You are on page 1of 25

série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Técnico de
Automação
Industrial
série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

TÉCNICO DE
AUTOMAÇÃO
INDUSTRIAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

Diretoria de Educação e Tecnologia


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SENAI-RS – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

SENAI-RS – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL


DEPARTAMENRO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

Conselho Regional

Presidente Nato
Heitor José Müller
Presidente do Sistema FIERGS

Diretor Regional e Membro Nato do Conselho Regional do SENAI-RS

José Zortea
Diretoria do SENAI-RS

José Zortea
Diretor Regional

Carlos Artur Trein


Diretor de Operações

Carlos Heitor Zuanazzi


Diretor Administrativo-Financeiro
© 2012 SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul.

Esta publicação foi elaborada pela equipe da Unidade Estratégica de Desenvolvimento


Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD, do SENAI do Rio Grande do
Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul


Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a
Distância – NEAD

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190
Departamento Nacional http://www.senai.br
Sistema Instrumentado de Segurança

O presente tema está ligado à Segurança do Trabalho e aos interesses econômicos da in-
dústria, visto que o aprendizado sobre o Sistema Integrado de Segurança (Safety Instrumented
System – SIS) minimiza os riscos de acidentes com os trabalhadores e reduz a perda de ativos
(equipamentos, prédios etc.) da empresa. Os objetivos do SIS são: evitar acidentes dentro e
fora das fábricas, como incêndios, explosões e danos aos equipamentos; promover a proteção
à produção e à propriedade, evitar riscos à vida e danos à saúde pessoal; e prevenir impactos
catastróficos na comunidade.
A segurança industrial, antes da era digital, estava focada nas práticas seguras de trabalho,
que consistiam no manuseio de materiais perigosos e na operação de equipamentos. Atual-
mente, a segurança industrial atua sobre as infraestruturas mais complexas dos processos de
fabricação, abrangendo toda a empresa.
O aumento da aplicação de dispositivos de controle eletrônico trouxe a necessidade de sua
regulamentação, de modo a garantir a segurança dos recursos de uma fábrica por meio des-
ses equipamentos. As principais normas regulamentadoras aplicadas na atualidade são a IEC
61508, a IEC 61511 e a AIA 34. A regulamentação ampliou o interesse sobre o SIS, aumentando
a confiabilidade dos instrumentos.

2.1 Camadas protetoras

Nenhuma medida de segurança isolada pode reduzir os riscos e proteger a planta e o pessoal
contra eventuais danos caso ocorra um incidente perigoso. Por isso, foram desenvolvidas medi-
das de segurança dispostas em camadas protetoras. As camadas protetoras representam uma se-
quência de dispositivos mecânicos, de controle de processos, de sistemas de parada programada
e de medidas de respostas externas que impedem ou combatem um evento perigoso.
Se uma das camadas falhar, as demais estarão disponíveis para trazer o processo a um es-
tado seguro, considerando que o acidente é uma sucessão de falhas em efeito dominó. Com o
aumento de camadas, aumenta-se a confiabilidade do sistema de segurança. A figura 1 mostra
as sete camadas de segurança em ordem de ativação.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
16

Figura 1 -  Camadas de segurança


Fonte: Autor

Descrição das sete camadas de segurança:


1° Sistema de controle básico do processo: esse nível consiste em controles
básicos, em alarmes e em supervisão do operador.
2° Alarmes críticos: essa camada de proteção fornece alarmes críticos que alertam
os operadores a uma circunstância em que uma variável excedeu seus limites es-
pecificados e pode exigir a intervenção, mas está sediada nos equipamentos de
controle básico.
3° Sistema instrumentado de segurança: opera independentemente do siste-
ma de controle básico do processo. Executa ações de parada quando as camadas
precedentes não conseguem resolver uma emergência.
4° Dispositivos de alívio: utilizam válvulas, dispositivos de alívio de pressão
para impedir uma ruptura, o derramamento ou a liberação descontrolada.
5° Diques: consiste na retenção dos elementos em vazamento de modo a esta-
belecer barreiras para a contaminação do meio ambiente ou fogo.
6° Resposta da planta: é a ação da resposta de emergência tomada pelos componen-
tes da planta e consiste na luta contra o incêndio e/ou procedimentos de evacuação.
7° Resposta da comunidade: o nível final é a ação da resposta de emergência
tomada pela comunidade e consiste na luta contra o incêndio e em outros servi-
ços de urgência.
2 Sistema instrumentado de segurança
17

Sistema instrumentado de segurança

O foco de nosso estudo está centrado na terceira camada de segurança – Sistema


Instrumentado de Segurança. Um SIS é um equipamento (hardware), ou sistema (sof-
tware), ou, na configuração mais comum, uma combinação dos dois, encarregado de
executar uma ou mais funções de segurança (Safety Instrumented Functions – SIF’s).
As SIF’s servem para reduzir a probabilidade de acidentes ou, ainda, para aumentar
o nível de segurança (Safety Integrity Level – SIL) de um equipamento ou processo. A
análise de segurança intrínseca de uma malha de controle passa justamente pela ve-
rificação da confiabilidade desse conjunto hardware/software e elevar, se necessário,
o SIL.

2.2 SiS (safety instrumented system)

Um SIS dispara suas ações quando o limite programado para sua atuação é
atingido. O objetivo do SIS será colocar a instalação (equipamento ou processo)
em estado seguro, retornando às condições normais ou, até mesmo, desligando.
O SIS poderá executar uma ou várias funções de proteção contra os vários riscos
que um processo pode ter.
A nomenclatura do SIS pode ser encontrada de diferentes formas com: siste-
ma de paragem segura, sistema de paragem de emergência, sistema de proteção
instrumentada ou sistema de segurança crítico.
Em grande parte dos casos, uma SIF implementada por um SIS possui os ele-
mentos que podem ser vistos na figura 2.

Figura 2 -  Exemplo de SIS


Fonte: Autor

• Sensor: para monitorar o processo e identificar uma condição anormal (na


figura 1, um sensor de pressão).
• Controlador: que compara a medição do sensor com o valor de segurança
parametrizado e executa a ação de segurança.
• Atuador ou elemento de controle final: elemento que fará a interferência no
processo quando o controlador comandar, por exemplo, válvula, bomba hidráulica etc.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
18

2.3 SIF (safety instrumented function)

Uma SIF é uma função com um nível específico de segurança (SIL) que é imple-
mentada por um SIS, a fim de alcançar ou manter uma condição segura. Os três
elementos do SIS atuam em conjunto para detectar um perigo e para trazer o pro-
cesso a uma condição de segurança. É comum afirmar que existem dois tipos de
SIF, uma para proteção e uma para controle. A SIF de proteção é utilizada somente
quando necessário (uso intermitente), ou seja, quando a variável de processo mo-
nitorada atingiu o valor limite, e a SIF de controle é utilizada continuamente para
manter a variável dentro dos limites de segurança especificados.
Além dessas funções, a SIF também pode definir um nível de redução do risco
ou o nível de segurança (SIL) para um perigo específico. Essa função é implemen-
tada por meio de uma ação automatizada e instrumentada.
No Quadro 1 temos as principais propriedades de uma SIF.

Propriedade Descrição
Perigo Um único perigo e risco associado.
Modo de operação Quando necessário ou contínuo.
Detecção O sensor detecta especificamente o perigo e passa a
informação para o controlador.
Decisão O controlador deve ter a programação para decidir
automaticamente quando agir e quando o perigo
está presente, agindo nos atuadores.
Ação Os atuadores devem ter a ação necessária para
trazer o processo a uma condição segura ou miti-
gar o perigo a um nível adequado.
Nível de Segurança (SIL) O montante da redução de risco a ser atingido pelo
SIF ou o aumento da confiabilidade do processo.
Condição atingida Uma eliminação do perigo ou mitigação.
Tempo de resposta O tempo para detectar, decidir e agir e a ação de
eliminar ou mitigar o perigo.
Intervalo de teste A frequência para testar a SIF ou seus componentes.
SIS Em qual SIS está a SIF.
Ação falsa Taxa aceitável em que a SIF identifica uma situação de
perigo que não está realmente acontecendo.
Quadro 1 - As principais propriedades de uma SIF
Fonte: Autor

2.3.1 Exemplo de sif’s

Vamos ver agora alguns exemplos de SIF’s:


2 Sistema instrumentado de segurança
19

a) Alta pressão num vaso de pressão abre uma válvula de alívio. O perigo é
a sobrepressão no vaso. O sensor detecta a pressão alta e o controlador manda
abrir a válvula de alívio para trazer o sistema a uma condição segura.
b) Alta temperatura de uma fornalha poderá causar seu rompimento. A SIF
terá a função de cortar a alimentação de combustível para trazer o sistema a uma
temperatura segura.
A Figura 3 mostra um modelo que relaciona o SIS, a SIF e o nível de segu-
rança (SIL). Veja que temos um SIS implementando três SIFs, e cada SIF tem
um nível de segurança 2.

Figura 3 -  Relação entre SIS, SIF e SIL


Fonte: Autor

2.4 SIL (safety integrity level)

O SIL (Safety Integrity Level) está ligado ao nível de segurança requerido para
uma função de segurança instrumentada. A taxa de falhas máxima tolerável para
cada condição de perigo ocorrida conduz a um nível de integridade para cada
parte do equipamento; ou seja, a combinação dos níveis de integridade dos ele-
mentos do SIS não pode significar que a função de segurança implementada fa-
lhará na detecção do perigo mais do que a taxa máxima tolerada, especificada
pelo Nível de Integridade de Segurança (SIL), dividido em quatro faixas:
• SIL 4: é o nível mais exigente para um SIS e, consequentemente, mais one-
roso, exigindo técnicas avançadas de implementação (tenta-se evitar).
• SIL 3: ainda necessita de técnicas avançadas de projeto.
• SIL 2: exige boas práticas de projeto e operação para ser atingido.
• SIL 1: é o nível mínimo, mas ainda precisa de um SIS para ser implementado.
As tabelas 2 e 3 mostram os níveis de falhas aceitáveis para cada SIL.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
20

Tabela 1: SIL para SIF de baixa demanda


SIL PFD RRF
1 0,1-0,01 10-100
2 0,01-0,001 100-1,000
3 0,001-0,0001 1000-10,000
4 0,0001 10,000
Fonte: INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. 61508-1, 1997

Tabela 2: SIL para SIF de alta demanda ou contínua


SIL PFH RRF
1 0,00001-0,000001 100,000-1,000,000
2 0,000001-0,0000001 1,000,000-10,000,000
3 0,0000001-0,00000001 10,000,000-100,000,000
4 0,00000001- 100,000,000 -
Fonte: INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. 61508-1, 1997

Vamos entender melhor essas duas tabelas. Para tanto, definimos a PFD (Pro-
bability of Failure on Demand), que é a probabilidade de o SIS (que executa a res-
pectiva função) falhar quando for necessário que ele atue. Definimos, também, o
RRF (Risk Reduction Factor), que é o fator de redução do risco caso o SIS falhar ao
ser acionado. Por exemplo, se tivermos um equipamento SIL 3, a probabilidade de
falhar, quando demandado, é de 0,001 até 0,0001, ou de 0,1% até 0,01%, ou ainda,
entre 1.000 e 10.000 atuações o SIS falhará uma vez.
Já na Tabela 3 temos outra sigla, a PFH (Probability of Failure per Hour), que é a
probabilidade de o SIS falhar em uma hora. Utilizando o SIL 2 como exemplo, a proba-
bilidade do SIS falhar em uma hora será de 0,000001 até 0,0000001, ou 0,0001% até
0,00001%, ou ainda, entre 1.000.000 e 10.000.000 de horas, o SIS falhará uma hora, ou
seja, entre 1 ano e 11 meses, até 19 anos, o SIS falhará 1 minuto.
Usaremos a Tabela 2 quando a necessidade de o SIS atuar para evitar uma si-
tuação de perigo não for maior do que uma vez por ano e não ocorrerem mais de
dois testes do SIS em um ano.
Em relação à Tabela 3, ao contrário, ela será utilizada quando a necessidade de
o SIS atuar para evitar uma situação de perigo, for maior do que uma vez por ano
e ocorrerem mais de dois testes do SIS em um ano.
Para tornar mais simples a utilização e a visualização desses conceitos em nosso co-
tidiano, trabalharemos com o conceito de confiabilidade. Vamos estabelecer que a con-
fiabilidade de componentes em série deve levar em conta a probabilidade de falhas in-
dividuais em um período de tempo. Para um sistema de medição com n componentes
em série, a confiabilidade Rs é o produto das confiabilidades individuais: Rs = R1xR2...Rn.
A confiabilidade pode ser aumentada se colocarmos componentes em paralelo,
o que significa que o sistema falha se todos os componentes em paralelo falharem.
Nesse caso, a confiabilidade Rs é dada por: Rs = 1 – Fs, onde Fs é a não-confiabilidade
do sistema. A não-confiabilidade para m sistemas em paralelo é Fs = F1xF2...Fm.
2 Sistema instrumentado de segurança
21

Veremos agora, na seção Casos e Relatos, como épossível conseguir facilmente


um SIL mais elevado para uma SIF implementada.

CASOS E RELATOS

Suponha que temos um vaso de pressão no qual devemos controlar o limite


de pressão nesse tanque. Para isso, temos um sensor com 0,95 de confiabilidade,
um controlador com 0,98 e uma válvula com 0,92. A confiabilidade desse sistema,
para a função de segurança explicada, será de Rs= 0,95x0,98x0,92=0,856. Como
essa função é de extrema responsabilidade, decidimos aumentar a confiabilidade
ao máximo possóvel, naquele momento.
Então, colocamos mais dois circuitos idênticos e calculamos como es-
sas redundâncias impactariam a confiabilidade de nosso sistema. A não-
-confiabilidade dos três sistemas é igual, pois eles utilizam os mesmos equipa-
mentos, sendo F= 1-0,856=0,144. Então, a confiabilidade resultante será RS=
1-(0,144x0,144x0,144)=0,997, tendo uma probabilidade de falha de 1-0,997= 0,003,
chegando a um SIL 2, conforme a Tabela 2.

2.5 Riscos e segurança

Para entender a determinação do SIL, precisamos fundamentar o concei-


to de risco e segurança.
Risco é a taxa provável de ocorrência de um perigo que causa o dano e o
tamanho, que devem ser considerados. Então, o risco tem dois elementos:
• a frequência/probabilidade que o perigo ocorra; e
• as consequências do evento perigoso.
Quanto maior for o risco associado a um processo, maior será o nível de
segurança aplicado para o controle desse risco. Nesse caso, serão necessários
sistemas mais complexos e robustos, pois apresentam maiores potenciais de
ocorrência de um evento.
O SIL (nível de segurança) é a medida do risco de segurança de um dado pro-
cesso. Essa padronização pode ser aplicada a equipamentos que garantirão o ní-
vel de segurança necessário; ou seja, se um processo é classificado como SIL 2,
podemos utilizar um equipamento SIL 2 para o Sistema Instrumentado de Segu-
rança (SIS) que implementará a Função Instrumentada de Segurança.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
22

Como já visto, o SIL é estratificado em quatro níveis discretos de segurança.


Cada nível representa uma ordem de valor da redução do risco. Quanto mais
elevado for nível de SIL, maior será o impacto de uma falha e mais baixa a taxa
de falhas toleráveis. O nível de segurança (SIL) é uma maneira de indicar a taxa
de falhas tolerável de uma função de segurança (SIF). Os padrões exigem a
atribuição de um SIL para toda a SIF nova ou adaptada, dentro do SIS.
A atribuição do SIL é uma decisão que exige a análise de perigos. A atribuição de
um SIL é baseada na quantidade de redução de risco que é necessária para manter o
processo num nível de segurança aceitável. Então, todo o projeto do SIS, operação e
escolhas da manutenção deve ser verificado de acordo com o SIL. Esse procedimento
assegura que o SIS possa reduzir o risco atribuído ao processo. Quando uma análise
de perigos do processo (PHA) determina que um SIS é necessário devem ser atribuí-
dos, o nível de redução do risco alcançado pelo SIS e o SIL.

SAIBA Para aprofundar seus conhecimento sobre PHA, acesse:


MAIS http://en.wikipedia.org/wiki/Process_Hazard_Analysis.

2.5.1 Determinação do risco e do nível de segurança

Várias metodologias podem ser usadas para a atribuição de um SIL. A determina-


ção deve envolver pessoas com perícia e experiência elevadas. As metodologias para
a determinação de um SIL incluem cálculos simplificados, análise de árvore de falha
e análise de camada de proteção, podendo ser quantitativas (avaliação numérica),
qualitativas (avaliação descritiva) ou, ainda, uma combinação das duas formas.
O anexo D do padrão da IEC 61508-5 ilustra uma técnica qualitativa usando um gráfico
para determinar diretamente o nível exigido de segurança. A Figura 4 mostra esse gráfico.

Figura 4 -  Gráfico de risco


Fonte: INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. 61508-5, 1997
2 Sistema instrumentado de segurança
23

No Quadro 2 temos as descrições de cada fator para utilizar no gráfico.


Parâmetro de Classificação Comentários
Risco
Consequência (C) C1 Pequena lesão 1 - Esse sistema de classificação considera somente
C2 Lesão séria e perma- danos às pessoas. Quando implementado, poderia-
nente a uma ou mais se criar um critério também para danos materiais.
pessoas, morte de até 2 - Para interpretação do C1, C2, C3 e C4, devem
uma pessoa. ser levados em consideração as consequências do
C3 Morte para algumas acidente e o tempo de cura.
pessoas
C4 Morte para muitas
pessoas
Frequência F1 Raramente acontece 3 - Veja o comentário 1 acima.
e tempo de F2 Frequentemente está
exposição à zona exposto à zona de
de perigo (F) perigo.
Possibilidade de P1 Possível sobre certas 4 - Esse parâmetro leva em consideração:
evitar o evento condições - operação do processo (supervisionado, ou seja,
perigoso (P) P2 Quase impossível operado por pessoa qualificada ou não-qualifica-
da; ou sem supervisão);
Em qual SIS está a SIF.
- velocidade em que o evento se desenvolve
(repentinamente, rápido ou lento);
Taxa aceitável em que a SIF identifica uma situação
de perigo que não está realmente acontecendo.
- facilidade de reconhecimento do perigo (exemplo:
imediatamente, detectado por meio de medições
ou sem medições);
- prevenção do evento perigoso (exemplo: possibi-
lidade de rotas de fuga, não é possível ou possível
em certas condições);
- experiência (exemplo: tal evento já aconteceu
num ambiente idêntico; similar ou não existe).
Probabilidade W1 Muito pequena 5 - A finalidade do termo W é estimar a frequência
de ocorrência W2 Pequena da ocorrência de algo indesejado sem a adição de
indesejada (W) W3 Média e Alta um SIS, mas incluindo quaisquer instalações de
redução externa de risco.
6 - Se existir a experiência de um ambiente
semelhante, a estimativa do fator W poderá ser
calculada e deverá ser considerado o pior caso.
Quadro 2 - Critérios para classificação do Nível de Segurança (SIL) (retirada da IEC 61508/5)
Fonte: Autor

Agora vamos elamborar um exemplo para entender o funcionamento


dessa ferramenta:
• Considerando que a consequência da falha que estamos analisando seria uma
perda permanente a uma ou mais pessoas, ou a morte de uma pessoa, sendo um C2.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
24

• Que a frequência ou o tempo de exposição à zona de perigo é permanen-


te, sendo F2.
• A possibilidade de evitar o evento perigoso é zero (impossível), resultan-
do em P2.
• E a probabilidade de ocorrência indesejada é pequena, mas existe, sendo
um W2.
Essa combinação de classificações nos leva à letra “d”, que é um SIL 2; ou seja,
para executar a função de segurança desse processo, precisaremos de um sistema
de segurança instrumentado com SIL 2.

SAIBA Para conhecer um estudo de caso sobre esse assunto, veja:


http://labsoft.com.br/arquivos/artigos/CT-018_09.pdf
MAIS

Recapitulando

Neste capítulo, verificamos que, ao se tratar de soluções com responsabilidade


sobre a vida ou a saúde de pessoas, ou em relação a grande valor econômico para
uma empresa, não basta apenas utilizar tecnologia de ponta. Faz-se necessária,
também, a criação de um sistema de gestão desses processos. Estudamos, especi-
ficamente, os Sistemas Instrumentados de Segurança (SIS), que são equipamentos
utilizados para implementar Funções de Segurança (SIF´s) que, por sua vez, são as
funções que evitarão as situações de perigo em um processo de alto risco.
Cada SIF tem um SIL correspondente que a classifica. Esse nível de segurança
(SIL) é um qualificador da SIF, que leva em consideração os seguintes fatores:
• a consequência do acidente, que é a quantidade de pessoas lesadas ou
o valor econômico perdido;
• a frequência ou o tempo de exposição ao perigo;
• a possibilidade de evitar a situação de perigo;
• a probabilidade de este evento ocorrer.
O SIL definido especificará o SIS a ser utilizado, o tipo de manutenção e a
verificação periódica que esse sistema deverá sofrer.
2 Sistema instrumentado de segurança
25

Anotações:
Referências

ALLEN-BRANDELEY. Proportional/Integral/Derivative Control (2-Loop) Module. User Manu-


al. Disponível em: <http://literature.rockwellautomation.com/idc/groups/literature/documents/
um/1771-um673_-en-p.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

________________. Using the PIDE Instruction. 2005. Disponível em: <http://literature.ro-


ckwellautomation.com/idc/groups/literature/documents/wp/logix-wp008_-en-p.pdf>. Acesso em:
15 mar. 2012.

BEACON. Process Safety. 2009. Disponível em: <http://www.sache.org/beacon/files/2009/07/pt/


read/2009-07-Beacon-Portuguese-s.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

BENNETT, James; BHASIN, Ajay; GRANT, Jamila; LIM, Wen Chung. PID Tuning Via Classical Methods.
Disponível em: <https://controls.engin.umich.edu/wiki/index.php/PIDTuningClassical>. Acesso em:
15 mar. 2012.

BLUEPRINT, Pid Tuning. Calculus with no math. [s.d.]. Disponível em: <http://www.pidtuning.net/
lesson1_derivatives.html?utm_source=7day&utm_medium=email&utm_campaign=day1>. Acesso
em: 15 mar. 2012.

CASSIOLATO, César. Sistemas Instrumentados de Segurança: Uma visão prática – Parte 1. 2010. Dis-
ponível em: <http://www.smar.com/newsletter/marketing/index72.html>. Acesso em: 13 mar. 2012.

________________. Sistemas Instrumentados de Segurança: Uma visão prática – Parte 2. 2010. Dis-
ponível em: <http://www.smar.com/newsletter/marketing/index73.html>. Acesso em: 13 mar. 2012.

________________. Sistemas Instrumentados de Segurança: Uma visão prática – Parte 3. 2010. Dis-
ponível em: <http://www.smar.com/newsletter/marketing/index74.html>. Acesso em: 13 mar. 2012.

________________. Sistemas Instrumentados de Segurança: Uma visão prática – Parte 4. 2010. Dis-
ponível em: <http://www.smar.com/newsletter/marketing/index77.html>. Acesso em: 13 mar. 2012.

________________. Sistemas Instrumentados de Segurança: Uma visão prática – Parte 5. 2010. Dis-
ponível em: <http://www.smar.com/newsletter/marketing/index80.html>. Acesso em: 13 mar. 2012.

CO, Tomas B. Cohen Coon Tuning Method. 2000. Disponível em: <http://www.chem.mtu.
edu/~tbco/cm416/cctune.html>. Acesso em: 15 mar. 2012.

___________. PID Controller Tuning Simulation. 2000. Disponível em: <http://www.chem.mtu.


edu/~tbco/cm416/pidchoice.html>. Acesso em: 15 mar. 2012.
COELHO, Antonio A. R. Identificação e Controle Adaptativo. [s.d.]. Disponível em: <http://
www.das.ufsc.br/~aarc/ensino/graduacao/DAS5901/Controle_Adaptativo_Introducao.pdf>.
Acesso em: 15 mar. 2012.

COPELAND, Brian R. The Design of Controllers using Ziegler Nichols Tuning. 2008. Disponí-
vel em: <http://www.eng.uwi.tt/depts/elec/staff/copeland/ee27B/Ziegler_Nichols.pdf>. Acesso
em: 13 mar. 2012.

GOODWIN; GRAEBE; SALGADO; PRENTICE, Hall. Classical PID Control. 2000. Disponível em: <http://
csd.newcastle.edu.au/book_slds_download/Ch06c.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

HAUGEN, Finn. Ziegler-Nichols’ Closed-Loop Method. 2010. Disponível em: <http://techte-


ach.no/publications/articles/zn_closed_loop_method/zn_closed_loop_method.pdf>. Acesso
em: 15 mar. 2012.

HAUGEN, Finn. Ziegler-Nichols’ Open-Loop Method. 2010. Disponível em: <http://techteach.no/


publications/articles/zn_open_loop_method/zn_open_loop_method.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. 61508-1. Functional safety of electrical/elec-


tronic/programmable electronic safety-related systems. Part 1: General requirements. 1997.

___________________________________________. 61508-2. Functional safety of electrical/


electronic/programmable electronic safety-related systems. Part 2:Requirements for electrical/
electronic/programmable electronic safety-related systems 1997.

___________________________________________. 61508-5. Functional safety of electrical/elec-


tronic/programmable electronic safety-related systems. Part 5: Examples of methods for the
determination of safety integrity levels 1997.

INSTRUMENTATION, Applied Electronics and. Cohen coon tuning. 2004. Disponível em: <http://
c.1asphost.com/dimensionz/Education/process/coon.pdf>. Acesso em 15 mar. 2012.

MAIA, Renato D. Realimentação Linear de Variáveis de Estado – parte 2. [s.d.]. Disponível


em: <http://www.cpdee.ufmg.br/~rdmaia/2011/01/CSII/8_RealimentacaoEstados_3PP.pdf>.
Acesso em: 14 mar. 2012.

MOSTIA JR., William L. The Safety Instrumented Function. 2003. Disponível em: <http://www2.
emersonprocess.com/siteadmincenter/PM%20DeltaV%20Documents/Articles/ControlMagazine/
The-Safety-Instrumented-Function-An-S-Word-Worth-Knowing.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

NOVUS, Produtos Eletrônicos. Introdução ao controle PID. [s.d.]. Disponível em: <http://www.das.
ufsc.br/~aarc/ensino/posgraduacao/DAS6613/PID_Novus.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.
OLIVEIRA, Elvio Nascimento de. Cálculo do SIL Atingido. [s.d.]. Disponível em: <http://labsoft.com.
br/arquivos/artigos/CT-018_09.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

PEREIRA, Luís Fernando A.; HAFFNER, José Felipe. Anexo1 - Módulos de função para a realização
de controle. [s.d.]. Disponível em: <http://www.feng.pucrs.br/~gacs/new/disciplinas/ci/apostilas/
Aula11A1.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

______;______. Projeto de Controladores no Domínio da Freqüência. [s.d.]. Disponível em:


<http://www.feng.pucrs.br/~gacs/new/disciplinas/psc/apostilas/Aula6new.pdf >. Acesso em: 14
mar. 2012.

______;______. Representação de Sistemas Dinâmicos por Variábeis de Estado. [s.d.]. Disponí-


vel em: <http://www.feng.pucrs.br/~gacs/new/disciplinas/asl/apostilas/Aula08.pdf>. Acesso em: 14
mar. 2012.

______; ______. Sintonia de Controladores PID. Disponível em: <http://www.feng.pucrs.


br/~gacs/new/disciplinas/psc_CN/apostilas/Aula6.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

SIEMENS. SIMATIC - Modular PID Control. User Manual. [s.d.]. Disponível em: <http://www.fer.
unizg.hr/_download/repository/Pid_e.pdf>. Acesso em 15 mar. 2012.

_______. SIMATIC - Standard Software for S7-300 and S7-400 PID Control. User Manual. [s.d.]. Dispo-
nível em: <http://www.fer.unizg.hr/_download/repository/S7pidcob.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.

SILVA FILHO, Amaro Miguel. Sistemas Instrumentados de Segurança para uma Unidade de Pro-
dução de Biodiesel. 2008. Disponível em: <http://www2.ee.ufpe.br/instrumentacao/monografias/
Amaro_Miguel_PROMINP_I.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

SILVA, João Manoel G. da. Ação Liga-Desliga. [s.d.]. Disponível em: <http://www.ece.ufrgs.
br/~jmgomes/pid/Apostila/apostila/node20.html>. Acesso em: 14 mar. 2012.

SIS & SIL. A norma de sistemas instrumentados de segurança para brasileiros. [s.d.]. Dis-
ponível em: <http://www.exida.com/images/uploads/ARTIGO_SIS__SIL_INTECH_127.pdf>.
Acesso em: 15 mar. 2012.

SOARES, Rosana. Sistemas de Controle I: cap 1. Fundação de Economia e Estatística. [s.d.]. Dis-
ponível em: <http://xa.yimg.com/kq/groups/24783070/1148762765/name/controleI_Teoria_
Sem01_2011_cap01.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

STATION, Control. Controller Gain Is Dimensionless in Commercial Systems. [s.d.]. Disponível em:
<http://controlstation.brightegg.com/page/132-controller-gain-is-dimensionless-in-commercial-
-systems>. Acesso em: 15 mar. 2012.
______________. PI Control of the Heat Exchanger. [s.d.]. Disponível em: <http://controlstation.
brightegg.com/page/146-pi-control-of-the-heat-exchanger>. Acesso em: 15 mar. 2012.

VANDOREN, Vance. Auto-Tuning Control Using Ziegler-Nichols. 2006. Disponível em: <http://www.
ceasiamag.com/article/auto-tuning-control-using-ziegler-nichols/2255>. Acesso em: 15 mar. 2012.

WEG. Manual do usuário. 2011. Disponível em: <http://catalogo.weg.com.br/files/wegnet/


WEG-wps-software-programacao-weg-10001027753-1.40-manual-portugues-br.pdf>. Acesso
em: 13 mar. 2012.

______. Engenharia de Controle e Automação. 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/


wiki/Engenharia_de_controle_e_automa%C3%A7%C3%A3o#Controle_em_malha_fechada>.
Acesso em: 13 mar. 2012.

______. Model Predictive Control. 2012. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Model_pre-


dictive_control>. Acesso em: 13 mar. 2012.

______. Optimal Control. 2012. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Optimal_control>.


Acesso em: 13 mar. 2012.

______. PID Controller. 2012. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/PID_controller>. Aces-


so em: 13 mar. 2012.

______. Teoria de Controle. 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_contro-


le>. Acesso em: 13 mar. 2012.
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
projeto de capacitação/atualização tecnológica em automação industrial

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Loni Elisete Manica


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

Claiton Oliveira da Costa


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Cristiano Zanini Nazario


Elaboração

Giancarllo Josias Soares


Revisão Técnica

Enrique S. Blanco
Fernando R. G. Schirmbeck
Maria de Fátima R.de Lemos
Design Educacional

Regina Maria Recktenwald


Revisão Ortográfica e Gramatical

Bárbara Polidori Backes


Camila J. S. Machado
Rafael Andrade
Ilustrações

Bárbara V. Polidori Backes


Tratamento de imagens e Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

You might also like