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1 Conceitos Iniciais 3
1.2 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1
3.3 Matriz Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Bibliografia 34
2
Capı́tulo 1
Conceitos Iniciais
Exemplo 1.1.1 .
1. y 0 = y 2 + x
2. uxx + uyy = 2u − u2
d2 y dy
3. + 3 + 2y = cos x
dx2 dx
4. xy 0 + y = 3
∂ 2z ∂ 2z
5. + 2 = x2 + y
∂x∂y ∂x
1.2 Classificação
3
1. equações diferenciais ordinárias EDO: se a função incógnita depende apenas
de uma variável independente, como em 1,3 e 4;
2. equações diferenciais parciais EDP: se a função incógnita depende de mais de
uma variável independente, como em 2 e 5.
Definição 1.2.2 O grau de uma equação diferencial, que pode ser escrita como um
polinômio na função incognita e suas derivadas, é a potência a que se acha elevada
a derivada de ordem mais alta.
Exemplo 1.2.1 .
4
e assim a equação diferencial ordinária linear terá a forma simplificada
L(y) = b(x).
Exemplo 1.2.2 .
∂u ∂ 2u
1. x2 + z 2 = ezxy é linear considerando u = u(x, y, z)
∂x ∂y
d3 y dy
2. 3
+ x2 + y 2 = 1, neste caso y = y(x) mas não é linear por causa do termo
dx dx
y2.
F (x, y, y 0 , y 00 , · · · , y (n) ) = 0
sobre um intervalo [a, b] é uma função y = φ tal que φ0 , φ00 , · · · , φ(n) exista para todo
x ∈ [a, b] e satisfaça a equação diferencial
φ = Ae−λx A = const.
d2 y
+ ω2y = 0
dx2
é
φ1 = Asenωx.
Mas notemos que
φ2 = B cos ωx
é também uma solução.
5
Exemplo 1.3.3 . Mostre que y = x2 é solução da equação diferencial
2
d2 y
1 dy
−x + y = 1 − x2 .
4 dx2 dx
1
Exemplo 1.3.4 . Mostre que u(x, y, z) = p é solução da equação
x2 + y 2 + z 2
diferencial
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
+ + = 0.
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
y 00 + 2y 0 = ex
y(π) = 1
y 0 (π) = 2
y 00 + 2y 0 = ex
y(0) = 1
y 0 (1) = 1
y 00 + 4y = 0
y(0) = 0
y 0 (0) = 1
6
É fácil verificar que y(x) = c1 sen2x + c2 cos 2x é uma solução da equação dife-
rencial y 00 + 4y = 0. Da primeira condição do problema de valor inicial, y(0) = 0,
temos
c1 .0 + c2 = 0 =⇒ c2 = 0.
Como y 0 (x) = 2c1 cos 2x − 2c2 sen2x, pela segunda condição, y 0 (0) = 1, obtemos
1
2c1 = 1 =⇒ c1 = .
2
Portanto a única solução do PVI é dada pela equação
1
y(x) = sen 2x.
2
Exemplo 1.4.3 . a) Verifique se as funções y1 (x) = e−x e y2 (x) = e−2x são soluções
da equação
y 00 + 3y 0 + 2y = 0.
b) Mostre que a combinação linear de y1 e y2 também é solução , isto é, que y(x) =
c1 e−x + c2 e−2x é solução.
c) Determine uma solução do PVI
y 00 + 3y 0 + y = 0
y(0) = 0
y 0 (0) = 1.
inputedo1.tex
7
Capı́tulo 2
Definição 2.1.1 Uma equação diferencial linear de segunda ordem é uma equação
diferencial da forma
basta tomar
B(x)
p(x) =
A(x)
C(x)
q(x) =
A(x)
D(x)
g(x) =
A(x)
Definição 2.1.2 Dizemos que a equação diferencial linear de segunda ordem (2.2)
é homogênea se g(x) ≡ 0. Caso contrário a equação é dita não-homogênea.
8
Teorema 2.1.1 Se as funções p, q e g são contı́nuas sobre um intervalo aberto
I ⊂ IR contendo um ponto x0 , então existe uma única solução y = φ(x) definida
sobre um intervalo contendo x0 para a equação diferencial
y(x0 ) = y0
y 0 (x0 ) = y00 .
y1 (x) = cos x
e
y2 (x) = sen x
são ambas soluções da equação
y 00 + y = 0.
é fácil também verificar que qualquer combinação linear y = c1 cos x + c2 sen x é
também solução para quaisquer números c1 e c2 .
9
Exemplo 2.1.2 . No entanto as funções
y1 (x) = 1
e
y2 (x) = x1/2
são ambas soluções de
yy 00 + (y 0 )2 = 0.
Mas, é fácil ver√
que a combinação linear obtida de, simplesmente, a soma das soluções
y1 + y2 = 1 + x não é solução. O resultado disso se deve ao fato que a equação
não é linear.
d2 y dy
2
+ p(x) + q(x)y = 0,
dx dx
satisfazendo
W (y1 , y2 ) = y1 (x)y20 (x) − y10 (x)y2 (x) 6= 0 (2.5)
para todo x ∈ I, então y1 e y2 formam um conjunto fundamental da equação (2.3)
sobre o intervalo I, além disso, qualquer outra solução é expressa de forma única
como combinação linear de y1 e y2 .
10
admite solução não trivial, ou seja, pelo menos uma das constantes k1 ou k2 for
diferente de zero. Se a única solução da equação acima for a trivial k1 = 0 = k2 ,
dizemos que as duas funções são linearmente independentes (l.i) em I.
Note que duas funções são linearmente dependentes num intervalo I, se uma for
um múltiplo escalar da outra em I.
y 00 + y = 0.
Já vimos que y1 e y2 são soluções da equação. Assim, simplesmente temos que
verificar que o Wranskiano é diferente de zero,
11
Então
Outra condição para a v(x) é que, certamente, y2 (x) = v(x)y1 (x) tem que satis-
fazer (2.3), assim
d2 d
0 = (vy1 ) + p(x) (vy1 ) + q(x)(vy1 )
dx2 dx
= v 00 y1 + 2v 0 y10 + vy100 + p(x)v 0 y1 + p(x)vy10 + q(x)(vy1 )
= v(y100 + p(x)y10 + q(x)y) + v 00 y1 + (2y10 + p(x)y1 )v 0
como supomos que y1 é solução de (2.3), temos que v(x) tem que satisfazer a equação
diferencial
v 00 y1 + (2y10 + p(x)y1 )v 0 = 0
ou melhor
y10 0
v 00 + (p(x) + 2 )v = 0 (2.8)
y1
Fazendo
u(x) = v 0 (x)
temos na equação (2.8)
y10
u0 + (p(x) + 2 )u = 0.
y1
Esta é uma equação diferencial linear de primeira ordem a qual já sabemos calcular
a solução geral,
Z x
y10 (t)
− (p(t) + 2 )dt
u(x) = Ce y1 (t)
Z x
C − p(t)dt
= 2 e .
y1 (x)
donde segue
Z x
v(x) = u(t)dt + D
Z τ
Z x
C − p(t)dt
= 2 e dτ + D.
y1 (τ )
12
Resumo: Dada uma solução y1 da equação diferencial de segunda ordem (2.3)
d2 y dy
2
+ p(x) + q(x)y = 0
dx dx
podemos obter outra solução fazendo y2 = v(x)y1 onde v(x) tem que satisfazer a
equação diferencial
y0
v 00 + (p(x) + 2 1 )v 0 = 0
y1
ou seja,
Z x
Z x
C − p(x)dx
v(x) = 2 e dx + D.
y1 (x)
y 00 + py 0 + q = 0 (2.9)
Assim, como foi feito para as equações diferenciais de primeira ordem, suponha-
remos uma solução da forma exponencial
λ2 + pλ + q = 0. (2.11)
13
Definição 2.2.1 A equação (2.11) é chamada equação caracterı́stica para (2.9).
y 00 − 2y 0 + −3y = 0
λ2 − 2λ − 3 = 0.
Assim tem duas raı́zes distintas, assim a solução geral é dada por
Pelo método de Resolução de Ordem, fazendo y2 (x) = v(x)y1 (x) onde v(x) sa-
tisfaz
y0
v 00 + (p + 2 1 )v 0 = v 00 = 0,
y1
logo
v 0 (x) = C
daı́ Z x
p
v(x) = C dx = Cx =⇒ y2 (x) = Cxe 2 x .
y 00 + 4y 0 + 4y = 0
tem
λ2 + 4λ + 4 = 0
como sua equação caracterı́stica. As raı́zes desta equação caracterı́stica são dadas
por
√
−4 ± 16 − 16
λ =
2
= −2.
λ1 = α + iβ
λ2 = α − iβ
15
importante, conhecida como a fórmula de Euler. Não entraremos em detalhe sobre
o estudo da fórmula de Euler. A fórmula de Euler é dada pela equação
Há algumas variações da fórmula de Euler que vale a pena notar. Se substituir-
mos x pro −x na equação (2.14) teremos, pois cos(−x) = cos x e sen (−x) = −sen x
y1 (x) − y2 (x) = eα cos βx + ieα sen βx − (eα cos βx − ieα sen βx)
= 2ieα sen βx.
W (u, v) = βe2λx .
16
Exemplo 2.2.4 . A equação
y 00 + y 0 + y = 0
tem
λ2 + λ + 1 = 0
como sua equação caracterı́stica. As raı́zes desta equação caracterı́stica são dadas
por
√
−1 ± 1 − 4
λ =
2√
1 3
= − ±i .
2 2
São raı́zes complexas conjugadas. Assim a solução geral é
√ ! √ !
− 12 x 3 − 12 x 3
y(x) = c1 e cos x + c2 e sen x .
2 2
y 00 + 2y 0 + 8y = 0
O polinômio caracterı́stico é
λ2 + 2λ + 8 = 0.
Com duas raı́zes complexas
√ √
r1 = −1 + i 7 e r2 = −1 − i 7.
onde g(x) 6= 0.
17
Teorema 2.3.1 Se Y1 e Y2 são soluções da equação não homogênea (2.15)
y 00 + p(x)y 0 + q(x)y = 0,
Teorema 2.3.2 Dada uma solução yp da equação diferencial não homogênea (2.15),
então qualquer outra solução desta equação pode ser expressa como
y 00 + 3y 0 + 2y = e−x
y 00 + 3y 0 + 2 = 0.
18
2.4 Métodos de Resolução de Equações Não-Homogêneas
Este método funciona para qualquer equação diferencial linear de segunda ordem.
Consideremos a equação diferencial (2.15)
g(x) = (u01 y10 + u1 y100 + u02 y20 + u2 y200 ) + p(x)(u1 y10 + u2 y20 ) + q(x)(u1 y1 + u2 y2 )
= u01 y10 + u02 y20 + u1 (y100 + p(x)y10 + q(x)y1 ) + u2 (y200 + p(x)y20 + q(x)y2 )
u01 y1 + u02 y2 = 0
19
As equações formam um sistema de duas variáveis. Podemos agora resolver este
para de equações para u1 e u2 . O resultado é
−y2 g −y2 g
u01 = 0 0
=
y1 y2 − y1 y2 W (y1 , y2 )
y1 g 1y1 g
u02 = 0 0
= .
y1 y2 − y1 y2 W (y1 , y2 )
Assim x
−y2 (t)g(t)
Z
u1 (x) = dt
W (y1 , y2 )(t)
Z x
y1 (t)g(t) (2.20)
u2 (x) = dt
W (y1 , y2 )(t)
E, finalmente, obtemos
Z x Z x
y2 (t)g(t) y1 (t)g(t)
yp (x) = −y1 (x) dt + y2 (x) dt (2.21)
W (y1 , y2 )(t) W (y1 , y2 )(t)
uma solução particular de (2.15).
y 00 − y 0 − 2y 0 = 2e−x
y 00 − y 0 − 2y = 0.
Esta é uma equação homogênea linear de segunda ordem com coeficientes constantes
cuja equação caracterı́stica é
λ2 − λ − 2 = 0.
A equação caracterı́stica tem duas raı́zes reais distintas
λ = −1, 2
e assim as funções
y1 (x) = e−x y2 (x) = e2x
formam um conjunto fundamental para a equação homogênea.
g(x) = 2e−x
20
e
W (y1 , y2 ) = (e−x )(2e2x ) − (−ex )(e2x ) = 3ex ,
assim
Z x Z x
y2 (t)g(t) y1 (t)g(t)
yp (x) = −y1 (x) dt + y2 (x) dt
W (y1 , y2 )(t) W (y1 , y2 )(t)
Z x 2t −t Z x −t −t
−x e 2e 2x e 2e
= −e dt + e dt
3et 3et
Z x Z x
−x 2 2x 2 −3t
= −e dt + e e dt
3 3
2 2
= − xe−x − e−x .
3 9
Portanto a solução geral é
y( x) = yp (x) + c1 y1 (x) + c2 y2 (x)
2 2
= − xe−x + (c1 − )e−x + c2 e2x
3 9
2 −x
= − xe + C1 e−x + C2 e2x ,
3
onde a constante − 29 é absorvida por uma parâmetro arbitrário C1 .
21
2.4.2 Métodos do Coeficientes a Determinar
d2 y dy
a 2
+ b + cy = g(t). (2.22)
dx dt
que a, b e c são números reais, a = 0. odo dos Coe?cientes a Determinar Este método
funciona quando a função g(t) tem uma das seguintes formas:
yp (t) = ts (A0 + . . . + An tn ),
em que s é o menor inteiro não negativo que garante que nenhuma parcela
de yp (t) seja solução da equação homogênea correspondente e A0 , . . . , An são
coeficientes a ser determinados substituindo-se yp (t) na equação (2.22).
y 00 + y 0 = 2 + t2 .
yp (t) = t1 (A0 + A1 t + A2 t2 ) = A0 t + A1 t2 + A2 t3 .
22
Comparando os termos de mesmo grau obtemos o sistema linear
A0 + 2A1 = 2
2A1 + 6A2 = 0
3A2 = 1
(2) g(t) = (a0 + a1 t + . . . + an tn )eat , em que a ∈ IR. Neste caso deve-se procurar
uma solução particular da forma
yp (t) = Aeat ,
y 00 + 2y 0 + y = (2 + t)e−t .
r2 + 2r + 1 = 0
que tem como raiz r1 = −1. Assim a solução geral da equação homogênea corres-
pondente y 00 + 2y 0 + y = 0 é
23
Substituindo y 0 p(t) e yp00 (t) na equação y 00 + 2y 0 + y = (2 + t)e−t obtemos
y 00 + 2y 0 + 2y = et cos t.
λ2 + 2λ + 2 = 0
O segundo membro da equação g(t) = eat cos t é da forma (3) combinada com
(2). Vamos procurar uma solução particular da forma
24
O valor de s é igual a 0, pois nenhuma parcela de yp (t) é solução da equação ho-
mogênea.
yp0 (t) = A(et cos t − et sen t) + B(et sen t + et cos t) = (A + B)et cos t + (B − A)et sen t
que tem solução A = −1/8 e B = −1/8. Assim uma solução particular da equação
não homogênea é
1 1
yp (t) = − et cos t − et sen t
8 8
e a solução geral da equação não homogênea é
1
y(t) = c1 e−t cos t + c2 e−t sen t − et (cos t + sen t).
8
25
Capı́tulo 3
Exemplo 3.0.1 .
x01 = F1 (t, x1 , x2 , · · · , xn )
x02 = F2 (t, x1 , x2 , · · · , xn )
.. (3.1)
.
x0n = Fn (t, x1 , x2 , · · · , xn )
Exemplo 3.0.2 .
26
A fim de garantir que o problema de valor inicial tenha uma solução única, é
necessário impor certas restrições às funções F1 , F2 , · · · , Fn . O seguinte teorema
é análogo ao Teorema da Existência e Unicidade da solução de uma equação de
primeira ordem.
x1 = y, x2 = y 0 , · · · , xn = y (n−1) . (3.5)
x01 = x2
x02 = x3
..
.
x0n−1 = xn ,
e da equação (3.2.3)
x0n = F (t, x1 , x2 , · · · , xn ).
Exemplo 3.1.1 .
27
3.2 Sistema de Equações Diferenciais Lineares
Definição 3.2.1 Se cada função F1 , F2 , · · · , Fn nas equações (3.1) for uma função
linear das variáveis x1 , x2 , · · · , xn , o sistema (3.1) é dito linear, caso contrário é dito
não linear. Assim um sistema de n equações lineares de primeira ordem tem a forma
x01 = p11 (t)x1 + · · · + p1n (t)xn + g1 (t),
x02 = p21 (t)x1 + · · · + p2n (t)xn + g2 (t),
.. (3.6)
.
x0n = pn1 (t)x1 + · · · + pnn (t)xn + gn (t).
Exemplo 3.2.1 .
para designar as soluções do sistema (3.8), visto que uma solução da equação vetorial
(3.8) é uma função vetorial onde sua componente obedecem ao sistema de equações
(j)
(3.7). Observe que xij (t) = xi (t) se refere à componente i da solução x(j) (t).
28
Notemos que as funções vetoriais
e−t
3t
e 1 1
(1)
x (t) = = e3t , (2)
x (t) = = e−t ,
2e 3t
2 −2e−t −2
são soluções do sistema acima, além disso se tomarmos qualquer combinação linear
de x(1) (t) e x(2) (t), i.e.
1 1
x = c1 3t
e + c2 e−t
2 −2
= c1 x(1) (t) + c2 x(2) (t)
A demonstração deste teorema por não impor dificuldades, deixemos como exercı́cio.
Pela aplicação repetida do Teorema 3.2.1, vem que qualquer combinação linear fi-
nita das soluções de equação (3.8) é também solução. Como no estudo de equações
de segunda ordem, é razoável esperar que para um sistema (3.8), de ordem n, seja
possı́vel obter n soluções x(1) , x(2) , . . . , x(n) tais que qualquer outra possa ser es-
crita como combinação linear. Antes de verificar esta suposição, fazemos algumas
considerações e definição.
Sejam x(1) , x(2) , . . . , x(n) soluções da equação (3.8). Consideremos a matriz Ψ(t)
cujas colunas sejam os vetores x(1) , x(2) , . . . , x(n) ;
x11 (t) x21 (t) · · · xn1 (t)
x21 (t) x22 (t) · · · xn2 (t)
Ψ(t) = (x(1) , x(2) , . . . , x(n) ) = . (3.9)
.. .. ... ..
. . .
xn1 (t) x2n (t) · · · xnn (t)
Segue da observação acima que as soluções x(1) , x(2) , . . . , x(n) são linearmente
independentes num ponto se, e somente se, W (x(1) , x(2) , . . . , x(n) ) for não nulo no
ponto.
29
Lema 3.2.1 Se x(1) , x(2) , . . . , x(n) forem soluções da equação (3.8) no intervalo I :
α < t < β, então nesse intervalo o wronskiano W (x(1) , x(2) , . . . , x(n) ) satisfaz a
equação
dW
= (p11 + p22 + . . . + pnn )W. (3.10)
dt
Demonstração: (Exercı́cio).
Exemplo 3.2.3 .
Teorema 3.2.2 Se x(1) , x(2) , . . . , x(n) forem soluções da equação (3.8) no intervalo
I : α < t < β, então nesse intervalo ou W (x(1) , x(2) , . . . , x(n) ) é identicamente nulo
ou nunca é nulo.
Demonstração: Basta ver pelo Lema 3.2.1 que W é uma função exponencial, e
a conclusão do teorema é imediata.
Teorema 3.2.3 Se as funções vetoriais x(1) , x(2) , . . . , x(n) forem soluções linear-
mente independentes do sistema (3.8) para cada ponto do intervalo I : α < t < β,
então toda solução x = φ(t) do sistema (3.8) pode ser expressa, de uma única ma-
neira, como uma combinação linear de x(1) , x(2) , . . . , x(n) ,
ou em forma equivalente
A condição necessária e suficiente para que as equações (3.11) terem uma solução
única nas variáveis c1 , . . . , cn é, exatamente, a não-nulidade do determinante dos
30
coeficientes, que é o wronskiano W (x(1) , . . . , x(n) ) no ponto t0 . A hipótese das
solução x(1) , x(2) , . . . , x(n) serem soluções linearmente independentes em todo inter-
valo I garante que x(1) , . . . , x(n) )(t0 ) 6= 0 e, portanto só há uma solução solução da
equação (3.8) que obedece à condição c1 x(1) (t0 ) + · · · + cn x(n) (t0 ) = ξ. Pela unici-
dade de soluções ao problema de valor inicial esta solução é idêntica a φ(t) e daı́
φ(t) = c1 x(1) (t) + c2 x(2) (t) + · · · + cn x(n) (t).
Definição 3.3.1 Um conjunto de soluções x(1) , . . . , x(n) da equação (3.8) que se-
jam linearmente independentes em cada ponto do intervalo I é chamado conjunto
fundamental de soluções nesse intervalo da equação (3.8).
e−t
3t
(1) e (2)
x (t) = x (t) =
2e3t −2e−t
que nunca é nulo. Então x(1) e x(2) constituem uma solução fundamental do sistema,
assim, uma matriz fundamental do sistema é
e−t
3t
e
Ψ(t) = .
2e3t −2e−t
31
ou em termo de Ψ(t),
c1
c2
x = Ψ(t)c, onde c = . (3.12)
..
.
cn
x(t0 ) = x0 , (3.13)
x01
0
x02
onde x = é um vetor inicial dado e t0 é um ponto dado no intervalo
..
.
x0n
α < t < β, para determinar c basta escolhê-lo que satisfaça
Ψ(t)c = x0 . (3.14)
Denominemos o vetor j-ésimo unitário por e(j) , isto é, e(j) é o vetor cuja j-ésima
coordenada é 1 e 0 nas outras. Um caso especial do comentário acima, é quando a
condição inicial é dada por
x(j) (t0 ) = e(j) ,
Neste caso simbolizamos a matriz fundamental por Φ e a denominamos matriz
fundamental trivial. Pela equação (3.14) obtemos que Φ tem a seguinte propriedade
1 0 ··· 0
0 1 ··· 0
Φ(t0 ) = .. .. . . .. = I.
. . . .
0 0 ··· 1
As colunas de Φ são solução desta equação que obdecem às condições inciais
(1) 1 (2) 0
x (0) = , x (0) = .
0 1
32
podemos encontrar a solução que obedece ao primeiro conjunto de condições iniciais
com c1 = c2 = 1/2. Analogamente , a solução que obedece ao segundo conjunto de
condições iniciais com c1 = 1/4 e c2 = −1/4. Assim o novo conjunto fundamental é
dado por
1 3t 1 −t ! 1 3t 1 −t
e + e e − 4e
x(1) = 2 3t 2−t , x(2) = 41 1 −t .
e −e 3t
e + e
2 2
Então a matriz fundamental é
1 3t 1 −t 1 3t 1 −t
e + 2e e − e
Φ(t) = 2 4 4
1 3t 1 −t .
3t −t
e −e e + e
2 2
Veremos nesta seção um método para determinar a solução geral do caso mais sim-
ples do sistema de equação diferenciais que é o sistema de equações lineares cons-
tantes, ou seja, no sistema (3.6) as funções p(ij) (t) = a(ij) são constantes, assim
P(t) = A e o sistema (3.8) tem a forma
x0 = Ax, (3.15)
x = ξert (3.16)
rξert = Aξert ,
Aξ = rξ
donde
(A − rI)ξ = 0, (3.17)
onde I é a matriz identidade n × n. A equação (3.17) é satisfeita somente quando
r é uma autovalor de A e ξ é o autovetor associado. Lembremos que toda matriz
A, (n × n) pode-se determinar n autovetores distintos. Dessa forma uma solução
geral para o sistema (3.15) é dado por
x = c1 ξ1 er1 t + . . . + cn ξn ern t ,
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Exemplo 3.4.1 . Achar a solução geral do sistema
0 1 1
x = x.
4 1
1 1
Neste caso temos que A = . Determinemos os seus autovalores. O po-
4 1
linômio caracterı́sticos de A é dado por
assim
1 os autovalores são r1 = 3 e r2 = −1. Afim de determinar um autovetor ξ (1) =
ξ1
associado ao autovalor r1 , sustituiremos r1 na equação (3.17) e obteremos
ξ21
como já vimos que W (x(1) , x(2) (t) 6= 0 então as soluções x(1) e x(2) constituem um
conjunto fundamental de soluções e a solução geral é dada por
1 1
x = c1 3t
e + c2 e−t
2 −2
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