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2018
Sumário
[...]
VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou
valor. (BRASIL, 2015)
Foi um recado bem simples do legislador para a empresa: não adianta ter
pressa em ajuizar pedido de homologação de acordo extrajudicial, imediatamente
após a dispensa do empregado, para se livrar da multa do artigo 477, confiando que
não deveria pagar as rescisórias no prazo da lei (10 dias), somente porque submeteu
toda a discussão à conciliação (!).
Para melhor situação quanto a interpretação autêntica contextual, vejamos
abaixo o texto dos §§ 6º e 8º do artigo 477 da CLT:
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Disponível em < http://www.trtsp.jus.br/institucional/conciliacao/conciliacao-2/>
ARTIGO 855-E
É bem verdade que referido guia legal, no afinco de dispor sobre suspensão
de prescrição, como acima demonstrado, termina por deixar claro que o juiz poderá
negar a homologação do acordo, assim como previsto em entendimento já pacificado
pela jurisprudência do TST, Súmula 418, “A homologação de acordo constitui
faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de
segurança.” (TST, 2017).
A decisão que nega a homologação tem natureza de sentença e portanto,
pode ser atacada por recurso ordinário, por aplicação subsidiária do artigo 723 do
NCPC, cujo processamento atrai a verificação de todos os pressupostos extrínsecos
e intrínsecos de admissibilidade recursal.
A decisão que acolhe a homologação, poderá ser exarada na forma do artigo
723 parágrafo único do NCPC, pelo que, carece de fundamentação detalhada, mas
deve fixar o alcance da quitação conferida pelo trabalhador, que, entendo, pode ser
passada na forma da OJ 132 SDI-2 do TST, ou seja, total e plena, salvo disposição
em contrário pelas partes.
É de se entender que não cabe recurso contra a decisão que homologa o
acordo, por aplicação analógica do artigo 832 da CLT e Súmula 259 do TST, e assim,
apenas poderá ser manejado recurso pela União ou ação rescisória pelas partes na
forma do artigo 836 CLT e 966 do NCPC.
Segundo Manoel Teixeira Filho:
BOMFIM, Vólia Cassar e BORGES, Leonardo Dias. Comentários à Reforma Trabalhista. Lei
13.467, de 13 de Julho de 2017. Editora Método, 1.a. Edição, São Paulo, 2017
BRASIL. DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Consolidação das Leis do Trabalho,
Brasília,DF, 1943. Disponivel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del5452compilado.htm/>. Acesso em: 06 de maio de 2018.
BRASIL. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Código de Processo Civil, Brasília,DF, 2015.
Disponivel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm/>. Acesso
em: 06 de maio de 2018.
PIMENTA, José Roberto Freire. Lides simuladas: a Justiça do Trabalho como órgão
homologador. Lides simuladas: a Justiça do trabalho como órgão homologador, 1999.
RAMOS, Augusto Cesar. Mediação e arbitragem na Justiça do Trabalho. Jus Navigandi, Teresina,
ano, v. 6, 2014.
SOARES, Josley. Reforma trabalhista e o novo acordo extrajudicial, 2018. Disponível em:<
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/reforma-trabalhista/reforma-trabalhista-e-o-novo-
acordo-extrajudicial-15032018/>. Acesso em: 06 de maio. 2018.