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Conflito de competência

Quando dois órgãos jurisdicionais divergem sobre quem deverá julgar uma causa,
dizemos que existe, neste caso, um conflito de competência.
A competência para dirimir conflitos de atribuição entre órgãos do MP pode ser
sintetizada da seguinte forma:

1) Órgãos do Ministério Público pertencentes ao mesmo Estado da Federação: a


competência para dirimir o conflito recairá sobre o Procurador-Geral de Justiça (Lei nº
8.625/93, art. 10, X);

2) Se o conflito ocorrer no âmbito do Ministério Público Federal, ou seja, entre dois


Procuradores da República, caberá à Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público Federal seu processo e julgamento, com recurso para o
Procurador-Geral da República, nos exatos termos dos arts. 49, VIII, e 62, VII, da Lei
Complementar nº 75/93;

3) Se o conflito de atribuições ocorrer entre órgãos do Ministério Público Militar


(Promotor da Justiça Militar da União em São Paulo versus Promotor da Justiça da
União em Brasília), a competência será da Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público Militar, com recurso para o Procurador-Geral da Justiça Militar
(LC nº 75/93, art. 136, VI, c/c art. 124, VI);

4) Caso o conflito se dê entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público


da União (lembre-se que integram o MPU o Ministério Público Federal, o Ministério
Público do Trabalho, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e o
Ministério Público Militar), a competência para dirimi-lo será do Procurador-Geral
da República, como Chefe do Ministério Público da União (LC nº 75/93, art. 26,
VII).

5) Se o conflito se dá entre Promotores de Justiça de Estados diferentes (ex: Promotor


de Justiça do Amazonas e Promotor de Justiça do Acre)? Se o conflito se dá entre um
Promotor de Justiça e um Procurador da República (ex: Promotor de Justiça do
Amazonas e Procurador da República que oficia em Manaus/AM)?

POSIÇÃO ATUAL DO STF: No dia de hoje (19/05/2016), o STF alterou sua


jurisprudência e passou a decidir que a competência para dirimir estes conflitos de
atribuição é do Procurador-Geral da República (ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 19/05/2016). Segundo restou decidido, não cabe ao STF julgar conflitos de
atribuição entre o Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos dos estados. O
argumento utilizado pelos Ministros foi no sentido de que a questão não é jurisdicional,
e sim administrativa, e, por isso, a controvérsia deverá ser remetida ao Procurador-Geral
da República

Resumindo:

MPE do Estado 1 x MPE do Estado 1 = Procurador-Geral de Justiça do Estado1;

MPF x MPF = CCR, com recurso ao PGR;


MPU (ramo 1) x MPU (ramo 2) =Procurador-Geral da República

MPE x MPF = Procurador-Geral da República

MPE do Estado 1 x MPE do Estado 2 = Procurador-Geral da República

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