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Técnico de
Automação
Industrial
série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
TÉCNICO DE
AUTOMAÇÃO
INDUSTRIAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
Conselho Regional
Presidente Nato
Heitor José Müller
Presidente do Sistema FIERGS
José Zortea
Diretoria do SENAI-RS
José Zortea
Diretor Regional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
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por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
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Sistema Instrumentado de Segurança
O presente tema está ligado à Segurança do Trabalho e aos interesses econômicos da in-
dústria, visto que o aprendizado sobre o Sistema Integrado de Segurança (Safety Instrumented
System – SIS) minimiza os riscos de acidentes com os trabalhadores e reduz a perda de ativos
(equipamentos, prédios etc.) da empresa. Os objetivos do SIS são: evitar acidentes dentro e
fora das fábricas, como incêndios, explosões e danos aos equipamentos; promover a proteção
à produção e à propriedade, evitar riscos à vida e danos à saúde pessoal; e prevenir impactos
catastróficos na comunidade.
A segurança industrial, antes da era digital, estava focada nas práticas seguras de trabalho,
que consistiam no manuseio de materiais perigosos e na operação de equipamentos. Atual-
mente, a segurança industrial atua sobre as infraestruturas mais complexas dos processos de
fabricação, abrangendo toda a empresa.
O aumento da aplicação de dispositivos de controle eletrônico trouxe a necessidade de sua
regulamentação, de modo a garantir a segurança dos recursos de uma fábrica por meio des-
ses equipamentos. As principais normas regulamentadoras aplicadas na atualidade são a IEC
61508, a IEC 61511 e a AIA 34. A regulamentação ampliou o interesse sobre o SIS, aumentando
a confiabilidade dos instrumentos.
Nenhuma medida de segurança isolada pode reduzir os riscos e proteger a planta e o pessoal
contra eventuais danos caso ocorra um incidente perigoso. Por isso, foram desenvolvidas medi-
das de segurança dispostas em camadas protetoras. As camadas protetoras representam uma se-
quência de dispositivos mecânicos, de controle de processos, de sistemas de parada programada
e de medidas de respostas externas que impedem ou combatem um evento perigoso.
Se uma das camadas falhar, as demais estarão disponíveis para trazer o processo a um es-
tado seguro, considerando que o acidente é uma sucessão de falhas em efeito dominó. Com o
aumento de camadas, aumenta-se a confiabilidade do sistema de segurança. A figura 1 mostra
as sete camadas de segurança em ordem de ativação.
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Um SIS dispara suas ações quando o limite programado para sua atuação é
atingido. O objetivo do SIS será colocar a instalação (equipamento ou processo)
em estado seguro, retornando às condições normais ou, até mesmo, desligando.
O SIS poderá executar uma ou várias funções de proteção contra os vários riscos
que um processo pode ter.
A nomenclatura do SIS pode ser encontrada de diferentes formas com: siste-
ma de paragem segura, sistema de paragem de emergência, sistema de proteção
instrumentada ou sistema de segurança crítico.
Em grande parte dos casos, uma SIF implementada por um SIS possui os ele-
mentos que podem ser vistos na figura 2.
Uma SIF é uma função com um nível específico de segurança (SIL) que é imple-
mentada por um SIS, a fim de alcançar ou manter uma condição segura. Os três
elementos do SIS atuam em conjunto para detectar um perigo e para trazer o pro-
cesso a uma condição de segurança. É comum afirmar que existem dois tipos de
SIF, uma para proteção e uma para controle. A SIF de proteção é utilizada somente
quando necessário (uso intermitente), ou seja, quando a variável de processo mo-
nitorada atingiu o valor limite, e a SIF de controle é utilizada continuamente para
manter a variável dentro dos limites de segurança especificados.
Além dessas funções, a SIF também pode definir um nível de redução do risco
ou o nível de segurança (SIL) para um perigo específico. Essa função é implemen-
tada por meio de uma ação automatizada e instrumentada.
No Quadro 1 temos as principais propriedades de uma SIF.
Propriedade Descrição
Perigo Um único perigo e risco associado.
Modo de operação Quando necessário ou contínuo.
Detecção O sensor detecta especificamente o perigo e passa a
informação para o controlador.
Decisão O controlador deve ter a programação para decidir
automaticamente quando agir e quando o perigo
está presente, agindo nos atuadores.
Ação Os atuadores devem ter a ação necessária para
trazer o processo a uma condição segura ou miti-
gar o perigo a um nível adequado.
Nível de Segurança (SIL) O montante da redução de risco a ser atingido pelo
SIF ou o aumento da confiabilidade do processo.
Condição atingida Uma eliminação do perigo ou mitigação.
Tempo de resposta O tempo para detectar, decidir e agir e a ação de
eliminar ou mitigar o perigo.
Intervalo de teste A frequência para testar a SIF ou seus componentes.
SIS Em qual SIS está a SIF.
Ação falsa Taxa aceitável em que a SIF identifica uma situação de
perigo que não está realmente acontecendo.
Quadro 1 - As principais propriedades de uma SIF
Fonte: Autor
a) Alta pressão num vaso de pressão abre uma válvula de alívio. O perigo é
a sobrepressão no vaso. O sensor detecta a pressão alta e o controlador manda
abrir a válvula de alívio para trazer o sistema a uma condição segura.
b) Alta temperatura de uma fornalha poderá causar seu rompimento. A SIF
terá a função de cortar a alimentação de combustível para trazer o sistema a uma
temperatura segura.
A Figura 3 mostra um modelo que relaciona o SIS, a SIF e o nível de segu-
rança (SIL). Veja que temos um SIS implementando três SIFs, e cada SIF tem
um nível de segurança 2.
O SIL (Safety Integrity Level) está ligado ao nível de segurança requerido para
uma função de segurança instrumentada. A taxa de falhas máxima tolerável para
cada condição de perigo ocorrida conduz a um nível de integridade para cada
parte do equipamento; ou seja, a combinação dos níveis de integridade dos ele-
mentos do SIS não pode significar que a função de segurança implementada fa-
lhará na detecção do perigo mais do que a taxa máxima tolerada, especificada
pelo Nível de Integridade de Segurança (SIL), dividido em quatro faixas:
• SIL 4: é o nível mais exigente para um SIS e, consequentemente, mais one-
roso, exigindo técnicas avançadas de implementação (tenta-se evitar).
• SIL 3: ainda necessita de técnicas avançadas de projeto.
• SIL 2: exige boas práticas de projeto e operação para ser atingido.
• SIL 1: é o nível mínimo, mas ainda precisa de um SIS para ser implementado.
As tabelas 2 e 3 mostram os níveis de falhas aceitáveis para cada SIL.
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Vamos entender melhor essas duas tabelas. Para tanto, definimos a PFD (Pro-
bability of Failure on Demand), que é a probabilidade de o SIS (que executa a res-
pectiva função) falhar quando for necessário que ele atue. Definimos, também, o
RRF (Risk Reduction Factor), que é o fator de redução do risco caso o SIS falhar ao
ser acionado. Por exemplo, se tivermos um equipamento SIL 3, a probabilidade de
falhar, quando demandado, é de 0,001 até 0,0001, ou de 0,1% até 0,01%, ou ainda,
entre 1.000 e 10.000 atuações o SIS falhará uma vez.
Já na Tabela 3 temos outra sigla, a PFH (Probability of Failure per Hour), que é a
probabilidade de o SIS falhar em uma hora. Utilizando o SIL 2 como exemplo, a proba-
bilidade do SIS falhar em uma hora será de 0,000001 até 0,0000001, ou 0,0001% até
0,00001%, ou ainda, entre 1.000.000 e 10.000.000 de horas, o SIS falhará uma hora, ou
seja, entre 1 ano e 11 meses, até 19 anos, o SIS falhará 1 minuto.
Usaremos a Tabela 2 quando a necessidade de o SIS atuar para evitar uma si-
tuação de perigo não for maior do que uma vez por ano e não ocorrerem mais de
dois testes do SIS em um ano.
Em relação à Tabela 3, ao contrário, ela será utilizada quando a necessidade de
o SIS atuar para evitar uma situação de perigo, for maior do que uma vez por ano
e ocorrerem mais de dois testes do SIS em um ano.
Para tornar mais simples a utilização e a visualização desses conceitos em nosso co-
tidiano, trabalharemos com o conceito de confiabilidade. Vamos estabelecer que a con-
fiabilidade de componentes em série deve levar em conta a probabilidade de falhas in-
dividuais em um período de tempo. Para um sistema de medição com n componentes
em série, a confiabilidade Rs é o produto das confiabilidades individuais: Rs = R1xR2...Rn.
A confiabilidade pode ser aumentada se colocarmos componentes em paralelo,
o que significa que o sistema falha se todos os componentes em paralelo falharem.
Nesse caso, a confiabilidade Rs é dada por: Rs = 1 – Fs, onde Fs é a não-confiabilidade
do sistema. A não-confiabilidade para m sistemas em paralelo é Fs = F1xF2...Fm.
2 Sistema instrumentado de segurança
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CASOS E RELATOS
Recapitulando
Anotações:
Referências
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Enrique S. Blanco
Fernando R. G. Schirmbeck
Maria de Fátima R.de Lemos
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