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Lessa, J. F. J.1;
Graduado Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
Ferreira Barbosa, R.2
Professor Dr., Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
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jailton.lessa@gmail.com; 2ricferprof@gmail.com
RESUMO: A população mundial e brasileira vem se preocupando a cada ano que passa, com o alto consumo dos recursos
naturais para a produção de energia elétrica. Junto a isso, devido ao altíssimo valor de taxa de KW/h pago por energia elétrica,
o consumidor individual tem buscado uma alternativa para melhorar todo esse sistema tornando-o mais sustentável e viável.
Será abordado o estudo de viabilidade e implementação de um sistema fotovoltaico para geração de energia de fonte solar em
residências verticais, utilizando o sistema on grid, onde basicamente cada um gera sua própria energia e a que não for
consumida, pode ser distribuída na rede elétrica da região e posteriormente abatida da sua própria conta. Será apresentado um
projeto final dimensionado via modelo computacional, juntamente com um estudo prévio de viabilidade do sistema.
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2! FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (o relógio contador típico é bidirecional e neste caso
anda para trás). Por outro lado, quando o sistema solar
2.1! Energia solar fotovoltaica gera menos energia do que a demandada pela instalação
consumidora, o déficit é suprido pela rede elétrica.
Inicialmente, o desenvolvimento da tecnologia apoiou-
Perdas por transmissão e distribuição, comuns ao
se na busca, por empresas do setor de
telecomunicações, de fontes de energia para sistemas sistema tradicional de geração centralizada, são assim
instalados em localidades remotas. O segundo agente minimizados. Outra vantagem destes sistemas é o fato
impulsionador foi a “corrida espacial”. A célula solar de representarem usinas descentralizadas que não
era, e continua sendo, o meio mais adequado (menor ocupam área extra, pois estão integradas ao envelope da
custo e peso) para fornecer a quantidade de energia edificação, (RICARDO RUTHER, 2004). A Figura 1
necessária para longos períodos de permanência no
mostra um esquema do sistema descrito.
espaço.
A crise energética de 1973 renovou e ampliou o Figura 1 – Sistema conectado à rede (introdução a
interesse em aplicações terrestres. Porém, para tornar sistemas de energia solar fotovoltaica, 2014).
economicamente viável essa forma de conversão de
energia, seria necessário, naquele momento, reduzir em
até 100 vezes o custo de produção das células solares
em relação ao daquelas células usadas em explorações
espaciais.
É notável o impulso que a geração de energia elétrica
por conversão fotovoltaica vem recebendo no Brasil
nos últimos anos, através de projetos privados e
governamentais, atraindo interesse de fabricantes pelo
mercado brasileiro. A quantidade de radiação incidente
no Brasil é outro fator muito animador para o
aproveitamento desta energia.
1 – Módulos Fotovoltaicos;
2.2! Sistema On Grid / Grid Tie 2 – Inversor Grid-Tie –Transforma a corrente contínua
Sistema on grid são aqueles de conexão à rede elétrica do módulo em corrente alternada de 127V/220V e
e caracterizados por estarem integrados à rede elétrica 60Hz, compatível com a eletricidade da rede;
que abastece a população. Diferente dos sistemas 3 – Interruptor de Segurança;
isolados (off grid) que atendem a um propósito
específico e local, estes sistemas também são capazes 4 – Quadro de Luz - distribui energia para casa;
de abastecer a rede elétrica, possibilitando o seu uso por
qualquer consumidor interligado. 5 – A eletricidade alimenta os utensílios e
eletrodomésticos;
Os sistemas conectados têm uma grande vantagem com
relação aos isolados, por não utilizarem baterias e 6 – O excedente volta para a rede elétrica através do
controladores de carga. Isso os torna cerca de 30% mais medidor fazendo-o rodar ao contrario, reduzindo a
eficientes e também garante que toda a energia seja tarifa de energia elétrica.
utilizada, ou localmente, ou em outro ponto interligado.
Eles podem ser utilizados tanto para abastecer uma
3! METODOLOGIA
residência, ou simplesmente produzir e injetar a energia
no sistema público de distribuição, assim como uma Para o cálculo de dimensionamento do sistema solar
usina hidroelétrica ou térmica. adotou-se o modelo de simulação computacional, que
consiste em alimentar um programa computacional
Na configuração mais comum, eles são instalados de tal
afim de obter resultados que posteriormente foram
forma que, quando o gerador solar fornece mais energia
analisados.
do que a necessária para o atendimento da instalação
consumidora, o excesso é injetado na rede elétrica: a
instalação consumidora acumula um credito energético
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!
3.1! Local do projeto 3.5! Viabilidade
O projeto do estudo a instalação dos módulos solares
O local escolhido para o estudo é a Pastoral Dom terá um custo (orçamento do projeto) que deverá ser
Fernando, onde pretende-se instalar o sistema. O desembolsado logo ao inicio do projeto.
endereço fica na Avenida Manchester, Jardim das
Aroeiras, aqui em Goiânia, Goiás. Sua localização e Para ajudar fazermos o estudo de viabilidade, se
aproximadamente há 724 metros de altura em relação realmente é interessante economicamente fazer o
ao nível do mar, suas coordenadas geográficas são a
investimento pelo sistema On Grid, usaremos técnicas
Latitude -16,8587 e a Longitude -49,1997.
de análise de investimento.
Figura 2 – Imagem aérea do local de implantação
do sistema solar (Google earth, 2015) ! Payback Simples, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa
Interna de Retorno (TIR).
3.5.1 Payback
Todo o projeto de dimensionamento, incluindo planta A TIR, em inglês chamada de IRR – Internal Rate of
de paginação de módulos solares, planilha de Return, tem foco na variável taxa, enquanto o Payback
dimensionamento, relatórios PVSYST, planilha de pré- simples tem no variável tempo e o VPL no valor do
orçamento e planilha de estudo de viabilidade se fluxo de caixa em uma data base.
encontram no anexo deste trabalho.
O cálculo da TIR envolve calcular a taxa de juros que
tornaria nulo o VPL.
3
!
A TIR é um número obtido internamente no projeto a
partir dos fluxos de caixa esperados.
4! RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 – Medidas de Irradiação Solar em Goiânia. Esta analise no programa nos permite fazer uma
IDEAL – Instituto para o Desenvolvimento de Energias simulação da incidência de luz solar e sombreamento
Alternativas na América Latina. sobre a edificação, em diferentes horários e meses do
Tabela de irradiação ano, para compararmos e analisar qual será o mês de
Global Difusa maior produção de energia.
Mês 2 2
(kWh/m /dia) (kWh/m /dia)
Janeiro 6,05 2,67 Figura 4 – Simulação computacional, 8h da manhã,
Fevereiro 6,03 2,22 mês de dezembro (Google skecth up, 2015) !
Março 5,78 1,99
Abril 5,57 1,56
Maio 4,75 1,38
Junho 4,36 1,41
Julho 4,54 1,56
Agosto 5,35 1,77
Setembro 6,28 1,43
Outubro 6,46 1,79
Novembro 5,82 2,32
Dezembro 5,91 2,66
Média Anual 5,58 1,86
! !
4
!
O programa PVSYST também gera um estudo em 3d A energia também pode ser mensurada em econômica
das possíveis sombras que venham a atrapalhar com de emissões de gás carbônico, o programa fez uma
sombra, anulando a produção de energia da string. O estimativa de aproximadamente 119 toneladas serão
estudo é muito importante pois sombras de árvores e evitadas de ser lançadas no meio ambiente em 20
outros elementos podem ocasionar uma perda anos.
significativa na produção de energia.
5
!
4.11.2 Valor Presente Líquido (VPL), Retornando posteriormente como desconto no
pagamento, contribuindo também para a
O Valor Presente líquido do projeto, tanto no prazo de sustentabilidade ecológica do país.
5 e 10 anos de tornou viável, pois ambos deram
resultados positivos para ambas estimativas.
6! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 10 – Estimativa de VPL e TIR (EXCEL,
2015)
MARTÍN, Nuria; FERNÁNDEZ, Ignacio. Técnicas de
vedação fotovoltaica na arquitetura. Porto Alegre,
Bookman, 2010
ZILLES, Roberto; NEGRÃO, Wilson; ANDRÉ, Marcos;
HENRIQUE, Sérgio. Sistemas fotovoltaicos conectados
à rede elétrica. São Paulo, Oficina de textos, 2012
BUENO, Enio; RAMOS, Fernando; LUNA, Samuel;
RUTHER, Ricardo. Atlas brasileiro de energia solar.
São José dos Campos, Swera, 2006
RUTHER, Ricardo. Edifícios solares fotovoltaicos: o
potencial da geração solar fotovoltaica integrada a
edificações urbanas e interligadas à rede elétrica
publica no Brasil. Florianópolis, UFSC / Labsolar, 2004
CRESESB, Manual de engenharia para sistemas
fotovoltaicos, Rio de Janeiro, CRESESB, 1999
PINI, Infraestrutura urbana e soluções técnicas, São
Paulo, PINI, 2014
NORMA TÉCNICA CELG D, Requisitos para Conexão de
Microgeradores e Minigeradores ao Sistema de
4.11.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) Distribuição da CELG D, Especificação e
Padronização, NTC-71 Revisão 1, Goiânia, CELG, 2014
A Taxa Interna de Retorno, propomos uma estimativa ANEEL, Micro e minigeração distribuída : sistema de
compensação de energia elétrica / Agência Nacional de
de 10% como taxa, em ambas simulações de 5 e 10 anos Energia Elétrica. – Brasília : ANEEL, 2014.
o projeto se tornou viável, pois apresentaram 11,83% e SOLAR, Portal. Energia Renovável. Virtual Books, 2000.
24,55% respectivamente como resultados superiores ao Disponível em:
retorno proposto em calculo. <http://www.portalsolar.com.br/blog/energia-
renovavel/energia-renovavel.html>. Acesso em: 10 nov.
2015, 16:30:30>
ENERGIA, Ambiente. Economia Verde, 2015. Disponível
5! CONCLUSÕES em: < https://www.ambienteenergia.com.br/economia-
verde>. Acesso em: 23 out. 2015, 22:20:30>
SOLAR, Canadian. DataSheet. Virtual Books, 2014.
Sabendo da grande dificuldade de investimentos em Disponível em: <
infraestrutura que o Brasil vem passando, e com o http://www.canadiansolar.com/solar-panels/cs6x-
p.html>. Acesso em: 02 nov. 2015, 04:30:30>
aumento de consumo energético girando em torno de
SOLAR, Jinko. DataSheet. Virtual Books, 2014. Disponível
5% ao ano, pode-se perceber que em breve o país em: < http://www.jinkosolar.com/index.html?lan=pt>.
poderá entrar em colapso, pela a falta de energia para Acesso em: 25 nov. 2015, 18:30:30>
vários consumidores e com vários apagões acontecendo POWER, Abb. DataSheet. Virtual Books, 2015. Disponível
em todas as regiões. Essa “falta de energia” para em:
grandes consumidores (indústrias), faz com que o pais <http://www.abb.com.br/product/pt/9AAC172308.aspx?
entre num ciclo vicioso de perdas de investimentos e country=BR>. Acesso em: 13 set. 2015, 10:30:30>
consequentemente queda do crescimento econômico
tão buscado pelos líderes nacionais.
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