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C u r s o E FA / S e c u n d á r i o –
2009/10
Ficha de trabalho nº 02
"(...) As transformações tecnológicas têm sido, em muitos domínios (micro-electrónica, biotecnologia, indústrias
aeroespaciais, etc.), factores decisivos de mudança na economia, nas empresas e no trabalho. Nos últimos anos
do século XX, e sobretudo depois da queda dos regimes socialistas da Europa de Leste, começou a falar-se de
globalização para significar um conjunto complexo de aproximações e interdependências internacionais, onde
sobressai uma economia de mercado mais integrada, com um sistema financeiro pouco controlado, um papel
importante assumido pelas grandes empresas multinacionais e, quase sempre, concorrência sectorial
acrescida, levando à descida de preços ou à melhoria da qualidade dos produtos, mas também à falência das
empresas menos capazes e à perda de emprego de muitos trabalhadores. A noção de "competitividade" -
aplicada às empresas, mas igualmente a cidades e a nações - veio traduzir, na linguagem económica, esta
nova realidade: a globalização. " (João Freire, Sociologia do Trabalho)
As actividades associadas a esta "nova economia" ocupam, nestes países, um cada vez maior
número de pessoas. Este conjunto de modificações de base tecnológicas vai produzir efeitos na
natureza do trabalho e nas condições do seu exercício, nos processos de produção e na
organização das empresas.
A sociedade da informação é marcada pela quantidade de informação colocada à disposição das
pessoas. Contudo, ter informação disponível não significa que se saiba interpretá-la, geri-la e
transformá-la em conhecimento. Por isso, há que distinguir entre sociedade da informação, o que é
oferecido às pessoas (informação) e sociedade do conhecimento, construída a partir da informação
(o conhecimento).
Feita esta distinção, assistimos hoje ao aparecimento de uma sociedade marcada em todas as
áreas da actividade humana pelas grandes transformações tecnológicas, principalmente nos países
desenvolvidos. A economia de base industrial na produção de bens dá lugar a uma economia de
base tecnológica, onde o vector mais produtivo está concentrado no tratamento, gestão e
processamento da informação. Actualmente, a ciência e a técnica, de mãos dadas, revelaram com
uma rapidez enorme descobertas e inovações, desde o genoma humano às novas aplicações na
computação, que alteraram por completo a estabilidade do conhecimento. Vivemos uma revolução
do conhecimento. A questão que se coloca é: a sociedade da informação caminha para a sociedade do
conhecimento?
Tarefa nº 1
1. a) Enumere as principais actividades onde as TIC estão presentes na sua vida profissional.
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Assim, "( ... ) onde a produtividade do novo dispositivo tecnológico é claramente superior ao trabalho humano que o
antecedia, inevitavelmente esse posto de trabalho acaba por ser suprimido. Mas, por outro lado, as novas tecnologias
trazem com elas novas exigências de mão-de-obra para as produzir, instalar, manter, operar, reparar. A questão torna-
se, pois, a seguinte: qual o saldo que se apura entre os empregos que se perdem e os que se criam? E a esta
pergunta, meramente quantitativa, seguem-se outras que introduzem um elemento de qualidade na discussão: Quais
os níveis de qualificação dos empregos perdidos e dos empregos criados? São os mesmos trabalhadores susceptíveis
de passarem dos antigos para os novos postos de trabalho? A renovação da mão-de-obra far-se-á nos mesmos
sectores e nas mesmas localizações espaciais ou implicará mobilidades, migrações?" (João Freire, idem)
Estas são apenas algumas das questões que se nos colocam, uma vez que as modernas questões
salariais - e, modernamente, quando falamos de trabalho queremos dizer "o exercício de uma
actividade produtiva cuja remuneração permita que o trabalhador tenha uma vida familiar decente e
digna" - estão longe de englobar toda a humanidade. Atentemos nos seguintes factos:
- A escravatura e o trabalho forçado ou gratuito ainda existem em muitas regiões do globo;
- O tráfico e a exploração sexual de mulheres têm aumentado muito;
- Situação de desemprego ou de sub-emprego, segundo números da OIT (Organização Internacional
do Trabalho) de mais de mil milhões de seres humanos;
- Nos países em desenvolvimento, mais de metade dos empregos nas cidades fazem parte da
economia informal, isto é, são empregos precários com baixa produtividade e baixos rendimentos;
- Cerca de 211 milhões de crianças, dos 5 aos 14 anos, são obrigadas a trabalhar para completar os
rendimentos dos pais;
- Crescente precarização dos mercados de emprego, com imposição de trabalho a tempo parcial
e um recurso cada vez maior aos contratos a termo certo, isolando as carreiras profissionais e os
trabalhadores, em detrimento das negociações colectivas e dos direitos sindicais;
- Acentuação da divisão internacional do trabalho, com o objectivo de reduzir o mais possível os
custos salariais, e o surgir de novas zonas francas industriais.
Portanto, tanto nos países do Norte como nos países do Sul, o direito ao trabalho e a uma
remuneração digna parece continuar a ser um desafio civilizacional.
* Nota: os textos apresentados foram adaptados de um Manual da Área de Integração da Lisboa Editora.
Tarefa nº 2
2. a) Indique algumas consequências da introdução das TIC no mercado de emprego.
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2. b) Explique em que sentido se afirma que “O direito ao trabalho e a uma remuneração digna
parece continuar a ser um desafio civilizacional”.
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2. c) Elabore um pequeno comentário às figuras, procurando relacioná-las.
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Cultura, Língua e Comunicação Formadora: Marina Santos pp.4/4