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Políticas
Publicações:
princípio a parceria entre o ensino
públicas
Linguagens e práticas escolares: básica. Nosso objetivo é fomentar canais
leitura, literatura e escrita desenvolvido no âmbito do Programa Observatório da Educação na Universidade
Tatyana Mabel Nobre Barbosa Federal do Rio Grande do Norte. O Programa tem o financiado da Coordenação
interinstitucionais que resultem em produções
Claudianny Amorim Noronha
(Org.)
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e, a partir de edital
de leitura científicas e escolares, de um lado, importantes para
a formação inicial e continuada de professores e
Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Vice-Reitora
Maria de Fátima Freire Ximenes
Diretora da EDUFRN
Margarida Maria Dias de Oliveira
Editor
Helton Rubiano de Macedo
Supervisão Editorial
Alva Medeiros da Costa
Coleção
CONTAR – Linguagens e Educação Básica
EDUFRN
Coordenação da coleção
Tatyana Mabel Nobre Barbosa | Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Claudianny Amorim Noronha | Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Claudianny Amorim Noronha
Políticas
públicas
de leitura
o que saber para um
novo fazer na escola
Natal, 2014
Grafia atualizada segundo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990,
que entrou em vigor no Brasil em 2009.
ISBN: 978–85–425–0354–8
CDU 37.01
B238p
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem a autorização expres-
sa das organizadoras.
EDUFRN
Coordenação da coleção
Tatyana Mabel Nobre Barbosa | Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Claudianny Amorim Noronha | Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Conselho científico
Adair Mendes Nacarato | USF Maria da Conceição Sgadari Passeggi | DFPE/UFRN
Ana Santana Souza | UFRN Maria da Penha Casado Alves | DLET/UFRN
Iran Abreu Mendes | DPEC/UFRN Maria das Graças Soares Rodrigues | DLET/UFRN
Claudianny Amorim Noronha | DPEC/UFRN Maria Estela Costa Holanda Campelo | DFPE/UFRN
Eleny Gianini | UFCG Maria José Gadelha | SME
Lucrécio Araújo de Sá Júnior | DPEC/UFRN Marta Maria de Araújo | DFPE/UFRN
Marcos Aurélio Felipe | DPEC/UFRN Tatyana Mabel Nobre Barbosa | DPEC/UFRN
Margarete Ferreira do Vale de Sousa | SME Telma Ferraz Leal | UFPE
Margarida Maria Dias de Oliveira | UFRN
Conselho pedagógico
Aline Regina Alves de Moura | SEEC – SME
Ana Raquel Severiano Silva | SME
Luanna Priscila da Silva Gomes | SEEC
Lucila Carvalho Leite | SEMEC
Márcia Maria Soares Rodrigues da Câmara | SME – SEEC
Maria da Conceição Rêgo de Araújo | SEEC
Maria José Lobato | SEEC
Pablo Jovellanos dos Santos Lima | SEEC - SEMEC
Parceria
Esta publicação resulta da parceria entre dois Observatórios da Educação da UFRN (CONTAR – PPGED,
PPGECNM; PPGEL; Ed. 038/2010 e Ed. 049/2012), ambos financiados pela CAPES | INEP e coordenados
pelas professoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa e Claudianny Amorim Noronha.
Organização:
Apoio:
Prefácio
E
sta obra, de autoria das professoras Tatyana Mabel Nobre Bar-
bosa e Claudianny Amorim Noronha, chega num momento
dos mais apropriados. De Norte a Sul do país têm-se buscado
construir práticas de mobilização, articulação, formação e troca de
experiências entre professores e outros atores sociais, tendo em vista
políticas públicas de formação de leitores, a partir, sobretudo, do
protagonismo das bibliotecas das escolas, bibliotecas comunitárias e
bibliotecas públicas. Esses espaços, quando vivos, são reconhecidos
pelo potencial de democratização do acesso ao livro.
Em “Políticas públicas de leitura: o que saber para um novo
fazer na escola” as autoras oferecem subsídios, por meio de um
conjunto de informações e do mapeamento dos principais docu-
mentos gestados nos últimos anos, que são fundamentais para a
construção e defesa dos projetos pedagógicos das unidades de en-
sino, em sintonia com as políticas nacionais da área.
Aqui, a proposta é contribuir para a ampliação dos repertórios
dos professores, cada vez mais envolvidos, na última década, em
distintas inciativas que tomam a leitura enquanto prática social,
gestada desde as unidades escolares. Porém, um desafio permanece:
gestores públicos ainda enxergam a biblioteca como se fosse luxo,
quando deveriam percebê-la como um equipamento de fundamen-
tal importância para garantir o direito da população de acesso à
cultura escrita.
Assim, verifica-se que o arcabouço dos Marcos Legais e dos pro-
gramas de leitura, realçados nesta publicação, envolve, sobretudo, a
convocação para a criação de bibliotecas nas escolas, composição de
acervos qualificados e formação de professores mediadores de leitu-
ra para que articulem as políticas de promoção da leitura das suas
escolas com os respectivos projetos político-pedagógicos. Neste
sentido, o projeto de cada unidade de ensino passa a contribuir com
a construção de políticas de estado. Afinal, é da natureza da escola,
o papel fundamental de democratizar o acesso à cultura escrita.
Convém destacar que diante de tão significativo conjunto de
documentos, mapeados neste livro, envolvendo programas, leis e
decretos, cabem algumas indagações: por que será que o estado
brasileiro negligencia direitos, embora os oficialize nas letras? Por
que será que há tantas escolas sem bibliotecas, sem bons acervos e/
ou sem profissionais que promovam a leitura? Por que o papel da
biblioteca da escola é secundarizado, embora a maioria dos alunos
e suas famílias tenham limitadas chances de acessarem aos livros
por outras vias?
No Brasil, os indicadores educacionais, certamente, são agrava-
dos pelo déficit de bibliotecas e de projetos sistemáticos de promo-
ção da leitura e escrita. Apesar da Lei Federal 12.244/10 estabelecer
o ano de 2020 para que todas as escolas públicas e privadas do país
disponham de bibliotecas, sabe-se que ainda é uma meta distante
de ser alcançada, sem falar que, onde elas existem, com raras exce-
ções, ainda são organizadas em espaços improvisados, apresentam
infraestrutura precária e em parte delas há reduzidas propostas de
formação de leitores. É comum a carência de acervo e/ou de profis-
sionais qualificados para fazerem a gestão do espaço e a mediação
de leitura, uma realidade que, para ser alterada, requer informação
e o engajamento de muitos na luta pela garantia de direitos.
No Brasil, os documentos oficiais, os programas, as leis, os mate-
riais de formação dos professores e aqueles para leitura no contexto
escolar se consubstanciam na concepção de que ler é uma prática
social e, ao mesmo tempo, ato dialógico pessoal. Ao ler, o leitor
produz sentidos e, amalgamado pelo contexto em que vive, pela
sua história e experiências, constrói a realidade, na relação com
o texto e com os outros. Isso posto, embora se configure como
tarefa das mais desafiadoras, as políticas públicas de promoção
da leitura, do livro e da biblioteca se materializam, à medida
em que os professores fazem a mediação de processos capazes
de contribuir para o desenvolvimento de uma relação positiva
das crianças, dos jovens e adultos com o texto escrito, indepen-
dentemente do suporte.
O caso da leitora Ana Beatriz – então aluna da Escola Estadual
Hegésippo Reis, localizada em Natal – de 11 anos, é emblemático.
Há cinco anos ela fez uma declaração que bem ilustra o relevante
papel da biblioteca: “Quando a professora pede para eu ler um
livro, eu me comporto como aluna e quando venho aqui para a
biblioteca, escolho um livro e leio o que eu quero, me comporto
como eu mesma.” Ana Beatriz explicita a autonomia de leitora que
se constrói na frequência assídua à biblioteca da escola, sem as
amarras das tarefas escolares. Evidencia os efeitos de um projeto
pedagógico que, efetivamente, ajuda a formar leitores. Para ela e
tantos outros, bibliotecas bem cuidadas, com acervos e professo-
res qualificados não são luxo, mas sim uma necessidade.
Guardo comigo um outro depoimento que reforçou, definiti-
vamente, a importância que dispenso à biblioteca da escola. Não
faz muito tempo, ano de 2009, ouvi de Samuel Augusto (9 anos),
também da Escola Estadual Hegésippo Reis, a seguinte declaração:
Apresentação
1 | Por que estudar as políticas públicas nacionais
de fomento à leitura, ao livro e à biblioteca? 19
Pró-Letramento 83
Referências 114
E
ste livro analisa as políticas públicas nacionais de fomento à
leitura, ao livro e à biblioteca, particularmente aquelas que,
mesmo não sendo voltadas diretamente à educação, têm
repercussão significativa na escola. Ao mesmo tempo, trazemos
orientações para propor novas práticas para o espaço escolar.
Nesse sentido, focalizamos as principais políticas elaboradas
na última década e meia, momento em que ganharam ainda
mais importância os sistemas de avaliação e indicadores de
aprendizagem nacionais e internacionais e quando se fortaleceu
o papel do Estado nas políticas de leitura.
Como sabemos, as políticas públicas estão longe de ser consi-
deradas como objetos pertinentes à formação inicial e continuada
de professores, mesmo aquelas dirigidas à educação básica, que
interessam sobremaneira à prática desses profissionais. O espa-
ço tímido das políticas públicas da educação nos currículos de
formação docente é uma realidade que se repete também nas
práticas escolares. Ou seja, a escola ainda carece, de modo geral,
de reflexão e crítica acerca dos documentos, programas e marcos
regulamentadores dirigidos ao fomento à leitura. A consequência
1
Parte desta produção resultou do módulo Políticas públicas nacionais de fomento à leitura: re-
flexões e práticas escolares, referente ao componente A leitura em programas e projetos de ensi-
no do curso Mediadores de Leitura (Secretaria da Educação Básica, Ministério da Educação,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa PROFOCO | Centro de Educação),
oferecido para 750 professores da rede pública nos municípios de Natal e de Currais Novos do
Rio Grande do Norte em 2013. Esta publicação se beneficiou das contribuições dadas pelos
cursistas e ministrantes do módulo, nos encontros de planejamento, em que explicitavam suas
expectativas de discussão acerca das políticas públicas e as respectivas repercussões destas na
educação básica, o que nos permitiu reelaborar a versão inicial e produzir duas publicações: a
edição final do referido módulo (no prelo) e este livro.
Apresentação
no espaço escolar ou que nele repercute, certamente, ajudará os 17
profissionais a conhecer alguns desses documentos de referência
e iniciar suas análises.
Elaboração do diagnóstico
Diário de formação – II
3
com diretrizes e orientações para
implementação das políticas
públicas nacionais da leitura,
do livro e da biblioteca escolar
39
1 Em
função de ser um importante programa de distribuição de livros, o PNLD figura também
no conjunto de políticas referentes aos materiais para leitura no contexto escolar.
O que é o PNLL?
PNLL
Democratização do acesso
Leitura e
Sociedade
Políticas públicas de leitura: o que saber para um novo fazer na escola
Políticas
Públicas Leitura e
de leitura Linguagem
A leitura para
o PNLL
Sujeitos,
espaços e Leitura e
práticas Educação
de leitura
Diário de formação – V
Fortalecimento
do mercado
editorial
O livro como
objeto de
cultura
Fomento
à leitura
CAPÍTULO II
DO LIVRO
Pró-Letramento
84
PNBE – Biblioteca
✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ X
na escola
Pró-letramento –
alfabetização de ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
linguagem
1
O PNLD figura também no primeiro conjunto de políticas, conforme organizamos – docu-
mentos, programas e leis com diretrizes e orientações para implementação das políticas na-
cionais da leitura, do livro e da biblioteca escolar. Sua abrangência o torna um programa que,
não apenas oferece as grandes diretrizes, como responde pelo maior investimento público na
educação, com a distribuição de livros didáticos para toda a rede pública.
2 Conjunto
de programas que permite transformar qualquer formato de texto disponível no
computador em áudio.
3
Sistema de leitura com o tato para cegos.
Referências
______. Ministério da Educação; Secretaria de Educação 115
Básica. Literatura na infância: imagens e palavras.
Elaborado por Aparecida Paiva et al. Brasília: MEC; SEB,
Referências
______. Resolução no 22, de 7 de junho de 2013. Altera o § 117
3º do art. 6º da Resolução nº 42, de 28 de agosto de 2012, e o
§ 4º do art. 1º da Resolução nº 51, de 16 de setembro de 2009,
em: <http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-
tpe/25630/para-cumprir-lei-brasil-precisa-construir-39-
bibliotecas-escolares-por-dia/>. Acesso em: 4 jan. 2013.
Referências
RIO GRANDE DO NORTE (Estado). Assembleia Legislativa. 119
Lei nº 9.105, de 9 de junho de 2008. Dispõe sobre a criação
da Política Estadual do Livro no Estado do Rio Grande do
em: <http://gestaocompartilhada.pbh.gov.br/sites/
gestaocompartilhada.pbh.gov.br/files/biblioteca/arquivos/
plano_nacional_livro_leitura_-_textos_historias_.pdf>.
Acesso em: 31 mar. 2014.
Referências
Quem somos 121
Políticas
Publicações:
princípio a parceria entre o ensino
públicas
Linguagens e práticas escolares: básica. Nosso objetivo é fomentar canais
leitura, literatura e escrita desenvolvido no âmbito do Programa Observatório da Educação na Universidade
Tatyana Mabel Nobre Barbosa Federal do Rio Grande do Norte. O Programa tem o financiado da Coordenação
interinstitucionais que resultem em produções
Claudianny Amorim Noronha
(Org.)
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e, a partir de edital
de leitura científicas e escolares, de um lado, importantes para
a formação inicial e continuada de professores e