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Direito Civil

Aula 1

Estrutura do CC:

Composto por 2 partes:

Parte Geral – regras gerais que se aplicam ao direito como um todo.


Divide-se em 3 livros:

1) Pessoas 2 – pólo ativo e pólo passivo – 1 a 2 questões na


prova (art. 1º a 78)

2) Bens – objeto da vontade em conflito

3) Fatos jurídicos 1 – acontecimento relevante para o estudo do


direito (art. 104 a 184). Esta é a primeira parte que é preciso
estudar para a OAB. 3 questões.

Parte Especial – Divide-se em 5 livros:

1) Obrigações – Divide-se em 4 partes:

• Teoria geral das obrigações 3 – cai bastante na OAB


(art. 233 a 420). 2 questões.

• Teoria geral dos contratos

• Contratos em espécie

• Responsabilidade Civil – 1 ou 2 questões

2) Empresa – ramo autônomo introduzido no CC

3) Coisas

4) Família – professora acha que vai cair alguma coisa – 1 a 2


questões

5) Sucessões – 1 questão

PESSOAS

Pessoas Jurídicas

Pessoas Naturais
O núcleo comum entre as duas pessoas é:

1) Personalidade jurídica (entender como “individualidade”)


– quem não tem personalidade não pode figurar em um dos
dois pólos da relação. Para a pessoa física, surge com o
nascimento com vida.

Para a pessoa jurídica, não existe personalidade por conta da


sociedade que está atuando na vida concreta sem registro, e, como
não foi regularmente constituída, todos os sócios respondem com
seus patrimônios. Quando a pessoa jurídica é registrada na Junta
comercial ocorre o “nascimento com vida”. Cada sócio, a partir daí,
consegue um escudo de proteção e quem responde pelas
obrigações é o patrimônio da pessoa jurídica. PRINCÍPIO DA
AUTONOMIA DA PESSOA JURÍDICA. A pessoa jur. de direito público
ganha vida no ordenamento jurídico por meio da lei. A lei também
retira. A PJ, quando registrada na junta, nasce como se tivesse 18
anos – ou seja, adquire tudo ao mesmo tempo – personalidade,
capacidade de direito e capacidade de exercício.

2) Capacidade jurídica:

• Capacidade de direitos

• Capacidade de exercício do direito  Incapacidade

3) Direitos da personalidade/Dano moral (indenização pelo


uso da imagem, do nome etc.)- Direitos da personalidade são
extrapatrimoniais (possui uma proteção mais efetiva que os
meros direitos patrimoniais) e podem ser titularizados pelas
pessoas físicas (Art. 11 a 21) e pessoas jurídicas (art. 52).

Personalidade e capacidade são institutos que se relacionam e são


interdependentes. O primeiro é condição do segundo, mas não o
inverso. Pode haver ente com personalidade mas que não possui
capacidade. Capacidade é dada aos entes reconhecidamente
individualizados.
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. –
Conceitua personalidade e capacidade. Isto porque só é capaz quem
antes é pessoa!

O BB na barriga é chamado de pessoa pelo direito? Não. Mas é um


ser humano. Ele ainda não é um ente individualizado porque seu
corpo depende da mãe.

QUESTÃO: Nascer é ser retirado do ventre materno? Verdadeiro!


Mas pode ser que nasça morto. Uma coisa é nascer, outra coisa é
nascer com vida. Para ser reconhecido como ente com
personalidade é preciso nascer e respirar (com vida).

A partir daí o ordenamento reconhece personalidade e a capacidade


de direitos. A capacidade de exercício vem aos pouco, no decorrer
da vida! Por isso, não confundir:

• Capacidade de direitos

• Capacidade de exercício do direito – a criança só não tem o


exercício de seus direitos, mas possui capacidade de direitos!
Ele deve ser representado ou assistido por alguém para
exercer os direitos.

Existem países que reconhecem a personalidade desde a


concepção. Alguns países só reconhecem a personalidade após 24
h.

No Brasil, quando a criança nasce já possui personalidade e


isso não depende do registro. Esse registro é declaratório ou
constitutivo da personalidade? É declaratório. O registro da pessoa
jurídica é constitutivo.

O nascituro (aquele que está na barriga da mãe, ou seja,


aquele que está por nascer e já foi concebido) não tem
personalidade! Isso não quer dizer que ele não tenha proteção (há
crime de aborto, por exemplo). A lei põe a salvo desde a concepção
os direitos do nascituro. Ele não tem expectativa de direito! Tem
direito efetivamente, mas a eficácia fica suspensa aguardando o
nascimento com vida.

Posso fazer doação em benefício do nascituro! Não é pra mãe


dele e sim pra ele – seria uma promessa de doação, porque não
estaria no nome dele (é apenas uma vinculação de palavra). Art.
542

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal.

O concepturo seria aquele que ainda não foi concebido. O


concepturo é protegido em relação à sucessão testamentária
quando previsto no testamento da herança.

QUESTÃO: o concepturo está protegido na nossa legislação do


mesmo modo que o nascituro? Não. Mas ele é protegido no nosso
ordenamento de alguma forma? Art. 1798. Essa criança não será
herdeira se for introduzida no ventre materno após a morte do pai
sem qualquer autorização. É possível o concepturo ser protegido
pelo testamento da herança – ele será herdeiro mesmo não tendo
sido concebido na data da morte. O nascituro não depende de
previsão testamentária para a sua proteção. No testamento, não
posso indicar o filho de alguém que ainda não existe (art. 1799, I –
os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador,
desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;)

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já


concebidas no momento da abertura da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados


a suceder:

I – os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo


testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;

II – as pessoas jurídicas;

III – as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo


testador sob a forma de fundação.
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da
herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador
nomeado pelo juiz.

§ 1o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá


à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e,
sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775.

.§ 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim


nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos
incapazes, no que couber..

§ 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a


sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da
morte do testador.

§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão (conta a


partir da morte do autor da herança), não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do
testador, caberão aos herdeiros legítimos.

Se eu morrer sem deixar testamento posso passar pra pessoa


jurídica? Só se houver testamento. Sem testamento são só
herdeiros vivos ou já concebidos.

QUESTÃO: Os incapazes tem capacidade? Sim! Só não possuem


capacidade de exercício, que é restringível pela lei. Toda pessoa
tem capacidade de direitos.

Uma criança de 5 anos pode ter um apartamento. A quem cabe a


obrigação de pagar o IPTU? Ao proprietário! Ele tem a capacidade
para ter o direito mas não para o exercício do dever.

Os pais representam os filhos até os 16 e depois dos 16


assistem o menor.

Quando a criança fica órfã, o juiz deve nomear um tutor


(prioridade do tutor testamentário) e, se não tiver, tutor legítimo, e,
se não tiver, tutor dativo (terceiro designado pelo juiz). O tutor
representa ou assiste, dependendo da idade do tutelado.

Se a pessoa tem 18 anos, o juiz designa um curador


(INTERDIÇÃO). O curador ou representa ou assiste, a depender do
grau da interdição! Se é absolutamente incapaz – representa.
Relativamente incapaz – assiste.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com


vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro.

O natimorto é registrado – não pelo seu nascimento, mas pela


sua morte.

Exemplo.: um pai morre e tem dois filhos vivos e um


nascituro. Este nascituro possui 1/3 que fica assegurado. Se ele
nasce com vida e morre depois, ele chega a ser proprietário da
parte dele – deve fazer o inventário depois (registro de nascimento
e de morte). Nesse caso, quem se beneficia é a mãe. Se ele já nasce
morto, quem se beneficia são os irmãos porque é como se ele não
tivesse nascido! Fica 2/3 para cada um.

Direito de pedir alimentos (gravídicos) é extrapatrimonial –


pode ser pago por dinheiro ou por outro meio! Por meio de um
imóvel, por exemplo. Assim, é possível exercer este direito antes do
nascimento pelo fato de ser extrapatrimonial e baseado no princípio
da dignidade humana.

Alimentos gravídicos - “Os alimentos de que trata esta Lei


compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas
adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da
concepção ao parto, inclusive as referentes à alimentação especial,
assistência médica e psicológica, exames complementares,
internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas
e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras
que o juiz considere pertinentes.”

Direitos da personalidade – foram criados visando


preservar o princípio da dignidade humana.

Todos estes direitos tem algo em comum – são


extrapatrimoniais. Estes direitos “não tem preço” – nome, saúde,
integridade física, imagem, órgãos etc. São extrapatrimoniais,
irrenunciáveis, inalienáveis, indisponíveis, impenhoráveis e
imprescritíveis (Não tem prazo para entrar com Ação para
proteção do meu direito da personalidade! Pode ser a qualquer
momento).

Obs.: A ação de indenização por dano moral valora o


acontecimento e, por isso, tem prazo! Prescrição de 3 anos!

Quando se fala em dano material é preciso de prova


documental (nota do hospital, nota da oficina do meu carro) e não
suposição – dano emergente (seria o que a pessoa gastou) e lucros
cessantes (é o que se deixa de ganhar devidamente documento). Os
danos materiais em determinados casos são difíceis de prova, mas
eles devem ser correspondente ao dano e déficit quantificado do
prejuízo financeiro (desfalque patrimonial).

A indenização paga pelo dano moral leva a vítima para o


estado anterior, ou seja, como se não tivesse acontecido.

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as


perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

A indenização por dano moral se vincula à prova de


violação de direito da personalidade. O pedido de dano moral se
fundamenta por si só a violação do direito da personalidade. Não se
vincula à abalo psicológico, dor, sofrimento, constrangimento,
vergonha etc! Isso só interfere na quantificação do dano moral e
não na qualificação! Este dano só foi escrito no CC de 2002 (Art.
186).

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Esta é uma verba compensatória e não indenizatória. Seria


um dinheiro para distrair a cabeça (haha). O problema é definitivo,
não há como voltar para o estado anterior.

Obs.: Ou seja, não existe apenas uma tutela repressiva,


mas também uma tutela preventiva. A pessoa pode visualizar que
vai sofrer um dano moral e assim pode, por exemplo, como o
Roberto Carlos, pedir para tirar o livro de mercado. Se a informação
for divulgado, o direito da personalidade será atingido. Art. 12 e 20,
caput.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça (mecanismo


preventivo), ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei
(posso cumular o mecanismo repressivo e o preventivo).

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à


administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a
exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser
proibidas (mecanismo repressivo ou preventivo), a seu
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais.

O dano estético é diferente dos dois anteriores. Se tive


dano estético, necessariamente tive dano moral! Mas a presença de
dano moral não vincula o dano estético. O dano estético surge
quando houver uma cicatriz definitiva, uma amputação ou a perda
de um sentido. Na prova tem que cair entendimento jurisprudencial
porque não há artigo. Eu posso ser indenizado por dano moral E
dano estético. Não é a mesma coisa!

O art. 52 estende à Pessoa Jurídica os direitos da


personalidade no que couber.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
dos direitos da personalidade.

Incapacidade – É uma restrição para capacidade de exercício. A


incapacidade pode variar no grau. É uma situação que tende a não
durar, ou seja, é transitória, sendo que a regra é a capacidade.

Incapacidade - Proteção Judicial

Absoluta – Representação: acontece uma substituição – quem


exerce o ato em nome dele é o representante. Todos os atos no
interesse dele devem ser praticados pelo representante. Se faltar
representação, o negócio será nulo (tem que anular). Não há prazo.

Relativa – Assistência: possui capacidade de exercício, mas não


pode praticar o ato sozinho. Seria uma companhia. Se faltar
assistência, o ato será anulável (pode ser anulado ou deve-se
sanar o vício). Se não agir dentro do prazo, o vício torna-se sanado.
Existe algum ato que ele pode praticar sozinho? Sim, mas precisa de
autorização legal:

• Votar

• Viajar

• Vincular em uma relação de emprego

• Testemunha (art. 228 – maiores de 16 anos. Art. 228. Não


podem ser admitidos como testemunhas: I – os menores de
dezesseis anos)

• Mandatário (mandato é um contrato que outorga poderes


para que alguém pratique um ato em meu nome. Tem que ser
maior de 16. Art. 666. O maior de dezesseis e menor de
dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o
mandante não tem ação contra ele senão de conformidade
com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por
menores.)

• Testamento (maior de 16 anos) -

O discernimento, assim como a pouca idade, são critérios para


verificação de capacidade.

Quando diz que a pessoa não tem discernimento para a


prática dos atos da vida civil – Relativamente incapaz.

Discernimento reduzido – existe, mas é menor. Relativamente


incapaz.

Não possui desenvolvimento mental completo –


Absolutamente incapaz

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os


atos da vida civil:

I – os menores de dezesseis anos;

II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o


necessário discernimento para a prática desses atos;

III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira


de os exercer:

I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por


deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV – os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por


legislação especial.
Emancipação – mecanismo de cessação da incapacidade, mas ele
continua menor! Ela abrevia a capacidade plena, mas não confere
maior idade a ninguém (por isso não pode tirar carteira de
habilitação, já que é necessário ter maioridade - 18 anos). A partir
dos 16 anos é possível a emancipação. No entanto, pode-se ser
emancipado antes disso.

Emancipação é ato irrevogável. Não pode estar subordinado à


condição (a pessoa emancipada pode praticar todos os atos).

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a


pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,


mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos; - Este é caso de emancipação
administrativo porque não precisa ir na justiça (que seria
emancipação judiciária). O tutor não pode emancipar porque
não possui poder familiar. Só haverá emancipação judicial
no caso de tutela.

II – pelo casamento – não falou uma idade. A parte do CC que


trata de Direito de família fala que é a partir dos 16 anos
(art. 1517). Se for menor de 16 e não tiver idade núbil (art.
1520), pode casar em caso de gravidez ou para evitar
imposição ou cumprimento de pena criminal (casos no CP
em que a violência é presumida (presunção absoluta – não
permite prova em contrário! Casos de estupro ou atentado
violento ao pudor). Até 2007 o art. 107 do CP tinha uma
previsão que dizia que se alguém ou o autor se casasse com
a vítima, extinguia-se a punibilidade (foi revogado). Assim,
esta parte do 1520 está revogada também.

III – pelo exercício de emprego público efetivo – só dava certo se a


maioridade fosse de 21 anos. Esse artigo é sem noção, não
faz sentido. Mas se colocar na prova, deve-se colocar
verdadeiro.

IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;

V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria. – o emprego
privado só emanciparia se fosse possível tirar desta
atividade o sustento.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar,


exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o


disposto no parágrafo único do art. 1.631.

Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de


quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1.517) (16 anos), para
evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de
gravidez.

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no


casamento:

I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas


suspensivas da celebração do casamento;

II – da pessoa maior de sessenta anos;

III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento


judicial.
Aula 2

Morte – Extinção de Personalidade

A lei dos transplantes trata do momento da morte como a


parada dos encéfalos (Morte encefálica e não a morte cerebral -
ainda há atividade cerebral) – antecipação da morte para
possibilitar o transplante de órgão. Atualmente a lei foi alterada e
não diz que todas as pessoas são doadoras de órgãos. A pessoa tem
que autorizar a doação, mas o mais importante é a autorização da
família.

A certidão de óbito tem que ser rápida para fazer o


sepultamento. O médico atesta o óbito e o cartório expede a
certidão de óbito com base neste documento. Seria o caso de
morte real.

A certidão de óbito tira todos os direitos da pessoa que


morreu, pois acaba sua personalidade. Assim, não há prazo
definido, porque a pessoa perderá toda sua propriedade! A qualquer
momento o procedimento pode ser iniciado. Quem pede início é
necessariamente a família? Não necessariamente. Pode ser
qualquer interessado, até mesmo o credor do falecido!

1. Morte real (art. 6º, 1º parte)

2. Morte presumida – é uma morte em que se provoca o


judiciário, pois o médico não pode atestar nada sem o corpo.
Não é ausência porque eu sei o que fez ela desaparecer (um
incêndio, uma avalanche etc.). Não é possível afirmar a morte,
mas pode-se constatar a grande probabilidade. Os
magistrados, neste caso, mediante justificação de óbito
decretarão a morte presumida de alguém que desapareceu
(art. 7º) – Não há prazo para a família entrar com a
Justificação de óbito. No caso do prisioneiro de guerra (inciso
II) há prazo – dois anos após o termino da guerra. Quando
esta protocola o pedido de justificação de óbito, a família já
recebe do INSS a pensão por morte.

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação


de ausência:

I – se for extremamente provável a morte de quem estava em


perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campanha ou
feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,


somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento.

3. Morte presumida com decretação de ausência - A


ausência seria o exemplo do cara que sai pra comprar cigarro
e não volta. Depois de um tempo pode-se declarar a morte
presumida.

Obs.: Quanto menor o grau de certeza, mais burocrático e


demorado será o procedimento.

Ausência (art. 22 a 39) - Fases do mesmo procedimento de


ausência. Cada uma das fases é encerrada por meio de uma
sentença. Quanto tempo é preciso esperar para passar de uma fase
pra outra? Nesse momento, é preciso entender apenas que não é
automático, ou seja, há prazo. Quanto tempo depois da morte de
alguém o procedimento pode ser iniciado? Não há prazo! Qualquer
interessado pode pedir o início do procedimento, até mesmo o
credor.

I) Curatela dos bens – [1 ano, podendo ser aumentado para 3


anos – se a pessoa que desapareceu deixou mandatário, o
prazo aumenta para 3 anos porque é mais provável que
não tenha morrido, Art. 26. “Decorrido um ano da
arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos,
poderão os interessados requerer que se declare a
ausência e se abra provisoriamente a sucessão.”] aqui a
curatela não é do ausente! Só precisa de curador quem é
maior de 18 anos ou quem não tenha total discernimento.
Quem precisa de curatela é o patrimônio do ausente! Não
posso trazer os herdeiros para receberem o patrimônio de
quem não foi declarado morto ainda.

II) Sucessão provisória [10 anos, que se inicia com a sentença


da arrecadação dos bens do ausente]

III) Sucessão definitiva – [10 anos] declaração da morte e o


patrimônio partilhado provisoriamente vai ser partilhado
definitivamente.

Pré-requisitos para o procedimento continuar: [1] primeiramente


o juiz deve decretar a ausência! [2] O segundo elemento seria
providenciar um rol de bens (arrecadação dos bens do
ausente), porque a intenção é proteger o patrimônio de forma
integral (o juiz pode até mesmo praticar atos de diligência para
que a arrecadação fique completa). [3] Depois ele nomeia o
curador (alguém da família do ausente, para quem os poderes
serão outorgados – art. 25 – ordem de preferência está
estabelecida na lei). [4] Outorga poderes ao curador no
período da administração que deve durar o período de 1 ano
(Exceção: 3 anos no caso de mandatário). Nesse período o juiz
convoca periódicos para que o ausente apareça e se manifeste.
Quanto mais rápido ele volta, melhor é o direito dele? Aos poucos
ele vai perdendo alguma coisa. Corre o risco dele voltar e a
perda patrimonial se tornar definitiva. Se ele volta dentro deste
primeiro um ano ele recebe tudo! Se a pessoa que administrou o
fez de forma ruim, o ausente pode buscar uma indenização do
curador. Se o patrimônio aumentou, gerando frutos e
rendimentos, tudo volta para o ausente.

Dica: para beneficiar, a lei geralmente chama o mais novo. Se é


pra responsabilizar, a lei chama o mais velho.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado


judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da
declaração da ausência, será o seu legítimo curador.

§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente


incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não
havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.

§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais


remotos.

§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a


escolha do curador.

[5] Passa-se para a sucessão provisória. O juiz divide o


patrimônio do mesmo modo como se houvesse verdadeiramente
a morte. No entanto, eles não recebem verdadeiramente o
patrimônio, mas sim a posse. Nessa hora, abre-se o testamento.
Chamam-se os herdeiros legítimos e também os testamentários.
Eles podem exercer esta posse pelo período de 10 anos contados
a partir da sentença. Na verdade, eles vão estar administrando
bens alheios assim como o curador. Importante: Os herdeiros
devem dar garantia real no valor do quinhão que vão administrar
sob pena de ser excluído (não seria sair da sucessão, mas sim
participar do final, adiando o exercício do direito). Garantia real
(penhor, hipoteca e anticrese) é diferente de garantia
pessoal/fidejussória (fiança e aval). A lei só aceita penhor (bem
móvel) e hipoteca (bem imóvel) como garantia real deste caso! O
quinhão de quem foi excluído será administrado por outro
herdeiro ou irá para um curador dativo que também deverá dar
garantia. Exceção: art. 30, §2º - Os ascendentes, os
descendentes e o cônjuge não deverão prestar qualquer
garantia! Estes são chamados de herdeiros necessários e
gozam de ampla proteção da lei.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do


ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores
ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder


prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-
se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador,
ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa
garantia.

§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez


provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do
ausente.

Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar


imóvel hipotecado. – a pessoa pode vender o apartamento
hipotecado? Pode, mas eu continuo devedora e o credor
pode (tendo direito oponível a qualquer um) hipotecar o
imóvel vendido a outrem. Executa a dívida contra quem
vendeu e pede a hipoteca do imóvel da pessoa que comprou.
Este artigo é novo na estrutura deste código.

Parágrafo único. Pode convencionar-se que vencerá o crédito


hipotecário, se o imóvel for alienado.

Sempre que se administra bem alheio, é preciso prestar


contas anualmente em formato contábil para o juiz (podendo
aprová-las ou não). A medida que eu causo prejuízo e ele é
visualizado na prestação de contas, perde-se a posse dos bens e o
juiz converte a posse em benefício de outro herdeiro ou curador.
Isso ocorre até completar os 10 anos da fase (que se inicia com a
sentença da arrecadação dos bens do ausente). A lei faz uma
proposta para o herdeiro administrar bem o patrimônio do ausente:
caso ele volte, poderá ficar com 50% dos frutos e rendimentos a
cada prestação de contas. Assim, quem trabalha bem aproveita este
bom trabalho a todos? Sim, porque na sucessão definitiva a outra
metade será partilhada entre todos os herdeiros.

Sucessão definitiva – levantam-se as garantias e chamam-se os


herdeiros excluídos. O ausente continua protegido por mais 10
anos. Cada herdeiro recebe agora a propriedade de seu quinhão,
mas a propriedade ainda corre o risco de se desfazer se o ausente
retornar (propriedade resolúvel – “resolver” significa extinguir).
Se ele volta no período de 10 anos, desconstitui o certidão de óbito
com efeitos patrimoniais. Se volta após os 10 anos, desconstitui a
certidão de óbito sem qualquer efeito patrimonial. Se o ausente
voltar e a pessoa ainda tiver dinheiro decorrente do patrimônio do
ausente, deve devolver. Depois de 10 anos a propriedade perde o
risco, ou seja, deixa de ser resolúvel.

A lei dá ao ausente três direitos nesta ultima fase:

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura


da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou
ascendentes, aquele ou estes [1] haverão só os bens existentes no
estado em que se acharem, [2] os sub-rogados em seu lugar, [3]
ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o
ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão
definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município
ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições,
incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território
federal.

Abreviação do prazo da sucessão provisória e antecipação da


abertura da sucessão definitiva. Isso só faz diminuir o prazo na
segunda fase (sucessão provisória). Dois requisitos:
1) se vivo, tem mais de 80 anos.

2) Mais de 5 anos sem notícia do ausente (conta-se a partir


das últimas notícias e não do início do procedimento! Logo,
vai mais rápido ainda, conta-se desde o início da primeira
fase, na verdade – abrevia o prazo! Esta segunda fase pode
ter 1 ano, por exemplo. No entanto, ainda terá a proteção
de 10 anos da terceira fase).

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,


provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as últimas notícias dele.

Comoriência é uma presunção de que as pessoas morreram


juntas, já que não é possível provar que morreram em momentos
diferentes. É uma presunção relativa, ou seja, pode-se fazer prova
em sentido contrário. Mesmo efeito da premoriência (exemplo:
filho morre antes do pai) efeito de não receber a herança.

Ex.: A e B são marido e mulher e não tem descendentes e nem


ascendentes. Cada um tem um irmão. Os dois morreram juntos. O
que acontece com o patrimônio de A? Vai para o irmão. E o irmão
de B recebe a parte de B. Mas o advogado do irmão de B pode
querer provar que B morreu depois de A e aí ganharia a parte de A.

Negócios Jurídicos

Elementos Essenciais/Substanciais/Estruturais (não podem


faltar sob pena de um efeito jurídico drástico). Estes três planos são
como escadas – não se pode pular degrau! Então, antes de tudo, o
ato deve existir no plano jurídico!

- de existência Inexistência – Seria saber se o ato existe ou


não (o que aconteceu é relevante para o direito? Repercute
efeitos jurídicos?). Não existe, não significa que não
aconteceu! Significa apenas que não existe para o mundo
jurídico. Ex.: decurso do tempo gera efeitos jurídicos.

- de validade Invalidade– Só é analisada a validade de atos


que existem. O plano da validade é um plano de conformação
do ato que você está praticando com o ordenamento jurídico.
Nesse plano, o legislador diz o que quer que você faça. Assim,
o ato pode existir, mas ser inválido. Seria como ganhar um
selo de qualidade do legislador! A validade sempre tem que
ser 100% - todas as exigências devem ser respeitadas. O
negócio pode ser inválido, mas, mesmo assim, gerar efeitos!

Elementos Acidentais

- de eficácia Ineficaz – o ato pode existir, ter validade e não


gerar efeitos. O ato pode existir, ser inválido e gerar efeitos.
Ex.: pacto antenupcial feito exatamente do jeito que o
legislador quer, mas não casaram! Não tem eficácia nesse
caso.

Exemplos.: Inexistente, ineficaz, nulo ou anulável?

Terreno no Céu – Negócio Jurídico nulo

Venda de computador por menor de 16 anos – Negócio Jurídico


nulo

Venda de computador por menino de 17 anos – Negócio Jurídico


anulável

Apartamento vendido por instrumento particular (deveria ser por


escritura pública) – Negócio Jurídico nulo

Casamento necessariamente gera efeito patrimonial (é sociedade) –


Não querem o regime de comunhão parcial de bens. Para mudar o
regime é necessário fazer acordo antenupcial, que deve ser feito
por escritura pública. Fazem por instrumento particular - Negócio
jurídico nulo

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I – agente capaz; (Arts. 3o, 4o, 166, I, e 171, I, deste Código).


II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (Art. 166, II
e III, deste Código.)

III – forma prescrita ou não defesa em lei.

O legislador não analisou o plano da existência de forma


expressa, mas isso não quer dizer que é dispensável. O código
analisa o plano da validade de forma extensa.

Pacto de corvina ocorre quando, por exemplo, a pessoa


cede o direito de sua parte da herança antes do autor da herança
morrer (vende a herança): “Art. 426. Não pode ser objeto de
contrato a herança de pessoa viva.”

Desfazimento é o mesmo que anulação, revogação, rescisão, resolução,


resilição. Anulação decorre da possibilidade do desfazimento do negócio
jurídico inválido (ou nulos ou anuláveis).

Plano da Plano da Invalidade (pode gerar o desfazimento ou


Existência Validade (art. anulação do ato) é gênero de duas espécies:
104)- este rol não Nulidade absoluta Nulidade relativa
é exaustivo! A (nulo) – tem que (anulável) – pode
parte especial desfazer o negócio desfazer ou não o NJ.
pode acrescentar jurídico.
outros elementos
de validade!
Vontade Agente capaz Se ele for absolutamente Se ele é relativamente
objetiva/negocial incapaz. Absolutamente incapaz. Relativamente
(mas não é uma interditado. Art. 166, I interditado.
vontade subjetiva
que ninguém sabe)
- tem que ser livre,
espontânea e
ponderada.
Objeto Objeto lícito, Objeto é nulidade
possível, absoluta em todas as
determinado, hipóteses. Art. 166, II e
determinável III
(venda de
“um”carro e não
“o”carro)
Forma Forma prescrita A forma só é essencial Art. 171 – DEFEITOS
em lei ou não quando o legislador
defesa em lei define em lei, o não (Decorar este artigo)
(regra geral, atendimento será
porque a forma nulidade absoluta (art.
determinada 166) A regra geral é que
depende do a forma seja livre. Art.
legislador) 166, IV e V

Art. 166. É nulo o Art. 171. Além dos


negócio jurídico casos expressamente
quando: declarados na lei, é
I – celebrado por pessoa anulável o negócio
absolutamente incapaz; jurídico:
II– for ilícito, impossível I – por incapacidade
ou indeterminável o seu relativa do agente;
objeto; II – por vício resultante
III – o motivo de erro, dolo, coação,
determinante, comum a estado de perigo, lesão
ambas as partes, for ou fraude contra
ilícito; credores (art. 138 até
IV – não revestir a forma art. 165 – são
prescrita em lei; espécies do gênero:
V – for preterida alguma defeitos do negócio
solenidade que a lei jurídico)
considere essencial para Obs.: Logo, as causas
a sua validade; de nulidade relativa
VI – tiver por objetivo (anulável) é a
fraudar lei imperativa incapacidade do
(que dá uma ordem); agente e a presença de
VII – a lei taxativamente um dos defeitos do NJ.
o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.
Prazos Prazo indefinido Qualquer destes casos
o prazo é de 4 anos.
Para outros casos, a lei
determina outro prazo.

Art. 178. É de quatro


anos o prazo de
decadência para
pleitear-se a anulação
do negócio jurídico,
contado:
I – no caso de coação,
do dia em que ela
cessar;
II – no de erro, dolo,
fraude contra credores,
estado de perigo ou
lesão, do dia em que
se realizou o negócio
jurídico;
III – no de atos de
incapazes, do dia em
que cessar a
incapacidade.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário
mínimo vigente no País.

Questão: Toda a alienação imobiliária depende de escritura


pública? Não! Tem que ver o valor do imóvel! Pois menos que 30X o
valor que o salário mínimo posso vende-lo por instrumento
particular.

A validade é analisada somente quando se originou. Lei nova não


pode invalidar negocio jurídico valido na época da sua formação.
Não pode se tornar invalido depois. Uma doação não pode ser
anulada, somente revogada, por exemplo por ingratidão do
donatário (Art. 557).

Anular e revogar não são a mesma coisa, mas as duas pedem para
desfazer o ato ou o negócio jurídico. Eu peço para anular ou revogar
por razões diferentes, mas as duas desfazem o ato. Tenho que
decorar quando devo anular ou quando devo revogar...

Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário,


ou por inexecução do encargo.

Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:

I – se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime


de homicídio doloso contra ele;

II – se cometeu contra ele ofensa física;


III – se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV – se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de


que este necessitava.

Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido,


nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente,
descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.

Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser


pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao
conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o
donatário o seu autor.

Nos casos de impedimento de casamento, os sujeitos podem estar


convivendo juntos como união estável? Não, podem viver juntos,
mas não terão os mesmos efeitos civis (é o chamado comcubinato).

Parentesco:

Parentesco pode acontecer por consangüinidade (Parentesco


Natural);

Parentesco por adoção civil , mesmo de pessoa com 18


anos(Parentesco Civil);

Parentesco por afinidade (na linha reta [ascendência descendência]


ou na linha colateral [existência de um ancestral comum que os
ligam; não existe primeiro grau por que sempre haverá um
intermediário ou elo ancestral comum. Colaterais de segundo grau
são irmãos; de terceiro grau são tios e sobrinhos; de quarto grau
são primos e ACABOU!])

Parentes por afinidade com pacote completo (art. 1591 ao 1595,


CC) - quando se casam ou entram em união estável (isso é novo). O
parentesco por afinidade só acontece entre o outro cônjuge e a
família e não entre os dois cônjuges (que são sócios)! Lembrar que
os cônjuges são um só, logo, a mulher do marido tem o mesmo grau
de parentesco que ele com relação aos parentes, só que em
afinidade. (art. 1595, §2º) O parentesco por afinidade na linha reta
não se extingue com o fim do casamento. Por isso, não posso casar
com o sogro porque ele continua sendo seu parente.

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do


outro pelo vínculo da afinidade.

§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos


descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.

§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do


casamento ou da união estável.

Os filhos de pais que se casam sem qualquer vinculo, não se


tornam parentes. Não são irmãos. Podem se casar!

Art. 1.521. Não podem casar: nulidade absoluta

I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural


ou civil;

II – os afins em linha reta;

III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com


quem o foi do adotante;

IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o


terceiro grau inclusive;

V – o adotado com o filho do adotante.

VI – as pessoas casadas;

VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou


tentativa de homicídio contra o seu consorte

Aula 3

Nulidade absoluta é como se dissesse subir pra cima. Quando o


legislador quer falar nulidade absoluta diz nulo ou nulidade. Se for
nulidade relativa, será anulável ou anulabilidade.

Nulidade Absoluta (art. 166 a 170) Nulidade Relativa (art. 172 a 184)
Nulo - nulidade Anulável - anulabilidade
Norma de ordem pública Interesse das partes
Oponibilidade “erga omnes” Oponibilidade “inter partes”
Pode ser reconhecida ex officio pelo juiz Nem o juiz pode conhecer de ofício e nem o
ou argüida pelo MP MP pode argüir. A não ser que o MP seja
parte.
Não se subordina nem à prescrição nem Se subordina a prazo decadencial
à decadência.
A sentença é meramente declaratória. A sentença é de natureza desconstitutiva
O vício contido nele não admite O vício contido nele admite
convalidação (nem em razão do convalidação/confirmação/ratificação
decurso do tempo)
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é
suscetível de confirmação, nem convalesce
pelo decurso do tempo.
Art. 172. O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito de
terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter
a substância do negócio celebrado e a
vontade expressa de mantê-lo
Art. 174. É escusada a confirmação
expressa, quando o negócio já foi cumprido
em parte pelo devedor, ciente do vício que o
inquinava.
Direito Processual Civil:

Sentença de natureza declaratório – juiz não cria nada novo.


Simplesmente reconhece uma situação e declara a existência dela.
Sentença de declaração de paternidade, por exemplo. Não se
subordina à prescrição nem à decadência

Sentença constitutiva positiva – faz surgir um vinculo


jurídico que não existia antes. Se
submete
Sentença constitutiva negativa - esta sentença desfaz o à
vínculo que existia. Sentença que decreta o divórcio instaura
efetivamente situação jurídica nova.

Nestas duas sentenças constitutivas o juiz inova na ordem jurídica.

Sentença condenatória – Prestação de das, fazer ou não fazer. Se


submete à prescrição

Sentença Declaratória Prescrição e Decadência


Sentença Constitutiva Decadência
positiva e negativa

Sentença Condenatória Prescrição

Obs e Exemplos.:

“Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um


cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por
herança.”– antecipação da legítima - Toda doação que um pai
faz para um filho ou um cônjuge para outro é antecipação da
legítima. Nesse caso, há obrigação de colacionar na hora da
sucessão.

Pode-se doar sem a obrigação de se colacionar na hora


da sucessão dizendo no instrumento de doação que está
saindo da parte disponível e não da legítima. Assim, os
filhos que recebem esta doação não perdem nada de sua
herança legítima.

“Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do


donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a
doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos
serviços remunerados ou ao encargo imposto”. – doação
remuneratória não pode ser confundida com remuneração
de serviços. Nessa também não há obrigação de colacionar,
ou seja, sai da parte disponível sem que se precise dizer
isso!

Para que o ascendente venda para o descendente, é


imprescindível a autorização dos outros descendentes,
porque para ser antecipação da legitima tem que ser
doação!

“Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo


se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento
do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória” – A
filha que não autorizou tem um prazo decadencial para pedir
a nulidade relativa desta venda! No entanto, não fala o
prazo! Assim, deve-se sempre seguir nestes casos a regra
do art. 179:

“Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é


anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
será este de dois anos, a contar da data da conclusão do
ato.”

“Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser


anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até
dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.” – Esta
doação é anulável, ou seja, pode ser anulada. O prazo
decadencial é de até dois anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal. Nem a parte disponível pode ser doada
à concubina.

“Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte,


ou renda suficiente para a subsistência do doador.” – nulidade
absoluta (prazo indefinido).

“Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à


de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em
testamento.” – nulidade absoluta (não possui prazo) - 50% é
disponível, poderia se doado, e da parte legítima deveria ter
dado só 25%.

Uma pessoa não pode se relacionar com duas ao


mesmo tempo, ou seja, não é possível ter dois casamentos
ou duas UE ou um casamento e uma união estável. O outro
vai ser concubinato, que é apenas uma sociedade de fato.
Exceção: No entanto, se comprovado que as mulheres não
sabem da existência uma da outra, é possível reconhecer um
côo casamento e o outro como UE, ou duas UEs.

“Art. 1.521. Não podem casar […]: VI – as pessoas casadas;”

“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável


entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública,
contínua e duradoura (não significa estar durando a muito tempo,
mas sim que tem a perspectiva de durar) e estabelecida com o
objetivo de constituição de família.

§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os


impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso
VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato (inovação
deste código) ou judicialmente.

§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a


caracterização da união estável.”

“Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher,


impedidos de casar, constituem concubinato.”

DEFEITOS – Vícios da vontade: essa vontade não foi livre, espontânea e ponderada. Se
referem à nulidade relativa e o prazo decadencial é de 4 anos.

Erro – faz um negócio jurídico achando que sabe o que está fazendo. O Erro acontece de
forma espontânea! Posso errar sozinho! Não precisa de colaboração de um terceiro de má-
fé. Não é qualquer erro que se submete à anulação. O Art. 139 possui um rol taxativo - erro
substancial/principal – que se refere à natureza, ao objeto/à característica do objeto, à
pessoa, ao direito (desconhecimento da lei):

Art. 139. O erro é substancial quando:

I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma


das qualidades a ele essenciais;

II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a


declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;

III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único
ou principal do negócio jurídico.

O erro que não é principal é acidental. Nesse caso não é possível pedir a anulação do
negócio jurídico. Aqui é possível pedir uma indenização por perdas e danos. Exemplo.: Erro
de cálculo no valor de um terreno.

“Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.”

Erro principal – Nulidade


relativa

Erro Acidental – perdas e


danos

Dolo – Seria um erro induzido pela mentira (dolo ativo/positivo/comissivo/de Ação) ou


omissão (dolo negativo/de reticências) da outra parte. Não precisa ter a intenção de
prejudicar a pessoa. O dolo aqui tem um sentido bem amplo (bem diferente do direito penal,
que o conceito é restrito), ou seja, é igual má-fé.

Dolo recíproco/bilateral/simultâneo – os dois agentes agem com dolo e, por isso, esta
situação se torna irrelevante para o direito. Nesse caso não é possível pedir indenização nem
compensação de prejuízo (mesmo se um saiu com mais prejuízo do que o outro). Além
disso, cabe ressaltar que o negócio jurídico é válido.

Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando,
a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Dolo Principal – Nulidade Relativa

Dolo Acidental - Indenização por Perdas e


Danos

Coação – Erro provocado por meio de ameaça.

A coação seria a ameaça injusta e pode ser indenizável (danos morais, materiais).

“Vis absoluta”: coação física – NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE. Não é defeito do ato
jurídico! Não atinge o ato no plano da validade, mas sim no plano da existência. Assim, ele
nem chega a entrar no mundo jurídico! No entanto existe a obrigação de pagamento de
indenização no plano jurídico.

“Vis compulsiva”: coação moral.

Aplica-se o art. 146 da mesma forma.

Prazo: O prazo é contado a partir da data


que a coação cessa.

Nos outros casos (dolo e erro), o prazo de


4 anos é contado a partir da celebração do
ato.
Coação Principal – Nulidade relativa

Coação Acidental – Indenização por Perdas


e Danos

[...] Continuação [...] DEFEITOS – Vícios da vontade: essa vontade não foi livre,
espontânea e ponderada. Se referem à nulidade relativa e o prazo decadencial é
de 4 anos.

Estado de Perigo Lesão

• O negócio jurídico é • O negócio jurídico é desproporcional


desproporcional
• Premente necessidade OU
• Caso de salvar a própria vida ou a inexperiência
vida de alguém da família (família
Estes DOIS requisitos devem estar
aqui é interpretada em sentido
presentes, sendo que este segundo
amplo, ou seja, se baseia na
pode ser alternado!
afetividade. Pode ser um amigo
etc.)  Não há conhecimento do agente que
lesa da necessidade.
• Conhecimento da situação - A
pessoa que negociou com você
sabia do seu estado de perigo.

Estes TRÊS requisitos devem estar


presentes efetivamente

 Aqui há uma emergência específica!

Art. 156. Configura-se o estado de Art. 157. Ocorre a lesão quando uma
perigo quando alguém, premido da pessoa, sob premente necessidade, ou
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de por inexperiência, se obriga a prestação
sua família, de grave dano conhecido manifestamente desproporcional ao valor
pela outra parte, assume obrigação da prestação oposta.
excessivamente onerosa. § 1o Aprecia-se a desproporção das
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa prestações segundo os valores vigentes
não pertencente à família do declarante, ao tempo em que foi celebrado o negócio
o juiz decidirá segundo as circunstâncias. jurídico.

§ 2o Não se decretará a anulação do


negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito.

Fraude contra credores


Art. 591, CPC. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações,
com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas
em lei.

Art. 391, CC. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do
devedor.

Penhora-se tudo, exceto o mínimo essencial.

Em regra, não é possível perseguir patrimônio pretérito. No entanto, existem duas


situações de exceção – Mecanismos de perseguição de patrimônio pretérito:

Fraude contra credores e Fraude a execução – Na primeira situação não há processo


e na segunda já há processo (há a citação). A fraude a execução é mais grave que a
primeira porque é esta + alguma coisa (frustra-se o trabalho do judiciário, ou seja, o
devedor está agindo contra todo o trabalho do judiciário).

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os


praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.

§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação


deles.

Aula 4

Fraude contra credores

É defeito, mas não é vício de vontade, é um vício social (pois quem


irá requerer a anulação [credor] não participou do negócio jurídico).

Alienação de patrimônio de forma fraudulenta para não pagar


credores – pôr seus bens em nome de terceiro.

O crédito pré-existente, o credor pré-existente deve provar a má-fé


do devedor em alienar um bem  para o credor conseguir perseguir
o bem alienado fraudulentamente, terá que provar:

- o “eventus damni” (prova da insolvência) e

- o “concilium fraudis” (prova da má-fé e o concílio para a


fraude)

Prazo de 4 anos decadencial a partir de quando se realizou o


negócio jurídico (art. 178, CC)

O nome desta Ação pode ser “Ação Pauliana” (quem tem


legitimidade é o credor quirografário e não o credor que tem
garantia real ou pessoal/fidejussória)

Credor quirografário é o último na lista de credores (concurso de


credores), pois não tem nenhuma garantia.

Garantias:

a) Reais: hipoteca, penhor e anticrese (não é quirografário)

b) Pessoais/fidejussórias: fiança e aval

O credor quirografário pode entrar com ação paulina para


anular o negócio, mas o patrimônio do devedor volta ao monte e
será usado para pagar os credores preferenciais da ordem no
concurso de credores.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem


resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de
efetuar o concurso de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir


direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua
invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.

Simulação

Simulação não é defeito (art. 138 e 165), mas é considerado um


vício social (está no art. 167). Simular seria fingir. Seria praticar
qualquer ato que tenha divergência com a realidade.
Exemplos que mais caem.:

1) O sujeito compra um apartamento por 200 mil e coloca na


escritura pública o valor de 100 mil. Na verdade acontecem dois
negócios jurídicos: um é verdadeiro [negócio jurídico
dissimulado], mas não é materializado na compra e venda
definitiva no cartório, e o outro é o falso [negócio jurídico
simulado]. Não pode fazer esta transferência nem em vida, nem
em morte! É proibido por lei!

2) O cara que é casado pela comunhão parcial de bens e quer doar


um apartamento que é dele mesmo (tem desde antes do
casamento) para a amante. Precisa da autorização da esposa,
mesmo por este regime de bens. No regime de separação absoluta
de bens (art. 1.647) não é necessária autorização do cônjuge! A
administração dos bens é de interesse de cada um! Só é preciso de
autorização no caso de doação! O marido vem com um contrato de
venda (negócio dissimulado), mas na verdade é uma doação
(negócio simulado).

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos


cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta:

I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III – prestar fiança ou aval;

IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou


dos que possam integrar futura meação.

Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos


quando casarem ou estabelecerem economia separada.

Simulação Absoluta - A simulação nem sempre é usada para


esconder outro negócio verdadeiro. As vezes a simulação é apenas
para esconder uma vantagem ou privilégio . Essa simulação é
classificada como simulação absoluta.

Simulação Relativa - Na simulação relativa devem existir


necessariamente dois negócios jurídicos. É chamada também de
dissimulação.

Simulação absoluta – nulidade absoluta – neste caso, desfaz o


negócio! Não há prazo para pedir a anulação!

Simulação relativa – nulidade absoluta – neste caso, (assinar nota


promissória falsa para tentar vantagens, confissão de dívida que
não existe etc.), o juiz a qualquer momento pode reconhecer a
nulidade. O negócio simulado é nulo porque não condiz com a
realidade. Assim, aparece o negócio verdadeiro. O negocio simulado
poderá ser anulado  prazo de 2 anos a contar da separação da
sociedade conjugal (pode ser a morte, pode ser a dissolução da
sociedade conjugal etc.).

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando


necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o
outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de
terminada a sociedade conjugal.

Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por
instrumento público, ou particular, autenticado.

Nem todo negócio dissimulado é inválido! Se a divergência é só o


valor do bem indicado no contrato, ele continua válido.

- O negócio simulado é sempre nulo!

- O negócio dissimulado pode ser, dependendo do negócio e do


que diz o CC: válido (negócio válido na substância e forma),
nulo absolutamente (nulo – herança de pessoa viva) ou
nulo relativamente (anulável).

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado (não interessa se a


simulação é absoluta ou relativa), mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas


daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não


verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-


datados.

§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos


contraentes do negócio jurídico simulado.

Prescrição e Decadência

Prescrição (arts. 189 – 206) Decadência Legal Decadência


(arts. 207 – 211) Convencional

Extinção Extinção da Pretensão Perde-se o próprio Perde-se o próprio


(exigibilidade) Direito Potestativo Direito Potestativo

Direito Direito subjetivo patrimonial Direito Potestativo - Direito Potestativo


(seria o Crédito) – é um é um direito mais
direito mais fraquinho, já que forte, pois o outro
o juiz me ajuda a conseguir o não precisa
crédito coercitivamente. colaborar para a
satisfação do
direito.

Localização Arts. 205 (regra geral – prazo Espalhados no CC Contrato


de 10 anos) e 206. Obs.: Logo, se Obs.: Contrato e
houver um prazo prescrição são duas
diferente de 1 a 5 palavras que não
anos, deverá ser combinam! O
decadência. contrato não pode
criar ou aumentar ou
diminuir prazo de
prescrição previsto
em lei.

Ex officio – o juiz pode Ex officio O juiz não pode


declarar de ofício a conhecer de ofício
prescrição.

Admite-se a renúncia da Art. 209. É nula a Admite-se renúncia.


prescrição renúncia à
decadência fixada
em lei.

Não corre contra todos Corre contra todos, salvo para os incapazes
(Maior proteção no CC). do art. 3º (absolutamente incapazes),
CC/2002.
Pode haver uma causa de:
Impedimento – não deixa o
prazo começar e, por isso,
tem que acontecer antes do
prazo. Se for verificada
durante o decurso do prazo,
será causa de suspensão do
curso do prazo.
Obs1.: Neste caso, o prazo
não recomeça! O prazo
começará do zero porque
nunca começou.
Obs2.: Prescrição não corre
entre cônjuges e por isso, o
casamento é uma causa de
impedimento (casamento
antes do vencimento do
prazo) ou de suspensão
casamento depois do
vencimento).
ou
Suspensão - após o início
do prazo.
Obs.: A suspensão congela o
prazo. Assim, o prazo
recomeça do lugar de onde
parou.
Interrupção – Ela zera o
prazo e recomeça do zero.

Regra para diferenciar:


Impedimento e Suspensão
(art. 197) – São
extrajudiciais
Interrupção (art. 202) – São
Judiciais

Se prescreveu, é possível provocar o judiciário? Sim, é possível


exercer direito de ação. Se houve prescrição, o juiz decide a
questão com julgamento de mérito.

A prescrição não retira o direito de Ação, mas sim a pretensão!

Após o vencimento de uma relação de débito e crédito, deve-se


exercer a pretensão (exigibilidade de forma coercitiva) dentro de
um prazo de prescrição.

Jurisdição – o Estado exerce alguns poderes em beneficio da


sociedade e assim eles são divididos para exerce determinada
função (Judiciário – exerce jurisdição [diz o direito] de forma
monopolística [exceção: arbitragem] e inerte [não se movimenta
a não ser que seja provocada]; Legislativo, Executivo). No entanto,
eles adentram as funções um dos outros.

Art. 189. Violado o direito (direito subjetivo patrimonial), nasce


para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos
prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Obs.: Regra geral


Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor.

Obs Importante!!!.: No art. 206, cada §§ corresponde ao


prazo de prescrição! Existem 5 §§, logo, os prazos
prescricionais vão de 1 a 5 anos! Se aparecer um prazo fora
desses, com certeza será decadência!
Art. 206. Prescreve:
§ 1o Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o
pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra
aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da
data em que é citado para responder à ação de indenização
proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza,
com a anuência do segura- dor;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da
pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas
e honorários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que
entraram para a formação do capital de sociedade anônima,
contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de
encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares,
a partir da data em que se vencerem.
§ 3o Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um
ano, com capitalização ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a
distribuição; VII – a pretensão contra as pessoas em seguida
indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da
sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios,
do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido
praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar
conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à
violação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX
– a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data
da aprovação das contas.
§ 5o Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de
instrumento público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores
judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o
prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos
contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que
despendeu em juízo.
Obs.: Exemplos que caem muito:
1) Um acidente que aconteceu em 1990 – Prazo de 20
anos para ação de busca de indenização na vigência do
CC de 16
1990 ______________________Jan/2003(entrada do CC
novo)___2010
2) Um acidente em 2000

2000_______________________________________________________2020
3) Acidente em 2005 – Prazo de 3 anos na vigência do CC
novo (Janeiro de 2003 porque O CC tem vacatio legis de
1 ano)
2005__________2008
obs.: Sempre que reduzir, vai reduzir contando o prazo novo do
inicio da vigência do CC novo.
No segundo exemplo, vai prescrever em 2006.
2003 + 3 anos do CC novo = 2006
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos
por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver
transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei
revogada.

Das Causas que imPeDem ou susPenDem a PresCrição


Art. 197. Não corre a prescrição: ENTRE
I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição: CONTRA
I – contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos
Estados ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em
tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;
II – não estando vencido o prazo;
III – pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado
no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva
sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores
solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
O prazo de prescrição corre contra o credor e não contra o
devedor, pois é ele que vai se prejudicar com a prescrição.

Se o devedor morre e ele tem um filho de 5 anos e o prazo já


está correndo, o melhor é que o prazo corra rápido e continue para
que ele não pague a dívida prescrita! (Isso acontece para
resguardar o absolutamente incapaz, para que o prazo não corra
CONTRA e sim a favor dele!)

Se o credor morre e ele tem um herdeiro de 5 anos e o prazo


já começou, o melhor é que o prazo pare. Assim, há a suspensão.
Das Causas que interromPem a PresCrição
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer
uma vez, dar-se-á: (Obs.: A lei restringiu porque a pretensão
poderia se tornar imprescritível porque não havia limitação
a quantidade de causas interruptivas)
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou
em concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que
importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.

Aula 5

Teoria geral das Obrigações (arts. 233 a 420)

Transmissão Adimplemento Inadimplemento


- Seria a transmissão de É pagamento Descumprimento:
crédito de um credor primitivo -sem culpa: gera extinção da
para um novo. obrigação e não é
- Pode acontecer também com inadimplemento
o devedor (sai o devedor -com culpa: agora está
primitivo e entra um novo). caracterizado o
inadimplemento – impõe ao
inadimplente os ônus do
inadimplemento: perdas e
danos, etc.
A transmissão não gera Gera extinção da dívida.
extinção da dívida.

1) Cessão de crédito 1) Adimplemento


2) Assunção de dívida Direto –Seria cumprir a
obrigação da forma que
foi convencionada.
2) Adimplemento
Indireto – É um
caminho diferente do AD
que se percorre para
alcançar o mesmo
resultado (a extinção da
dívida) – Consignação
em pagamento, dação,
confusão, sub-rogação,
compensação, novação
etc.

Classificação:

Credor – Fato Jurídico – devedor

Prestação de dar, fazer ou não fazer

1) Quanto à prestação: olha-se para o vínculo entre credor e


devedor. Seria dar, fazer ou não fazer.

Dar – (Res periti domino – se a coisa perecer, perece para o


dono!) entrega de objeto. Desmembramento (podem ser chamadas
de):

• Obrigações de entrega (o dono do objeto é o devedor):

- Perda total ou apenas perda no CC:

 sem culpa – obrigação se resolve, se extingue.


Nesse caso, o devedor deve devolver o pagamento
para que as partes voltem ao estado anterior. O
prejuízo é do devedor!

 com culpa – houve inadimplemento e o


inadimplente responde com perdas e danos.

- Perda parcial ou deteriorização (no CC):

 sem culpa – [1] o credor não é obrigado a


receber o carro e pode buscar a resolução da
obrigação (o devedor deve proceder à devolução do
pagamento). [2] O credor aceita a coisa, mas pede
um abatimento no valor do objeto.

 com culpa – É o mesmo efeito jurídico do sem


culpa, mas acrescenta perdas e danos. O prejuízo é
do devedor.

 O devedor em mora será responsabilizado por perdas e danos


mesmo que não tenha culpa na perda total ou parcial do objeto.

 Existe algum mecanismo que geraria responsabilidade pro


devedor que não é mais dono do objeto e não para o adquirente do
objeto? – Sim, o vício redibitório (os prazos são curtos para
reclamar para que haja segurança jurídica – bem móvel, 30 dias;
bem imóvel, 1 ano)

• Obrigações de restituição (o objeto já é do credor e o devedor


tem que devolver. Ex.: comodato; locação; depósito): Res
perit domino – o prejuízo é do credor!

- Perda total:

 sem culpa: O devedor não pode exigir nada! Há a resolução


da dívida. Ex.: empréstimo do carro por 10 dias. O devedor
tem o carro furtado. Não há responsabilização do devedor se
não houver contrato de comodato (Comandante e
comodatário)

 com culpa: Indeniza perdas e danos.

- Perda parcial:

 sem culpa: obrigação se resolve, se extingue.

 com culpa: Perdas e Danos

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela


embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou
das circunstâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem
culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição
suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a
perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada (perda parcial) a coisa, não sendo o
devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a
coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o
equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com
direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas
e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no
preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao
credor os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem
culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a
perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o
dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá
este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor,
recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se
por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o
credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o
devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas
deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de
boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do
mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-
fé ou de má-fé.

Obrigações de Fazer:

a) Sem culpa – A obrigação se resolve. Ex.: a banda que eu


contratei não vem porque o aeroporto está interditado.

b) Com culpa – Indenização por perdas e danos.

Obrigações de Não fazer:


a) Sem culpa – A obrigação se resolve.

b) Com culpa – Indenização por perdas e danos.

2) Quanto ao objeto da prestação: Pluralidade de partes.

a) divisível– se o objeto for divisível.

Credor: d1, d2 e d3 (dívida de R$ 9000,00 e de R$ 3000,00 para


cada um)

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em


obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações,
iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

b) indivisível– se o objeto for indivisível.

Credor: d1, d2 e d3 (dívida de um cavalo. O credor pode pedir um


cavalo inteiro para cada um dos três devedores. São coobrigados ao
pagamento da dívida, mas não são solidários. Tem que entregar o
cavalo inteiro por conta de uma característica do objeto!! Não
confundir solidariedade com indivisibilidade)

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for
divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no
direito do credor em relação aos outros coobrigados.

4) Quanto à responsabilidade: olha-se para os sujeitos da


relação jurídica.

Responsabilidade dos credores:

• Dívida pura e simples – não há solidariedade dos devedores –


cada um responde pela sua quota. Olha-se o objeto.

• Solidariedade – Olha-se para os sujeitos e não para o objeto!


Solidariedade não se presume! Só pode existir por lei ou por pacto
expresso! [“Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da
lei ou da vontade das partes”] Marido e mulher são devedores
solidários, por exemplo. A solidariedade do pólo passivo serve como
um mecanismo de garantia para o credor. O credor pode cobrar o
tanto que quiser de cada um, podendo cobrar tudo de apenas um.
Exceção: beneficio de ordem. Caso de fiança em beneficio do
fiador.

O perdão da dívida é diferente do perdão da solidariedade. O credor


pode perdoar um ou outro. Se perdoa a dívida, continua a existir a
solidariedade com os outros devedores.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e


a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros
devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou
relevada.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor
de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único.
Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,
subsistirá a dos demais.
Morrendo o devedor solidário, passa a dívida e não a solidariedade.
A indivisibilidade é uma característica do objeto que continua o
mesmo com o falecimento do devedor (os herdeiros deverão o
cavalo inteiro). Se a dívida for divisível cada herdeiro responderá
até a quota que corresponde ao seu quinhão hereditário.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando


herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão
considerados como um devedor solidário em relação aos
demais devedores.
Se a obrigação for indivisível e um dos devedores entregou cavalo.
A obrigação se extingue em relação a todos. Se um único devedor
deve um cavalo (objeto indivisível) para mais de um credor tem que
tomar cuidado, porque quem paga mal, paga duas vezes. Para
pagar bem, deve seguir a regra do art. 260.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um
destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se
desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros
credores.
Posso cumular indivisibilidade com solidariedade. Neste caso, a
solidariedade funciona como um caução de ratificação. O devedor
pode pagar a dívida apenas para um.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não


demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá
este pagar.  Art. 899 do CC/1916.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários
extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Locador e Inquilino. O locador exige dois fiadores para concretizar o
contrato de locação. A dívida é de 12 x 1000,00.

O Inquilino é o devedor. Os fiadores não devem nada, porque é


garantidor e não co-devedor! Ele assume o risco de pagar uma
dívida que não é dele. Existe o benefício de ordem para o fiador. Se
o fiador renunciar a este beneficio, dá uma garantia ainda maior! O
locador pode cobrar direto do fiador. A obrigação de pagar IPTU,
condomínio, taxa de luz, água etc. é do proprietário! Isso deve estar
expresso no contrato!

O locador cobra primeiro do inquilino. Se tiver apenas um imóvel, é


protegido por ser bem de família. Existe os bens absolutamente
impenhoráveis e relativamente impenhoráveis. O fiador também
alega bem de família. No entanto, o fiador em contrato de locação
não tem proteção de bem de família!

Devedores que não podem alegar bem de família legal:

a) fiador em contrato de locação

b) dividas trabalhistas dos empregados domésticos do imóvel


referido (tiram o apartamento para o pagamento da dívida)

c) dívidas de tributos do imóvel


d) pensão alimentícia

e) devedor do imóvel hipotecado perante o credor da hipoteca


(houve o oferecimento voluntário do imóvel como garantia)

Existe o bem de família legal (lei. 8009/90)e o bem de família


convencional (art. 1711 do CC)

Transmissão

Cessão de Crédito (Arts. 286 a 298) Assunção de dívida (Arts. 299 a 303)

• É uma alteração subjetiva ativa. • É uma alteração subjetiva passiva.


• Alteração do credor originário. • Alteração do devedor originário.
• Não existe co-responsabilidade (só no • É preciso autorização expressa do credor
endosso). (cedido) – chamada de Assunção Liberatória.
• É um contrato feito entre o credor • O silencia do credor é interpretado como
primitivo (cedente) e o credor novo recusa.
(cessionário).
• A Assunção de divida sem autorização é
• O devedor (cedido) não precisa ser ineficaz relativamente em relação ao
consultado previamente. Credor.
• No entanto, o devedor tem que ser • Assuntor é o que assume a dívida no lugar
notificado depois sobre a alteração. do devedor primitivo (Cedente).
• Devedor não notificado que paga para • Assunção de dívida não extingue a dívida
o credor primitivo, paga bem! do devedor originário (caso fiquei provado
que o assuntor era insolvente e a ignorância
• Se esse contrato gera efeitos para
do credor na época)! Ele fica apenas
algumas pessoas e não para outras –
liberado!
ineficácia relativa ao devedor não
notificado. Assim, não é nem nula nem Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação
anulável, é ineficaz relativamente. do devedor, com o consentimento expresso do
credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo
• O Cedente e o Cessionário podem se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
notificar o devedor. credor o ignorava.

• O credor primitivo pode transferir para Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar
prazo ao credor para que consinta na assunção da
quem quiser e quando quiser.
dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
• Não é alteração do objeto! Art. 300. Salvo assentimento (consentimento)
expresso do devedor primitivo, consideram-se
• A Cessão de crédito pode ser gratuita extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias
ou onerosa. especiais por ele originariamente dadas ao credor.
(Por exemplo, a fiança se desfaz).
• Cessão de crédito não gera co-
responsabilidade pelo pagamento. Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser
O endosso gera um efeito parecido, mas anulada, restaura-se o débito, com todas as suas
transfere o crédito, a propriedade do título e garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros,
exceto se este (devedor) conhecia o vício que
gera um efeito distinto da co- inquinava a obrigação.
responsabilidade (o co-edossante se torna
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor
co-responsável solidário pelo pagamento da
as exceções pessoais que competiam ao devedor
dívida sem benefício de ordem). primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode
tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido;
se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a
transferência do débito, entender-se-á dado o
assentimento.

Aula 6

Adimplemento

Direto – é o pagamento da forma que foi pactuado. Arts. 304, 308,


313, CC.

Indiretos:

1) Consignação: (não há acordo – o devedor quer pagar!)


depósito judicial em beneficio do credor. Qualquer outro tipo
de pagamento, podendo não ser dinheiro. É uma acao de
consignação em pagamento prevista no CPC.

Consignação em Depósito extrajudicial feito diretamente em uma


instituição oficial (Banco) – é uma conta remunerada. O Banco
que faz a notificação ao credor e, por isso que tem identificar e
dizer o endereço. Notificação ao credor via AR (aviso de
recebimento). Este depósito extrajudicial só admite dinheiro. Art.
335, CC.

Art. 335. A consignação tem lugar:

I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o


pagamento, ou dar quitação na devida forma;

II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo


e condição devidos;

III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado


ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento;

V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

2) Sub-rogação: “trocar”. O fiador (terceiro), se pagar, sub-


roga-se nos direitos do credor – A sub-rogação estrutura a
ação de regresso contra o verdadeiro devedor e contra o
outro fiador que este tiver. Os fiadores rateiam o prejuízo, ou
seja, eles são solidários (cada um torna-se credor do devedor
daquilo que pagou). Os fiadores podem ficar trocando de
lugar sem parar se o devedor não pagar.

É ADIMPLEMENTO porque termina com a dívida (mas


surge uma obrigação nova).

3º interessados: pessoa que se prejudicaria se não houvesse o


pagamento. Ex.: fiador; dono do imóvel hipotecado. A sub-rogação
só se aplica ao 3º interessado. SUB-ROGAÇÃO LEGAL

3º não interessados: se não há prejuízo. O 3º não interessado


se meteu onde não corria o risco de ser chamado – seria
como se fosse uma doação (este não se sub-roga nos direito
do credor). Ex.: pai, irmãos etc. Exceção: pode ocorrer sub-
rogação do 3º não interessado se houver acordo. SUB-
ROGAÇÃO CONVENCIONAL

Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos,


ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida,
contra o devedor principal e os fiadores.

3) Imputação: “atribuir”ou “indicação”  Quando se deve mais


de uma dívida diferente em função do mesmo credor. Estas
dividas devem estar todas vencidas. Ex.: entregas de
produtos diferentes a uma mesmo restaurante. O devedor vai
se valer da imputação para escolher, quando pagar apenas
uma parte da divida, qual parte da divida pretende quitar
(com certeza, deve pagar a mais onerosa – com maior multa
etc.). O devedor escolhe e impõe a sua vontade.

Se o devedor paga e não faz a imputação, o credor que escolhe


(emitindo um recibo – Termo de quitação).

Se nenhum dos dois imputa, a lei toma uma decisão em nome


deles: IMPUTAÇÃO LEGAL art. 354 e 355 [1) Se todas as dividas
tiverem data de vencimento diferentes, o pagamento se refere a
que venceu antes; 2) se todas vencem na mesma data, será paga a
mais onerosa sob o angulo de visão do devedor; 3) se houver capital
e juros (são dividas diferentes, o juros é dívida acessória que
decorre da inadimplência), imputa-se aos juros]

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á


primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação
em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a


quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas
líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas
líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais
onerosa.

4) Dação: (precisa de acordo)

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da


que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da


que lhe é devida. (pode trocar a prestação de dar pela de
fazer, por exemplo. Pode mudar o objeto)

Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as


relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de
compra e venda.

Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a


transferência importará em cessão (adimplemento direto).
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento,
restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a
quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. Evicção é a
perda da propriedade que se adquiriu.

5) Novação: “nova obrigação” pactuada pelas partes. A


novação exige acordo (animus novandi – ânimo de novar)

Art. 360. Dá-se a novação:

I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para


extinguir e substituir a anterior; Novação objetiva (muda o
objeto) – não confundir com dação em pagamento! Nesta
última não surge nova obrigação.

II – quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite


(extinção) com o credor; Novação subjetiva passiva (mantém o
mesmo credor e a mesma obrigação, mudando o devedor)
não confundir com por Assunção de divida (que não
extingue)

a) Novação subjetiva passiva por delegação – É trazida pelo


devedor antigo, sendo que o credor negocia com este novo
devedor.

b) Novação subjetiva passiva por expromissão – é a


expulsão do devedor primitivo da relação jurídica.

III – quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é


substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. Novação
subjetiva ativa não confundir com Cessão de crédito (que
não extingue)

6) Confusão: Ocorre quando a pessoa é credor e devedor da


mesma dívida (ocupa os dois pólos da relação jurídica). Isso
ocorre quando há empréstimo de pai para filho único e o pai
falece.

7) Remissão: (precisa de acordo) é perdão de dívida. Para


haver o perdão com o efeito da extinção tem que haver a
aceitação do devedor. Perdão não é unilateral, é bilateral.
Remição com “Ç”seria resgate de título de crédito pelo
devedor ao pagar a dívida.

8) Compensação: (não precisa de acordo) Dívidas diferentes,


liquidas, vencidas e de mesma natureza. Ocorre quando as
partes são credor e devedor simultaneamente de dividas
diferentes. Pode haver compensação total ou parcial.

Inadimplemento

Tem que haver culpa para ocorrer o inadimplemento. Se não houver


culpa, extingue a obrigação.

Pode-se cobrar:

a) obrigação principal;

b) perdas e danos: Lucros Cessantes e Danos emergentes -


Pode-se estipular uma cláusula penal no contrato que
estabeleça uma multa no caso de inadimplemento – esta
cláusula substitui as perdas e danos!

Obs.: Quando se cria a multa, há uma pré-fixação do valor


e isso pode não ser equiparado ao valor do dano ou ao
valor da multa. O pedido da multa torna desnecessária a
prova de perdas e danos. Assim, mesmo que se prove que
o prejuízo é maior, o sujeito deve se conformar com a
multa fixada na cláusula (não terá indenização
suplementar). Art. 416. Segunda parte do Parágrafo único:
Pode haver cláusula de indenização suplementar no
contrato, mas o credor tem que provar o prejuízo!

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o


credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na


cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se
assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo
excedente.

No entanto, se o valor da multa for muito maior que o


prejuízo, o juiz deve diminuí-la. Art. 413.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo


juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se
o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-
se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

c) Juros: Juros moratórios (não confundir com juros


compensatório ou remuneratório – que decorrem do
empréstimo e não do inadimplemento);

d) atualização monetária;

e) Honorários de advogado.

Responsabilidade Civil (Art. 186 a 188/ 927) AQUILIANA


(não há vinculo nenhum entre as partes)

A responsabilidade civil anteriormente estudada é contratual -


inadimplemento

Responsabilidade Civil Subjetiva (culpa – falta de cuidado)

Ato ilícito – praticando em contrariedade à ordem jurídica. Do ato


ilícito no cível só interessa o DANO! O direito civil se preocupa
com o resultado da conduta!

Ato ilícito:

• Conduta ativa ou passiva

• Dano: material, moral ou material e moral

• Nexo de causalidade
• Culpa (inobservância do dever geral de cuidado. É a culpa
lato sensu) ≠ do dolo do direito penal.

O valor da indenização é calculado pelo dano que é causado e não


pela culpa ou dolo do ofensor.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a


gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente,
a indenização.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência (faltou imperícia), violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Nas hipóteses de presunção legal de culpa, haverá responsabilidade


objetiva? FALSO!!!!! A culpa é desnecessária e não presumida.

Existem hipóteses de presunção de culpa para proteção da vítima.


Mesmo assim é preciso que haja a culpa para a indenização (só não
precisa provar a culpa porque é presumida!) e a responsabilidade é
objetiva! Culpa presumida não existe mais no código!!!!!
Todas as hipóteses viraram responsabilidade objetiva!

Responsabilidade Civil Objetiva – independe de culpa e é a lei


que diz se é objetiva. Há a dispensabilidade da caracterização de
culpa.
Essa responsabilidade é prevista em lei. Mas hoje existe também a
possibilidade da Teoria do Risco.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este


causado, se não provar culpa da vítima (se provar que foi culpa
da vítima, não há nexo de causalidade) ou força maior –
responsabilidade objetiva

Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos


que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos,
cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em
lugar indevido.

Regra geral: Responsabilidade Subjetiva!

Regra geral: Responsabilidade direta (quem causou o dano,


responde pelo prejuízo que causou)

Exceção: Responsabilidade indireta: pode cobrar a indenização de


outras pessoas (art. 932, CC)

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: a lei


não exclui quem causou o prejuízo diretamente!

I – os pais, pelos filhos menores (os pais respondem mesmo se o


menor for emancipado) que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia; - ESSE INCISO ESTÁ ERRADO! OS PAIS
RESPONDEM INDEPENDENTEMENTE DE ONDE ESTIVEREM
(Poder Familiar [responsabilidade] existe independente de
separação, divorcio etc.).

II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem


nas mesmas condições;

Nestes dois incisos, deve-se colocar no pólo passivo o


ofensor e os responsáveis juntos (litisconsórcio –
responsabilidade civil dos incapazes [art. 928]) ou apenas os
responsáveis!!

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que


causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação (quando a obrigação for do
colégio, que teria o dever de cuidado, por
exemplo)de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes. – o incapaz responde com seu
patrimônio apenas se o curador ou tutor não
puder. Regra geral, respondem os responsáveis.

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo,


que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do
necessário o incapaz ou as pessoas que dele
dependem (mitigação)

III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e


prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão
dele;

IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos


onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos
seus hóspedes, moradores e educandos;

V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do


crime, até a concorrente quantia.

Sempre nos casos de responsabilidade indireta haverá


solidariedade (responsável e ofensor) e, quem responde
indiretamente, responde objetivamente (independente de
culpa).
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito


de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a
ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente
pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os


co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

Teoria do Risco

Há risco na conduta.No entanto, esta conduta não esta


regulamentada como responsabilidade objetiva.

Na teoria do risco, a responsabilidade é subjetiva, mas a vitima não


consegue provar a culpa. Nesse caso, o juiz pode verificar que há
habitualidade na conduta (impõe à sociedade um risco maior que o
normal). Além disso, deve lucrar com esta habitualidade. E, assim, o
juiz converte a responsabilidade subjetiva em objetiva.

O risco que o código adotou é o RISCO PROVEITO.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo. [Responsabilidade subjetiva]

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei
[Responsabilidade objetiva], ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem [Teoria do Risco 
Risco-proveito].

Excludentes de ilicitude no Direito penal são também no direito


civil: art. 188

• legitima defesa

• estado de necessidade

• exercício regular de um direito reconhecido

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de


um direito reconhecido; II – a deterioração ou destruição da coisa
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Arts. 929 e 930 deste Código.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente


quando as circunstâncias o tornarem absolu- tamente
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.

Excludentes de Nexo de causalidade/de responsabilidade


civil:

• culpa exclusiva de terceiro

• culpa exclusiva da própria vitima

• caso fortuito ou força maior

Aula 7

Livro de direito das Coisas

- DA POSSE

- DOS DIREITOS REAIS – art. 1225 – relaciona os direitos


reais:

Art. 1.225. São direitos reais:


I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; XII – a
concessão de direito real de uso.

POSSE

Não é direito real porque está em outro título. É possível ter posse
sem propriedade.

São duas coisas distintas! Não há hierárquica entre os dois.

Possuem pontos de semelhança. É como se fosse união estável e


casamento.

A proteção é a mesma pra ambos.

Propriedade - Poder de uso, fruição, disposição e o direito de reaver


o bem de alguém que injustamente esteja na posse ou detenção
deste bem (art. 1228)

Características comuns com a posse – pode dispor da posse. Pode


transferir posse como propriedade (se o possuidor morre, pode
transferir a posse para os herdeiros).

Em determinados momentos o possuidor pode usufruir de seu


direito de posse da mesma forma que a propriedade!

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o


exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade. – independente de ser de boa-fé ou não, justa ou
injusta.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.

Classificação: cada classificação não vincula outra. Deve-se


analisar cada uma. Pode ser plena e injusta, etc.

1. Quanto aos poderes/faculdades que o possuidor pode


exercer

- Plena: Exercício de todas as faculdades inerentes à


propriedade.

Quando o possuidor desmembra voluntariamente sua posse plena,


surgem dois outros tipos de posse: Posse direta e Posse indireta.
Não existe simultaneamente posse plena, direta e indireta.

- Direta: decorre do contato direto com a coisa. Cai com o


nome de “corpus” ou posse imediata. Esta posse é do
inquilino. Tem que haver um vinculo jurídico entre o possuidor
direito e indireto (contrato escrito ou oral dependendo do
caso).

Obs.: Se é um invasor, terá posse direta, porque não foi dada


voluntariamente a ele. A posse de quem invade é Posse Plena! Há a
perda da posse plena pelo possuidor originário pela posso violenta
ou clandestina. Esta é uma posse plena injusta.

- Indireta: chamada de posse mediata.

2. Quantos aos vícios objetivos

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou


precária.

 Justa

 Injusta: É o modo que foi adquirida!

- Violenta: é a forma como foi adquirida.

- Clandestina: é a forma como foi adquirida. Pode


não ser mais clandestina depois de um tempo (todo
mundo o vê na casa etc.).
- Precária: Se liga à expressão “inexistência de
justo título”. Justo título é situação de fato que
legitima o exercício da sua posse (não confundir com
“DOCUMENTO”, pois pode ser que eu não tenha ou
tenha um documento, mas, nesse caso, ele não é
justo).

Ex.: alguém aluga meu imóvel para alguém sem ter procuração.
Este que alugou tem posse plena injusta, clandestina e de má-fé. Se
a desmembra voluntariamente, alugando, a posse se torna indireta.
O locatário possui posse direta, injusta, de boa-fé. A posse pode ser
injusta e de boa-fé! Essas duas coisas não se vinculam! A boa-fé é a
falta de consciência do vício objetivo! Se eu quero minha posse de
novo, e reajo violentamente, a posse será plena, injusta (violenta) e
de boa-fé.

3. Quanto aos vícios subjetivos

Boa-fé ou má-fé (consciência do vício objetivo!)

4. Quanto ao prazo

o Nova (menos de um ano e um dia = menos de 1


ano + 1 dia) – A ação de reintegração de posse vai
por RITO ESPECIAL – Liminar de desocupação.

o Velha (mais de um ano e um dia = mais de 1 ano


+ 1 dia)

Efeitos: não precisa ter todos os efeitos para se caracterizar a


posse.

1) Frutos

2) Benfeitorias

3) A Usucapião:

DICA: “nome grande, prazo grande. Quando diminui o nome, o


prazo diminui!”
Prazos:

- 3 e 5 anos – bens móveis

- 5, 10 ou 15 anos – bens imóveis.

BENS IMÓVES

Usucapião extraordinária – a lei pede pouco


requisitos porque tenho um prazo longo. 15 anos,
como regra, mas pode cair pra 10 anos (= a ordinária),
se atendida a função social da posse. Se atender ainda
mais a função social, torna-se a usucapião especial (+
um requisito).

Usucapião Especial – 5 anos – a lei torna mais rigorosos os


requisitos.

Usucapião Ordinária – 10 anos – a lei pede mais requisitos.

Extraordinária (Art. Especial (Arts. 1239 e Ordinária


1238) 1240)
Art. 1238, caput - 5 anos Art. 1242, caput
- 15 anos - ininterrupto - 10 anos
- ininterruptos - sem oposição - ininterrupto
- sem oposição - Não pode ser - sem oposição
 Não faz diferença proprietário de imóvel - justo título
se tenho outros urbano ou rural - boa-fé
imóveis. - Rural – área máx. 50
 Não faz diferença hectares – Moradia E
se o imóvel é grande obras e serviços -
(não pode ser público, tornando-a produtiva por
porque não é seu trabalho ou de sua
usucapível) família. (Art. 1239)
Requisit  Não precisa morar. - Urbana – área máx. 250
Pode exercer apenas a m2 - só moradia (Art.
os
posse indireta. 1240)
 Independe de Boa-  Independe de boa-fé
fé  Não pode ser pessoa
jurídica, porque precisa
ser usada pra moradia.
 direito apenas 1 vez na
vida (§2º, art. 1240)
Mesmos Art. 1238, p.u.s Art. 1242, p.u.
requisit - 10 anos - 5 anos
os+ - ininterruptos - ininterrupto
outros - sem oposição - sem oposição
= - moradia habitual OU - justo título
Redutor obras e serviços de - boa-fé
caráter produtivo +
Obs.: pessoa jurídica - forma onerosa
pode usucapir! Ex.: o - registro
Carrefour constrói um - registro cancelado
supermercado em posteriormente em razão de
uma área não algum problema
utilizada e gera vários - estabelecimento de
empregos moradia OU realizado
investimentos de interesse
social ou econômico.
Evicção: é a perda da
posse ou da propriedade em
razão de sentença judicial.
Entrega a propriedade ou
posse para o verdadeiro
possuidor ou proprietário
em razão da sentença!
Evicto é o enganado, o que
comprou.
Este terá o direito de
pleitear uma indenização
contra quem vendeu (quem
o enganou).
Este proprietário tem que
entrar com ação de
reintegração de posse.

Obs.: Não é necessário entrar com AÇÃO para que haja a


USUCAPIÃO. Esta ação é uma formalidade, pois, preenchido
todos os requisitos, a pessoa adquire a propriedade

Modos de aquisição de propriedade imobiliária

CC 16 CC 02

Sucessão Registro – presunção relativa de


propriedade

Usucapião Usucapião
Acessão Acessão – construção e plantação
(crescimento)

Transcrição Estas três (RUA) – “inter vivos”

Sucessão – “causa mortis” – é modo de


aquisição de propriedade. Não é preciso registrar.

BENS MÓVEIS (Arts 1260 e 1261)

 Não existe redutor, porque não exerce moradia!

Usucapião Extraordinária: (art. 1261) – independe de título judicial e


boa-fé.

- 5 anos

- prazo ininterrupto

- sem oposição

Usucapião Ordinária: (art. 1260)

- 3 anos

- prazo ininterrupto

- sem oposição

- justo título

- boa-fé

4) Proteção possessória (Arts. 1210, CC e 920 e seguintes,


CPC): está disponível a qualquer possuidor
independentemente da classificação da posse (ou seja,
mesmo que esteja de má-fé, tem proteção possessória). Esta
proteção será a mesma independente da classificação.

 Essa proteção possessória pode ser feita de duas


maneiras:

I) Auto-tutela: Auto-tutela não é um ATAQUE, é uma


RESISTÊNCIA/DEFESA! É uma legitima defesa por que a turbação
ou o esbulho está acontecendo. Se a invasão já aconteceu,
deve-se ir na justiça mediante Ação possessória. PRAZO:
REAGIR LOGO/IMEDIATAMENTE!

- Turbação: DANO EFETIVO. Turbação atual. Ex.:


rouba galinha, o gado, a colheita, etc. Nesse caso, se
está sendo turbado, mas o proprietário não tem como
resistir à turbação, pode entrar com manutenção de
posse.

- Esbulho: ato praticado pelo invasor que gera


perda total ou parcial.

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em


caso de turbação (MANUTENÇÃO DE POSSE), restituído no de
esbulho (REINTEGRAÇÃO), e segurado de violência iminente, se
tiver justo receio de ser molestado (INTERDITO PROIBITÓRIO).
§1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos
de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse (Poderá praticar ato ilícito
se ultrapassar os limites para a defesa de seu direito – art.
187, CC).
§2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação
de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

II)Ação Possessória: a agressão não é atual, mas é iminente.


Art. 920 e seguintes do CPC.

- Interdito proibitório – AMEAÇA. Medo de sofrer


turbação. Ex.: a situação de fato causa temor e
caracteriza ameaça (Ex.: Sem terras). É um
mecanismo preventivo! Sob pena de “Astreints”
(multa diária que serve de “incentivo” para o réu
cumprir a decisão). O juiz pode, de oficio ou a pedido
das partes, aumentar o valor ou diminuir.

- Manutenção de posse: Fundamento da causa


de pedir: turbação.

- Ação de reintegração de posse: fundamento


da causa de pedir: não é mais turbação, é esbulho:

a) Rito Especial – Posse nova ( - de 1 ano e 1


dia) – pode pedir uma liminar de desocupação.
Deve provar:

- a posse, ou seja, que é possuidor. Como que


se prova isso?

- o esbulho praticado pelo réu;

- a data que o esbulho foi praticado (para


fazer o cálculo da posse nova). Se for um tempo
de posse maior (posse velha), não poderá
pedir a liminar no rito especial!

 O réu não é citado para CONTESTAR, mas sim para


DESOCUPAR (Oficial de justiça).

 depois disso, a Ação vai para o rito ordinário para se


julgar a ação de reintegração de posse.

b) Rito Ordinário

 É citado para CONTESTAR, neste caso. O réu fica na


posse durante o julgamento da Ação (que dura muito
tempo).

Ex.: O proprietário tem ação de despejo contra o locatário -


contrato de 12 meses, sem pagar por 3 (mas se não há citação, não
pode haver a Ação). No entanto, tomou a posse do imóvel
injustamente (o locatário não estava lá há vários meses,
incomunicável). O locatário tem direito à ação de reintegração de
posse + perdas e danos – que decorre de um ato ilícito – art. 187,
CC

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

DIREITO DE FAMÍLIA

Parentesco:

a) natureza:

- natural – vinculo de consangüinidade

- civil – processo de adoção judicial

- por afinidade – pelo casamento – me torno parente dos parentes do


marido/mulher, não do cônjuge. Obs.: União estável passou a gerar parentesco
igual o casamento.

Obs.: Parente de 1º grau da sogra (por afinidade, linha reta e 1º) e de 2º do


irmão (por afinidade, colateral, 2º grau). Parentesco por afinidade em linha reta
não acaba (Tem sogro e sogra, mas não cunhado!).

b) linha:

 Linha reta – ascendência e descendência. O parentesco não é


limitado (ad infinitum)

 Linha colateral – não há vinculo direto. O vinculo passa por alguém. É


a identificação de um ancestral comum. Não existe parentesco colateral de
1º grau.

Obs.: Parentesco na linha colateral Só vai até o 4º grau (natural ou


civil)! Será até o 2º se for parentesco por afinidade!

c) grau de parentesco:

Numero de elos (gerações) que unem as pessoas.

Aula 8

Casamento- a pessoa com menos de 16 anos não pode contrair


casamento! A idade mínima para casar é 16. A não ser em caso de
gravidez, que poderá casar independente da idade.

A mulher casada pode registrar a criança no nome do marido


sozinha – presunção de paternidade.

Impedimentos – quando houver impedimento, o casamento é nulo.

- Propriamente ditos – não pode – casamento nulo

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural
ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com
quem o foi do adotante; - porque existe afinidade por linha reta
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o
terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante; - irmãos
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento
da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver
conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a
declará-lo.

- Causas suspensivas – não deve – aqui há a


possibilidade de casamento, pois não existe proibição.
O casamento não é nulo nem anulável. É situação de
casamento irregular, que é válido, mas haverá sanção
legal (imposição do regime de bens – separação
legal/necessária/obrigatória).

- A mulher tem 10 meses de causas suspensiva (art. 1523, II,


CC)

Efeitos do parentesco:

• Direito a alimentos – Pede para os ascendente, depois para os


descendentes e depois pros colaterais até o 2º grau (irmãos).

Parentesco por afinidade não gera direito a alimentos (não


posso pedir pros sogros).

• Impedimento para casamento – na linha colateral o


impedimento é até o 3º grau (tios), mas pode casar com os
primos. Há impedimento em linha reta em qualquer grau no
parentesco civil, natural e por afinidade. Não pode casar com
parentes de 2º grau (irmãos) unilaterais [uterinos –materno –
ou germanos – paterno] ou bilaterais. Irmãos de pais
diferentes não tem vinculo nenhum (nem são irmãos)! Não há
impedimento para casamento entre eles.

Tios e sobrinhos (3º grau) não podem se casar, em regra.


Exceção: No entanto, se fizerem exame de compatibilidade
sanguínea e der positivo, podem se casar.

• Efeitos sucessórios /ordem de vocação hereditária – colateral


até 4º grau (meus sobrinhos podem ficar com meu
patrimônio)

Tipos:

1) Nulo – art. 1548,CC – INCAPACIDADE – restrição de


capacidade/falta de discernimento
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os
atos da vida civil;
II – por infringência de impedimento.

2) Anulável – INCAPACIDADE – questão de idade (menos


de 16 anos)

Art. 1.550. É anulável o casamento:


I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal; - maiores de 16 e menor de 18.
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação
entre os cônjuges;.
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato
judicialmente decretada.

3) Irregular – causas suspensivas.

4) Por procuração – art. 1542, CC – os dois podem estar


representados por mandatários. A procuração tem que
ser feita por instrumento público, constando de forma
expressa poderes para casamento com pessoa
específica. Prazo máximo: 90 dias (improrrogável) –
tem que ser feita outra procuração.

5) Nuncupativo - arts. 1542, §2º, 1539 (2 testemunhas),


1540 (6 testemunhas) e 1541.

6) Putativo – quando o casamento for nulo ou anulável,


será putativo em relação ao cônjuge que estava de
boa-fé. O casamento será anulado ou nulo, com efeitos
putativos em decorrência da boa-fé do cônjuge ou
cônjuges. Com relação a filhos, os efeitos serão sempre
validos, mesmo que os dois cônjuges estivessem de
má-fé. Art. 1561, CC

Regime de bens – a lei não diz o que se comunica, só o que não se


comunica. O pacto antenupcial pode ser feito da maneira que os
nubentes quiserem (art. 1639, caput) – regime de bens HÍBRIDO.
Não tem nome.

Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia
partilha de bens.

MEAÇÃO 1. Comunhão Universal – comunica tudo, até


(50% E 50%) herança ou doação recebida. Documento – pacto
Presunção de
colaboração (não antenupcial, feito por escritura pública pelos
precisa ser dois.
financeira).Presun
ção absoluta – não 2. Comunhão Parcial – não se comunicam os
admite prova em
contrário bens anteriores, nem o que foi adquiro a titulo
gratuito (doação e sucessão). Tudo que foi
adquirido onerosamente durante o casamento se divide meio
a meio.

Arts. 1658 e 1659, CC. Casou e não escolheu regime  a lei


supre a vontade dos cônjuges (regime de comunhão parcial).

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão,
e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a
um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III – as obrigações anteriores ao casamento;
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em
proveito do casal;
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes.

3. Separação:

a) Separação convencional: Pacto antenupcial, feito por


escritura pública pelos dois.

Podem ter bens em comuns/adquirir bens em comum? Sim.


Podem reservar partes do imóvel em percentual de
colaboração (Ex.: 40% e 60%, 50% e 50%)

b) Separação lega/obrigatória (art. 1641):

a) causas suspensivas

b) mais de 60 anos – podem estar em união estável!


Regime parcial!

c) autorização judicial

4. Participação final nos aquestos – É o conjunto de bens e


direitos adquiridos onerosamente durante o convívio do casal.
Necessário o Pacto antenupcial.

“durante o casamento é como se fosse separação de bens” –


essa separação tem que acontecer em vida. O que ganhou
mais (evolui mais o patrimônio durante o casamento) indeniza
o outro a diferença do excesso. Cada cônjuge tem direito à
metade dos bens adquiridos pelo casal à época da dissolução
da sociedade conjugal.

Questão CESPE: existe mais de um regime de bens de


participação dos aquestos? SIM! Na comunhão parcial os aquestos
são partilhados durante o casamento.

Arts. 1639, 1653 CC.

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento,


estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a
data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante
autorização judicial em pedido motivado de ambos os
cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros. – participação obrigatória
do MP!
No CC de 16 era impossível a mutabilidade do regime de bens. No
CC de 1002 se tronou uma imutabilidade relativa, porque admite
algumas exceções previstas no § acima!
Se a causa suspensiva desaparece (casamento irregular – anulável –
separação legal obrigatória) há a possibilidade de mudança de
regime
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura
pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou
com terceiros, desde que não tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. –
nesse caso, em casamentos antes de 77, poderia preservar a
sociedade e o casamento, mudando o regime de bens.
Obs.: a administração dos bens é livre em qualquer regime
de bens! O que não é livre é a alienação ou pra ser fiador
(precisa de autorização). Outorga Conjugal (uxória – pedida
pelo marido; marital – que a mulher pede)
A necessidade da outorga conjugal não decorre do fato de o
bem fazer parte do acervo comum do casal! A outorga
conjugal só não é necessária no regime de separação de
bens (convencionado ou legal).
Os atos que precisam da vênia conjugal estão relacionados
no art. 1647, CC.

União Estável, antes chamado de concubinato puro (1988).


Existia o concubinato impuro, que hoje é chamado apenas de
concubinato.
Requisitos positivos da União estável (todos tem que estar
presentes ao mesmo tempo):

1. relacionamento público/notório

2. homem e mulher

3. interesse em constituir família – querer ficar junto, colocar


como dependente do plano de saúde etc.

4. Contínua/estável/durabilidade (não tem limite de tempo)

• Requisito negativo - não pode haver entre eles os


impedimentos para o casamento.

Sucessão

A sucessão testamentária é a regra geral.

A sucessão legitima só acontece quando não há testamento.

CÓDIGO CIVIL:

Livro V- DOS DIREITOS DAS SUCESSÕES

TÍTULO I – DA SUCESSÃO EM GERAL:

Disposições gerais – estas normas aplicam-se aos dois tipos


de sucessão.

Sucessão legítima

Sucessão Testamentária

Até 77 o regime era comunhão universal (CC 16) e a mulher já


ficava protegida de alguma maneira (é dona da metade de tudo –
meação). A metade do falecido vai:

a) primeiro para os descendentes

b) ascendentes

c) cônjuge

d) colaterais (até o 6º grau no regime anterior)

Desde 77 o regime é de comunhão parcial. Meu marido só tem bens


que adquiriu antes do casamento. O cônjuge ficaria sem nada (não
tem direito a meação) segundo as regras anteriores, porque estaria
em 3º lugar na ordem de sucessão.

Agora a regra é assim:

Meeiro – herdeiro

Meeiro – herdeiro

Pode ser meeiro e Cônjuge dentro da sucessão


herdeiro não do 1)separação convencional
2)participação final no aquestos (a
mesmo bem meação não foi resguardada porque não
se separaram)
a) descendentes 3)Comunhão parcial:
+ cônjuge - quando só existem bens exclusivos e
particulares
- Bens comuns e particulares

Cônjuge de fora da sucessão (art. 1829, caput, parte final):

- Comunhão universal

- Comunhão parcial com bens comuns

- Separação legal: Quando o casamento é no regime de


separação legal quando o cônjuge tem 60 anos – só poderá
ser herdeiro se houver testamento

Cônjuge será recebido como herdeiro se não for meeiro, com


quota igual a cada um dos filhos).

Em alguns casos vem só os filhos à sucessão (QUANDO O


CONJUGE JÁ É MEEIRO – A herança fica só para os
descendentes).

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