0.1.

SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 1

0.1 SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Nosso objetivo é encontrar soluções linearmente independentes para a equação diferencial linear de Segunda
ordem

ω 00 + p(x)ω 0 + q(x)w = 0 (1)

na forma de uma série de potências

∞
X sk+λ
ω(x, λ) = ck (λ)(x − x0 ) (2)
k=0

onde: λ e s são escolhidos adequadamente.

1. Se p(x) e q(x) são analíticas em x0 então x0 é dito um ponto regular de (eqn.1).

2. Por outro lado se p(x) e/ou q(x) tornam-se infinitas em x0 , dizemos que x0 é dito um ponto singular.

3. Um caso particular ocorre quando x0 é um ponto singular (polo), porém (x − x − 0)p(x) e (x − x20 q(x) são
analíticas. Neste caso dizemos que x0 é um ponto singular regular de (eqn.1).

OPERADOR θ

Definição 0.1 Definimos o operador diferencial linear ϑ por:

def dω
ϑω = x
dx
PROPRIEDADES:
a) ϑxa = axa
PROVA:

ϑxa = xDxa
= xaxa−1
= axa

OBS 0.1 Isto significa que xa uma autofunção e a um autovalor do operador diferencial ϑ.

Definição 0.2 Definimos, de forma recursiva, potências do operador ϑ por:

def
1. ϑ0 ω = ω
def
2. ϑn+1 ω = ϑ(ϑn ω), ∀n ∈ N

b) ϑn xa = an xa , ∀n ∈ N, ∀a ∈ R
PROVA:

1. A propriedade a) garante a veracidade para n = 1 e a definição de potência do operador ϑ garante a veracidade

para n = 0.

2. Supondo que a propriedade vale para n i.e. ϑn xa = an xa teremos

2

def
ϑn+1 xa = ϑ(ϑn xa )
= ϑ(an xa )
= an ϑxa
= an axa
= an+1 xa

Logo a propriedade vale para n + 1 e do princípio da indução vale para todos os naturais i.e.

ϑn xa = an xa , ∀a ∈ R, ∀n ∈ N

Definição 0.3 Seja f (x) = αn xn + αn−1 xn−1 · · · + α0 um polinômio de grau n. Definimos o operador polinomial
diferencial f (ϑ) por:
def
f (ϑ)ω = αn ϑn ω + αn−1 ϑn−1 ω + · · · + α0 ω (3)

c) f (ϑ)xa = f (a)xa
PROVA: Usando a propriedade b) temos:
def
f (ϑ)xa = αn ϑn xa + αn−1 ϑn−1 xa + · · · + α0 xa
= αn an xa + αn−1 an−1 xa + · · · + α0 xa
= (αn an + αn−1 an−1 + · · · + α0 )xa
= f (a)xa

d) ϑxa ω = xa (ϑ + a)ω
PROVA: Da definição do operador ϑ, temos:

def
ϑxa ω = xD(xa ω)
= x(axa−1 ω + xa Dω)
= axa ω + xa xDω)
= xa (a + ϑ)ω
= xa (ϑ + a)ω

def
ϑxa ω = xD(xa ω)
= x(axa−1 ω + xa Dω)
= axa ω + xa xDω)
= xa (a + ϑ)ω
= xa (ϑ + a)ω

Definição 0.4 Definimos, de forma recursiva, potências do operador ϑ + a por:

def
1. (ϑ + a)0 ω = ω
def
2. (ϑ + a)n+1 ω = (ϑ + a)((ϑ + a)n ω), ∀n ∈ N

e) ϑn xa ω = xa (ϑ + a)n ω
PROVA:

1. Por indução vale para n = 1 (propriedade d) e da definição de potência do operador ϑ + a vale para n = 0.
0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 3

2. Suponhamos que vale para n i.e. ϑn xa ω = xa (ϑ + a)n ω então:

def
ϑn+1 xa ω = (ϑ + a)((ϑ + a)n (xa ω))
= (ϑ + a)(xa (ϑ + a)n ω)

Definindo z = (ϑ + a)n ω temos:

ϑn+1 xa ω = (ϑ + a)(xa z)
= xa (ϑ + a)z

Substituindo z de volta na equação temos:

ϑn+1 xa ω = x a(ϑ + a)(z)

= x a(ϑ + a)((ϑ + a)n ω)
def
= xa (ϑ + a)n+1 ω

Logo a propriedade vale para n + 1 e do princípio da indução vale para todos os naturais i.e.
ϑn xa ω = xa (ϑ + a)ω, ∀a ∈ R, ∀n ∈ N

f ) f (ϑ)xa ω = xa f (ϑ + a)ω
PROVA: Da propriedade e) temos:

f (ϑ)xa ω = (αn ϑn + αn−1 ϑn−1 + · · · + α0 )xa ω

= αn ϑn xa ω + αn−1 ϑn−1 xa ω + · · · + α0 xa ω
= αn xa (ϑ + a)n ω + αn−1 x a(ϑ + a)n−1 ω + · · · + α0 xa ω
= xa (αn (ϑ + a)n ω + αn−1 (ϑ + a)n−1 ω + · · · + α0 ω)
= xa (αn (ϑ + a)n + αn−1 (ϑ + a)n−1 + · · · + α0 )ω
= xa f (ϑ + a)ω
def def dω
g) Se t = mxa e definimos ϑ̇ω = tḊω = t então ϑω = aϑ̇ω̄ onde ω̄(t) = ω(x)
dt
dt
PROVA: Como t = mxa então = amxa−1
dx
def
ϑω = xDω
= xDω̄
dω̄
=x
dx
dω̄ dt
=x
dt dx
dω̄
= x amxa−1
dt
dω̄
= amxa
dt
dω̄
= at
dt
= atḊω̄
= aϑ̇ω̄
4

h) (ϑ + a)(ϑ + b)ω = (ϑ + b)(ϑ + a)ω, ∀a, b ∈ R

PROVA:
Seja u = (ϑ + a)(ϑ + b)ω então:

u = (ϑ + a)(ϑ + b)ω
= (ϑ + a)(ϑω + bω)
= ϑ(ϑω + bω) + a(ϑω + bω)
(4)
= ϑ(ϑω) + ϑ(bω) + aϑω + abω
= ϑ2 ω + bϑω + aω + abω
= ϑ2 ω + (a + b)ϑω + abω

por outro lado, seja v = (ϑ + b)(ϑ + a)ω então:

u = (ϑ + b)(ϑ + a)ω
= (ϑ + b)(ϑω + aω)
= ϑ(ϑω + aω) + b(ϑω + aω)
(5)
= ϑ(ϑω) + ϑ(aω) + bϑω + baω
= ϑ2 ω + aϑω + bω + baω
= ϑ2 ω(a + b)ϑω + abω

Comparando eqn4 e eqn5 temos: (ϑ + a)(ϑ + b)ω = (ϑ + b)(ϑ + a)ω, ∀a, b ∈ R. 

i) xn Dn ω = ϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω
PROVA: Por indução temos:

1. Para n = 0 é óbvio e para n = 1 é a propria definição do operado ϑ.

2. Suponhamos que vale para n, então:

xn Dn ω = ϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω

Aplicando o operador ϑ temos:

ϑ(xn Dn ω) = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω

xn (ϑ + n)Dn ω = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω
x ϑDn ω + nDn ω = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω
n

xn ϑDn ω = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω − nxn Dn ω

xn xDDn ω = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω − nxn Dn ω
xn+1 Dn+1 ω = ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω − nxn Dn ω
= ϑϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω − nϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω
= (ϑ − n)ϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω
= ϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))(ϑ − n)ω

Logo a propriedade vale para n + 1 e do princípio da indução vale para todos os naturais i.e.

xn Dn ω = ϑ(ϑ − 1) · · · (ϑ − (n − 1))ω, ∀n ∈ N
0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 5

OBS 0.2 É precisamente a propriedade i) que permite passar uma equação diferencial ordinária linear da forma
D para a forma ϑ.

Muitas equações diferenciais ordinárias lineares de segunda ordem, que aparecem na Física matemática Clássica,
naforma do operador ϑ, apresentam-se como:

f (ϑ)ω + xs g(ϑ)ω = 0 (6)

onde: f (ϑ) e g(ϑ) são operadores diferenciais polinomiais de segunda ordem em ϑ.

Procuraremos, para a equação , uma solução na forma:

∞
X
ω(x, λ) = ck (λ)xsk+λ (7)
k=0

Aplicando f (ϑ) a ω(x, λ), dada por eqn7, e usando as propriedades do operador ϑ, temos

∞
X
f (ϑ)ω(x, λ) = f (ϑ) ck (λ)xsk+λ
k=0
∞
X
= f (ϑ)(ck (λ)xsk+λ )
k=0
∞
(8)
X
sk+λ
= ck (λ)f (ϑ)x
k=0
X∞
= ck (λ)f (sk + λ)xsk+λ
k=0

Do mesmo modo temos:

∞
X
g(ϑ)ω(x, λ) = ck (λ)g(sk + λ)xsk+λ (9)
k=0

Daí, de eqn9 temos:

∞
X
xs g(ϑ)ω(x, λ) = xs ck (λ)g(sk + λ)xsk+λ
k=0
∞
X
= ck (λ)g(sk + λ)x2 xsk+λ (10)
k=0
X∞
= ck (λ)g(sk + λ)xs(k+1)+λ
k=0

 
∞ ∞
De eqn10 fazendo a mudança de variável j = k + 1 no somatório com os seguintes limites k ej temos
0 1

∞
X
xs g(ϑ)ω(x, λ) = cj−1 (λ)g(s(j − 1) + λ)xsj+λ
j=1
6

Como a variável j no somatório da equação acima é uma variável fantasma, podemos troca-la pela variável k e
temos:

∞
X
xs g(ϑ)ω(x, λ) = ck−1 (λ)g(s(k − 1) + λ)xsk+λ (11)
k=1

Explicitando do somatório em eqn8 o termo para k = 0 temos

∞
X
f (ϑ)ω(x, λ) = c0 (λ)f (λ)xλ + ck (λ)f (sk + λ)xsk+λ (12)
k=1

Somando as equações eqn11 e eqn12 temos:

∞
X
f (ϑ)ω(x, λ) + xλ g(ϑ)ω(x, λ) = c0 (λ)f (λ)xλ + (ck (λ)f (sk + λ) + ck−1 g(s(k − 1) + λ))xsk+λ (13)
k=1

Podemos escolher os ck (λ) de modo que:

ck (λ)f (sk + λ)xsk+λ + ck−1 (λ)g(s(k − 1) + λ) = 0 (14)

Com a equação eqn14 a equação eqn13 passa a forma:

f (ϑ)ω(x, λ) + xλ g(ϑ)ω(x, λ) = c0 (λ)f (λ)xλ (15)

∞
X
xs g(ϑ)ω(x, λ) = xs ck (λ)g(sk + λ)xsk+λ
k=0
∞
X
= ck (λ)g(sk + λ)x2 xsk+λ (16)
k=0
X∞
= ck (λ)g(sk + λ)xs(k+1)+λ
k=0

Podemos determinar os coeficientes ck (λ), usando eqn14 a relação de recorrência na forma:

g(s(k − 1) + λ)
ck (λ) = − ck−1 (λ) (17)
f (sk + λ)
Variando o índice k em eqn17 temos:

g(s.0 + λ)
c1 (λ) = − c0 (λ)
f (s.1 + λ)
g(s.1 + λ)
c2 (λ) = − c1 (λ)
f (s.2 + λ)
g(s.2 + λ) (18)
c3 (λ) = − c2 (λ)
f (s.3 + λ)
.. ..
. = .
g(s(k − 1) + λ)
ck (λ) = − ck−1 (λ)
f (sk + λ)
0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 7

Fazendo o produto de todas as equações de eqn18, temos:

k
Y g(s(j − 1) + λ)
ck (λ) = (−1)k c0 (λ) (19)
j=1
f (sj + λ)

Da equação eqn15, para que eqn7 seja uma solução de eqn6 teremos que:

c0 (λ)f (λ)xλ = 0 (20)

Porém, xλ 6= 0 e se c0 (λ) = 0 de eqn19 ck (λ) = 0, k = 1, 2, . . ., logo temos:

f (λ) = 0 (21)

OBS 0.3 A equação eqn21 é denominada equação indicial para a equação diferencial ordinária eqn6.

Temos três casos a considerar:

i) f (λ) possui duas raízes reais desiguais λ1 > λ2 e f (λ1 ) = f (λ2 ) = 0 tais que: λ1 − λ2 6= m.s, ∀m ∈ N.
Neste caso as duas soluções linearmente independentes são:

∞
X
ω1 (x) = ω(x, λ1 ) = ck (λ1 )xsk+λ1 (22)
k=0

k
Y g(s(j − 1) + λ1 )
onde: c0 (λ1 ) = 1 e ck (λ1 ) = (−1)k , k = 1, 2, . . ..
j=1
f (sj + λ1 )
e

∞
X
ω2 (x) = ω(x, λ2 ) = ck (λ2 )xsk+λ2 (23)
k=0

k
Y g(s(j − 1) + λ2 )
onde: c0 (λ2 ) = 1 e ck (λ2 ) = (−1)k , k = 1, 2, . . ..
j=1
f (sj + λ2 )
ii) f (λ) possui raízes reais e iguais λ1 = λ2 e f (λ1 ) = f (λ2 ) = 0. Neste caso eqn22 e eqn23 não podem fornecer
duas soluções linearmente independentes, apenas uma.
Como as raízes são iguais, f (λ) é da forma:

f (λ) = a(λ − λ1 )2

Daí, a equação eqn15 fazendo c0 (λ) = 1, temos:

f (ϑ)ω(x, λ) + xs g(ϑ)ω(x, λ) = a(λ − λ1 )2 xλ

Derivando com relação a λ, temos:

∂ω(x, λ) ∂ω(x, λ)
f (ϑ) + xs g(ϑ) = 2a(λ − λ1 )2xλ + a(λ − λ1 )2 xλ ln(x)
∂λ ∂λ
Fazendo λ = λ1 temos:

∂ω(x, λ1 ) ∂ω(x, λ1 )
f (ϑ) + xs g(ϑ) =0 (24)
∂λ ∂λ
8

∂ω(x, λ1
Logo, de eqn24, ω3 (x) = será a segunda solução linearmente independente de eqn6. Derivando eqn7
∂λ
com relação a λ, temos:

∞
∂ω(x, λ ∂ X
= ck (λ)xsk+λ
∂λ ∂λ
k=0
∞
X ∂
= (ck (λ)xsk+λ )
∂λ
k=0
X∞
= (c0k (λ)xsk+λ + c( λ) ln(x)xsk+λ )
k=0
∞
X ∞
X
= ln(x) ck (λ)xsk+λ + c0k (λ)xsk+λ
k=0 k=0

Fazendo λ = λ1 , temos:

∞ ∞
∂ω(x, λ1 ) X X
= ln(x) ck (λ1 )xsk+λ1 + c0k (λ1 )xsk+λ1
∂λ
k=0 k=0

Logo, teremos para a segunda solução linearmente independente:

∞
X
ω3 (x) = ln(x)ω1 (x) + c0k (λ1 )xsk+λ1 (25)
k=0

iii) f (λ) possui raízes desiguais λ1 > λ2 , f (λ1 ) = f (λ2 ) = 0 porém, ∃m ∈ N|λ1 − λ2 = m.s.
A solução para a raíz maior λ1 é determinada de forma normal porém, para a raíz menor λ2 o cálculo de ck (λk )
por eqn19 leva a um problema. Para k ≥ m teremos como um dos fatores do denominador,

f (sm + λ2 ) = f (λ1 ) = 0

o que descarta o uso de eqn19 para o cálculo da segunda solução linearmente independente. Como f (sm + λ2 ) = 0,
então λ − λ2 é um fator de f (sm + λ).
Como forma de contornar o problema, podemos escolher c0 (λ) = λ − λ2 . Com isto ck (λ) tem o fator λ − λ2 até
k = m − 1. A partir de k = m, o fator λ − λ2 no numerador é cancelado pelo mesmo fator no denominador. Daí,
temos que:

ck (λ2 ) = 0, k = 0, 1, 2, . . . , m − 1

Também,

  m−1
m g(s(m − 1) + λ) Y g(s(m − 1) + λ)
cm (λ) = (−1) (λ − λ2 )
f (sm + λ) j=1
f (sm + λ)

Passando o limite λ → λ2 temos:

  m−1
g(s(m − 1) + λ) Y g(s(m − 1) + λ2 )
cm (λ2 ) = (−1)m lim (λ − λ2 ) (26)
λ→λ2 f (sm + λ) j=1
f (sm + λ2 )
0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 9

Para k > m temos:

  m−1 k
g(s(m − 1) + λ) Y g(s(m − 1) + λ) Y g(s(j − 1) + λ)
ck (λ) = (−1)k (λ − λ2 )
f (sm + λ) j=1
f (sm + λ) j=m+1 f (sj + λ)

Passando o limite λ → λ2 , temos:

  m−1 k
k g(s(m − 1) + λ) Y g(s(m − 1) + λ2 ) Y g(s(j − 1) + λ2 )
ck (λ2 ) = (−1) lim (λ − λ2 ) (27)
λ→λ2 f (sm + λ) j=1
f (sm + λ2 ) j=m+1 f (sj + λ2 )

De eqn26 e eqn27, temos:

k
Y g(s(j − 1) + λ2 )
ck (λ2 ) = (−1)k−m cm (λ2 ) (28)
j=m+1
f (sj + λ2 )

 
k k−m
De eqn28 fazendo a mudança de variável j = n+m no somatório com os seguintes limites j ej
m+1 1
temos

k−m
Y g(s(j − 1) + λ2 )
ck (λ2 ) = (−1)k−m cm (λ2 )
n=1
f (sj + λ2 )
k−m
Y g(s(n + m − 1) + λ2 )
= (−1)k−m cm (λ2 )
n=1
f (s(n + m) + λ2 )
k−m
Y g(s(n − 1) + smλ2 )
= (−1)k−m cm (λ2 )
n=1
f (sn + sm + λ2 ) (29)
k−m
Y g(s(n − 1) + λ1 )
= (−1)k−m cm (λ2 )
n=1
f (sn + λ1 )
k−m
Y g(s(n − 1) + λ1 )
= cm (λ2 )(−1)k−n
n=1
f (sn + λ1 )
= cm (λ2 )ck−m (λ1 )

De eqn31 temos:

∞
X
ω2 (x) = ω(x, λ2 ) = ck (λ2 )xsk+λ2
k=0
X∞
= ck (λ2 )xsk+λ2
k=m

onde usamos o fato de que ck (λ2 ) = 0, k = 0, 1, . . . , m − 1.

10

Como ck (λ2 ) = cm (λ2 )ck−m (λ1 ), k = m, m + 1, . . ., temos:

∞
X
ω2 (x) = ω(x, λ2 ) = ck (λ2 )xsk+λ2
k=0
X∞
= ck (λ2 )xsk+λ2 (30)
k=m
X∞
= cm (λ2 )ck−m (λ1 )xsk+λ2
k=m
 
∞ ∞
De eqn30 fazendo a mudança de variável k = j + m no somatório com os seguintes limites k e j
m 0
temos

∞
X
ω2 (x) = cm (λ2 )cj (λ1 )xsj+sm+λ2
j=0
∞
X
= cm (λ2 )cj (λ1 )xsj+λ1
j=0 (31)
∞
X
= cm (λ2 ) cj (λ1 )xsj+λ1
j=0

= cm (λ2 )ω1 (x)

por eqn31 vemos que ω2 (x) e ω1 (x) são linearmente dependentes.

Por outro lado como c0 (λ) = λ − λ2 e c00 (λ) = 1 derivando eqn15 com relação a λ ,temos:

∂ω(x, λ) ∂ω(x, λ)
f (ϑ) + xs g(ϑ) = f (λ)xλ + (λ − λ2 )f 0 (λ)xλ + (λ − λ2 )f (λ)xλ ln(x)
∂λ ∂λ
Fazendo λ = λ2 temos:

∂ω(x, λ2 ) ∂ω(x, λ2 )
f (ϑ) + xs g(ϑ) =0 (32)
∂λ ∂λ
∂ω(x, λ2
Logo, de eqn32, ω3 (x) = será a segunda solução linearmente independente de eqn6. Derivando eqn7
∂λ
com relação a λ, temos:

∞
∂ω(x, λ ∂ X
= ck (λ)xsk+λ
∂λ ∂λ
k=0
∞
X ∂
= (ck (λ)xsk+λ )
∂λ
k=0
X∞
= (c0k (λ)xsk+λ + c( λ) ln(x)xsk+λ )
k=0
∞
X ∞
X
= ln(x) ck (λ)xsk+λ + c0k (λ)xsk+λ
k=0 k=0
0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 11

Fazendo λ = λ2 , temos:

∞ ∞
∂ω(x, λ2 ) X X
ω3 (x) = = ln(x) ck (λ2 )xsk+λ2 + c0k (λ2 )xsk+λ2
∂λ
k=0 k=0

Como ck (λ2 ) = 0, k = 0, 1, . . . , m − 1 e ck (λ2 ) = cm (λ2 )ck−m (λ1 ), k = m, m + 1, . . ., temos:

∞
X ∞
X
ω3 (x) = ln(x) cm (λ2 )ck−m (λ1 )xsk+λ2 + c0k (λ2 )xsk+λ2 (33)
k=m k=0

∞
De eqn33 fazendo a mudança de variável k = j + m no primeiro somatório com os seguintes limites k e
 m
∞
j temos
0

∞
X ∞
X
ω3 (x) = ln(x) cm (λ2 )cj (λ1 )xsj+sm+λ2 + c0k (λ2 )xsk+λ2
j=0 k=0
∞
X ∞
X
= ln(x)cm (λ2 ) cj (λ1 )xsj+λ1 + c0k (λ2 )xsk+λ2
j=0 k=0
∞
X
= cm (λ2 ) ln(x)ω1 (x) + c0k (λ2 )xsk+λ2
k=0

Logo, teremos para a segunda solução linearmente independente:

∞
X
ω3 (x) = cm (λ2 ) ln(x)ω1 (x) + c0k (λ2 )xsk+λ2 (34)
k=0

Um caso especial é a ocorrência de soluções polinomiais. Isto ocorre quando ∃m ∈ N, |ck (λ1 ) = 0, ∀k = m, m + 1, . . .
e sk + λ1 ∈ N, k = 0, 1, . . . , m − 1. Neste caso a solução ω1 (x) toma a forma:

m−1
X
ω1 (x) = ck (λ1 )xsk+λ1
k=0

Da expressão para os ck (λ1 ) temos:

k
X g(s(j − 1) + λ1 )
ck (λ1 ) = (−1)k
j=1
f (sj + λ1 )

Então ck (λ1 ) = 0, k = m, m+1, . . . se, somente se g(s(m−1)+λ1 ) = 0 neste caso este fator fará parte do numerador
de todos os ck (λ1 ), ∀k = m, m + 1, . . ..
Suponhamos que λ1 = λ2 neste caso a segunda solução linearmente independente será:

∞
X
ω3 (x) = ln(x)ω1 (x) + c0 (λ1 )xsk+λ1
k=1

onde c0 (k(λ1 ) é calculado usando derivação logarítmica. A saber:

12

k
Y g(s(j − 1) + λ)
k
ck (λ) = (−1)
j=1
f (sj + λ)
 
k
Y g(s(j − 1) + λ)
ln(ck (λ)) = ln(−1)k + ln  
j=1
f (sj + λ)
k
X
k
= ln(−1) + (ln(g(s(j − 1) − λ)) − ln(f (sj + λ)))
j=1

Derivando com relação a λ temos:

k
c0k (λ) X g 0 (s(j − 1) − λ) f 0 (sk + λ)
 
= −
ck (λ) j=1 g(s(j − 1) + λ) f (sj + λ)
k  0
f 0 (sk + λ)

X g (s(j − 1) − λ)
c0k (λ) = ck (λ) −
j=1
g(s(j − 1) + λ) f (sj + λ)

Para k < m, fazendo λ = λ1 temos:

k  0
f 0 (sk + λ1 )

X g (s(j − 1) − λ1 )
c0k (λ1 ) = ck (λ1 ) −
j=1
g(s(j − 1) + λ1 ) f (sj + λ1 )

e para k ≥ m temos:

 
k k
g 0 (s(m − 1) + λ) g 0 (s(j − 1) − λ)
X f 0 (sk + λ) 
X
c0k (λ) = ck (λ)

+ ck (λ)  − 
g(s(m − 1) + λ) 
j=1
g(s(j − 1) + λ) j=1
f (sj + λ) 
j6=m
 
0 k k 0 k 0
g (s(m − 1) + λ) Y g(s(j − 1) + λ) X g (s(j − 1) − λ) X f (sk + λ)
= (−1)k + ck (λ)  − 
g(s(m − 1) + λ) j=1 f (sj + λ) j=1
g(s(j − 1) + λ) j=1
f (sj + λ)
j6=m

0 k
g (s(m − 1) + λ) g(s(m − 1) + λ) Y g(s(j − 1) + λ)
= (−1)k
g(s(m − 1) + λ) f (sm + λ) j=1
f (sj + λ)
j6=m
 
k k
X g 0 (s(j − 1) − λ) X f 0 (sk + λ) 
+ ck (λ)  − 

j=1
g(s(j − 1) + λ) j=1
f (sj + λ) 
j6=m
k
g 0 (s(m − 1) + λ) Y g(s(j − 1) + λ)
= (−1)k
f (sm + λ) j=1
f (sj + λ)
j6=m
 
k k
 X g 0 (s(j − 1) − λ) X f 0 (sk + λ) 
+ ck (λ)  − 

j=1
g(s(j − 1) + λ) j=1
f (sj + λ) 
j6=m

Daí, passando o limite λ → λ1 e levando em conta que ck (λ1 ) = 0, k = m, m + 1, . . ., temos:

0.1. SOLUÇÕES POR SÉRIES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 13

k
g 0 (s(m − 1) + λ1 ) Y g(s(j − 1) + λ1 )
c0k (λ1 ) = (−1)k , k = m, m + 1, . . .
f (sm + λ1 ) j=1
f (sj + λ1 )
j6=m

Desta forma a segunda solução linearmente independente será:

∞
X
ω3 (x) = ln(x)ω1 (x) + c0 (λ1 )xsk+λ1
k=1

onde:

k k 
g(s(j − 1) + λ1 ) X g 0 (s(j − 1) − λ1 ) f 0 (sk + λ1 )
Y 
c0k (λ1 ) = (−1)k − , k = 1, 2, . . . , m − 1
j=1
f (sj + λ1 ) j=1
g(s(j − 1) + λ1 ) f (sj + λ1 )

k
g 0 (s(m − 1) + λ1 ) Y g(s(j − 1) + λ1 )
c0k (λ1 ) = (−1)k , k = m, m + 1, . . .
f (sm + λ1 ) j=1
f (sj + λ1 )
j6=m