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30 de novembro de 2017
Resumo
Palavras-chaves:
1. Introdução
Este artigo tem por abordar as questões a respeite da existência do ser constantes
nos poemas Verbo Ser de Carlos Drummond de Andrade e Tecendo a Manhã de João
Cabral de Melo Neto conciliando ambos.
No campo filosófico há uma doutrina que prega que um homem é responsável por
suas ações e que através disso busca dar um significado a sua existência, esse é o campo
do existencialismo, surgido na Europa no século XX. Heidegger e Sartre são dois
filósofos que participaram da corrente existencialista. Heidegger buscava através de
questionamentos como esses do poema, a resposta para o sentido do ser, o que nos tornava
o que somos ou o que viríamos a ser, ele buscava uma resposta a partir da experiência,
uma resposta concreta para a questão chegando a criar uma linguagem própria para isso.
Segundo Heidegger, desde a Grécia antiga que o significado do “ser” vem sendo
destorcido e tomando a forma de “coisa”, mas para ele é muito mais que isso, o ser está
ligado ao tempo, somos seres temporais, tomados de escolhas que nos torna um “ser” e
enquanto não faz escolhas ainda vive diante do nada. Se for pensar bem, fazemos escolhas
desde muito pequenos, desde que nos é ensinado o que deve ou não fazer, mas as escolhas
que definem quem nós seremos só são contabilizadas a partir do momento que você define
algo mais aparentemente grandioso como uma carreira, mas estamos nos definindo desde
muito cedo, desde pequenas escolhas que nos levaram a maiores.
Porém, tantas escolhas trazem consigo uma angustia existencial, o ser fica diante
de tantas escolhas que o definirão, você se torna responsável pelo que vai ser a cada
escolha, tais escolhas afirmam seu valor e, portanto, em suma as escolhas serão boas que
acabam afetando não só a si, mas ao teu próximo também trazendo um sentido de
mutualidade, sociedade, um relacionamento coletivo. Podemos encontrar tais angústias e
indecisões no decorrer do poema de Carlos Drummond:
Diante disto, é importante lembrar que Heidegger também dizia que a cada
escolha feita, o indivíduo terá de ser capaz de lidar com sua consequência, porém de forma
conjunta. A existência então é formada não só por si, mas por uma grande teia de entes.
2. Referências Bibliográficas
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 5º Ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2006. 598p.