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GABARITO - PRÁTICA SIMULADA I - AV1 - AÇÃO ANULATÓRIA

DE NEGÓCIO JURÍDICO - ESTADO DE PERIGO - CCB 156/171 -


NCPC 319 - CCJ 0045 - CUEJF - TURMA 1002
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CÍVEL DA
COMARCA DE SALVADOR/BA.

FREDERICO, (qualificação e endereço completos), por seu advogado que esta subscreve
(doc. 01), com endereço profissional indicado no cabeçalho desta, onde recebe
intimações, pelo procedimento comum (art. 318 do NCPC), vem à presença de Vossa
Excelência propor a presente

AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO


em face GEOVANA, (qualificação e endereço completos), pelos fatos a seguir expostos:

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

1- Em __/____/__, o autor foi surpreendido com uma ligação telefônica de uma pessoa
exigindo o pagamento da importância de R$300.000,00 (trezentos mil reais) pelo resgate de
sua filha, Julia, que acabara de ser sequestrada.

2- Há cerca de 2 (dois) meses, os sequestradores enviaram para residência do autor um


pedaço deorelha que supostamente era de Júlia, acompanhado de um bilhete afirmando que
caso não fosse efetuado o pagamento do regaste, eles tirariam a vida de sua filha – Júlia
(doc. ).

3 - O autor, desesperado com tal possibilidade, e tendo arrecadado apenas


R$220.000,00 (duzentos e vinte mil reais), até a data do segundo contato com os
sequestradores, vendeu para sua prima, ora ré, seu único imóvel situado em Fortaleza/CE,
pelo valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais). Ressalte-se que o pagamento foi efetuado no ato
da celebração do contrato (doc. ), e que ré desde o início da negociação estava ciente do
sequestro e da necessidade do autor em arrecadar o valor total exigido pelos bandidos para
salvar a vida da filha.

4- Importante frisar que o imóvel vendido à ré, trata-se de uma casa de 04 (quatro)
quartos, com piscina, sauna, duas salas, cozinha, dependência de empregada, em condomínio
fechado, cujo valor venal é de R$280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), conforme se
verifica do carnê de IPTU anexo (doc. ).

5- Ocorre que 07 (sete) dias após a celebração do contrato e antes do pagamento do


resgate, a Polícia Militar do Estado do Ceará, encontrou o cativeiro onde se encontrava a filha
do autor, e a salvou, fato noticiado nos meios de comunicação da Cidade e do Estado (docs. ).

6 - Alguns dias depois, o autor procurou a ré para desfazer o negócio celebrado,


alegando que somente vendeu o único imóvel e ainda por um valor muito abaixo do valor de
mercado, para completar o valor do resgate e salvar a vida da filha. Indiferente às alegações
do autor, a ré se negou a tanto.

(DO ESTADO DE PERIGO)

7- Não resta dúvida que o autor somente vendeu seu único imóvel por se encontrar
em estado de perigo, nos termos do artigo 156 do CCB: “Configura-se o estado de perigo
quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave
dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.”

(DA ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO)

8- O artigo 171 do CCB, estabelece que o negócio jurídico poderá ser anulado quando
presente o vício de consentimento resultante de estado de perigo, e foi justamente o que
ocorreu no presente caso, pois, repita-se, o autor somente vendeu seu único imóvel e por um
valor muito inferior ao valor de mercado, para salvar a vida da filha, sendo que a ré tinha plena
ciência do sequestro e da necessidade do pagamento integral do resgate.

9- Diante da recusa da ré em resolver amigavelmente a situação, não restou ao autor


alternativa a não ser o ajuizamento da presente ação para ver anulado o negócio jurídico
celebrado pelas partes.

DOS PEDIDOS

10 - Pelo exposto requer:


a) a ANULAÇÃO da venda do imóvel feita à ré, uma vez que realizada sob o vício de
consentimento, com a expedição do competente mandado judicial para o RGI de Fortaleza/CE,
para cancelamento do respectivo registro, retornando as partes ao status quo ante, e,

b) a CONDENAÇÃO da ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários


advocatícios a serem fixados nos termos do artigo 85, § 2º, do NCPC.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

11 - Por ter interesse na AUTOCOMPOSIÇÃO, requer a designação da AUDIÊNCIA DE


CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO e, por consequência, a citação do réu para comparecer à citada
audiência, ficando ciente de que não havendo acordo, se iniciará o prazo para apresentar
resposta, na forma da lei.

DAS PROVAS

12 - Pretende provar o alegado com os documentos que instruem a presente petição,


oitiva de testemunhas, depoimento pessoal dos réus e documentos novos (artigo 435 do
NCPC).

DO VALOR DA CAUSA

13 - Atribui à causa o valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais).

(cidade), (estado), (dia), (mês), (ano)

Advogado
OAB/__

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