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SUMÁRIO DO VOLUME
QUÍMICA
SUMÁRIO COMPLETO
VOLUME 1
UNIDADE: FÍSICO-QUÍMICA
1. Estudo das dispersões
2. A concentração das soluções
3. Relação entre concentrações
4. Diluição e concentração
5. Mistura de soluções
6. Titulação ou análise volumétrica
VOLUME 2
UNIDADE: FÍSICO-QUÍMICA
7. Termoquímica
8. Elétroquímica
VOLUME 3
UNIDADE: FÍSICO-QUÍMICA
9. Cinética Quimíca
• Saiba Mais – Equilíbrio Quimíco
As dispersões estão presentes no nosso cotidiano muito mais do que imaginamos, como, por exemplo,
quando tomamos soro, preparamos uma maionese ou simplesmente comemos uma gelatina. Mas o que
vem a ser essas tais dispersões?
Dispersões são sistemas nos quais se tem uma partícula pequena dispersa em uma outra substância.
De acordo com o tamanho dessa partícula, podemos classificar essas dispersões em suspensão (dispersão
grosseira), dispersão coloidal (coloide) e solução, sendo a suspensão e a dispersão coloidal sistemas
heterogêneos (que apresentam mais de uma fase), e a solução, um sistema homogêneo.
1.1 Suspensão
Práxis
Para facilitar o entendimento deste capítulo, recomenda-se que, em casa, se misture, em um copo de
plástico contendo água, uma pequena quantidade de areia ou terra.
Todos, já fizeram a mistura água mais terra citada anteriormente. Sem saber, montamos um tipo de
dispersão classificada como dispersão grosseira ou suspensão. Analisando o próprio copo com água e terra,
podemos definir algumas propriedades desse sistema. Se deixarmos o copo parado por um determinado tempo,
iremos perceber que a terra irá se sedimentar no fundo do copo apenas pela ação da gravidade. Podemos
afirmar, portanto, que os sistemas classificados como suspensões sofrem sedimentação pela ação da gravidade.
E se quisermos separar a terra da água? Simples, um filtro comum pode efetuar o trabalho com uma
boa eficiência.
Após termos feito todas essas observações, uma pergunta surge: Como isso é possível? A resposta está
no tamanho das partículas do disperso.
Busca
Dispersante: Equivalente ao solvente de uma solução, ou seja, o meio que sustenta a dispersão.
Disperso: Equivalente ao soluto de uma solução, ou seja, aquilo que está espalhado no meio.
Podemos classificar uma suspensão de uma forma mais científica, utilizando o tamanho de suas
partículas. As suspensões apresentam partículas grandes, maiores que 100 nm (alguns autores consideram
que as partículas são maiores que 1000 nm), muitas vezes visíveis a olho nu ou com o auxílio de um
microscópio óptico. E são exatamente essas partículas grandes que irão determinar as propriedades das
suspensões. Como as partículas são grandes, a solubilização delas é dificultada, por isso podemos separar
facilmente o sistema, e este sofre sedimentação pela ação da gravidade.
1.2 Coloide
Neblina, gelatina, espuma e pérola. O que esses sistemas apresentam em comum? Todos são classificados
como coloides [do grego kólla, cola + eîdos, forma], adj. que se assemelha à cola; s.m..
Cientificamente, coloide é todo sistema heterogêneo que apresenta partículas entre 1 e 100 nm. As
partículas são grandes, porém seus tamanhos não são suficientes para que possamos visualizá-las a olho nu
(as partículas podem ser visualizadas com o auxílio de um ultramiscroscópio). Mas se nós não podemos
visualizar as partículas do coloide, como poderemos identificá-lo? A resposta está em uma propriedade
que apenas os coloides apresentam: o efeito Tyndall.
6 Química
Estudo das dispersões
Saiba mais
John Tyndall (1820-1893), quando estudava o comportamento das soluções, descobriu uma propriedade muito
importante, o espalhamento da luz em suspensões coloidais, o que não ocorre com as soluções verdadeiras.
Esse efeito é observado quando a luz se choca com as partículas do soluto e ocorre o espalhamento da luz
devido ao tamanho dessas partículas. Pode-se visualizar esse efeito facilmente quando observamos as gotículas
de água ao acendermos os faróis do automóvel numa noite de neblina.
Saiba mais
O farol de neblina é projetado para iluminar as laterais da pista logo à frente do veículo e, por isso,
é instalado o mais próximo possível do nível do solo. Ele funciona espalhando a luz em forma de leque,
abrangendo uma área maior.
Diferentemente das suspensões, não é possível separar as partículas de um coloide por um filtro
simples, sendo necessária a utilização de uma ultracentrífuga. Tal coloide também não sofrerá sedimentação
pela ação da gravidade (mesmo sendo uma mistura heterogênea). A explicação encontra-se em outra
propriedade dos coloides, o movimento browniano.
Busca
Movimento Browniano: Consiste no movimento constante e
errático das moléculas do disperso por estarem, constantemente, a
colidir contra as moléculas do dispersante.
FASE DISPERSA
Gás Líquido Sólido
Não existe. Todos Aerossol líquido Aerossol sólido
Gás os gases são Exemplos: nuvem, neblina, Exemplos: fumaça, pó
solúveis entre si. Sprays. em suspensão.
Sol
FASE Espuma líquida Emulsão
Exemplo: tintas, vidros
CONTÍNUA Líquido Exemplo: espuma Exemplos: leite , maionese,
coloridos, detergente em
(DISPERSANTE) de sabão. cremes, sangue.
água.
Sol sólido
Espuma sólida Gel
Exemplo: cristal de rubi,
Sólido Exemplo: pedra- Exemplos: gelatina, queijo,
cristal de safira , ligas
pomes. geleia.
metálicas.
1.3 Soluções
As soluções são sistemas que apresentam partículas dispersas menores que 1 nm. Temos aqui, pela
primeira vez, a formação de um sistema homogêneo, visto que as suspensões e os coloides são classificados
como sistemas heterogêneos.
Na solução, temos também uma denominação especial para dispersante e disperso. Aqui, dizemos
que o dispersante equivale ao solvente, da solução, e o disperso, ao soluto.
Devido ao grande número de aplicações, estudaremos as soluções mais profundamente.
Cl-
Açúcar
cristal
(sólido)
Disponível em : <www.ucs.br>. Acesso em: 31 mar. 2009.
NO
3
Afirmamos, então, que o coeficiente de solubilidade 120 N a
do nitrato de potássio, a 20 °C, é igual a 34,6 g/100 g 110
de H2O. r
100 KB
Tendo em mãos o coeficiente de solubilidade, 90
podemos classificar as soluções em insaturadas, 80
saturadas ou supersaturadas. 70 aC 2
l
7
O
2
Cr
KN
50 Na2SO4
solubilidade. Tomando por base o exemplo anterior, uma NaCl
40
solução com 20 gramas de KNO3 em 100 gramas de água, Ca(S H O )
30 2 3 2 2
a 20 °C, é insaturada. Agora, se tivermos uma solução na lO 3
20 KC
qual a quantidade de soluto dissolvida é exatamente igual
10
à quantidade definida pelo coeficiente de solubilidade,
0
teremos uma solução saturada. Tendo a solução atingido 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90100 110 120
a saturação, qualquer quantidade a mais de soluto que for Temperatura (°C)
Evolução
adicionada não conseguirá ficar dissolvida, formando o da temperatura. da solubilidade de alguns composto em função
Fazendo esse processo, conseguiremos manter dissolvida uma quantidade maior de sal do que aquela
definida pelo coeficiente de solubilidade, formando o que classificamos como solução supersaturada,
que é instável. Uma simples perturbação ou adição de um cristal do sal nesse sistema pode ocasionar a
precipitação do excesso de soluto dissolvido e, assim, volta-se à solução saturada com corpo de fundo.
Saiba mais
O MEL É UM EXEMPLO DE SOLUÇÃO SUPERSATURADA
Quando se deixa em repouso um pote de mel, cujo principal soluto
140 KNO3
(g/100 g de H2O)
T(°C)
(g/100 de água)
Por isso, um refrigerante gelado tem um sabor mais gostoso do que se estivesse à temperatura ambiente,
pois contém mais CO2(g) dissolvido. Mas, quando o lacre é aberto, tem-se a diminuição da pressão interna
da garrafa, ocasionando uma diminuição da solubilidade do CO2 (fato evidenciado pela formação de bolhas).
10 Química
Estudo das dispersões
Exercícios de sala
1 O refrigerante é uma solução que tem como solvente a água, e um dos solutos é o gás carbônico (CO2).
Comparando o que acontece quando abrimos uma garrafa de refrigerante à temperatura ambiente e
quando abrimos uma garrafa que estava na geladeira, explique como varia a solubilidade desse gás em
relação à temperatura.
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http://cnec.lk/002q
Saiba mais
Os avanços tecnológicos afetam drasticamente o modo como vivemos e a
forma como lidamos com os objetos e as pessoas à nossa volta. Esses avanços
precisam ser incorporados rapidamente pelos diversos setores e atividades
humanas, inclusive na educação. Hoje em dia, por meio dos avanços nas
Tecnologias de Informação e Comunicação, o processo de ensino-aprendizagem
tornou-se muito mais interativo e dinâmico. Nesse sentido, o material de química
da Rede de Ensino CNEC trouxe uma nova ferramenta tecnológica adaptada a
essas novas tendências. É o Código QR ou QR Code. QR Code. Acesse por meio
O que é o QR Code? O QR Code (Quick Response Code ou Código de Resposta do seu celular, tablet ou PC e
descubra qual a informação
Rápida), assim como um código de barras, é uma imagem gerada por processos
embutida nesse código.
automatizados e informatizados, que possuem informações em seu interior. Essas
Química 11
Estudo das dispersões
informações podem ser acessadas por meio de um aplicativo que realiza a leitura e decodificação do código através
da câmera do celular (iPhone, Android, Blackberry, Symbian etc.), do tablet ou do PC. A partir da leitura desse código,
poderá ser acessado um link de endereço eletrônico, ou um SMS, ou um texto contido dentro do código. Contudo, é
fundamental que o dispositivo utilizado para realizar a leitura do código esteja conectado à Internet, pois, na maioria
das vezes, necessitará da web para acessar o conteúdo.
Inicialmente, criado pela empresa japonesa Denso-Wave, em 1994, para identificar peças na indústria
automobilística, desde 2003, os códigos QR estão sendo usados em muitas revistas, campanhas publicitárias
e até em jogos. No Brasil, por exemplo, o Metrô de São Paulo adotou o uso desses códigos para disponibilizar
aos seus usuários o acesso mais rápido ao conteúdo do site do Metrô na sua versão mobile.
Alguns aparelhos já possuem o aplicativo instalado para realizar a leitura do códigos. Caso seu celular ou
tablet não o tenha, faça o download de algum dos aplicativos disponíveis para dispositivos móveis de acordo
com o Sistema Operacional. No caso do uso de PCs, é necessário fazer o download do aplicativo QReader
que possui versões tanto para Windows quanto para Mac.
Para realizar a leitura dos códigos QR, com o aplicativo instalado, clique sobre o ícone para abrir o aplicativo
e enquadre o código no centro da câmera. É possível que demore alguns segundos para focar. Depois de
alguns segundos, de forma automática, o dispositivo móvel ou o PC acessará as informações contidas no
código. Siga o passo a passo a seguir.
1) Selecione o tipo de plataforma e 2) Abra o leitor de QR Code, posicione a 3) Aproveite o que preparamos para
baixe o aplicativo leitor de QR Code no imagem à frente da câmera e fotografe você.
seu smartphone ou tablet. o código.
Agora você está pronto para acessar os códigos QR ao longo do Mateiral Didático do Siatema de Ensino
CNEC. Aproveite esse recurso!
Exercícios de sala
10 20 30 40
Temperatura (°C)
Considerando a solubilidade desse sal a 30 °C, qual seria a quantidade máxima (aproximada) de
soluto cristalizada, quando a temperatura da solução saturada (e em agitação) fosse diminuída para
20°C?
a) 5 g.
b) 10 g.
c) 15 g.
d) 20 g.
e) 30 g.
12 Química
Estudo das dispersões
20
4 A curva de solubilidade do KNO3 em função
da temperatura é dada a seguir. Se a 20 °C T (°C)
misturarmos 50 g de KNO3 com 100 g de água, 20 40 60 80 100
quando for atingido o equilíbrio, teremos: A partir da análise do gráfico, marque para
as alternativas abaixo (V) Verdadeira, (F) Falsa
Solub. g/100g H2O ou (SO) Sem Opção.
( ) O aumento da temperatura não interfere
na solubilidade do clorato de potássio.
( ) À temperatura de aproximadamente 25ºC,
40 a solubilidade do cloreto de cálcio é igual à
solubilidade do nitrito de sódio.
( ) As curvas de solubilidade indicam
20 que quanto maior a temperatura, maior a
solubilidade dos sais em água.
( ) A solubilidade do sal que sofre maior efeito
com o aumento da temperatura é a do cloreto
10 30 50 T ºC
de sódio.
9 (UFRGS) A solubilidade da soda cáustica (NaOH) em água, em função da temperatura, é dada na tabela
a seguir:
Temperatura (°C) 20 30 40 50
Solubilidade
109 119 129 145
(g/100g de H2O)
Você já leu o rótulo de um frasco de soro fisiológico 0,9% p/v ou soro glicosado 5%, em massa, e se
perguntou o significado das informações contidas nele?
O comportamento das soluções não depende somente da natureza do soluto, mas também da sua
quantidade em relação ao solvente. Um medicamento administrado por via oral, intramuscular ou endovenosa
deve ter uma concentração de solutos específica, caso contrário, pode até causar distúrbios graves.
Assim, os químicos expressam a relação entre os componentes dessas soluções em diferentes formas
de concentração das soluções.
Em nosso trabalho com soluções, usaremos as seguintes legendas. Memorize-as, pois serão utilizadas
em todo este volume:
• Grandezas relacionadas ao soluto terão índice 1.
Ex: m1 = massa do soluto, v1 = volume do soluto.
• Grandezas relacionadas ao solvente terão índice 2.
Ex: m2 = massa do solvente, v2 = volume do solvente.
• Grandezas relacionadas à solução não apresentarão índice.
Ex: m = massa da solução, V = volume da solução.
Após a leitura do texto, podemos afirmar que, em 1 litro de água do Mar Morto, há uma quantidade
de sal equivalente a 300 gramas. Ao relacionarmos a massa do sal (soluto) presente em 1 litro de água do
Mar Morto (solução), estaremos expressando a concentração comum:
massa do soluto m1
C= =
volume da solução V
Unidades
Massa do soluto gramas
Volume da solução litros
Concentração comum gramas/litro
Exemplo: Tem-se uma solução aquosa de soro glicosado preparada com 5,0 gramas de C6H12O6(s)
dissolvidos em água suficiente para formar 100 mL de solução. Qual é a concentração em g/L dessa solução?
Considerando que:
Massa do soluto = 5 gramas
Volume da solução = 100 mL (0,1L)
Substituindo na fórmula, tem-se:
m
C= 1
V
5g
C=
0,1 L
C= 50 g/L
Química 15
A concentração das soluções
Busca
Ao trabalharmos com soluções, é importante tomarmos cuidado para não confundirmos
o conceito de densidade com o de concentração comum. Quando falamos em densidade,
estamos nos referindo à razão entre a massa da solução pelo volume da solução, sendo a
fórmula d= m . Já ao falarmos em concentração, estamos nos referindo à razão da massa
v m1
do soluto pelo volume da solução, sendo a fórmula C= V .
Exercícios de sala
1 Uma solução foi preparada adicionando-se 40 g de NaOH em água suficiente para produzir 400 mL de
solução. Calcule a concentração da solução em g/L.
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2 O ser humano adulto possui, em média, 5 litros de sangue com cloreto de sódio dissolvido na concentração
de 5,8 g/L. Qual é a massa total de cloreto de sódio (NaCl) no sangue de uma pessoa adulta?
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3 Em um balão volumétrico de 400 mL, são colocados 18 g de cloreto de potássio e água suficiente para
atingir a marca do gargalo (ou seja, completar 400 mL de solução). Qual é a concentração dessa solução,
em g/L?
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