoria está revisada podemos voltar ao
experimento em si.

1.2 Objetivos do experimento


Calcular o coeficiente de viscosidade do oleo e do detergente dados utilizando a
formula de Stokes para a velocidade e os equipamentos que se dispõe no
laboratório de LEQ I.

2 Materiais utilizados para o experimento

 1 Balança Analítica;

 1 Termômetro:

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 2 Provetas:

 1 Cronômetro (do celular, no caso);

 Fita adesiva

 1 Régua graduada milimetrada

Além disse ainda tivemos como os produtos a serem calculados sua viscosidade:

 Óleo comestível:

 Detergente.

3 Metodologia Utilizada

Primeiramente foi se medido a temperatura do ambiente, que estava da ordem


dos 25 °C, dentro das condições padrão de temperatura e pressão
Após isso foi se iniciar a pesagem, para tal foi-se divido em 2 grupos para agilizar
o processo, além disso, cada grupo fazia uma etapa da metodologia e também
havia troca de informações comuns aos dois, como as massas e volumes para
os cálculos das densidades dos fluidos usados (detergente e óleo de cozinha),
bem as alturas das marcações das provetas.
Ao se chegar no laboratório já existiam 2 provetas com os fluidos neles
guardados e marcações com fita adesiva não sendo necessário mais nenhum
procedimento nesse quesito. Lembrando também que a densidade 𝜌𝑒 da esfera
já tinha sido dada na apostila de LEQ I.
𝒑𝒆 = 𝟐, 𝟓𝟕 𝒈/𝒄𝒎𝟑
Voltando a pesagem foi-se feita a pesagem das 5 bolinhas de uma vez na
balança analítica, devidamente tarada com o vidro de relógio usado para tal, de
forma que para se achar a massa de uma bolinha em especifico realizou-se uma
média aritmética das massas (o que é coerente já que todas possuem a mesma
densidade):

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Tabela 1 : Massa pesada durante o experimento.

Fluido Massa pesada (5 𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒂𝒅𝒂


Massa de 1 bolinha ( )
bolinhas) 𝟓

Óleo 0,3032 g 0,0606 g


Detergente 0,3062 g 0,0612 g

Depois partiu para as medições das dimensões da proveta. Para tal utilizou-se
da régua milimetrada e foi obtido os seguintes valores:

Tabela 2: Medidas das dimensões das provetas (raio e distância entre as faixas).

Fluido Raio da proveta (R) Distancia entre a


faixas (L)
Óleo 4 cm 31 cm
Detergente 0,8 cm 19,9 cm

Após a realização de todos as medidas necessárias pra os cálculos, iniciou a


realização do experimento em si, onde foi se jogada as bolinhas pesadas nos
seus respectivos fluidos e, com um cronometro de um celular, marcou-se o
tempo entre a bolinha chegar na primeira faixa de fita até atravessar-se a faixa
mais a baixo, tentando sempre minimizar o erro humano ( marcando o mais
rápido possivel). Assim obteve-se:

Tabela 3: Tempos obtidos com o experimento.

Esferas de vidro Óleo comestível Detergente


Tempo Tempo
1° 2,44 s 22,62 s
2° 2,22 s 22,35 s
3° 2,23 s 19,74 s
4° 2,30 s 23,64 s
5° 2,44 s 22,37 s
Média 2,33 s 22,14 s

Após isso foi se feita uma medição de massa de um volume especifico de cada
fluido para o posterior calculo da densidade, de forma que os dados obtidos são:

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Tabela 4: Dados de massa e volume dos fluidos estudados para posterior cálculo de densidade.

Fluidos Volume Massa


Óleo 15 ml 13,6447 g
Detergente 13 ml 12,7867 g

4 Resultados e cálculos

1. Determinação do raio da esfera de vidro:

𝒎𝒆
Sabendo que 𝝆𝒆 = , onde o índice e se relaciona com a esfera
𝒗𝒆
(exceto no empuxo) temos, usando a massa das bolinhas usadas com o
óleo:

𝑚𝑒1 0,0606
𝑉𝑒1 = → 𝑉𝑒1 = = 0,0236 𝑐𝑚3
𝜌𝑒1 2,57

4 3 3𝑉𝑒
Mas sabemos que 𝑉𝑒 = 𝜋𝑟 3 , dai 𝑟 = √
3 4𝜋

𝟑 3. (0,0236)
𝒓𝟏 = √ → 𝒓𝟏 = 0,178 𝑐𝑚
4. (3,14)
.

E para o detergente, temos de modo análogo

𝑚𝑒2 0,0612
𝑉𝑒2 = → 𝑉𝑒2 = = 0,0238 𝑐𝑚3
𝜌𝑒2 2,57

𝟑 3. (0,0238)
𝒓𝟐 = √ → 𝒓𝟐 = 0,178 𝑐𝑚
4. (3,14)
2. Calculo da velocidade média e velocidade terminal

𝐿
Da fórmula dada na introdução: 𝑣𝑚 = 𝑡 , onde L é a distância entre
as faixas e t o tempo médio, daí para o óleo:

11
31
𝑣𝑚1 = = 13,3 𝑐𝑚/𝑠
2,33
E da mesma forma para o detergente:
19,9
𝑣𝑚2 = = 0,90 𝑐𝑚/𝑠
22,14
Agora para a correção da velocidade terminal

𝑟
𝑣𝑡1 = 𝑣𝑚1 (1 + 2,4. ( ))
𝑅
0,178
𝑣𝑡1 = 13,3 (1 + 2,4. ( )) = 14,72 𝑐𝑚/𝑠
4,0
Para o detergente:

0,178
𝑣𝑡1 = 0,90 (1 + 2,4. ( )) = 1,38 𝑐𝑚/𝑠
0,8

3. Cálculo das densidades dos fluidos

Para o óleo:

𝑚𝐿1 13,6447
𝜌𝐿1 = = = 0,91 𝑔/𝑐𝑚3
𝑉𝐿1 15

E para o detergente:

12,7867
𝜌𝐿2 = = 0,98 𝑔/𝑐𝑚3
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4. Calculo da viscosidade dinâmica dos fluidos, usando a formula Stokes


deduzida na introdução:

Para o óleo:
2 1
𝜇1 = (𝑟1 2 𝑔(𝜌𝑒 − 𝜌𝐿1 ))
9 𝑣𝑡1

12
2 1
𝜇1 = (0,031 ∗ 981(2,57 − 0,91))
9 14,72
𝜇1 = 0,76 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒

Onde 𝑔 = 981𝑐𝑚/𝑠 2
Para o detergente:

2 1
𝜇2 = (0,031 ∗ 981(2,57 − 0,98))
9 1,38
𝜇1 = 7,78 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒

5. Cálculo da Força de arrasto


Para o óleo:

𝐹𝑑 = 6𝜋𝜇𝑟𝑣𝑡
𝐹𝑑 = 6 ∗ (3,14)(0,76)(0,178)(14,72)
𝐹𝑑 = 37,51 𝑑𝑦𝑛 𝑜𝑢 𝐹𝑑 = 0,0003751 𝑁

Para o detergente:

𝐹𝑑 = 6 ∗ (3,14)(7,78)(0,178)(1,38)
𝐹𝑑 = 36,00 𝑑𝑦𝑛 𝑜𝑢 𝐹𝑑 = 0,00036 𝑁

5 Discussão dos resultados

Olhando os dados podemos notar de cara que os valores


correspondentes aos resultados obtidos não vão condizer com os dados
experimentais (especialmente para o caso do detergente), bastando para
isso uma simples comparação e analise de erro, como com a tabela
abaixo:

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Tabela 5: Comparação dos valores obtidos e os dados da literatura. Os dados da literatura
foram obtidos por média aritmética dos valores máximos e mínimos obtidos nas fontes.
Fonte: [2] para o óleo e [3] para o detergente

Fluido 𝝁 experimental 𝝁 teórico Erro Erro %


Óleo 0,76 Poise a 0,6035 0,26 26%
25°C Poise a
20°C
Detergente 7,78 Poise 6,50 Poise 0,20 20%
a 20°C

Outro fato espantoso foi o caso de o fluido com a menor viscosidade ter tido a
maior força de arrasto, nesse experimento, totalmente contra intuitivo.
Tabela 6: Forças de arrasto obtidas com as viscosidades calculadas.

Fluido Fd (dyn)
Óleo 37,15
Detergente 36,00

De fato, ao se fazer uma pesquisa na literatura, percebe-se que existe uma


diferença considerável dos dados obtidos pelo experimento, fora do esperado.
Entretanto vale salientar que todo experimento tem atrelado a ele o erro humano
(principalmente, nesse caso, nas medidas de tempo), bem como nunca se deve
esquecer de erros de má calibração de equipamentos (nesse caso balança).
Além disso, vale salientar que os valores obtidos nas fontes são a 20°C, de onde
poderia se tirar uma margem para esses erros, mas na verdade só aumenta o
problema, já que é sabido que a viscosidade de líquidos diminui com o aumento
da temperatura ( logo devíamos ter valores menores que os experimentais e não
o contrário). Vale ainda uma discussão no caso do detergente, pois dentro das
legislações nacionais, não existe um valor máximo de viscosidade, apenas um
mínimo, dificultando mais ainda a comparação com dados da literatura nacional,
pois teoricamente, grandes desvios do valor mínimo são aceitáveis.
Sendo assim torna necessário, se possivel, outra realização do experimento,
para comparação dos resultados poder apontar uma direção para tais erros.

6 Conclusões

Analisando o experimento exposto, é fácil notar que, de fato, a lei de Stokes


é uma lei bastante útil, incluindo cálculo de viscosidades dinâmicas caso não
haja outros meios. Entretanto, vale notar que por seu método ter um caráter
bem experimental, ter-se-á muitos erros advindos deste fato, sendo assim
preferível outrso métodos de cálculo, de forma mais direta, como o copo
Ford, ou mesmo outros, que dão resultados de forma mais direta.

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7 Referências
Usadas como fontes diretas e internas no texto

1. Aguiar, C. E ; A aerodinâmica da bola de futebol,


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
11172004000400003. Acesso em 29/04/2018. Foi-se retirada a tabela
Ca x Re

2. Shahidi, Fereidoon: Bailey's Industrial Oil and Fat Products. Ed. Wiley-
Interscience 6° ed pg 1226. 2005. (Fonte do óleo)

3. Showell, Michael; Handbook of Detergents, Part D: Formulation


(Surfractant Science). Ed CRC; 1° ed pg 113. 2006. (Fonte do
detergente)

Usadas como fontes de pesquisa para a fundamentação teórica:

4. Nussenzveig, H. Moysés; Curso de Física Básica vol. 2. Ed. Blucher. 5°


ed. 2013

5. Fox, Robert W. ; Introdução a Mecânica dos Fluidos. Ed. LTC. 8° ed.

6. https://www.youtube.com/watch?v=_PW3GY7eZl8. Acesso em
30/04/2018

7. Bird., Stewart e Lightfoot; Fenômenos de Transporte. Ed. LTC. 2 ed.


2004.

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