Professional Documents
Culture Documents
MATERIAL DIDÁTICO
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO
aqui é tentar criar mais pontos de satisfação e diminuir as críticas destrutivas com
essa disciplina tão próxima da educação. Tão próxima que nasceu de uma base
comum com a educação e a pedagogia, que também são da área de humanas:
somos irmãos, filhos de uma mesma filosofia:
Bons estudos!
6
(o que faça com que ele se sinta beneficiado com isso), a punição é definida como
um estímulo experimentado após um comportamento (bater numa criança ou aplicar
um choque elétrico num animal) ou retirar um evento positivo (não permitir assistir
televisão ou ir ao recreio).
b) Conceitos principais
Desde o início, ressaltamos a importância que o inconsciente possui para a
teoria psicanalítica, porém, Freud não fez menção a apenas essa estrutura. Na
primeira tópica da personalidade, Freud propôs o modelo topográfico da mente, em
que comparou a mente com um iceberg:
b) O psicólogo escolar
A psicologia escolar busca um trabalho em parceria com a coordenação da
escola, professores, familiares e demais profissionais da educação que
acompanham o aluno dentro e fora do ambiente escolar. Para a realização deste
trabalho, o psicólogo desenvolve atividades preventivas ou direcionadas a
indivíduos/grupos que já possuem problemas instalados de alunos, professores e
funcionários. Suas estratégias de atuação visam, de maneira geral, contribuir para o
desenvolvimento cognitivo, humano e psicossocial de toda a comunidade escolar
(CASSINS et al., 2007).
Tendo tudo isso em vista, Oliveira e Davis (1994) fazem uma relevante
articulação entre a psicologia do desenvolvimento humano e a pedagogia. Segundo
as autoras, o estudo da psicologia do desenvolvimento humano, dentre outros
fatores já explícitos aqui, estuda a evolução da capacidade física, psíquica,
cognitiva, sociabilidade e afetividade do ser humano. O estudo do desenvolvimento
humano torna possível compreender que as manifestações complexas das
atividades do adulto – sejam elas físicas, psíquicas, dentre outras – são resultado de
um longo processo, que se inicia antes mesmo do nascimento. Isto é de extrema
26
a) Natureza X Ambiente
Antes de estudarmos as duas concepções propriamente ditas, iremos dar
continuidade ao estudo do desenvolvimento humano, visto que as concepções estão
diretamente associadas com um importante princípio do desenvolvimento.
O estudo do desenvolvimento humano abre margem para alguns
questionamentos bastante importantes que levaram os estudiosos a compreender
ou pelo menos tentar entender como se dá o processo de crescimento e
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Para tentarmos compreender
melhor o nosso aluno e como ocorre o processo de aprendizagem, faz-se
necessário conhecer o debate sobre as fontes de desenvolvimento: inato X ambiente
– expressões que serão explicadas a seguir.
Cole e Cole (2004) elucidam que há uma interação entre os fatores
geneticamente determinados (inatos) e os fatores ambientais, resultando no
desenvolvimento de cada indivíduo. Este debate é também denominado de nature
(natureza) x nurture (educação), de onde fica subentendido que a natureza refere-se
ao que é herdado e a educação faz menção às influências do ambiente social e
cultural (família e comunidade). Ressalta-se que, na prática, torna-se difícil estudar a
influência isolada de cada um desses aspectos no desenvolvimento das crianças, já
que a interação constante entre o organismo e o ambiente constitui um único
processo de vida.
b) Concepção Inatista
nasce pronto, portanto, o educador tem a visão, muitas das vezes pessimista, de
que a criança ou adolescente será do jeito que chegou até ele, independente do que
ele tentar fazer no sentido de promover uma educação melhor. Essa visão até os
dias de hoje aparece em sala de aula, camuflada sobre ideias de aptidões, prontidão
e coeficientes de inteligência e é bastante preconceituosa (OLIVEIRA; DAVIS,
1994).
c) Concepção Ambientalista
Ao contrário da concepção inatista, que apregoa que o ser humano já nasce
pronto, para a concepção ambientalista, o homem é compreendido como um ser
dotado de grande plasticidade, ou seja, ele nasce dotado de condições de moldar-se
segundo as características do meio onde ele se encontra inserido.
Segundo Oliveira e Davis (1994), essa corrente sofreu influência do
empirismo e do behaviorismo de Skinner, corrente psicológica que já foi abordada
anteriormente. Recapitulando, segundo a teoria comportamentalista, os indivíduos
buscam maximizar o prazer, ao mesmo tempo em que evitam a dor. Dessa forma, é
possível manipular estímulos ambientais para assim controlar o comportamento.
a) Organização:
Tendência para criar estruturas cognitivas (esquemas) cada vez mais
complexas. Com o desenvolvimento, naturalmente a criança adquire mais
informações e os esquemas vão se tornando mais complexos (PAPALIA: OLDS:
FELDMAN, 2006).
b) Adaptação:
É o processo pelo qual a criança ajusta as novas informações sobre o
ambiente que entram em conflito com aquelas que ela já sabe. Envolve duas etapas:
assimilação e adaptação.
Assimilação é a incorporação de novas informações a uma estrutura
cognitiva já existente (PAPALIA: OLDS: FELDMAN, 2006). Maia (2008, p.59)
32
a) Estágio sensório-motor:
Como foi ilustrado na tabela, esse estágio é dividido em seis subestágios. A
passagem de um estágio para o outro ocorre à medida em que os esquemas do
bebê vão se tornando mais complexos. Em termos de desenvolvimento cognitivo
conceituam-se esquemas como “estruturas cognitivas básicas que consistem de
padrões organizados de comportamento utilizados em diferentes tipos de situações”
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p.197).
36
Outros termos que também foram apenas citados na tabela, porém sem
maiores explicações foram as “reações circulares”, as quais acontecem durante
esse estágio. Piaget definiu essas reações por situações agradáveis que o bebê
aprende a produzir, inicialmente por acaso, fazendo com que ele deseje repeti-las. A
partir daí, as repetições se retroalimentam, formando uma espécie de ciclo, ou seja,
um comportamento inicialmente casual se consolida num novo esquema. “As ações
desse tipo são chamadas primárias, porque os objetos aos quais elas são dirigidas
são partes do próprio corpo do bebê; eles são chamados circulares porque
conduzem apenas de volta a si mesmos” (COLE; COLE, 2004, p.184). Já as reações
secundárias envolvem algo fora do corpo do bebê. As reações circulares terciárias
são mais complexas, o bebê experimenta diferentes maneiras de produzir
determinada resposta que foi descoberta por ele de maneira acidental.
A figura a seguir ilustra os exemplos das reações circulares primárias,
secundárias e terciárias, as quais ocorrem nos subestágios 2, 3 e 5
respectivamente, como foi demonstrado anteriormente na tabela.
37
b) Estágio pré-operacional:
A primeira infância é uma fase de transição entre a fase de bebê – marcada
pelos esquemas sensórios motores – e os pensamentos mais complexos da
segunda infância que serão explorados a seguir. O padrão de pensamento pré-
operatório é caracterizado por uma série de “erros” devido à incapacidade da criança
dessa fase de descentrar seu pensamento, ou seja, a criança ainda não é capaz de
direcionar sua atenção para mais de um aspecto de qualquer situação sobre a qual
estejam querendo pensar.
38
nas meninas.
O Complexo de Édipo marca a
estruturação da personalidade do
indivíduo, mesmo após ser
reprimido.
As relações com as pessoas do
sexo oposto e com pessoas que
simbolizem autoridade são
condicionadas por este complexo.
Latência 6 anos à Repressão dos impulsos.
puberdade Diminuição das atividades
aproximadamente sexuais.
Mecanismo de defesa:
sublimação.
Realizações escolares,
alfabetização, socialização.
Fase relativamente calma.
Fase genital Puberdade à Órgãos genitais.
idade adulta Mudanças físicas e hormonais da
puberdade despertam a libido.
Nos estágios pré-genitais há o
autoerotismo.
Na fase genital, o adolescente já
realiza escolhas objetais.
Amam o outro por motivos altruístas
e não apenas por razões narcisistas
ou egoístas.
Atração sexual, socialização,
atividades de grupo, interesse
profissional, preparação para o
casamento e interesse em constituir
família.
Mecanismos de sublimação,
identificação.
Função biológica: reprodução.
Aspectos psicológicos: estabilidade
e segurança.
Fontes: compilações de Hall e Lindzey (1984); Papalia, Olds e Feldman (2006);
Fadiman e Frager (2002).
48
não foi deslocada para a região anal, por isso a atenção da criança não está
direcionada para a retenção e eliminação das fezes e o ato de controlar as idas ao
banheiro pode ser difícil.
Quando a libido é deslocada para os órgãos genitais, na fase fálica, é muito
comum observarmos as crianças, sejam elas meninos ou meninas, num processo
constante de conhecimento do próprio corpo e curiosidade com o corpo do outro. A
criança descobre que obtém prazer pela estimulação dela mesma em determinadas
zonas de seu corpo, em especial as zonas genitais, o que costuma gerar
constrangimentos por parte de professores e familiares. Freud denominava esse
processo de autoerotismo. Nesse período, a criança passa por conflitos
inconscientes entre seus impulsos biológicos inatos e as exigências sociais, já que
as pessoas reprimem essa manipulação. Convém ressaltar que o processo de
descoberta do corpo e do prazer que o mesmo proporciona nesta fase é normal e os
adultos devem tentar intervir com naturalidade para minimizar os comportamentos
exploratórios excessivos e públicos por parte da criança. Observa-se que nas fases
anteriores só os impulsos biológicos estavam em jogo.
Os mecanismos de defesa foram definidos por Freud como medidas
extremas para se aliviar a tensão quando o ego se vê sob a pressão excessiva da
angústia. Segundo Hall e Lindzey (1984, p.38):
não está localizada em nenhum órgão do corpo, ou seja, a libido se desloca para
fora do corpo, permitindo à criança a satisfação por vias exteriores a ele, como as
intelectuais.
Outro mecanismo de defesa citado na tabela anterior que acontece na fase
genital é a identificação que consiste, em linhas gerais, num processo inconsciente,
em que o indivíduo assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se
transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desta pessoa. Convém
destacar que a personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de
identificações (HALL; LINDZEY, 1984).
As fases oral, anal, genital e de latência ocorrem de maneira semelhante em
ambos os sexos. Na fase fálica acontecem dois eventos marcantes – o Complexo de
Édipo e o Complexo de Castração – os quais apresentam história e destino
diferentes nos meninos e nas meninas. É muito importante conhecer os dois
complexos para tentar compreender que as diferenças entre meninos e meninas não
são apenas anatômicas e começam a ficar mais evidentes em sua personalidade na
ocasião da elaboração desses complexos.
O termo Complexo de Édipo foi citado por Freud a partir da leitura da
“Trilogia Tebana”, em que Édipo matou seu pai e se casou com a mãe (JORGE;
FERREIRA, 2002). Entende-se que, a partir de seus escritos sobre o complexo de
Édipo e o complexo de castração, devemos fazer uma leitura crítica e realizar
interpretações cuidadosas, para não corrermos o cuidado de cair naquela visão
crítica de que “Freud afirmou que as crianças desejavam conscientemente manter
relações sexuais com suas mães”. Como já foi explicado anteriormente, o sentido
não é esse, ele teorizou a respeito de libido, de energia, de desejos inconscientes,
portanto, aqui não iremos fugir da ideia inicial.
a) Atenção
A atenção refere-se tipicamente à seletividade do processamento. É a
direção da consciência, focalização. É a aplicação seletiva da sensibilidade a uma
determinada porção dos fenômenos que nos afetam. Para estar atento, o indivíduo
precisa abdicar a percepção de determinados estímulos para assim lidar de maneira
eficaz com outros.
“O estudo da atenção é o estudo de como o cérebro seleciona quais
estímulos sensoriais descartar e quais transmitir para níveis superiores de
processamento” (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005, p. 175).
Para Sternberg (2008, p. 71), a atenção tem papel importante no
funcionamento psicológico do ser humano, ou seja, é fundamental para
sobrevivência e adaptação. “Os fenômenos psicológicos da atenção nos possibilitam
usar nossos recursos mentais limitados de forma sensata” (p. 72). O autor
acrescenta que assim podemos nos focar em estímulos do nosso interesse e
responder de forma mais rápida e precisa a esses estímulos, ou seja, interesse faz
menção a uma característica que depende da vontade, da afetividade, que iremos
aprofundar num outro momento.
A atenção está também estreitamente ligada à memória. “É mais provável
que nos lembremos de informações às quais prestamos atenção do que das que
ignoramos.” (STERNBERG, 2008, p. 72)
A atenção pode ser de dois tipos: focalizada (seletiva) ou dividida.
Atenção focalizada (seletiva): dentre mais de um estímulo, a pessoa seleciona
aquele ao qual irá direcionar sua atenção. Exemplo: quando abrimos mão de
músicas e conversas no celular para nos dedicar a estudar uma apostila.
Atenção dividida: dentre mais de um estímulo, a pessoa direciona sua
atenção a todos eles. Exemplo: atenção necessária para dirigir (necessidade
de prestar atenção a todos os retrovisores, volante, pedais, marchas, sons,
entre outros).
Atualmente, ouve-se muito falar no TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção
e Hiperatividade – em alunos. Os sintomas principais são desatenção, hiperatividade
ou ambos, o que pode influenciar negativamente no desempenho escolar do aluno.
Quando é do tipo hiperativo costuma causar desajustes em toda a classe. Há a
necessidade de avaliação por equipe multidisciplinar, composta principalmente por
médico e neuropsicólogo, pois, atualmente, há vários casos de crianças com
57
b) Memória
Assim como a atenção, a memória é imprescindível para o desempenho de
tarefas escolares, de atividades cotidianas, assim como para a nossa sobrevivência
em geral. Gazaninga e Heatherton (2005, p.216) definem memória como:
c) Inteligência
Essa é uma definição bastante genérica sobre inteligência, conceito que não
é unificado. Há testes para medir a inteligência, mas hoje em dia acredita-se que
nem tudo pode ser testado e quantificado. Gazzaninga e Heatheton (2005) elucidam
que uma série de estudos aponta que a inteligência sofre influência dos fatores
genético e ambiental.
Pesquisadores acreditam que a inteligência é um construto unificado, ou
seja, existem pessoas muito inteligentes de maneira geral ou pouco inteligentes de
maneira geral; por outro lado, outros teóricos enfatizam a existência de inteligências
múltiplas, o que torna a definição menos segregatória. Há também o conceito de
inteligência emocional, o qual, em linhas gerais, articula emoção e pensamento,
bastante utilizado na atualidade. Compreender a inteligência e como ela se
59
conseguimos compreender, por exemplo, que uma queixa de falta de memória pode
ser, na verdade, um problema da ordem da atenção.
Mesmo sendo processos cognitivos, sofrem influência dos estados
emocionais do indivíduo, o que justifica, por exemplo, o “branco” que acontece na
hora da prova mesmo após horas de estudo e conhecimento da matéria.
Mesmo com essa conceituação defendida por teóricos como Knowles, ainda
há um debate equivocado de teóricos que falam sobre a pedagogia do adulto,
criando um grande equívoco contextual, como apontam Carvalho e colaboradores
(2010), os quais afirmam a importância dos profissionais da educação investigarem
o tema para terem subsídios teóricos suficientes e não cometerem enganos como
esse.
O adulto, diferentemente da criança, é mais independente, carrega consigo
uma bagagem maior de experiências de vida – a qual não pode ser descartada no
processo de aprendizagem. Assim, a metodologia de ensino direcionada ao adulto
deve ser mais centrada no aluno, que pode ser autogestor de sua aprendizagem. O
aluno, a partir de suas vivências, tem condições de escolher o que deseja aprender,
de modo mais prático e aplicado à sua realidade. Cabe ao professor buscar aplicar
os conteúdos à realidade de seus alunos (CARVALHO et al., 2010; NOFFS;
RODRIGUES, 2011).
a) Afetividade
Importante partir do pressuposto de que a afetividade e a cognição
possuem, cada uma delas, sua parcela de importância no que diz respeito à
aprendizagem. Investigando diferentes referenciais teóricos, é comum observar que,
a exemplo do que acontecia com a antiga discussão entre corpo e alma, razão e
emoção, as duas entidades acabam por parecer antagônicas, ou uma extremamente
dependente da outra. A citação a seguir explica melhor esse debate:
Podemos notar, então, que, para algumas abordagens, a razão parece estar
submetida à afetividade (conforme algumas interpretações do modelo
freudiano, por exemplo), ou vice-versa (conforme algumas críticas feitas à
abordagem piagetiana do assunto). Assim, consideramos muito importante
rever os estatutos e os papéis atribuídos aos aspectos afetivos e cognitivos,
nas diferentes teorias para empreender uma compreensão para além da
visão dicotômica da natureza humana (SOUZA, 2011, p.50).
Segundo Souza (2011), Piaget define que o afeto é essencial, porém não
suficiente no funcionamento da inteligência. Segundo ele, a inteligência depende dos
afetos, pois, sem eles, não haveria motivação e interesses e, consequentemente, a
formulação de problemas, necessária à inteligência. La Taille (1992b) acrescenta
que a articulação entre inteligência e afeto realizada por Piaget envolve a questão do
juízo moral.
Já em relação à teoria freudiana, como elucidamos anteriormente, Freud
discorreu muito sobre as pulsões, e não enfatizou a questão da inteligência. Nesse
sentido, Souza (2011, p.252) conclui que:
professor fala um assunto que lhe desperta o interesse. Desta forma, torna-se mais
fácil compreender que afetividade e cognição caminham juntas e podem facilitar ou
dificultar a aprendizagem. Cabe ao professor saber usar a afetividade e a motivação
como instrumentos de aproximação do aluno, não de repulsa do mesmo.
b) Autoestima
numa outra seção, porém fica a reflexão de que a baixa autoestima pode ser tanto
causa como consequência desse fenômeno devastador para o aluno, o professor, a
sociedade e a educação em geral.
c) Relacionamentos interpessoais
Os reacionamentos interpessoais – ou relações humanas – dependendo da
denominação do autor são, como afirma Weil (2002), especialidades do psiquiatra,
psicólogo, sociólogo, assistente social e educador especializado, porém esses
relacionamentos se encontram presentes onde se encontram pessoas reunidas,
sejam nas famílias, no trabalho, na educação, nas organizações em geral, enfim, em
todos os locais.
Nesse sentido, Polonia e Dessen (2005) afirmam que tanto a família quanto
a escola são instituições que atuam como impulsoras ou inibidoras do crescimento
físico, intelectual e social das crianças. Cabe à família, a socialização da criança, ou
seja, inserir a mesma no mundo adulto a partir do ensino da língua materna, dos
símbolos e das regras de convivência em grupo. Já à escola cabe transmitir o saber
formal, diferente do saber informal, repassado pelas famílias.
A partir dos primeiros anos de vida a criança passa a se interessar pela
companhia de crianças da mesma idade. A rejeição por parte dos colegas pode ser
causa de violência escolar, por isso os programas de treinamento de habilidades
sociais podem se mostrar positivos. Iremos aprofundar um pouco a respeito das
habilidades sociais.
Atualmente, já é de conhecimento das áreas afins da psicologia e da
educação que o estudo e a promoção das habilidades sociais pode ser benéfica
para todas as crianças, relacionando-se com a aprendizagem, o bom desempenho
escolar, o desenvolvimento sócio-emocional e o ajustamento na escola (ROSIN-
PINOLA et al., 2007).
consequentemente, ele terá maior capacidade para lidar com os fatores passíveis de
provocar algum tipo de mal-ajustamento, assim como também poderá resistir a estes
fatores de risco (DURLAK; WELLS, 1997).
As interações que se desenvolvem no contexto educacional não são
emocionalmente neutras, professores e alunos experimentam emoções positivas e
negativas, ainda que os alunos acabem aprendendo a esconder suas emoções
negativas para se adaptarem ao ambiente escolar (BOEKAERTS, 1996 apud
MIRAS, 2004). Quando esses estados emocionais das relações interpessoais
atingem certa intensidade em sala de aula, é provável que as partes envolvidas
concentrem-se mais nos estados emocionais que nos aspectos cognitivos da tarefa
desempenhada.
Sabemos não existir uma causa única ou um fator exclusivo que possa
determinar as dificuldades de aprendizagem, porém, atualmente, tem-se
reconhecido que as alterações do tipo afetivo-emocionais, motivacionais e
de relacionamento interpessoal têm contribuído para o surgimento dos
problemas de aprendizagem (BORUCHOVITCH, 2001; MARTINELLI, 2001;
apud CARNEIRO; MARTINELLI; SISTO 2003, p.428).
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Jorge Márcio Pereira de. Glossário. Banco de dados para e sobre
pessoas com deficiência. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:
http://www.defnet.org.br/ Acesso em 18 set. 2009.
CARVALHO, Jair Antonio de; CARVALHO, Marlene Pedrote de; BARRETO, Maria
Auxiliadora Motta; ALVES, Fabio Aguiar. Andragogia: considerações sobre a
aprendizagem do adulto. REMPEC - Ensino, Saúde e Ambiente, v.3 n 1 p. 78-90
Abril 2010.
DAVIS, Claudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na educação. 2ª Ed. São Paulo:
Cortez, 1994.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky e a formação de conceitos. La TAILLE, Yves de;
OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloisa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia moderna. São
Paulo: Cultrix, 1992.
SOUZA, Maria Thereza Costa Coelho de. As relações entre afetividade e inteligência
no desenvolvimento psicológico. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 27 n. 2, p. 249-254,
2011