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Usinagem dos Metais

Capítulo 10

MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

PROPRIEDADES BASICAS REQUERIDAS AO


MATERIAL DA FERRAMENTA.

1. Elevada dureza a frio e a quente


2. Tenacidade suficiente para evitar falha por fratura
3. Alta resistência ao desgaste (abrasão)
4. Alta resistência a compressão
5. Alta resistência ao cisalhamento
6. Alta resistência ao choque térmico
7. Estabilidade química
8. Facilidade de obtenção a preços econômicos
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Lista dos materiais de ferramentas de corte

Aços carbono
Dureza e Resistência

Aços rápidos
Ligas fundidas
Metais duros

Tenacidade
Cermets
ao desgaste

Cerâmicas
Ultraduros (CBN, PCBN, PCD)
Diamante natural

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Variação da dureza
de alguns materiais de
ferramentas de corte
com a temperatura

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Diagrama de dureza e tenacidade dos materiais de ferramentas de corte


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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

nitreto de silício + TiC

cerâmica
Al2O3

metal duro Velocidades de


revestido
corte e os materiais
de ferramentas
aço rápido

aço carbono

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

TENDÊNCIAS GERAIS DE PROPRIEDADES E PRINCIPAIS


CARACTERÍSTICAS DE VÁRIOS MATERIAIS DE FERRAMENTAS DE CORTE*
Carbono e
Liga de Metal CBN
Baixa/Médi Aço
Cobalto Metal Duro Duro Cerâmica Policrista- Diamante
a Ligas de Rápido
Fundido Revestido lino
Aço
Dureza a quente aumento
Tenacidade aumento
Resistência ao impacto aumento
Resistência ao desgaste aumento
Resistência ao lascamento aumento
Velocidade de corte aumento
Profundidade de corte alta a média alta a alta a alta a alta a alta a alta a
profunda profunda profunda profunda profunda profunda
Resistência ao choque térmico aumento
Custo da ferramenta aumento

*Algumas características podem se sobrepor em alguns casos. Exceções à regra são muito comuns. Em muitas classes de
materiais de ferramentas, uma ampla faixa de composições e propriedades são obtidas.

Comparação das propriedades dos principais materiais de ferramentas de corte


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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE
Alumina Cerâmica à
Propriedades Carboneto de
Aço rápido Alumina Alumina reforçada base de Diamante
do material da tungstênio PCBN PCD
(M2) branca mista com nitreto de natural
ferramenta (M20)
whisker silício
0,85%pC 90-95% Al2O3
4%pCr 80,5%pWC 75% 77% Si3N4 98%CBN
Composição Al2O3 30% TiC PCD
5%pMo 10%pCo Al2O3 13% Al2O3 2%AlB2/
básica* 5-10% 5-10% 2-8% Co
6,5%pW 9,5%pOutros 25% SiC 10% Y2O3 AlN
ZrO2 ZrO2
2%pV
Densidade
7,85 14,5 3,8-4,0 4,3 3,7 3,2 3,1 3,5 3,4
(g/cm3)
Dureza à TA 8000-
850 1600 1700 1900 2000 1600 4000 10000
(HV) 10000
Dureza à
n.a. 400 650 800 900 900 1800 n.a. n.a.
1000ºC (HV)
Resistência à
fratura 17 13 1,9 2 8 6 10 3,4 7,9
(MPa·m1/2)
Condutividade
térmica 37 85 8-10 12-18 32 23 100 900 560
(W/m ºC)
Módulo de
Young 250 580 380 420 390 300 680 964 841
2
(kN/mm )
Coeficiente de Propriedades
expansão
térmica (x10
- 12 5,5 8,5 8 6,4 3,2 4,9 1,5-4,8 3,8 das ferramentas
6
/K)
Custo
72,54 (barra
de corte
aproximado
25x25x200 0,61 0,83 1,08 4,5 2,25 72-108 225-252 54-90
por barra**
mm)
(US$)

*por volume a menos que indicado.


**custo referente à ISO SNGN 120416
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

O material de ferramenta ideal deve ter:

A dureza do diamante natural


A tenacidade do aço carbono
A inércia química da alumina

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Capítulo 10:
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FERRAMENTAS DE CORTE

O MELHOR MATERIAL DE FERRAMENTA


DE CORTE NÃO É NECESSARIAMENTE
AQUELE QUE DÁ MAIOR VIDA À
FERRAMENTA OU O MAIS BARATO.
CONFIABILIDADE E PREVISIBILIDADE DA
PERFORMANCE SÃO DE EXTREMA
IMPORTÂNCIA PRINCIPALMENTE EM SE
TRATANDO DE USINAGEM DE MATERIAIS
NOBRES E CAROS.
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

CONTROLE OU RESTRIÇÕES

PRÁTICA DE MANUFATURA
CONDIÇÕES E CAPACIDADE DAS MÁQUINAS FERRAMENTA DISPONÍVEIS
REQUISITOS DE GEOMETRIA, PRECISÃO E ACABAMENTO SUPERFICIAL
OUTROS REQUISITOS (disponibilidade e entrega de planejamento de ferramentas
escala de produção)
DADOS ECONÔMICOS

MATERIAL DAS PEÇAS


(composição química e estado metalúrgico)
O F
I METODOLOGIA U E
N TIPO DE CORTE PARA
FERRAMENTAS (principais candidatos)
R
(desbaste x acabamento (material da ferramenta específico, T L
R
P corte contínuo x intermitente)
SELEÇÃO classe, forma e geometria da ferram.) P  L
I
 A
U A
N
M
DE U
T GEOMETRIA E TAMANHO FAIXA DE CONDIÇÕES DE CORTE
B
H
T A
S TAMANHO DO LOTE FERRAMENTAS S
O
R
E
(grupos pequenos x produção em massa) D
A C
E
DADOS DE USINABILIDADE T O
Ó N
P
R D
R
DADOS COMERCIAIS E INFORMAÇÕES DO FORNECEDOR I
O
LITERATURA TÉCNICA (disponibilidade dos materiais; sua composição, O D
D
propriedades e aplicações; tamanhos, formas e E
EXPERIÊNCIA U
geometrias disponíveis; planejamento, entrega, custos e O
Ç
dados de performance) U C
Ã
O
O
R
MECANISMOS T
E

PROCEDIMENTO PARA SELEÇÃO DE FERRAMENTAS E


OTIMIZAÇÃO DE CONDIÇÕES DE CORTE

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS CARBONO E AÇOS LIGA


Aços-carbono para ferramentas
Designação
Tipo C Mn Si Cr V
AISI
Classe 110 (Ao carbono)
110 W1 0,60/1,40 0,25 0,25 - -
Classe 120 (Ao carbono-vanádio)
120 W2 0,60/1,40 0,25 0,25 - 0,25
121 - 1,00 0,25 0,25 - 0,50
122 W2 ,90 0,25 0,25 - 0,10
Classe 130 (Ao carbono-cromo)
130 W4 1,00 0,25 0,25 0,10 -
131 W4 1,00 0,25 0,25 0,25 -
132 W4 1,00 0,25 0,25 0,50 -
133 W4 1,00 0,70 0,25 0,25 -
Classe 140 (Ao carbono-cromo-vanádio)
140 - 1,00 0,25 0,25 0,35 0,20
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MATERIAIS PARA
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- AÇOS CARBONO E AÇOS LIGA -


OUTROS AÇOS PARA FERRAMENTAS

 Aços para trabalho a frio ou indeformáveis: que podem ser tratados em água ou óleo, tendo
como elementos de ligas principais o cromo, o tungstênio, o molibdênio, e às vezes, o
cobalto. São indicados para matrizes de estampagem, forjamento, corte, brochas,
alargadores, calibres, punções, matrizes para compressão de pós metálicos, etc..

 Aços resistentes ao choque: que são normalmente tratados em óleo, com teores de Si,
relativamente elevados (até 2%), com baixos teores de Cr, Mo e W. Eles possuem excelente
tenacidade e baixa resistência ao desgaste. Suas maiores aplicações são punções,
ferramentas pneumáticas, talhadeiras, chaves inglesas, lâminas de tesouras, matrizes, etc..

 Aços para trabalho a quente: Que podem ser tratados em óleo, ar ou banho de sal, com
altos teores de cromo, tungstênio, molibdênio, silício e vanádio. São usados para matrizes
para fundição sob pressão, matrizes para forjamento, punções, mandris para trabalho a
quente, matrizes de extrusão, etc.. São os conhecidos aços da classificação AISI (e também
da ABNT) da classe H, sendo os H12, H13, H20 e H21 os mais utilizados.
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

O aço para ser empregado como ferramenta


deve se encontrar em seu estado de maior
dureza e para atender as características de
qualidade, dois fatores são fundamentais:

 Composição química
 Tratamento térmico

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Composição química - principais elementos


de liga

 Carbono – formar carbonetos (0,6 a 1,3%)


 Silício – desoxidante e decompõe carbonetos (0,1 a 0,3%)
 Manganês – desoxidante e melhora a temperabilidade (0,5%)
 Cromo- temperabilidade , dureza e resistência ao desgaste
 Vanádio – formar carbonetos (0,25 a 0,35%)
 Tungstênio – formar carbonetos
 Molibdênio– formar carbonetos
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
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Tratamento térmico dos aços para ferramentas

Diagrama de
equilíbrio Fe - C

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS
Na virada do século XIX, Taylor e White
desenvolveram o primeiro aço-rápido,
contendo 0,67% C, 18,91% W, 5,47% Cr,
0,11% Mn, 0,29% V e apropriado tratamento
térmico. Foi o primeiro grande impulso nos
materiais de ferramentas de corte.
Velocidades de corte de 3 a 5 m/min
passaram para 30 a 35 m/min.
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS / APLICAÇÕES


As aplicações dos aço-rápidos são
principalmente em brocas, fresas, cocinetes,
brochas, matrizes e até ferramentas de barras
para aplicações em torneamentos de peças de
diâmetros reduzidos, cuja velocidade de corte
conseguida é inferior à velocidade econômica de
corte dos materiais de ferramentas mais
resistentes.
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS
PRINCIPAIS ELEMENTOS DE LIGA

Carbono Tungstênio

Molibdênio Vanádio

Cromo Cobalto
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AISI C Mn Si Cr V W Mo Co Outros
Tipos ao W
T1 0,70/0,75 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,10 1,00/1,20 18,00/18,25 0,70 (opc.) - -
T2 0,80/0,85 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,25 2,00/2,15 18,00/18,50 0,50/0,75 (opc.) - -
T2 0,95/0,98 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,25 2,00/2,15 18,00/18,50 0,50/0,75 (opc.) - -
T7 0,70/0,75 0,10/0,40 0,10/0,40 4,50/5,00 1,50/1,80 13,50/14,50 - - -
T9 1,22/1,28 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 3,75/4,25 18,00/18,50 0,71 (opc.) - -
Tipos ao W - Co
T4 0,70/0,75 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,50 1,00/1,25 18,00/19,00 0,60/0,70 (opc.) 4,75/5,25 -
T5 0,77/0,85 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,50 1,85/2,00 18,50/19,00 0,65/1,00 (opc.) 7,60/9,00 -
T6 0,75/0,85 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,50 1,60/2,00 18,75/20,50 0,60/0,80 (opc.) 11,50/12,25 -
T8 0,75/0,80 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 2,00/2,25 13,75/14,00 0,75 5,00/5,25 -
T15 1,50/1,60 0,10/0,40 0,10/0,40 4,50/4,75 4,75/5,00 12,50/13,50 0,50 (opc.) 4,75/5,25 -
Tipos ao Mo
M1 0,78/0,85 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,00 1,00/1,25 1,50/1,65 8,00/9,00 - -
M7 0,97/1,03 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,00 1,90/2,10 1,50/1,75 8,50/8,75 - -
M10 0,85/0,90 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,25 1,90/2,10 - 8,00/8,50 - -
Tipos ao Mo - Co
M30 0,80/0,85 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 1,10/1,40 1,50/1,80 8,25/8,50 4,75/5,25 -
M33 1,05/1,10 0,10/0,40 0,10/0,40 3,50/4,00 1,05/1,25 1,30/1,70 9,25/9,75 7,75/8,25 -
M34 0,87/0,93 0,10/0,40 0,10/0,40 3,50/4,00 1,85/2,25 1,30/1,60 8,45/8,95 8,00/8,50 -
M42 1,05/1,10 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 1,10/1,40 1,30/1,60 9,25/9,75 7,75/8,25 -
M43 1,15/1,25 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 1,60/2,00 2,50/2,75 7,75/8,20 8,00/8,50 -
M46 1,20/1,25 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 3,00/3,30 1,75/2,20 8,00/8,50 8,00/8,50 -
Tipos ao Mo - W
M2
M3
0,80/0,85
1,00/1,10
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
4,00/4,25 1,70/2,10 6,00/6,50
4,00/4,25 2,40/2,55 6,00/6,25
4,75/5,25
5,70/6,25
-
-
-
-
Classificação dos
aços – rápidos
(tipo 1) M3 1,10/1,20 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,25 3,00/3,30 5,60/6,25 5,00/6,25 - -
(tipo 2) M4 1,25/1,30 0,10/0,40 0,10/0,40 4,25/4,50 3,75/4,25 5,50/6,00 4,50/4,75 - -
Tipos Mo - W - Co
M6
M15
M35
0,75/0,80
1,50/1,60
0,80/0,85
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
0,10/0,40
3,75/4,25 1,25/1,55 3,75/4,25
4,00/4,75 4,75/5,25 6,25/6,75
3,90/4,40 1,75/2,15 6,15/6,65
4,75/5,25
3,00/5,00
4,75/5,25
11,50/12,50
4,75/5,25
4,75/5,25
-
-
-
segundo a AISI
M36 0,80/0,90 0,10/0,40 0,10/0,40 3,75/4,25 1,65/2,00 5,50/6,00 4,25/5,25 7,75/9,00 -
M41 1,05/1,10 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,75 1,65/2,00 6,25/6,75 3,00/5,00 4,75/5,25 -
M44 1,10/1,20 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,75 2,00/2,25 5,00/5,50 5,00/6,25 11,50/12,50 -
M45 1,20/1,25 0,10/0,40 0,10/0,40 4,00/4,75 1,60/2,00 6,75/8,10 4,75/5,25 5,25/5,75 -
20
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Efeito da temperatura
de revenido na dureza
do aço-rápido,
temperado em
diferentes temperaturas

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Dureza secundária dos aços-rápidos


Efeitos individuais Combinação de efeitos

Dureza (RC)
Dureza

Temperatura de Revenido Temperatura de Revenido ºC

A - Revenimento da martensita B - Precipitação de carbonetos secundários


C - Transformação da austenita retida D - Combinação de efeitos
22
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Temperaturas de tratamentos térmicos para diversos aços rápidos


Temperatura de Temperatura de
Dureza
Tipo têmpera revenido
R.C
(ºC) (ºC)
610 1276 565 64
611 1276 565 64
620 1287 565 64
621 1287 565 65
622 1296 565 64
623 1300 538 67
630 1193 552 64
630 1193 552 64
650 1210 554 64
651 1215 554 65
652 1215 554 65
653 1218 554 65
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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Influência de elementos de liga sobre as características fundamentais


dos aços para ferramentas
Características Elementos de liga
Dureza a quente ......................... W, Mo, Co (com W ou Mo), V,
Cr, Mn
Resistência ao desgaste ............. V, W, Mo, Cr, Mn
Profundidade de endurecimento . B, V, Mo, Cr, Mn, Si, Ni
Empenamento mínimo................ Mo (com Cr), Cr, Mn
Aumento da tenacidade pelo
refino do grão ........................ V, W, Mo, Mn, Cr

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Seleção de aços rápidos


Resistência ao desgaste Tenacidade Dureza a quente
Grupo 7 Grupo 1 Grupo 8
630 (M1) 622 (T6) 630 (M1)
650 (M2) 623 (T15) 631 (M10)
631 (M10) 621 (T5) 610 (T1)
610 (T1) 650 (M2)
620 (T4) Grupo 2 611 (T12)
621 (T5) 624 (T8) 651 (M3-1)
652 (M3-2)
Grupo 8 Grupo 3 653 (M4)
622 (T6) 611 (T2) 624 (T8)
611 (T2) 653 (M4)
651 (M3-1) 610 (T1) Grupo 9
652 (M3-2) 652 (M3-2) 621 (T5)
651 (M3-1) 623 (T15)
Grupo 9 631 (M10) 622 (T6)
653 (M4) 630 (M1)
623 (T15) 650 (M2)

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Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS SUPER-RÁPIDOS
São aqueles que possuem elevados teores
de vanádio (podendo chegar a 5%). Este
elemento forma carbonetos extremamente
duros. Os aços com altos teores de vanádio
apresentam dureza média superior e
permitem o emprego de velocidades de
corte maiores que os aços-rápidos
convencionais
26
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS REVESTIDOS


O conceito do revestimento é para garantir uma
ferramenta com características tenazes no núcleo e
duras, resistentes ao desgaste e quimicamente inertes
na superfície.
Nos aços-rápidos as camadas de revestimento
comumente utilizadas são de TiN e TiCN. Hoje a
aplicação de ferramentas de aço-rápido revestida com
estas camadas garante maiores vidas nas ferramentas e
velocidades de corte superiores que as ferramentas sem
o revestimento. 27
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS PM
Vantagens da ferramentas PM sobre as convencionais

 Nas ferramentas de HSS - PM, as partículas de carbonetos são mais finas


e a dispersão mais uniforme. Os pós são obtidos de aços previamente
ligados, pelo processo de atomização, o que garante partículas (da ordem
de 100 m) contendo carbonetos bem finos e distribuídos, praticamente
como no estado líquido.
 Tamanho dos carbonetos do HSS - PM é da ordem de 1 a 3 m, enquanto
que no HSS convencional, mesmo após a conformação a quente,estes
valores são da ordem de 3 a 16 m. Portanto, em média, a granulação dos
carbonetos no HSS convencional é 3 vezes maiores que aqueles dos HSS
- PM.
28
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS PM
Micrografias do aço AISI M42

Convencional de fundição PM
29
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

AÇOS - RÁPIDOS PM
 HSS - PM apresenta porosidade, o que diminui a resistência a
tração, mas pode apresentar melhor resistência a compressão.
 HSS - PM tem melhor usinabilidade na retífica que o HSS
convencional, devido a granulação mais fina.
 Pelo mesmo motivo, os HSS - PM têm maior tenacidade que os
HSS convencionais.
 O tratamento térmico do HSS - PM é mais simples que o HSS
convencional, que consiste de tempera e revenimento, sem a
preocupação do endurecimento secundário dos HSS
convencionais.

30
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

LIGAS FUNDIDAS

São ferramentas a base de Co, contendo W e Cr


em solução sólida, e às vezes alguns
carbonetos. Estas ligas são mais duras do que
os aços-rápidos e mantém esta dureza a
temperaturas mais elevadas, e em decorrência
disso as velocidades de corte empregadas são
maiores (em torno de 25%).
31
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Dureza X
Temperatura de
liga fundida e
aços-rápidos

32
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Vidas de
ferramentas
na usinagem
de aço-liga

33
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Velocidades
de corte para
máximo
rendimento

34
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

METAL DURO

O advento desta classe aconteceu no final da


década de 20, na Alemanha, quando se conseguiu
produzir em laboratório o WC em pó pela primeira
vez. A mistura deste pó com o cobalto, também em
pó, trouxe ao mercado, na década de 30, um dos
mais fantásticos grupos de materiais de ferramentas
de corte: o metal duro.
35
Metal duro WC + Co

composição típica:
81% de tungstênio, 6% de carbono e 13% de cobalto.

Advento no final da década de 20 (Alemanha)


na fabricação de filamentos de lâmpadas
incandescentes (Osram).

Aplicação do carboneto de tungstênio na


usinagem de metais (Krupp).

Em 1.927 a Krupp fez sucesso com o seu


produto "Widia“, abreviação de “wie diamant”
36
Fabricação do Metal duro

W – Tungstênio

•alto ponto de fusão: 3.387 oC


•alta resistência a tração: 4.200 MPa
•baixo coef. de dilatação: 4,4 x10-6 oC-1,
•peso específico de 19,3 kgf/dm3.

•A dificuldade de fusão do tungstênio


•Metalurgia do pó

37
Fabricação do Metal duro

O minério para obtenção do carboneto de


tungstênio é geralmente a Scheelita (tungstato
de cálcio - CaWO4).

operações químicas redução pelo hidrogênio

CaWO4 WO3 W

Forno Moinho

W + Grafite WC WC em pó

38
Fabricação do Metal duro
Processo de metalurgia do pó

WC Co

Mistura

Compactação

Matrizes na forma desejada (pastilhas) e


pressões na ordem de 400 MPa.
Sinterição
Forno de sinterização (vácuo ou em atmosfera de
hidrogênio, temperatura varia de 1.350 a 1.600)

Contração linear de 15 a 22%, dependendo


teor de cobalto e da pressão 39
Metal duro (WC-Co)

•Dureza 76 a 78 Rockwell C (elevada dureza até cerca de 1.000 °C),


•Altíssima resistência à compressão (3.500 N/mm2),
•Densidade (14 kgf/dm3),
•Módulo de elasticidade E = 620.000 N/mm2,
•Coeficiente de dilatação térmica (metade da do aço),
•Elevada condutibilidade térmica (8 a 20 vezes a do aço).

40
Metal duro (WC-Co)

Mostrou-se adequada na usinagem de ferros


fundidos cinzentos, mas com baixa resistência à
craterização, quando usinando aços

Craterização (forte atrito, formação de calor, formação de calor e


problemas de difusão e de dissolução)

Adicionou-se, então TiC, TaC e/ou NbC aos WC +


Co e verificaram que este produto reduziu em
muito o problema na usinagem de aços.

Processo de metalurgia do pó 41
Fabricação do Metal duro

As razões para melhorias com adições de TiC, TaC e


NbC são:

Os carbonetos de maiores durezas que o WC, maior


resistência ao desgaste.

Menor solubilidade no ferro que o WC. Isto inibe a


difusão,

A estabilidade dos carbonetos adicionados é maior que


os WC. Isto implica em maiores dificuldades de
dissolução e difusão desses elementos.

42
Os metais duros são divididos em
três grupos de aplicação P, M e K
(norma ISO)

P (Classe azul) - TiC (até 35%) e TaC ( até 7%), P – Aços


Usinagem de aços, ferro fundido maleável, nodular ou ligado
Cavaco comprido e apresentando um atrito baixo com cavacos de
materiais dúcteis
M – Aços inoxidáveis
M (Classe amarela)
Usinagem de aços, aço ao Mn, ferros fundidos ligados, aços
inoxidáveis austeníticos, ferros fundido maleável e nodular e aços de
corte livre, ou seja, par uso universal em condições satisfatórias.
Constituem tipos intermediários entre o grupo P e K.

K (Classe vermelha) K – Ferro Fundidos


Usinagem de ferros fundido comum e coquilhado, ferro fundidos
maleáveis de cavaco curto, aços temperados, não ferrosos, não
metálicos e madeira. Os metais duros deste grupo se compõem quase
que exclusivamente de WC e de Co, como elemento ligante.
43
Sub-classificações
dos metais duros

Composição química,
Quantidade e tamanho DESIGNAÇÃO
ISO
DUREZA E RESIST.
AO DESGASTE
TENACIDADE

de grãos de carbonetos P 01
P 10

Mais duros
P 20
P 25
P 30
Acabamento (altas velocidades P
P
40
50
e cortes leves) M 10
M 20
M 30

Mais tenazes
M 40

K 01
Usados em cortes pesados de K
K
05
10
desbaste, em velocidades mais K
K
20
30

baixas (vibrações, cortes K 40

interrompidos, máquinas velhas


etc.).

•Carbonetos de titânio, garante maior resistência ao desgaste


•Maior quantidade de cobalto, garante maior tenacidade
•Carbonetos mais finos, maior a tenacidade da ferramenta 44
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Influência do tamanho de grão nas propriedades


THM THM-F THR THR-F
Densidade [g/cm3] 14,9 14,8 14,6 14,4
Dureza [HV30] 1600 1800 1450 1500
Resistência à ruptura
2
transversal [N/mm ] 2000 3000 2350 3200
Resistência à compressão
[N/mm2] 5400 6000 5000 5300
Tenacidade à fratura Kh
[Mpa K-1] 9,6 10,8 12,0 13,8
Condutividade térmica
-1 -1
[W m K ] 80 46 70 42
Coeficiente de expansão
-1 -6 -6 -6 -6
térmica [K ] 5,5·10 6,2·10 5,6·10 6,7·10
45
Metal duro

Designação Campo de aplicação


Operações de acabamento fino, com avanços pequenos e altas
Para materiais ferrosos de cavaco longo, como

P 01 velocidades, como torneamento e furação de precisão. Exige máquinas


rígidas, isentas de vibração.
Idem – Também para aplicações em que ocorre grande aquecimento da
P 10
ferramenta.
P – Aços

Operação de desbaste leve, com velocidades de médias a altas e avanços


P 20 médios. Também em operações de aplainamento com seções pequenas
de corte.
aços e ferro fundido maleável.

P 25 Operações de desbaste com velocidades e avanços médios.


Operações com baixas a médias velocidades de corte e seções de corte
P 30
médias a grandes; torneamento, fresamento e aplainamento.
Operações de desbaste grosseiro e em condições severas de corte, como
corte interrompido, mesmo em máquinas sujeitas à vibração; velocidades
P 40
baixas a médias e grandes avanços e profundidade de corte; torneamento,
aplainamento.
Idem – É o tipo mais tenaz, aplicações em que se usam máquinas
P 50
obsoletas, onde substitui o aço rápido com grande vantagem.

46
Metal duro

comum, ferro fundido nodular,


inclusive aços-liga, ferro fundido,
aços,
M – Aços inoxidáveis

Operações de torneamento com velocidades médias a altas e seções de


M 10
corte médias.
universais:

ferro fundido maleável.

Operações de torneamento, fresamento, aplainamento, com velocidades


M 20
de corte médias e seções de corte médias.
M 30 Idem – com seções de corte médias a grandes.
M 40 Torneamento, principalmente em máquinas automáticas.
Classes

Operações de acabamento fino e de precisão, como broqueamento e


Para materiais de cavaco curto:

metais não-ferrosos, plásticos,


ferro fundido, aço temperado,

K 01 faceamento, com cortes leves e firmes, avanços pequenos e altas


K – Ferro Fundidos

velocidades.
Operações de acabamento, como torneamento, alisamento e furação de
K 05
precisão, com alta velocidade de corte.
K 10 Operações de usinagem em geral.
K 20 Idem – Com avanços e velocidades médias.
madeiras.

K 30 Operações de desbaste, cortes interrompidos e profundos.


Idem – Onde se tem condições muito desfavoráveis e se deve trabalhar
K 40
com ângulos de saída grandes.
47
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

48
METAL DURO - REVESTIDOS

Base de metal duro relativamente tenaz, sobre a qual se


aplica uma ou mais camadas finas, duras, resistentes à
abrasão

Dois processos de revestimento:

CVD - Chemical Vapour Deposition - Deposição química de vapor

PVD - Phisical Vapour Deposition - Deposição física de vapor

Número de camadas
Espessura das camadas (de 4 a 12 m)
Tipo de camada revestida: TiC, TiN, TiCN,Al2O3, (TiAl)N, WC/C, PCD
49
METAL DURO - REVESTIDOS

CVD - DEPOSIÇÃO PVD - DEPOSIÇÃO


QUÍMICA DE VAPOR FÍSICA DE VAPOR
TEMPERATURA DE APROX. 1000ºC APROX. 500ºC
REVESTIMENTO
TENACIDADE REDUZIDA NÃO É AFETADA
ARESTA DE CORTE ARREDONDAMENTO PODE SER QUINA VIVA

ESPESSURA DO
REQUERIDO
ATÉ 12 m ATÉ 4 m
CVD x PVD
REVESTIMENTO
CAMADAS MULTICAMADAS TiC-TiN, TiN, TiCN,TiNAl
TiN-TiCN-TiN, TiC-Al2O3
PRINCIPAIS TORNEAMENTO E FRESAMENTO,
APLICAÇÕES MANDRILAMENTO ROSCAMENTO E
FURAÇÃO
VANTAGENS MAIOR RESISTÊNCIA AO SUBSTITUI
DESGASTE FERRAMENTAS SEM
MAIOR RESISTÊNCIA À REVESTIMENTO: COM
CRATERIZAÇÃO MESMA TENACIDADE,
GRANDE VIDA DA MESMA
FERRAMENTA CONFIGURAÇÃO DE
ARESTA E MESMA
PRECISÃO
REDUZ APC
MAIOR VIDA NA
FERRAMENTA
50
METAL DURO - REVESTIDOS

Revestimentos
Influência da
temperatura na
condutividade
térmica dos
revestimentos

51
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Classes de
metal duro
revestidos de
um fabricante
52
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Identificação
da operação de
torneamento

53
54
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

55
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

56
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

CERMETS
Este grupo é constituído por TiC, TiN e geralmente tem o Ni
como elemento de ligação. Pode ocorrer também a presença
de outros elementos, tais como Al, Co, Mo ou compostos de
Mo2C, TaC, NbC, WC, AlN, TaN e outros. Trata-se de um
grupo considerado intermediário entre os metais duros e as
cerâmicas, e as ferramentas são aplicadas principalmente
nos superacabamento dos aços, com altas velocidades e
baixos avanços. Suas principais características são a alta
dureza a elevadas temperaturas e a grande estabilidade
química, com pouca tendência à difusão.
57
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

PROPRIEDADES FÍSICAS CERMET METAL DURO


DUREZA (HV) 3200 2100
ENERGIA LIVRE DE FORMAÇÃO
-35 -10
(kcal/g - atm 1000ºC)
SOLUBILIDADE NO FERRO (wt% a
0,5 7
1250ºC)
TEMPERATURA DE OXIDAÇÃO
1100 700
(ºC)
CONDUTIVIDADE TÉRMICA
0,052 0,42
(cal/cm·s·ºC)
COEFICIENTE DE DILATAÇÃO
TÉRMICA 7,2 5,2
(10-6/ºC) Cermets x
COEFICIENTE DE CHOQUE
TÉRMICO*
1,9 27,1 Metal duro
condutividade térmica x resistência à tração
* Coeficiente de choque térmico = coeficiente de dilatação x módulo de elasticidade

58
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Composição dos CERMETS

Agência ou Composição química


subsidiária na

Outros
Metal duro
Fabricante País Grau

Fases de
transição
Inglaterra e Mo2O TaC TiC WC AlN TaN TiN Al Co Mo Ni

TiMo
número RS NbC
Adamas Carbide USA - T70    ?
Corp
Carmet Company USA Pinner Tools Ltd 83,5 3,5 13
501
Duracarb by Países Baixos
Duracarb Ltd T70    ?
502
EC Tools GmbH Alemanha - MAX1    ?
Feldmuhle AG Alemanha Feldmuhle Ceratip    ?
Technical TC30
Products Ltd
503
Kennametal Inc USA Kennametal Ltd KT150    ?
504
Kobe Steel Ltd Japão - KZ160  
KZ180  
KZ200  
Krupp Widia GmbH Alemanha Krupp Widia TTI    
(UK) Ltd
505
Kyocera Japão - TC30    ?
TC40N    ?
TC60     ?
TC60M    ?
Mitsubishi Metal Japão Kingston Cutting NX22         
Corporation Tools Ltd NX33         
506 NX55         
NX99         
NGK Spark Plug Co Japão NGK Sparg Plug N20    
Ltd (UK) Ltd N40    
507 T3N
T4N



 



 59


Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

FERRAMENTAS CERÂMICAS

• Cerâmicas a Base de Al2O3

• Cerâmicas a Base de Si3N4

60
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

CERÂMICAS
As cerâmicas são compostas de elementos metálicos e não-
metálicos, geralmente na forma de óxidos, carbonetos e
nitretos, e existem em uma grande variedade de
composição e forma. A maioria tem estrutura cristalina, mas
em contraste com os metais as ligações entre os elementos
são iônicas ou covalentes. A ausência de elétrons livres faz
com que as cerâmicas sejam pobres condutoras de
eletricidade, e que, em seções finas, sejam transparentes.
Devido às fortes ligações primárias, a maioria das cerâmicas
tem alto ponto de fusão.
61
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Em geral, as cerâmicas possuem as seguintes


propriedades que ajudam a identificá-las.

 Capacidade de suportar altas temperaturas (materiais refratários);


 Alta resistência ao desgaste;
 Altas durezas;
 São frágeis;
 Baixa condutividade térmica;
 Boa estabilidade química e térmica;
 Boa resistência à fluência;
 Alta resistência à compressão e baixa resistência à tração.
62
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Comparação das propriedades da cerâmica, cermet e metal duro


63
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Cerâmica a Base de Al2O3

• Puras
• Com adições:
• ZrO2 - Branca
• TiC - Prêta
• SiC - Whisker
64
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Propriedades das ferramentas cerâmicas

Material Módulo de Dureza Tenacidade Coeficiente Condutividade


elasticidade K1C de dilatação térmica
térmica
(GPa) (GPa) (MPa·m1/2) (10-6·K-1) (Wm-1·K-1)
Al2O3 400 17,2 4,3 8,0 10,5
Al2O3+TiC 420 20,6 4,5 8,5 13,0
Al2O3+ZrO2 390 16,5 6,5 8,5 8,0
Si3N4 / SIALON 300 15,6 6,5 3,1 9,7
SiC / WHISKER 390 18,5 8,0 - 32,0

65
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Influência do teor de
ZrO2 na tenacidade da
cerâmica a base de Al2O3

66
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Cerâmica branca x Whisker


67
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Cerâmicas a Base de Si3N4

 Puras, com fase intergranular (SiO2, Al2O3,


Y2O3, MgO)

 Sialon

As ferramentas a base de Si3N4 podem ainda ser


revestidas com Al2O3 ou TiC
68
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Influência do
revestimento numa
ferramenta a base de
Si3N4

69
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

TORNEAMENTO FRESAMENTO

DUREZA CRESCENTE Sem fluido de corte Com

DEMANDA DE TENACIDADE DECRESCENTE


FERROS CERÂMICAS ÓXIDAS
FUNDIDOS

SIALONS
ÓXIDAS

AÇOS CERÂMICAS MISTAS

SUPERLIGAS
Campo de
aplicação das
CORTE DE DESBASTE

LIGAS FUNDIDAS DURAS


AÇOS ENDURECIDOS
cerâmicas
CBN
ÓXIDA
S
CERÂMICAS ÓXIDAS: Al2O3+0,8%ZrO2

CERÂMICAS MISTAS: Al2O3+20-30%TiC, Al2O3+TiC+TiN+ZrO2, etc.

SIALONS: 80-90%Si3N4+Al2O3+Y2O3
70
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE
Composição das cerâmicas à base de óxidos

Agência ou Composição química


subsidiária na
Fabricante País Grau
Inglaterra e número Al2O3 MgO TiO2 ZrO2 TiC WC TiB2 TiN W SiC Outros
RS Whiskers

Carboloy Systems USA Carboloy Ltd CerMax 440  ?


512 CerMax 460   ?
CerMax 490 
Cermet Company USA Pinner Tools Ltd CA-B  
513 CA-W 
Feldmuhle AG Alemanha Feldmuhle Technical  
Products Ltd SH20  
514 SN60 
SN80 
Greenleaf USA - GEM1 
Corporation GEM2 70 30
GEM3  
GEM9 99,9
WS300  
Karl Hertel GmbH Alemanha Karl Hertel Ltd AC5 
Verkaufs KG 515 MC2 70 30
Kennametal Inc USA Kennametal Ltd K060 
516 K090  
Kyon 2500 
Kobe Steel Ltd Japão - KB90  
KW80 
Krupp Widia Alemanha Krupp Widia (UK) Widalox G  
GmbH Ltd
517
Widalox H
Widalox N
Propriedades das cerâmicas à base de óxidos Widalox R
Widalox ZR







 Propriedades


Composição e
 
N.anunciado Coeficiente?de
Nome comercial
Mitsubishi
Corporation
Feldmuhle
Metal Japão Grau Cutting
Kingston
Tools Ltd
518
SH1Spark Plug
Densidade
XD3
g/cm

4,30
2 
Dureza
HRA ou HV

2250
Resistência à ruptura
transversal
N/m
380
2
expansão
-4
10 /K
7,0
propriedades das
NGK Spark Plug Japão NGK CX3 
Co Ltd

Kennametal
SH20
(UK)
SN50
519
SN80
K060
Ltd 4,15
HC1
4,00
HC2
4,12
HC6



2150
2000
2000



400
450
600
700
7,0 ?
7,3 ?
7,4 ?
8,2
cerâmicas a base
Nippon Tungsten Japão - NPC A2  
Co Ltd
Kobelco
Rogers

Krupp
AB
Tool Works

Widia
Sandvik Hard
USA
K090
KW80 -
KB90
Suécia Widalox
SandvikGCoromant
NPC H1
3,97 138
RTW
4,241322
RTW
4,02
CC 620




93,6
94,0
1730


910
750
850
700
8,3
7,0
7,8 de óxidos
Materials Widalox
UK R 4,12
CC 650  1730
  650 
NGK NTK CX3
520 4,00
N.anunciado 93,5 750 
Seco Tools AB HC1Tools (UK) Ltd Secoramic
Suécia Seco 4,00  93,5 800 8,4
HC2
521 4,30
RVX 40 94,5 50 800 8,0 10
Sumitomo Electric Japão HC6
Sumitomo Electric 4,70
N890  94,0  800
Sandvik Ltd
Industries CC680
Hardmetals Ltd W80  1500
Sumitomo B90
522 4,26 94,5 880
Toshiba Tungaloy Japão W80 - 3,98
LX21  94,0  790
Co Ltd LXA
M



 71
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE
Composição das cerâmicas à base de nitretos

Agência ou subsidiária na Composição química


Fabricante País Grau
Inglaterra e número RS
Si3N4 Al2O3 Y2O2 TiN Outros
Elektroschmetzwerk Kempten Alemanha - Zekald 3000   
GmbH Zetti GmbH
Feldmuhle AG Alemanha Feldmuhle Technical SL100  
Products Ltd SL200  
525
Greenleaf Corporation USA - Saox 2001  
GSN  
Karl Hertel GmbH Verkaufs Alemanha Karl Hertel Ltd NC1  
XG 526
Iscar Ceramics Inc USA Iscar Tools Ltd Iscar   ?
527
Kennametal Inc USA Kennametal Ltd Kyon 2000   
528 Kyon 3000   
Krupp Widia GmbH Alemanha Krupp Widia (UK) Ltd Widia N1000   Al2O3
529 Widia CN1000   revest.
Lucas Syalon Ltd UK 530 Syalon
NGK Spark Plug Co Ltd Japão NGK Spark (UK) Ltd NTK  
Al2O3
531 NTK SP4  
  revest.
NTK SX4
NTK SX7 
Nippon Tungsten Co Ltd Japão - Naycon   
Nortron Company USA Norton Industrial Ceramics
532
Propriedades das cerâmicas à base de nitretos
AB Sandvik Hard Materials Suécia Sandvik Coromant UK CC680

 


?
Composição e
Propriedades

propriedades
533
Toshiba Tungaloy Co Ltd Japão Densidade- Dureza
FX920  Resistência
 à ruptura Coeficiente de
Nome comercial Grau 2
Valenite USA g/cm
Valenite HRA ou HV
Quantum 5  transversal
  expansão
2 -4
534 Quantum 5000  N/m  10 /K
Feldmuhle

Greenleaf
SI100
SL200
GSN
3,30
3,25
94,0
1700
1500
800
750
2,3
2,5 das cerâmicas a
Kennametal
Lucas
NGK NTK
Kyon 2000
Syalon
SP4
3,25
3,6
91,2
92,5
1800
750
945
900
3,2
3,0
4,0
base de nitretos
SX2 3,6 92,5 1000
SX7 3,2 93,0 1100 3,2
Nippon Tungsten Naycon 3,23 92,8 1000 3,6
Valenite Quantum 6 3,77 90,0

72
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE
Cuidados especiais para usinar com ferramentas cerâmicas
 Fazer um trabalho de preparação antes de iniciar o corte.

 O uso do fluido de corte deve ser evitado, se requerido, entretanto, usar o


fluido em abundância na aresta de corte.

 Nunca use aresta cortante com quina viva:

 aresta chanfrada

 aresta arredondada

 ferramenta com raio de ponta

 Use-as com as máximas condições de corte (Vc, f, ap) recomendadas.

 Use um bom sistema de grampo de fixação e bom assentamento da pastilha


no suporte.

 Use-as em máquinas ferramentas rígidas, livre de vibrações.

 aumento de resistência segue a ordem:

  

73
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

MATERIAIS DE FERRAMENTAS ULTRADUROS

Normalmente materiais com dureza superior a 3000 HV são


denominados ultraduros. Como ferramentas de corte os ultraduros
são:
 Diamante natural;
 Diamante sintético monocristalino;
 Diamante sintético policristalino (PCD-Polycrytalline Diamond);
 Nitreto cúbico de boro sintético monocristallno (CBN);
 Nltreto cúbico de boro sintético policristalino (PCBN).

74
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

transformação

Diamante Obtenção do
diamante sintético
Grafite
A transformação envolve
temperaturas da ordem de
2000°C e pressões de 7GPa
Temperatura [K]

75
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

transformação

Obtenção do CBN
A transformação envolve
temperaturas da ordem de
Nitreto 1500°C e pressões de 6GPa
Cúbico de
Boro
Nitreto
Hexagonal de
Boro

Temperatura [K]
76
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Cristais de diamantes produzidos sintéticamente

77
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Desenvolvimento dos policristais

Os policristais de diamante e de CBN (PCD e PCBN,


respectivamente) são obtidos pelo processo de metalurgia do
pó, usando monocristais de diamante e CBN,
respectivamente. Neste processo, pode-se obter uma
variedade imensa de produtos, dependendo de: tamanho de
grão dos monocristais (estes dependem do tempo de
permanência na câmara de transformação),
solvente/catalisador empregado, grau de sinterização, etc.

78
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Energia de microondas, descarga elétrica ou fio quente


O diamante CVD é
depositado durante
um período de tempo
para formar uma fina
camada

Hidrogênio
+
Metano
Acima de 2000ºC

Camada de diamante CVD

Substrato

O processo CVD de obtenção de diamante sintético


79
Capítulo 10:
MATERIAIS PARA
FERRAMENTAS DE CORTE

Principais produtos dos ultraduros


Diamante Nitreto cúbico de boro policristalino (PCBN)
Agência ou subsidiária na
Fabricante ou fornecedor País policristalino
Inglaterra e número RS Sólido Sobre metal duro
(PCD)
De Beers Diamond África do Sul De Beers Industrial Synate 010 Ambonte
Research Laboratory Diamond Division Synate 025 Abrazite
535 DBC50
General Electric (US) USA Speciality Materials Compax BZN
Speciality Materials Dept. 536
Kennametal Inc USA Kennametal Ltd KD100 KD200
537 KD120
Krupp Widia GmbH Alemanha Krupp Widia (UK) Ltd CD10 C850
538
SII Megadiamond Inc USA - Mecapax
Sumitomo Electric Japão Sumitomo Electric CA 100 BN100
Industries Ltd Hardmetals Ltd
540
CA 150
Ca 200
BN150
BN200 Principais
Toshiba Tungaloy Co Ltd Japão - T-Dia DX 140 CBN BX 290
Valenite Division of GTE
Valeron Corporation
USA Valenite-Modco
541
(UK) Ltd dos
Propriedades PCD
ultraduros CBN produtos e
Material do inserto
Zinner GmbH
Propriedade
Alemanha -
94WC 5Co
metal duro
Alumina
cerâmica
Zicra
Alumina TiC
cerâmica
Nitreto de silício
cerâmica
Diamante
Zibora

policristalino
PCBN
sólido
propriedades
Densidade, g/cm
3

Resist. à compressão, kN/mm


2
14,7
4,5
3,9
4,0
4,3
4,5
3,2
3,5
3,4
4,7
3,1
3,8
dos ultraduros
2
Dureza Knoop HK, kN/mm 13 16 17 13 50 28
2
Módulo de Young, kN/mm 620 380 370 300 925 680
2
Módulo de rigidez, kN/mm 250 150 160 120 430 280
Raio de Poisson 0,22 0,24 0,22 0,28 0,09 0,22
-4
Coef. de exp. térmica, 10 /K 5,0 8,5 7,8 3,2 3,8 4,9
Condutividade térmica, W·m/K 100 23 17 22 120 100
3/2
Tenacidade à fratura K1C, MN·m 11 2,3 3,3 5,0 6,9 10

80

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