You are on page 1of 95

EAD

Matematica Básica

Samuel Silva de Albuquerque

Universidade Federal de Alagoas


Instituto de Fı́sica
i

Material

Matemática Básica

Samuel Silva de Albuquerque

Material destinado ao Ensino à Distância(EAD)


com o objetivo de introduzir os conceitos básicos
de matemática para os cursos de licenciatura da
área de exatas, promovido pela UFAL

Maceió - Alagoas - Brasil


Maio - 2007

Instituto de Fı́sica - UFAL


Sumário

Folha de rosto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i

1 Aritmética Básica 1
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Potenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2.1 Propriedades da Potenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Radiciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.1 Propriedades da Radiciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.2 Racionalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2 Algebra Elementar 1
2.1 Expressões Algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2.1.1 Monômio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2.1.2 Polinômio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.1.3 Semelhança Entre Monômios ou Termos de um Polinômio . . 3
2.1.4 Soma ou Subtração de Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1.5 Multiplicação e Divisão de Monômios . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1.6 Potenciação de Monômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.7 Multiplicação de Monômios por Polinômios . . . . . . . . . . . 6
2.1.8 Multiplicação de Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Produtos Notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

ii
SUMÁRIO iii

2.2.1 Quadrado de um Binômio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7


2.2.2 Produto da Diferença de dois Binômios . . . . . . . . . . . . . 9
2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.1 Mı́nimo Múltiplo Comum entre Monômios . . . . . . . . . . . 12
2.3.2 Mı́nimo Múltiplo Comum entre Polinômios . . . . . . . . . . . 13

3 Funções 18
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2 Conceito de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.3 Gráfico de uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.4 Nomenclatura das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.5 Domı́nio e imagem das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.5.1 Domı́nio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.5.2 Imagem de uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.6 Função constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.7 Crescimento ou Decrescimento de uma Função . . . . . . . . . . . . . 23
3.8 Função Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.8.1 Gráfico da Função Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.8.2 Coeficientes da Função Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.8.3 Raizes ou Zeros da Função Afim(y = ax + b para a 6= 0) . . . 28
3.8.4 Crescimento ou decrescimento da função afim (y = ax + b
sendo a 6= 0 e b pertencente aos reais) . . . . . . . . . . . . . . 31
3.9 Função Quadrática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.9.1 Gráficos da Função de Segundo Grau . . . . . . . . . . . . . . 35
3.9.2 Concavidade da Função Quadrática . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.9.3 Raizes ou zeros da função quadrádica . . . . . . . . . . . . . . 38
3.10 Função Modular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.10.1 Definição de Módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Instituto de Fı́sica - UFAL


SUMÁRIO iv

3.10.2 Definição de Função Modular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43


3.11 Função Composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.11.1 Propriadade Associativa da Função Composta . . . . . . . . . 46
3.12 Função sobrejetora e função Injetora e Função Bijetora . . . . . . . . 47
3.12.1 Sobrejetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.12.2 Injetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.12.3 Bijetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.13.1 Encontrando a função inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas . . . . . . . . . . . . . 53
3.14.1 Funções Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.14.2 Propriedades da Função Exponencial . . . . . . . . . . . . . . 55
3.14.3 Domı́nio e Imagem da Função Exponencial . . . . . . . . . . . 57
3.14.4 Gráfico da Função Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.14.5 Função Logatı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.14.6 O Logarı́tmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.14.7 Condições de Existência do Logarı́tmo . . . . . . . . . . . . . 61
3.14.8 Propriedades dos Logarı́tmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.14.9 A Função Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.14.10 Propriedades da Função Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . 63
3.14.11 Imagem da Função Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.14.12 Gráfico da Função Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4 Aplicação nas ciências exatas 69


4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.2 Cinemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.3 Leis de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Instituto de Fı́sica - UFAL


Capı́tulo 1

Aritmética Básica

1.1 Introdução
A maioria dos processos e fenômenos existentes na natureza podem ser mate-
matizados por alguma espécie de equação. Tais equações podem conter uma série de
operações matemáticas como multiplicação, divisão, soma e subtração além de com-
binações das quatro perações citadas anteriormente como por exemplo: potenciação,
radiciação, fatoração racionalização de frações etc.
Neste capı́tulo faremos uma breve introdução a aritmética básica com exem-
plos e problemas resolvidos bem como problemas propostos. Na primeira parte, será
feita uma explanação acerca de potenciação, em seguida será exposto os conteúdos
de radiciação fatoração e para fechar o capı́tulo será exposto a racionalização de
frações.

1.2 Potenciação
Na natureza, podemos encontrar diversos fenômenos onde as grandezas envol-
vidas em tais fenômenos estão relacionadas entre si através de uma lei de potência.

1
1.2 Potenciação 2

Podemos citar por exemplo a lei de decaimento radioativo ou crescimento expo-


nencial onde o exemplo de núcleos a serem desintegrados, no caso do decaimento
radioativo e o número de bactérias em uma colônia, no caso do crescimento expo-
nencial, são funções do tempo através de uma potência.
Para indicar que um número está elevado a determinada potência, a repre-
sentação matemática é indicada a seguir:

XY (1.1)

onde X é a base e Y é o expoente pertencente ao conjunto dos números naturais ao


qual a base X é ”elevada”.
Exemplos:

1. 25 = 2 × 2 × 2 × 2 × 2

onde 2 é a base e 5 é o expoente ao qual a base é elevada.

2. 27 = 2 × 2 × 2 × 2 × 2 × 2 × 2

onde 2 é a base como no exemplo anterior porém, com um expoente 7.

3. 5n = 5 × 5 × 5 × 5 × 5 × 5 × 5... × 5

onde n é um inteiro e o lado direito da equação anterior possui n termos.

1.2.1 Propriedades da Potenciação

Nesta seção serão introduzidas algumas propriedades da potenciação, afim


reduzir o trabalho na resolução dos cálculos.

1. Potência com base 1 e com expoente natural é sempre igual a 1.

Exemplos:

(a) 17 = 1 × 1 × 1 × 1 × 1 × 1 × 1 = 1

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.2 Potenciação 3

(b) 110 = 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 = 1


1 1
(c) 1−7 = 17
= 1×1×1×1×1×1×1
=1

de uma forma mais geral, seja n um número natural qualquer, tem-se


que:

(d) 1n = 1 × 1 × 1 × 1 × 1 × 1 × 1... = 1 onde o número de parcelas do lado


direito desda última possui n termos.

2. Base igual a Zero e Expoente Pertencente aos Natutais não Nulos.

Seja uma base a = 0 e o expoente n pertencente aos números naturais não


nulos, tem-se que:

an = 01 = 0 (1.2)

Exemplos:

(a) 03 = 0

(b) 07 = 0

3. Produto de Duas Potências de Mesma Base.

Quando duas potências de mesma base são multiplicadas, o valor da base é


conservado e o expoente final é igual a soma dos expoentes. Colocando de
outra forma, sendo x um número real, m e n dois números naturais, tem-se
que:

xm × xn = xm+n (1.3)

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.2 Potenciação 4

Exemplos:

(a) 21 × 23 = 21+3 = 24

(b) 32 × 33 = 32+3 = 35

(c) 32 × 33 × 3−1 × 31 × 3 × 37 = 32+3−1+1+7 = 312

4. Produto de Potências Com Bases Diferentes e Mesmo Expoente.


Quando duas potências de bases diferentes e mesmo expoente são multiplica-
das, conserva-se o expoente e multiplica-se a base de sorte que:

xn × y n = (x × y)n (1.4)

Essa propriedade pode ser facilmente demostrada da seguinte forma:

n
z }| {
n n
x × y = (x.x.x.x.x...x) (y.y.y.y.y...y) (1.5)
| {z }
n

onde existem n termos nos produtos dentro de cada parentesis do lado esquerdo
da equação anterior. Agrupando pares de produtos tipo x.y no lado direito da
equação anterior, temos:

n
z }| {
xn × y n = (x.y.x.y.x.y.x.y.x.y...x.y) = (x.y).(x.y).(x.y)...(x.y) = (x.y)n (1.6)

Exemplos:

(a) 23 .33 = (2.3)3 = 63

(b) 27 .57 = (2.5)7 = 107

(c) 611 .811 = (6.8)11 = 4811

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 5

5. Divisão de Potências com Mesma Base mas com Expoentes Diferen-


tes.

Seja x um número real não nulo e m e n dois números pertencentes ao conjunto


dos números naturais. Tem-se então que:

xn
= xn−m (1.7)
xm

Exemplos:

23
(a) 25
= 23−5 = 2−2
33
(b) 31
= 23−1 = 22
63
(c) 211
= 23−11 = 2−8

6. Divisão de Potências com Bases Diferentes mas com Expoentes Iguais.


Sejam dois números pertencentes aos reais, com bases diferentes, e mesmos ex-
poentes n, pertencente ao conjunto dos naturais. Então segue que:

 n
xn x
= (1.8)
yn y

Exemplos:

23

2 3
(a) 33
= 3

33

3 3
(b) 53
= 5

611

6 11
(c) 211
= 2

1.3 Radiciação
A radiciação é a operação inversa da potenciação como pode ser visto nas
sentenças a seguir:

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 6


xn = y → x = n
y (1.9)

sendo que n é um inteiro maior que zero.


A raiz quadrada também pode ser escrita como uma lei de potência como
segue:

√ 1
n
x = xn (1.10)

Quando n = 2, muitas vezes o valor do radical é omitido, recebendo o nome


de raiz quadrada e ficando a seguinte notação:

√ 1
x = x2 (1.11)

1.3.1 Propriedades da Radiciação

Uma vez introduzido o conceito de potenciação, fica bem mais fácil falar
de radiciação já que esta última é o inverso da primeira. A seguir serão expostas
algumas das principais propriedades relacionadas a radiciação

1. Raiz de Radicando Zero é Sempre Igual a Zero

Qualquer que seja o radical de um radicando nulo, a raiz sempre será igual a
zero, uma vez que zero elevado a qualquer potência não nula é sempre igual a
zero, ou seja:


n
0=0 (1.12)

para todo inteiro n não nulo.

Exemplos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 7


3
(a) 0=0

6
(b) 0=0

(c) 1001 0 = 0

(d) 2 0 = 0

2. Raiz de Radicando 1 é Sempre Igual a 1

Qualquer que seja o radical de uma raiz, se o radicando for igual a 1, essa raiz
é sempre igual a 1 como pode ser visto a seguir:


1 = 11/n = 1
n
(1.13)

para todo n inteiro e não nulo.

Exemplos:

3
(a) 1=1

6
(b) 1=1

(c) 1001 1 = 1

(d) 2 1 = 1

3. Raiz de um Número com Radical 1

Seja a um número real qualquer, então pode-se mostrar que se o radical de


uma raiz desse número é 1, então essa raiz é igual a esse número como pode
ser visto a seguir:


1
a = a1/1 = a1 = a (1.14)

Exemplos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 8


1
(a) 5=5

1
(b) 6=6

1
(c) 13 = 13

1
(d) 21 = 21

4. Raiz de uma Potência cujo Expoente é Igual ao Radical

Seja x um número qualquer, elevado a uma potência n, a raiz desse número


com radical n é igual ao próprio número como pode ser visto a seguir:

√ n
n
an = a n = a1 = a (1.15)

Exemplos:


2
(a) 212 = 21

3
(b) 63 = 6

5
(c) 1315 = 131

13
(d) 1213 = 12

5. Raiz de uma Raiz

Sejam dois números inteiros n e m e x um número real. Então tem-se que:

q
n √ √
m
x= mn
x (1.16)

que pode ser verificada através de:

q
n √ p
n 1 1 1 1 √
m
x= x m = (x m ) n = x mn = mn
x (1.17)

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 9

6. Produto de Raı́zes cujos Radicandos São Potências de Mesma Base

Sejam os números pertencentes ao conjunto dos números inteiros m,n a e b, e


x e y dois números pertencentes ao conjunto dos números reais, então:

√ √
m

mn
n
xa × xb = xa/n+b/m = xma+bn (1.18)

7. Produto de Raı́zes cujos Radicandos São Potências de Bases Dife-


rentes

Em álgebra elementar, é frequente a potência de termos que é a soma de outros


termos. Faz-se necessário então

√ p
n
xa × m
y b = xa/n × y b/m (1.19)

Exemplos:
q
64
(a) 16

Solução:
Primeiramente vamos colocar o numerador e o denominador da fração
que compõe o radicando na forma de potência. Como a raiz é quadrada,
queremos encontrar um número o qual elevado ao quadrado resulta em 64
e em seguida um número que elevado ao quadrado resulta em 16. Neste
caso é simples pois 64 = 82 e 16 = 42 , assim, temos que:

r r
64 82 8
= 2
= =2 (1.20)
16 4 4

1.3.2 Racionalização

As vezes a forma de uma fração não é muito conveniente para fins de cálculo
ou visualização de uma expressão matemática. Neste ponto faz-se então necessário a

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 10

introdução de alguns artifı́cios matemáticos, afim de melhorar a visualização dessas


frações. Um desses artifı́cios é o da racionalização que é utilizado quando ou o
numerador ou o denominador de uma fração são irracionais ou estão sob um radical.
A seguir, estão alguns exemplos de frações irracionais.

1. √1
2

2. √2
3

3. √1+ √3
4+ 13

5
5
4. 13

No exemplo (a), o denominador é irracional, no exemplo (b), tanto o nu-


merador quanto o denominador são irracionais, no exemplo (c) da mesma forma, o
numerador e o denominador são irracionais e no exemplo (d), apenas o numerador
é irracional.

1. Fator Racionalizante O fator racionalizante de uma raiz é o número


o qual multiplicado por essa raiz exclui o radical.

Exemplos:

√ √ √ √
(a) 2 tem fator racionalizante 2 pois 2× 2=2
√ √ √ √
(b) 3 tem fator racionalizante 3 pois 3 × 3 = 3
√ √3
√ √
3
(c) 3 2 tem fator racionalizante 22 pois 3 2 × 22 = 2
√ √ √ √ √ √ √ √
(d) 2 + 3 tem fator racionalizante 2 − 3 pois ( 2 + 3)( 2 − 3) =
√ √ √ √
2+ 2× 3− 3× 2+3=5
√ √5
√ √
5
(e) 5 2 tem fator racionalizante 24 pois 5 2 × 24 = 2

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 11

2. Racionalizando uma Fração Caso o numerador e/ou o numerador de


uma fração for irracional, podemos encontrar uma forma onde o denominador
é racional encontrando o seu fator racionalizante.

Exemplos:

(a) Seja a fração √12 , o denominador é irracional, e seu fator racionalizante é



2. Desta forma, multiplicando tanto o numerador quanto o denomina-

dor desta fração por 2, tem-se que:
√ √ √
√1 = √1× √2 = √2 = 2
2 2× 2 22 2

Racionalizando, assim a fração



1+√2
(b) Seja a fração onde ambos, o numerador e o denominador são ir-
1− 2

racionais. Neste caso, o fator racionalizante do denominador é 1 + 2.
Multiplicando tanto o numerador quanto o denominador desta fração pelo
fator racionalizante do denominador, tem-se que:

1+√2
√ √
(1+ 2)(1+ 2)

(1+ 2)2
√ 2
1− 2
= √ √
(1− 2)(1+ 2)
= 1−2
= −(1 + 2)

(c) Seja a fração √ 2√ .
Novamente ambos, numerador e denominador, são
3+ 2
√ √
irracionais e o fator racionalizante do denominador é 2 − 3. Desta
forma, multiplicando o numerador e o denominador por este fator, tem-
se que:

2√
√ √ √
2×( 3− 2)
√ √ √
2( 3− 2)
√ √ √

3+ 2
= √ √ √ √
( 3+ 2)( 3− 2)
= 3−2
= 2( 3 − 2)

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 12

Exercı́cios-Potenciação

1. Nos problemas a seguir, indique a ou as afirmativas corretas

2
(a) 43 = (43 )2
3
(b) 42 = 45

(c) 42 6= (44 )

(d) 42 ≤ (44 )1/2


3 2
(e) 32 = 33

2. Simplifique a expressão [29 /(22 .23 ]5

3. A expressão x2d−5b , tal que 2d 6= 5b pode ser representada como:

d−b
(a) x2 /x5

(b) x2d /x5b

(c) x2d .x5b

(d) x10db

(e) x−10db

4. Sejam x = 2.10−121 , y = 2.10−122 e z = 2.101000 três números. Indique esses


números em ordem crescente

5. O Número x = 0.0000000111 pode ser representado por:

(a) 111.1010

(b) 111.10111

(c) 1, 11.10−11

(d) 1, 11.10−8

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 13

(e) 1, 11.108

Exercı́cios de Radiciação

3− 3
1. Seja a expressão √
3−1
. Esta pode ser expressa como:


(a) 2

(b) − 3

(c) 3

(d) 5

(e) 3−1

√ 2 √ 2
2. A expressão 2 .( 3 )3 é equivalente à

p
(a) (2.3)2

(b) 2.33

(c) (2.3)3
p
(d) (2.33 )
p
(e) ((2.3)3 )

(f) Nenhuma das alternativas anteriores.

3. Encontre o fator racionalizante nos problemas abaixo e racionalize as frações.


√ √
(2)− (3)
(a) √ √
(2)+ (3)

(2)
(b) √ √
(2)+ (3)
√ √
(2)+ (3)
(c) √ √
(2)− (3)

( (2))2
(d) √ √
(2)+ (3)

Instituto de Fı́sica - UFAL


1.3 Radiciação 14

√ 2 √ 3
(2 )− (3 )
(e) √ √
(4)− (5)
√ √
4. Qual deve ser o fator que multiplicado por 22 − 3 resulta em 1.
√√
5. Seja o número 2− r qual deve ser o valor de r para que o fator racionalizante
√ √
deste número seja 2 + 100?

6. Seja o número real 22x .32y−1 . Qual deve ser o valor de x e de y de forma que
o resultado desta operação de radiciação seja igual a 6.

7. nos problemas abaixo indicados encontre os valores de x e de y, para que as


igualdades continuem sendo mantidas.

(a) a2 .b3 = a2x .a.b−4y , sendo b 6= 0

(b) a50 .b30 = ( ab )x+y

(c) β 3 .a2x = β 5x .a−10y+x , sendo a 6= 0 e b 6= 0


ay+1 b
(d) bx
= ax+2y
,sendo a 6= 0 e b 6= 0

Instituto de Fı́sica - UFAL


Capı́tulo 2

Algebra Elementar

Neste capı́tulo será feita uma breve introdução aos cálculos algébricos
como produtos notáveis, expressões algébricas, resoluções de equações do primeiro
e segundo grau e combinações das citadas anteriormente.

2.1 Expressões Algébricas


As expressões algébricas são expressões matemáticas em que são emprega-
dos outros sı́mbolos além dos algarismos. As expressões algébricas estão divididas
basicamente em monômios e polinômios que serão caracterizados a seguir.

2.1.1 Monômio

O monômio é a a expressão algébrica em sua forma mais simples. Basicamente


é constituida por operações de multiplicação e divisão como mostrado na expressão
a seguir:

−100a2 cy 5 (2.1)

O Coeficiente do monômio é o número juntamente com o sinal, que no caso

1
2.1 Expressões Algébricas 2

mostrado enteriormente é −100. A parte literal, são os outros sı́mbolos que não são
numérico e que no exemplo descrito anteriormente é a2 cy 5 .
Podemos classificar o monômio quanto ao seu grau, bastando somar os ex-
poentes das letras que compõe a parte literal do monômio. No exemplo descrito
anteriormente, a soma é 2 + 1 + 5 = 8 e assim este monômio tem grau 8.
Exemplos:

1. 200x2 c3 y 5 cujo coeficiente é 200 e seu grau 2 + 3 + 5 = 10.

2. 20x5 d1 y 4 cujo coeficiente é 20 e cujo grau é dado por 5 + 1 + 4 = 10.

3. 28k 9 h3 y 2 cujo coeficiente é 28 e cujo grau é dado por 9 + 3 + 2 = 14.

4. 400a7 b6 u4 cujo coeficiente é 400 e cujo grau é dado por 7 + 6 + 4 = 17.

2.1.2 Polinômio

Polinômios são expressões algébricas compostas de dois ou mais monômios


unidos através de somas ou subtrações. Cada monômio que compõe o polinômio é
chamado de termo do polinômio.
Exemplos:

1. r 2 o11 x2 + y 7 g 3 + 50t4 y 4 z 9 + 7, que é um polinômio de 4 termos.

2. a2 b5 x + y 3f 8 + 5k 4 y 4 + 7xy + 4f 5 b6 c + 1000, que é um polinômio de 6 termos.

3. a7 g 5 x2 + y 2 , que é um polinômio de 2 termos.

4. x2 y 5 z 2 + p9 g 1 + 50t4 h4 m9 + 7, que é um polinômio de 4 termos.

5. j 3 b5 + agd7 + 100bf 8 x + o0 + 197nv 3 + f 4 i + bc + hdg, que é um polinômio de


8 termos.

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.1 Expressões Algébricas 3

2.1.3 Semelhança Entre Monômios ou Termos de um Po-


linômio

Diz-se que dois monômios ou termos de um polinômio são semelhantes se as


partes literais desses termos ou monm̂ios são iguais.
Exemplos:

1. r 4 b6 c é semelhante a 1000r 4b6 c que por sua vez é semelhante a −20r 4 b6 c;

2. bcp5 é semelhante a 43 bcp5 que por sua vez é semelhante a 4000bcp5 ;

3. xy é semelhante a 500xy;

4. −13x6 y é semelhante a 500x6 y;

5. 15c6 v 4 é semelhante 18c6 v 4 ;

2.1.4 Soma ou Subtração de Polinômios

Processos de soma e subtração entre polinômios é feita somando-se os termos


semelhantes e conservando inalterados os termos não semelhantes.
Exemplos:

1. ax2 b − by 2 k 4 + uf 8 z 2 − 3abx2 + 50y 2bk 4 + A2 = (ax2 b − 3abx2 ) + (by 2 k 4 +


50y 2bk 4 ) + A2 = −2abx2 + 51y 2k 4 + A2

2. x2 y − 50y 2x4 + xy − 3x2 y + 5y 2x4 − xy = (x2 y − 3x2 y) + (xy − xy) + (50y 2x4 +
5y 2x4 ) = −2x2 y + 0xy + 55y 2x4 = −2x2 y + 55y 2x4

2.1.5 Multiplicação e Divisão de Monômios

A multiplicação de monômios é definida através da multiplicação dos coe-


ficientes e das partes literais dos monômio e o processo de divisão de monômios é

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.1 Expressões Algébricas 4

idêntico sendo que neste caso ocorre a divisão entre os coeficientes e entre os termos
literais do monômio.
Exemplos:

1. Qual o monômio resultante de −20ab4 c5 × 30y 3bc6 x

(a) Produto dos coeficientes (−20) × (30) = −600

(b) Produto dos termos literais ab4 c5 × y 3 bc6 x = ab5 c11 x

Desta forma o resultado é −600ab5 c11 x.

2. Qual o monômio resultante de 50x6 t9 u1 × 100g 5h4 x2

(a) Produto dos coeficientes (50) × (100) = 5000

(b) Produto dos termos literais ab4 c5 × y 3 bc6 x = ab5 c11 x

Desta forma, o resultado é dado por 5000ab5 c11 x.

3. Qual o monômio resultante de 50x6 t9 u1 /100g 5h4 x2

(a) Divisão dos coeficientes (50)/(100) = 0.5

(b) Divisão dos termos literais ab4 c5 /y 3bc6 x = ab3 c−1 x−1 , com b 6= 0.

Desta forma, o resultado é dado por 5000ab5 c11 x.

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.1 Expressões Algébricas 5

4. Qual o monômio resultante de (10ab4 c5 /5y 3bc6 x) × 2ab4 c5 com y, b, c, x não


nulos?

(a) Operação dos coeficientes (10/5) × 2 = 4

(b) Operação dos termos literais (ab4 c5 /y 3bc6 x) × ab4 c5 = (ab3 c−1 x−1 ) ×
(ab4 c5 ) = a2 b7 c4 x−1 .

Desta forma, o resultado é dado por 4a2 b7 c4 x−1 .

2.1.6 Potenciação de Monômios

A potenciação de um monômio é feita quando se eleva o monômio a alguma


potência, ou seja, quando eleva-se a alguma potência o coeficiente e a parte literal
de um monômio.
Exemplos:

1. Qual o monômio resultante de (−6a5 b2 c1 d)4 ?

(a) Coeficiente (−6)4 = (−6)(−6)(−6)(−6) = 1296.

(b) Parte literal (a5 b2 c1 d)4 = (a5×4 b2×4 c1×4 d1×4 ) = a20 b8 c4 d4

Desta forma, o monômio resultante é dado por 1296a2 0b8 c4 d4 .

2. Qual o monômio resultante de (−100a2 b3 c2 d5 )3 ?

(a) Coeficiente (−100)3 = (−100)(−100)(−100) = −1000000.

(b) Parte literal (a2 b3 c2 d5 )3 = (a2×3 b3×3 c2×3 d5×3 ) = a6 b9 c6 d15

Desta forma, o monômio resultante é dado por −1000000a6b9 c6 d15 .

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.1 Expressões Algébricas 6

2.1.7 Multiplicação de Monômios por Polinômios

Para efetuar a operação de multiplicação de um monômio por polinômio,


basta multiplicar o monômio por cada termo do polinômio, que também são monômios.
Exemplos:

1. Efetue a operação x2 y 3 z 3 (x3 yz 5 + 30x5 y 8z 1 − 60xyz).

Solução:

x2 y 3 z 3 (x3 yz 5 + 30x5 y 8z 1 − 60xyz)

= x2 y 3z 3 × x3 yz 5 + x2 y 3 z 3 × 30x5 y 8 z − 60x2 y 3z 3 × 60xyz

= x5 y 4z 8 + 30x7 y 11 z 4 − 60x3 y 4 z 4

Desta forma, a solução ou polinômio resultante da operação é dado por x5 y 4z 8 +


30x7 y 11 z 4 − 60x3 y 4 z 4 .

2. Efetue a operação 2a3 b2 c6 (abc − 30a5 b2 c9 + 100a1 c2 b3 ).

Solução:

2a3 b2 c6 (abc − 30a5 b2 c9 + 100a1 c2 b3 ) =

= (2a3 b2 c6 )abc − (2a3 b2 c6 )30a5 b2 c9 + (2a3 b2 c6 )100a1 c2 b3

= 2a4 b3 c7 − 60a8 b4 c15 + 200a4 b5 c8

Desta forma, o resultado é dado por 2a4 b3 c7 − 60a8 b4 c15 + 200a4 b5 c8

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.2 Produtos Notáveis 7

2.1.8 Multiplicação de Polinômios

A operação de multiplicação entre polinômios é feita através da multiplicação


de cada termo de um dos polinômios por cada um dos termos do outro polinômio.
Exemplos:

1. Seja o polinômio dado por a+bx+c e outro polinômio dado por 5a+2ax+100c,
então o produto entre esses polinômios é dado por:

(a + bx + c)(5a + 2ax + 100c) =

(5a2 + 2a2 x + 100ac) + (5abx + 2abx2 + 100bxc) + 5ac + 2axc + 100c2

Desta forma, o polinômio resultante é dado por (5a2 +2a2 x+100ac)+(5abx+


2abx2 + 100bxc) + (5ac + 2axc + 100c2 )
Este desenvolvimento algébrico tem uma infinidade de conteudos das ciencias
extatas e estas regras serão de grande serventia em campos relacionados.

2.2 Produtos Notáveis


Existem alguns produtos entre expressões algébricas que podem ser simplifi-
cados através de algumas técnicas reduzindo a complexidade algébrica que eventu-
almente possa existir. Esses produtos são denominados de produtos notáveis.

2.2.1 Quadrado de um Binômio

Um binômio é um polinômio composto pela soma de dois monômios e o


quadrado de um binômio é dado pelo quadrado do primeiro termo mais duas vezes
o primeiro termo pelo segundo, mais o quadrado do segundo termo do binômio.

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.2 Produtos Notáveis 8

Ou seja, sendo a o primeiro termo de um binômio e b o segundo termo do


mesmo binômio, tem-se que:

(a + b)2 = a2 + 2ab + b2 (2.2)

A demonstração deste resultado pode ser mostrada mostrada facilmente através


de produtos entre polinômios como segue:

(a + b)2 = (a + b)(a + b)

(a + b)2 = a.a + a.b + b.a + b.b

(a + b)2 = a2 + 2ab + b2

como queriamos demonstrar.


Exemplos:

1. (2 + 5)2
(2 + 5)2 = 22 + 2.2.5 + 52

(2 + 5)2 = (7)2 = 49

2. (a2 + b5 )2
(a2 + b5 )2 = a2 .a2 + a2 .b5 + b5 .a2 + b5 .b5

(a2 + b5 )2 = a4 + 2a2 .b5 + b10

3. (a − b)2
(a − b)2 = a.a − a.b − b.a + b.b

(a − b)2 = a2 − 2ab + b2

Diretamente, tem-se que:

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 9

(a − b)2 = (a + (−b))2 = a2 + 2a(−b) + (−b)2

2.2.2 Produto da Diferença de dois Binômios

Sejam os dois binômios dados por (a + b) e (a − b), então o produto entre


ambos é dado por:

(a + b)(a − b) = a2 − b2

A demonstração é feita de forma direta, como segue:

(a + b).(a − b) = (a.a + a.(−b) + b.a + b.(−b) = a2 − ab + ba + (−b2 ) (2.3)

O termo ab é igual ao termo ba pois a e b são dois números reais. Desta


forma, o segundo e terceiro termos que aparecem após a segunda igualdade em 2.3
se cancelam. Assim tem-se que:

(a + b).(a − b) = a2 − b2

como era esperado.

2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica


Em uma expressão algébrica, muitas vezes é necessário afetuar não mais o
produto entre essas expressões mas sim a operação inversa, ou seja, encontrar um
produto que gere esta expressão. Essa tarefa nem sempre é tão simples mas um dos
mecanismos que pode ser utilizado para se chegar a este objetivo é encontrando fato-
res comuns dentro da expressão. Este processo também recebe o nome de fatoração

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 10

de fatores comuns.
Exemplos:

1. Seja a expressão algébrica ax + bx + cf x + zx. Esta expressão possui fator


comum x e pode ser reescrita da forma:

x(a + b + cf + z)

2. Seja a expressão algébrica ax + dy + dx + ay

Esta equação pode ser escrita como:

(a + d)x + (d + a)y

Esta última equação tem como fator comum a + d, e assim pode ser escrita
como:

(d + a)(x + y)

3. Vamos fatorar a seguinte expressão (a2 − b2 )c2 − (a2 − b2 )d2 .

Isolando o fator comum em ambos os termos da soma em questão, tem-se que:

(a2 − b2 )(c2 − d2 )

que também pode ser escrito como:

(a + b)(a − b)(c + d)(c − d)

Existem outros tipos de fatoração que não as que já foram citadas onde não
há um fator comum a todos os termos da expressão algébrica.

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 11

Exemplos:

1. Fatoremos a expressão x2 + 2x + 1

Tem-se que:
(x + 1)(x + 1) = x2 + 2x + 1

logo, fatorando-se a expressão x2 + 2x + 1, tem-se que:

x2 + 2x + 1 = x2 + 2x + 1 = (x + 1)(x + 1) = (x + 1)2 (2.4)

Utilizando as regras descritas anteriormente, simplifiquemos as expressões a


seguir:

5x2 v3
2. (x3 −x)v2

O denominador da expressão em questão tem como fator comum x e desta


forma, podemos reescrever a expressão como:

5x2 v 3
x(x2 − 1)v 2
Desta forma, e desta forma, efetuando a operação de divisão, tem-se que:

5xv
x2 −1

x2 +2x+1
3. (x2 −1)

O numerador da expressão em questão pode ser fatorado como:

x2 + 2x + 1 = (x + 1)2

Além disso, o denominador da mesma expressão pode ser escrito como:

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 12

x2 − 1 = (x − 1)(x + 1) (2.5)

Assim, temos

x2 + 2x + 1 (x + 1)(x + 1) (x + 1)
2
= =
x −1 (x + 1)(x − 1) (x − 1)

x2 −49
4. x2 +(a−7)x−7a

O numerador pode ser fatorado em:

(x + 7)(x − 7)

Além disso, o denominador pode ser escrito, através de uma fatoração como:

(x − 7)(x + a)

assim, tem-se que:

x2 − 49 (x + 7)(x − 7) x−7
2
= =
x + (a − 7)x − 7a (x + 7)(x + a) x+a

2.3.1 Mı́nimo Múltiplo Comum entre Monômios

Em expressões algébricas, tais como o monômio , é geralmente necessário


encontrar o mı́nimo múltiplo comum(M.M.C.) entre os monômios. Esse (M.M.C.) é
obtido através da multiplicação entre os fatores comuns e não comuns, considerando
sempre os fatores de maior expoente.
Exemplos:

1. Qual o mı́nimo múltiplo comum entre os monômios 2x3 y 2 e 24bx5 y 2?

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 13

Os monômios em questão podem ser escritos como:

2x3 y 2

e
23 .3x5 y 4

Desta forma, o (M.M.C.) entre esses monômios é dado por:

23 .3x5 y 4b = 24x5 y 4b

2. Obtenha o (M.M.C.) entre os monômios 81x3 y 7b e 9a5 x2 y.

Os monômios podem ser escritos como:

34 x3 y 7b

e
32 a5 x2 y

Desta forma, o mı́nimo múltiplo comum é dado por:

34 x3 y 7 a5 b = 81x3 y 7a5 b

2.3.2 Mı́nimo Múltiplo Comum entre Polinômios

Na subseção anterior, foi introduzido o conceito de mı́nimo múltiplo comum


entre monômios. Nesta subseção esse conceito será estendido para os polinômios. O
m.m.c. é obtido, neste caso, através da fatoração dos termos do polinômio seguido
da multiplicação dos fatores comuns e ainda dos fatores que não comuns entre os

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 14

polinômios considerando aqueles fatores que apresentam os maiores expoentes.


Exemplos:

1. Encontre o M.M.C. entre os polinômios 18x2 ;x2 − 1 e x + 1.

Esses polinômios podem ser escritos como:

32 .2x2

x2 − 1 = (x + 1)(x − 1)

(x + 1)

Logo, o m.m.c. entre esses polinômios é dado por:

32 .2.x2 .(x + 1)(x − 1) = 18x2 (x + 1)(x − 1)

2. Encontre o m.m.c. entre os polinômios x + y; x2 + y 2 e x − y.

Como não é possı́vel fatorar mais os polinômios em questão, tem-se que o


m.m.c. entre os mesmos é dado por:

(x + y)(x2 + y 2)(x − y)

3. Obtenha o m.m.c. entre os polinômios (x2 − 5)3 ; (x2 − 3x)2

Os polinômios em questão podem ser reescritos como:

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 15

√ √ √ √
(x2 − 5)3 = [(x − 5)(x + 5)]3 = (x − 5)3 (x + 5)3

e
(x2 − 3x)2 = [x(x − 3)]2 = x2 .(x − 3)2

Desta forma, o m.m.c entre (x2 − 5)3 ; (x2 − 3x)2 é dado por:

√ 3 √
(x − 5) (x + 5)3 x2 (x − 3)

Lista de Exercı́cios
1. Nos monômios a seguir, indique quais são seus coeficientes e qual o grau desses
monômios.

(a) 20x2 g 5c3



(b) − 2a3 b5 d2

(c) 3/2b4 c3 n5

(d) 5/4x2 y 1000 v 10500

(e) y 3 c5 d5

(f) 15789d3k 5 v 550

(g) −1260d1 v 6 j 2

(h) xy

(i) x3 y 6

2. Nas expressões algébricas abaixo, indique quais são monômios e quais são
polinômios e caso seja um polinômio indique quantos termos independentes o
mesmo tem.

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 16

(a) ax2 bcd

(b) abc + xyz + 4

(c) svy 2 + 20zx3 + cf 4 v + 1000

(d) 20r 3 c3 v 2 + 40b30 c − 20x3 v 1 m0

(e) xy

(f) r 2 v + g 4 h3 j 2 + r 1 t2 y 3 + 120

(g) t + 1

(h) (a + b)2

(i) a2

(j) b2 + c2

(k) 5000g 4 i4 + 100000c3g 3 2

(l) s1000

3. Simplifique as expressões algébricas abaixo.

a2 −25
(a) a2 +10a+25

b2 +2b+b+2
(b) b2 −1

3y 2 −y
(c) 3c2 −18c+27
, sendo c = 5y
ay+a2 y
(d) az
, sendo z = 5y
a2 −b2
(e) a+b

a2 −2ab+b2
(f) a−b

a2 +2ab+b2
(g) a+b

x2 +2xy+y 2
(h) x+y

4. Ache o valor numérico das expressões abaixo, dados que x = 1, y = 6 e a = 1/2

Instituto de Fı́sica - UFAL


2.3 Fatores Comuns em uma Expressão Algébrica 17

a2 −25
(a) a2 +10a+25

x2 +2x+x+2
(b) x2 −1

a2 −y 2
(c) a+y

x2 +2xy+y 2
(d) x+y

a2 −2ay+y 2
(e) a−y

Instituto de Fı́sica - UFAL


Capı́tulo 3

Funções

3.1 Introdução
No capı́tulo anterior, foram introduzidas as ferramentas e técnicas a cerca
do conteúdo de aritmética básica como radiciação, potenciação números e operações
elementares. Neste capı́tulo será feita uma revisão a cerca do conteúdo de funções
contemplando definições das funções mais comuns, definições dos zeros ou raizes das
funções, o plano cartesiano e o gráfico das funções e exemplos das principais funções
conhecidas, uma vez que este conteúdo serve como base para qualquer curso básico
de cálculo e desta forma para qualquer aluno de cursos que estão incluidos na área
de exatas e afins.

3.2 Conceito de Função


Sejam os conjuntos C1 e C2 , não vazios, e seja uma relação f , entre os
elementos destes conjuntos, ou seja, uma relação f de C1 em C2 . A esta aplicação
f é dado o nome de função de C1 em C2 se e somente se, para qualquer elemento x1
pertencente ao conjunto C1 , existe apenas um elemento x2 pertencente ao conjunto

18
3.3 Gráfico de uma Função 19

C2 de forma que o par ordenado (x1 , x2 ) pertence a função f .

3.3 Gráfico de uma Função


Por intermédio da representação cartesiana do par ordenado (x, y), que ca-
racteriza um ponto no plano cartesiano representado pelos eixos cartesianos x e y, a
relação f entre dois conjuntos C1 e C2 , onde x pertence ao conjunto C1 e y pertence
ao conjunto C2 . Ao conjunto de todos os pares ordenados que satisfazem a função
f , chama-se de gráfico de f . Pode-se verificar através do gráfico de f , se esta é ou
não uma função. Caso todas as retas paralelas ao eixo y, cortar apenas uma única
vez o gráfico de f .

3.4 Nomenclatura das funções


Toda função é composta de um conjunto de pares ordenados (x, y) de tal
forma que x pertence ao conjunto C1 e y pertence ao conjunto C2 de todos os
elementos que vêm da aplicação de f nos elementos x do conjunto C1 . Colocando
de uma outra forma, existe uma lei que relaciona os elementos do conjunto C1 com
os elementos do conjunto C2 denotada por f (x) = y.
Para representar a aplicação f aos elementos do conjunto C1 resultando nos
elementos do conjunto C2 , temos as seguintes notações:

1. f : C1 → C2 tal que f (x) = x

2. g : C1 → C2 tal que g(x) = x2 + 2x + 1

Exemplos:

1. f : C1 → C2 de forma que y = cos(x)

esta é uma função que associa cada elemento x pertencente a C1 , um elemento


de y de C2 .

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.5 Domı́nio e imagem das funções 20

2. Um automóvel se move com velocidade constante cujo valor absoluto é v0 =


20m/s de forma que existe uma aplicação f : T → S que associa os elementos
do conjunto T do tempo aos elementos do conjunto do espaço S de forma que
s = 2t.
p
3. f : A → B de forma que y = (x − 1) onde A é o conjunto dos números reais
maiores ou iguais a 1 e B é o conjunto dos números reais.

Esta é uma função que aplicada aos alementos x pertencentes ao conjunto A


que corresponde aos números reais maiores ou iguais a 1 produz um elemento
y pertencente ao conjunto dos números reais.

3.5 Domı́nio e imagem das funções


Considerando que toda e qualquer função f representa uma relação entre os
elementos de dois conjuntos C1 e C2 , então a função f possui um domı́nio e uma
imagem.

3.5.1 Domı́nio

. O domı́nio D de uma função é definido como o conjunto dos elementos x


pertencentes ao conjunto C1 de forma que existe y pertencente ao conjunto C2 tal
que o par ordenado (x, y) é satisfeito pela aplicação f . Com isso, e com a definição
de função temos que D = C1 , ou seja D é o conjunto dos elementos de C1 que vão
ser aplicados por f .
O domı́nio representado por D, também pode ser definido graficamente como
todas as abscissas x pertencentes aos pares ordenados (x, y) pertencentes ao gráfico
de f
Exemplos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.6 Função constante 21

1. f : C1 → C2 tal que f (x) = x onde C1 é o conjunto dos reais e C2 também o


é.

O domı́nio de f é o conjunto dos números reais.

1
2. f : C1 → C2 tal que f (x) = x−1

O domı́nio de f é o conjunto dos números reais x a menos do valor x = 1.

3.5.2 Imagem de uma Função

Sejam dois conjuntos C1 e C2 tais que existe uma função f onde f : C1 → B,


o conjunto dos elementos y pertencente ao conjunto C2 tal que o par ordenado (x, y)
satisfaz a relação f é chamado de imagem e é indicado por Im.
Através da representação gráfica de f , a sua imagem Im pode ser definida
pelo conjunto de todas as ordenadas y dos pares ordenados (x, y) que pertencem ao
gráfico de f .
Exemplos:

1. f : C1 → C2 tal que f (x) = x onde C1 é o conjunto dos reais e C2 também o


é.

A imagem de f é o conjunto dos números reais.

1
2. f : C1 → C2 tal que f (x) = x−1
onde C1 e C2 pertencem ao conjunto dos
reais.

A imagem de f é o conjunto dos números reais.

3.6 Função constante


A função f é definida como função constante se a aplicação f , no conjunto
dos números reais, resulta sempre no mesmo número real a, ou seja:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.6 Função constante 22

f (x) = a (3.1)

para todo x pertencente ao conjunto dos números reais.


A representação gráfica da função constante é uma reta paralela ao eixo das
abscissas, cortando o eixo das ordenadas em y = c, ou seja, no ponto cartesiano
(0, c).
Exemplos:

1. f (x) = 5
8

f(x)=y=5

4
y

0
-1 0 1 2 3 4 5
x
Figura 3.1: f (x) = 5

2. f (x) = 2.5

Um exemplo de aplicação da função constante pode ser considerado supondo


que um móvel se move com velocidade constante em relação tempo. Fazendo um
gráfico cartesiano da velocidade como função do tempo, tem-se novamente uma reta
como nos exemplos anteriores, paralela ao eixo do tempo, como mostra a figura
abaixo:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.7 Crescimento ou Decrescimento de uma Função 23

y=f(x)=2.5
4

y2

0
-1 0 1 2 3 4 5
x

Figura 3.2: f(x)=2.5

v(t)

-1 0 1 2 3 4
t
Figura 3.3: Velocidade de uma partı́cula v(t) em função do tempo t.

3.7 Crescimento ou Decrescimento de uma Função

Seja uma função f que aplicada aos elementos do conjunto C1 nos elementos
do conjunto C2 , ou de uma forma mais elegante, seja f : C1 → C2 , definida pela
relação f (x) = y. Dizemos que f (x) é uma função crescente de x dentro de um
intervalo de x tal que b ≤ x ≤ b, onde a e b pertencem ao conjunto C1 , se dados
dois números quaisquer x1 e x2 neste intervalo, sendo x1 < x2 , então f (x1 ) < f (x2 ).

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 24

Uma dada função f que leva os elementos de um conjunto C1 para um outro


conjunto C2 , ou seja f : C1 → C2 definida por y = f (x) é dita decrescente em um
intervalo de x situado entre a e b pertencentes ao conjunto C1 , se dados x1 e x2 ,
pertencentes ao intervalo entre a e b com x1 < x2 , então f (x1 ) > f (x2 ).

3.8 Função Afim

Seja uma aplicação f , que associa cada elemento do conjunto dos números
reais. Diz-se que f é uma função afim em x, se f (x) é dada por:

f (x) = ax + b (3.2)

onde a é um número não nulo e b é um número real conhecido.


Exemplos:

1. f (x) = 5.6x + 7

2. f (x) = 100x + 8

3. f (x) = 25x + 10

4. f (x) = 5 2x + 7

No caso particular em que b = 0 e a = 1 na equação 3.2, essa função


denomina-se função identidade como mostrado em 3.3:

f (x) = x (3.3)

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 25

3.8.1 Gráfico da Função Afim

Para construir o gráfico da função afim y = ax + b, basta encontrar o par ordenado


(x, ax + b) tal que a 6= 0 e b pertencente ao conjunto dos reais. No caso da função
afim, basta encontrar apenas dois pares ordenados, uma vez que por dois pontos
passa apenas uma reta.
Exemplo:

1. f (x) = 2x + 1.

Para construir o gráfico, basta encontrar dois pontos quaisquer que pertencam
a reta definida por y = 2x + 1. Vamos escolher por exemplo dois pontos com
valores de x dados por 0 e 1.

Para x = 0, basta substutuir esse valor na função f (x) = 2x + 1 para obter


que:

f (0) = 2.0 + 1 = 1

Assim, o primeiro par ordenado pertencente ao gráfico da função em questão


é dado por (0, 1).

Para x = 1, basta substituir esse valor no lugar de x na função f (x) = 2x + 1


para obter que:

f (1) = 2.1 + 1 = 2 + 1 = 3

Desta forma, o par ordenado referente ao valor de x = 1 é dado por (1, 3).

Colocando esses dois pontos em um sistema cartesiano, tem-se que

Para construir o gráfico da função afim, basta agora ligar os pontos indicados
em 3.4, o que resulta na figura 3.5

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 26

3 (1,3)

1
(0,1)

0
-1 0 1 2

Figura 3.4: Pares ordenados (0, 1) e (1, 3), representados num plano cartesiano

2. f (x) = −2x+1 Para construir o gráfico, basta encontrar dois pontos quaisquer
que pertencam a reta definida por y = −2x + 1. Vamos escolher por exemplo
dois pontos com valores de x dados por 0 e 1, como feito no exemplo anterior

Para x = 0, basta substutuir esse valor na função f (x) = −2x + 1 para obter
que:

f (0) = −2.0 + 1 = 1

Assim, o primeiro par ordenado pertencente ao gráfico da função em questão


é dado por (0, 1), que por ventura é igual ao do exemplo anterior.

Para x = 1, basta substituir esse valor no lugar de x na função f (x) = −2x + 1


para obter que:

f (1) = −2.1 + 1 = −2 + 1 = −1

Desta forma, o par ordenado referente ao valor de x = 1 é dado por (1, −1).

Colocando esses dois pontos em um sistema cartesiano, tem-se que

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 27

y=2x+1

3 (1,3)

y2

1
(0,1)

0
-1 0 1 2
x
Figura 3.5: Gráfico da função afim y = 2x + 1, que passa pelos pares ordenados
(0, 1) e (1, 3).

Para construir o gráfico da função afim, basta agora ligar os pontos indicados
em 3.4, o que resulta na figura 3.5

Quando a é um número real não nulo e b = 0 em 3.3, a função resultante é


denominada de função linear, como mostrado em 3.8.
A imagem e o domı́nio da função linear é o conjunto dos números reais.

3.8.2 Coeficientes da Função Afim

Seja uma uma função afim dada por 3.2, onde novamente a é um número real
diferente de zero e b é um número real qualquer. Ao coeficiente a que é o fator
multiplicativo de x em 3.2, é dado o nome de coeficiente angular e ao número real
b é dado o nome de coeficiente angular.
Exemplos:

1. f (x) = 2.5x + 3 onde o coefinciente angular é 2.5 e o coeficiente linear é 3.


√ √
2. f (x) = 2x + 1 onde o coefinciente angular é 2 e o coeficiente linear é 1.
√ √
2 2
3. f (x) = 2
x onde o coefinciente angular é 2
e o coeficiente linear é 0, pois:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 28

1.5

1 (0,1)

y0.5
0
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
x
-0.5

-1
(1,-1)

Figura 3.6: Pares ordenados (0, 1) e (1, −1), representados num plano cartesiano
√ √
2 2
f (x) = 2
x = 2
x + 0, e logo b = 0.

4. f (x) = 21 x + 3001 onde o coefinciente angular é 1


2
e o coeficiente linear é 3001.

3.8.3 Raizes ou Zeros da Função Afim(y = ax + b para a 6= 0)

Seja f uma função de x. Diz que x1 é raiz de x1 é raiz de f se f (x1 ) = 0, para x1


pertencente ao domı́nio de f . Desta forma, seja f (x) uma função afim como em 3.2:

f (x) = ax + b (3.4)

Supondo que x1 é raiz o zero de f (x), ou seja, f (x1 ) = 0 entao tem-se que:

ax1 + b = 0 (3.5)

Essa equação possui como solução:

b
x1 = − (3.6)
a
sendo a 6= 0.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 29

1.5

1 (0,1)

y0.5
0
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
x
-0.5

-1
(1,-1)

Figura 3.7: Gráfico da função afim y = −2x + 1, que passa pelos pares ordenados
(0, 1) e (1, −1).

Exemplos:


1. f (x) = 2x + 2

A raiz de f (x) é dada por f (x) = 0, desta forma:


2x + 2 = 0 (3.7)

desta forma, passando o segundo termo termo do lado esquerdo para o lado
dereito da equação 3.7, tem-se que:


2x = −2 (3.8)

onde o sinal negativo aparece para manter a igualdade em 3.8. Isolando x


nesta ultima equação, tem-se que:

2
x = −√
2

Essa solução pode ser modificada para uma fração com o denominador racio-

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 30

2
y y=ax

0
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
x
-1

-2

Figura 3.8: f (x) = ax

nal. Para isso, basta achar o fator racionalizante do denominador e efetuar a


√ √
racionalização. Assim, como o fator racionalizante de 2 é 2, tem-se que:

√ √
2 2 2 2 2 √
x = −√ = −√ √ = − =− 2
2 2 2 2

2. f (x) = 2x + 1 − 5

A raiz de f (x) é dada por f (x) = 0. Rearrumando a ultima equação para


que ela tome a forma de 3.2, tem-se que:

f (x) = 2x + 1 − 5 = 2x − 4 (3.9)

Logo, sua solução pode ser obtida da mesma forma que o exmplo anterior,
resultando em:

2x − 4 = 0 (3.10)

e logo:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 31

4
x= =2 (3.11)
2
Assim, a raiz ou zero da função f (x) = 2x − 4 é 2.
Pode-se determinar a raiz ou zero da função, através de sua representação
gráfica. Basta verificar em que ponto do plano cartesiano a reta que representa a
função intercepta o eixo das abscissas. Verificando a solução gráfica do exmplo 2,
descrito anteiormente, ou seja, encontrar a raiz da equação 2x − 4 = 0, tem-se:
6

y=2x-4
4

2
y (2,0)

0
-1 0 1 2 3 4 5
x
-2

-4

-6

Figura 3.9: f (x) = 2x − 4

O Ponto (2, 0) indica o ponto de intersecção do fráfico de f com o eixo x,


e define o zero da função f , como o valor da abscissa neste ponto. Desta forma,
a solução ou zero da função é x = 2, como já foi calculado de forma algébrica no
exemplo 2.

3.8.4 Crescimento ou decrescimento da função afim (y =


ax + b sendo a 6= 0 e b pertencente aos reais)

Seja f (x) = ax+b, então f (x) será uma função crescente de x se o coeficiente angular
a desta função afim for maior que zero, caso contrário, se a função for decrescente,

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 32

então o coeficiente angular será negativo. Essa propriedade pode ser facilmente
verificada.
Suponha que num intervalo c < x < d, sendo d > c. Sejam dois números x1
e x2 com x2 > x2 pertencentes a este intervalo. Seja m um parâmetro definido por:

f (x2 ) − f (x1 )
m= (3.12)
x2 − x1
É fácil mostrar que se f é função afim, então o parâmentro m definido ante-
riormente é o coeficiente angular da função afim. Assim, se x1 > x2 , o denominador
de 3.12 for positivo, o sinal de m e desta forma também o sinal do coeficiente an-
gular são iguais ao sinal do denominador. Supondo o caso em que a função afim é
crescente, ou seja, f (x2 ) > f (x1 ), tem-se que:

f (x2 ) − f (x1 ) > 0

e desta forma o coeficiente angular também é positivo.


Caso a função afim for decrescente, ou seja, f (x2 ) < f (x1 ), então:

f (x2 ) − f (x1 ) < 0

e assim, o coeficiente angular da função afim também é negativo.


Resumindo, em uma dada função afim f (x), sendo x1 e x2 dois valores de x
pertencentes ao domı́nio de f (x) com x2 > x1 , se o coeficiente angular desta função
for um número positivo, então a função f será crescente, senão, se o coeficiente
angular da função afim for negativo, então a função é decrescente.

Lista de Exercı́cios

1. Nos problemas abaixo, construa o gráfico das funções afins.

(a) f (x) = 2x + 3

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.8 Função Afim 33

(b) f (x) = x + 3

(c) f (x) = x + 1

(d) f (x) = 2.5x + 1/2

(e) f (x) = −2x + 1

(f) g(x) = 5x − 6

(g) h(x) = −x − 1

(h) g(x) = −x

2. Nos problemas abaixo, indique em que pontos o gráfico das funções afins tocam
o eixo-x, ou seja, ache as raiz das equações afins abaixo:

(a) f (x) = 2x + 3

(b) h(x) = −x

(c) g(x) = 2x + 5x − 3x + 1

(d) b(x) = ax − 5b sendo que a 6= 0

(e) t(x) = 3x − 4 + 2x − 7x + 4

3. Seja f (x) = 5x + 3 e g(x) = −1x + 3. Em que ponto, ou par ordenado (x, y)


as funções f e g se encontram?

4. Seja a função f (x) = cx + d. Se esta função passa pelo ponto (1, 2) e pelo
ponto (2, 1), então quais são os valores de c e d?

5. Seja a função g(x) = mx + 6, onde m 6= 0 e seja a função h(x) = αx + 5 com


α 6= 0. Em que ponto as funções são idênticas?

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 34

3.9 Função Quadrática

Nesta secção, será feita uma apresentação sobre as funções quadráticas, assim
como foi feito nas seções anteriores para as funções afim, linear e identidade.
Seja f uma aplicação que leva os números pertencentes ao conjunto dos
números reais no conjunto dos números reais, então, se f tem a forma f (x) =
ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 6= 0, então f (x) é chamada de
função do segundo grau.
Exemplos:

1. f (x) = 2x2 + 3x + 5 é uma função do segundo grau em x, onde a = 2, b = 3 e


c = 5.
√ 2
2. f (x) = 2x + 5x + 5.1 é uma função do segundo grau em x, onde a = 2, b = 5
e c = 5.1.

3. f (t) = 2 − 3t − 5t2 é uma função do segundo grau em t, onde a = −5, b = −3


e c = 2.

4. f (y) = 2 − 6y + 5y 2 é uma função do segundo grau em y, onde a = 5, b = −6


e c = 2.

x2 +x+5
5. f (x) = 6001
é uma função do segundo grau em x, onde a = 1/6001, b =
1/6001 e c = 5/6001.

6. f (x) = 12 x2 + x + 5 é uma função do segundo grau em x, onde a = 1/2, b = 1


e c = 5.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 35

3.9.1 Gráficos da Função de Segundo Grau

Seja a função f (x) = ax2 + bx + c, que é uma equação do segundo grau. Ao gráfico
desta função é dado o nome de parábola.
Exemplos:

1. f (x) = 2x2 + 3x + 5.
2000

2
y=2x +3x+5

1500

y1000

500

0
-30 -20 -10 0 10 20 30
x

Figura 3.10: f (x) = 2x2 + 3x + 5

2. f (x) = x2 + x + 1.
10000

2
f(x)=x +x+1

8000

6000

y
4000

2000

0
-100 -50 0 50 100
x

Figura 3.11: f (x) = x2 + x + 1

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 36

3. f (x) = x2 − x + 1.
4

2
y=x -x+1

y 2

0
-1 0 1 2 3
x

Figura 3.12: f (x) = x2 − x + 1

4. f (x) = x2 .
1

2
y=x

0,8

0,6

y
0,4

0,2

0
-1 -0,5 0 0,5 1
x

Figura 3.13: f (x) = x2

5. f (x) = x2 − 4

6. f (x) = −x2 .

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 37

30

2
y=x -4
25

20

15
y
10

0
-4 -2 0 2 4
x
Figura 3.14: f (x) = x2 − 4

0,4
2
y=-x

0,2

0
-1 -0,5 0 0,5 1
x
y-0,2
-0,4

-0,6

-0,8

-1

Figura 3.15: f (x) = −x2

3.9.2 Concavidade da Função Quadrática

Seja a função f uma função quadrática de x da forma f (x) = ax2 + bx + c,


com a 6= 0. A repesentação gráfica desta função pode apresentar a concavidade
voltada para cima ou então voltada para baixo a depender do sinal do coeficiente a.

1. Se o coeficiente a for um número maior que zero, então tem-se que a con-
cavidade do gráfico cartesiano de f (x) é voltado para cima como mostrado

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 38

em 3.16.

2
y=-x

x
y

Figura 3.16: a > 0

2. Se o coeficiente a da função quadrática for um número menor que zero, então


o gráfico cartesiano de f (x) apresenta uma concavidade voltada para baixo
como mostrado em 3.17.

a>0

Figura 3.17: a < 0

3.9.3 Raizes ou zeros da função quadrádica

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 39

Assim como foi feito para as funções afim, podemos calcular as raizes ou zeros
da função do segundo grau, ou função quadrática.
Seja f : C1 → C2 tal que f associa a cada elemento x de C1 um elemento y
de C2 da forma y = ax2 + bx + c, então x é raiz de f (x) se:

ax2 + bx + c = 0 (3.13)

Como a função é quadrática, então haveráo duas raizes.


A solução para a equação 3.13 é dada pela fórmula de Baskara dada por:


−b ± ∆
x= (3.14)
2a
onde ∆ = b2 − 4ac. Alalisando a solução dentro do conjunto dos números
reais, temos as seguintes possibilidades para as raizes, em função de ∆:

1. Se ∆ > 0, então tem-se duas raizes reais distintas dadas por:



−b + ∆
x1 = (3.15)
2a


−b − ∆
x2 = (3.16)
2a

2. Se ∆ = 0, então existem duas raizes iguais cujo valor é dado por:

b
x1 = x2 = − (3.17)
2a

3. Se ∆ < 0, não existe raizes pertencentes ao conjunto dos números reais e desta
forma, a solução em R é o cunjunto vazio.

Exemplos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.9 Função Quadrática 40

1. f (x) = x2 − 2x + 1

solução:

Os zeros de f (x), são dados quando f (x) = 0, ou seja x2 − 2x + 1 = 0. Usando


a fórmula de Baskara dada em 3.14.Na função de segundo grau em questão,
tem-se que a = 1, b = −2 e c = 1. calculando o ∆, tem-se que:

∆ = b2 − 4ac = (−2)2 − 4.1.1 = 0

Ou seja, ∆ = 0 e assim existem 2 raizes reais idênticas dadas por:

x = −b/2a = −(−2)/(2.1) = 2/2 = 1

2. f (x) = x2 + 2x − 1

solução:

Novamente, os zeros de f (x), são dados quando f (x) = 0, ou seja x2 +2x−1 =


0. Usando a fórmula de Baskara dada em 3.14.Na função de segundo grau em
questão, tem-se que a = 1, b = 2 e c = −1. calculando o ∆, tem-se que:

∆ = b2 − 4ac = (2)2 − 4.1.(−1) = 8

a Como ∆ > 0, existem duas raizes reais distintas dadas por:

√ √ √ √
−b ± ∆ −2 ± 8 −2 ± 22 .2 −2 ± 2 2 √
x= = = = −1 ± 2
2a 2.1 2 2
assim,


x1 = −1 + 2

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.10 Função Modular 41


x2 = −1 − 2

que são as raı́zes ou zeros da função.

Geometricamente, as raizes da função do segundo grau são os pontos de intersecção


do gráfico cartesiando da equação do segundo grau com o eixo das abscissas.
Olhando graficamente para o exemplo 1, mostrado anteriormente, temos que:
4

y2

0
-1 0 1 2 3
x

Figura 3.18: f (x) = x2 − 2x + 1 cujas raizes são os pontos de intersecção gráfico da


barábola com o eixo das abscissas. Neste caso, o ponto é (1,0)

O gráfico 3.18 mostra o ponto de intersecção cuja abscissa (x = 1) é a raiz


da equação resolvida no exemplo 1, citado anteriormente.
Para o exemplo 2, temos o gráfico 3.19

3.10 Função Modular

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.10 Função Modular 42

y 1/2
1/2 (-1+2 ,0)
(-1-2 ,0)
0
-3 -2 -1 0 1
x
-1

-2

Figura 3.19: f (x) = x2 + 2x − 1 cujas raizes são os pontos de intersecção√gráfico


da barábola
√ com o eixo das abscissas. Neste caso, os pontos são (−1 + 2, 0) e
(−1 − 2, 0)

A função modular é definida por várias sentenças abertas, onde cada uma
dessas sentenças está relacionada a um domı́nio, que por sua vez está contido no
domı́nio de f .
Seja por exemplo a função:

f (x) = x

para valores de x ≥ 0, e:

f (x) = −x

,
para valores de x tais que x < 0.
Essa função é definida por duas senteção:

1. Uma sentença quando x ≥ 0, dada por f (x) = x e

2. Uma sentença quando x < 0, dada por f (x) = −x

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.10 Função Modular 43

3.10.1 Definição de Módulo

O módulo de um número real x, ou como é comumente chamado, valor absoluto de


um número pertencente ao conjunto dos reais e simbolicamente definido por |x| é
dado por:

|x| = x

,
caso x seja um número positivo ou nulo e

|x| = −x

,
caso x seja um número negativo.
Exemplos:

1. calcule |2|. Solução:

Neste caso, x = 2 que é um número maior que zero, e pela definição de módulo
de um número, tem-se que |2| = 2.

2. Calcule | − 4 − 1|

Neste caso, x = −4 − 1 = −5 que é um número menor do que zero, logo, pela


definição de módulo, tem-se que | − 4 − 1| = | − 5| = −(−5) = 5.

3.10.2 Definição de Função Modular

Seja f , uma aplicação do conjunto dos reais no conjunto dos reais, esta aplicação é
denominada função modular quando cada elemento x, pertencente ao conjunto dos
reais associa um elemento dado pelo módulo deste número, também pertencente ao
conjunto dos números reais. Expressando em sı́mbolos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.11 Função Composta 44

f (x) = |x|

Como |x| já foi definido anteriormente através de duas sentenças, tem-se que
a função modular f , também é definida por essas duas sentençãs, ou seja:

 x se x ≥ 0
f (x) =
 −x caso contrário

O gráfico da função modular é apresentado na figura 3.20


10

f(x)=|x|

f(x)
4

0
-10 -5 0 5 10
x

Figura 3.20: f (x) = |x|

As duas sentenças da função, separam os dois ramos do gráfico mostrado


em 3.20. Para x ≥ 0, a reta y = x, representa o lado direito do gráfico, e para x < 0,
a reta y = −x, representa o lado esquerdo do gráfico.
Exercı́cio: Mostre que a imagem da função modular é igual ao conjunto dos
números reais positivos.

3.11 Função Composta

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.11 Função Composta 45

Nas secções anteriores vimos que as funções são funções de uma variável.
Porém, essas variáveis podem ser funções de outras vareiáveis e surge então o termo
composta, ou função composta.
Diz-se que uma funa̧ão f de um conjunto C1 em um conjunto C2 é composta
com a função g de um conjunto C2 em um conjunto C3 se existe um x pertencente
ao conjunto C1 , de modo que f (x) exista e além disso pertença ao conjunto C2 de
modo que g(f (x)) exista e pertença ao conjunto C3 .
Representação de uma função composta:
Se as condições citadas anteriormente forem satizfeitas, então denomina-se
h(x) a composta de f com g, por h(x) = g(f (x)).
Exemplos:

1. seja f (x) = x2 + 1, pertencente ao conjunto dos números reais não nulos e


maiores que zero, com x pertencente aos reais e seja g(x) = 2x uma função
pertencente ao conjunto dos reais, com x pertencente aos números reais. Cal-
cule f (g(x)) e em seguida g(f (x)).

Solução:

Ambas as funções estão definidas em todos os números pertencentes ao con-


junto dos reais, logo as condições já estão satisfeitas para a existencia da
composta, desta forma temos:

(a) f (g(x)))
f (g(x)) = f (2x) = (2x)2 + 1 = 4x2 + 1 (3.18)

(b) g(f (x))


g(f (x)) = g(x2 + 1) = 2(x2 + 1) = 2x2 + 2 (3.19)

2. Sejam f (x) e g(x) funções pertencentes aos números reais dadas por f (x) =
sen(x) e g(x) = x + 1, calcule f (g(x)) sendo que −1 ≤ f (x) ≤ 1 e g(x)
pertecente ao conjunto dos números reais. Calcule f (g(x)).

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.11 Função Composta 46

Solução:
f (g(x)) = f (x + 1) = sen(x + 1) (3.20)

3. Agora, no problema anterior, calcule g(f (x)).

Solução: Neste caso, o contradominio de f (x) não é igual ao domı́nio de g(x),


assim não existe g(f (x)), a menos que o domı́nio de g(x) esteja restrito aos
vcalores de x, tal que −1 ≤ x ≤ 1. Considerando assim, tem-se:

g(f (x)) = g(sen(x)) = sen(x) + 1 (3.21)

Observe que de uma forma geral, a composição de funções nao obedece a


propriedade comutativa, ou seja,f (g(x)) nem sempre é igual à g(f (x)) como pode
ser observado nos exemplos citados anteriormente. Além do mais, pode ocorrer de
ou f (g(x)) ou g(f (x)) não estar definida, ou seja, não exista. Para que a composta
f (g(x)) exista, o contradomı́nio de g(x) deve ser igual ao domı́nio de f (x).

3.11.1 Propriadade Associativa da Função Composta

Foi definido anteriormente o conceito de função composta a partir de duas


outras funções. O fato é que a composição de funções pode ser feita com n funções
desde que n ≥ 2. Além disso, dadas f e g duas funções, podemos escrever:

f (g(x)) = f ◦ g

Desta forma, sejam quatro fnções, f, g e h, tal que f é uma função do conjunto
C1 no conjunto C2 , g é uma função do C2 no conjunto C3 e h uma função do conjunto
C3 em um conjunto C4 . sendo assim. tem-se que:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.12 Função sobrejetora e função Injetora e Função Bijetora 47

(h ◦ g) ◦ f = h ◦ (g ◦ f )

A demonstração deste fato não é dificil e será deixada como exercı́cio.

3.12 Função sobrejetora e função Injetora e Função


Bijetora

3.12.1 Sobrejetora

Seja uma função f de um conjunto C1 em um conjunto C2 . Diz-se que essa função


é sobrejetora se, e somente se, para qualquer elemento y, pertencente ao conjunto
C2 existe apenas um elemento x, pertencente ao conjunto C1 , de modo que:

f (x) = y

Exercı́cio:A partir da definição anterior, conclua que a função é bijetora se,


e somente se, Im(f ) = C2 .

3.12.2 Injetora

Diz-se que uma função f de um conjunto C1 em um conjunto C2 é injetora se, e


somente se, para todos e qualquer elementos x1 e x2 sendo x1 6= x2 , tem-se que
f (x1 ) 6= f (x2 ).
Exercı́cio: Mostre que se f é injetora, então se f (x1 ) = f (x2 ), x1 = x2 .

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.12 Função sobrejetora e função Injetora e Função Bijetora 48

3.12.3 Bijetora

Uma função f é dida bijetora se e somente se f também é injetora e sobrejetora.


Tal definição, pode ser dita de uma outra forma: Diz-se que uma função f , de um
conjunto C1 em um conjunto C2 , é bijetora se, e somente se para todo e qualquer
elemento y pertencente ao conjunto C2 , existir apenas um e somenteum elemento x,
pertencente ao conjunto C1 de sorte que:

y = f (x)

Exercı́cios

1. Sejam duas funções f1 de um conjunto C1 em um conjunto C2 e uma função


f2 de um conjunto em um conjunto C2 . Suponha que tanto f1 quanto f2 sejam
funções sobrejetoras. Mostre que a função composta g ◦ f do conjunto C1 no
conjunto C2 também é sobrejetora.
p
2. Sejam f (x) = (2−x) e g(x) = 2x2 +4x+1, determine o domı́nio das funções
compostas.

3. Seja a função f (x) = 1000 e a função g(x) = cos(x), calcule a composta


h(x) = f (g(x)) = f ◦ g.

2
4. Seja f (x) = x−2
, encontre (f ◦ f ◦ f )(x).

5. Considere as funções f1 (x) = x + m e f2 (x) = βx + 1. Quais condições devem


ser impostas para as constantes β e m de forma que f1 (f2 (x)) = f2 (f1 (x))?
Descreva sua solução.

6. Sejam as funções f1 (x) = 3x+1 e f2 (x), de forma que (f2 ◦f1 )(x) = 2x2 +3x+1.
Encontre f2 (x) caso seja possı́vel.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas 49

7. Sejam duas funções f e g pertencentes aos números reais sendo que f (x) =
x2 + 1 e g(x) = x. Obtenha as funções que definem (caso seja possı́vel):

(a) f (f (x))

(b) f (f (f (x)))

(c) f (g(x))

(d) g(f (x))

(e) g(g(g(g(x))))

(f) f (f (g(x)))

3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas


As funções inversas tem uma variedade de aplicações em fı́sicas e ciências afins.
Por exemplo, suponha que é conhecida a temperatura de um corpo como função do
volume deste corpo segundo a função f (V ), de forma que T = f (V ). Pode ser que
seja necessário conhecer o volume do corpo como função de sua temperatura. Em
outras palavras, qual é a funão g, para este corpo, tal que V = g(T ). A função g é
denominada de inversa de f e vice versa.
Seja f uma função bijetora de um conjunto C1 em um conjunto C2 . Diz-se
que f −1 é a função inversa de f , que leva os elementos do conjunto C2 nos elementos
do conjunto C1 através da lei f −1 .

3.13.1 Encontrando a função inversa

Suponha que existe uma relação f (x) de tal forma que:

f (x) = y

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas 50

. Podemos tracar as variáveis de lugar, ou seja, onde tem x coloca-se y e onde tem
y coloca-se x. Desta forma, tem-se que:

x = f (y)

Agora, partindo da equação anterior, coloca-se de forma algébrica y como


função de x.
Exemplos:

1. Seja a função f (x) = 2x, calcule a sua inversa. Solução:

Fazendo f (x) = y. Para calcular a inversa, basta tracar de lugar as variaveis


y e x, ou seja, f (y) = x. Como f (x) = 2x, f (y) = 2y = x. Desta forma,
isolando y, nesta última equação, tem-se que:

y = x/2

que é a função inversa, ou seja:

Se f (x) = 2x, então f −1 (x) = x/2

2. Seja f (x) = 2x + 3. Calcule f −1 (x)

Primeiro passo: Permutar a variavel x com a variável y, em y = f (x):

f (x) = y

Permutando:

f (y) = x = 2y + 3

Segundo passo:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas 51

Isolando y na última equação tem-se que:

x−3
y=
2

Desta forma, a inversa da função f , é dada por:

x−3
y −1 = f −1 (x) =
2

Exercı́cios

1. Nas funções abaixo, indique o domı́nio e a imagem

(a) f (x) = x2 + 2x + 1

(b) f (x) = x2
p
(c) f (x) = (x)

(d) f (x) = x + 2

(e) f (z) = x3
1
(f) f (y) = 1−x

x−1
(g) f (h) = x2 +2x+1

(h) f (T ) = aT sendo a uma constante positiva.

2. Cosntrua o gráfico das funções abaixo:

(a) f (x) = x2

(b) f (x) = x

(c) f (x) = 1 − 3 + x − 4 − x

(d) f (x) = |x − 3|

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.13 Funções Inversı́veis e Funções Inversas 52

(e) f (x) = |x2 − 1|

3. Nas funções modulares abaixo, espresse as mesmas na forma de sentenças.

(a) f (x) = |x − 1|

(b) f (x) = |x − 1| + 1

(c) f (x) = |x2 |

(d) g(β) = |β + x|, onde x = 3.

(e) h(α) = |α| + 1

4. Seja uma função f de um conjunto C1 em um conjunto C2 . Mostre que a


relação inversa f −1 é uma funão de C2 em C1 se, e somente se f é uma funão
bijetora.

5. Seja f (x) uma função bijetora de um conjunto C1 em um conjunto C2 , criada


pelo professor Ildemir afim de caracterizar um determinado experimento que
o mesmo fez no laboratório da grandeza representada por y em função da
grandeza y. Seja o par ordenado (y, x) de f , encontre, a partir deste par, o
par ordenado da função inversa f −1

6. Adimita que a função f é uma função inversı́vel. Sobre esta função, é verda-
deiro afirmar que:

(a) f (x1 ) 6= f (x2 ), se x1 6= x2

(b) f (x) é apenas injetora.

(c) f (x)4 é apenas sobrejetora.

(d) f (x1 ) = (x2 ), se x1 = x2

(e) nenhuma das alternativas está correta.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 53

7. Calcule a relação inversa das funções a seguir caso existam.

(a) f (x) = x3 + 1

(b) f (x) = x + 1

(c) f (x) = (x + 1)/2

(d) f (x) = x

(e) f (x) = 5x + 5 − 3x + 10

(f) f (x) = 6x3 − 8

8. Seja a função f (x) = x2 + 2x + 1. Indique se a mesma é inversı́vel ou não.


Caso seja, mostre sua inversa, caso não seja, encontre um domı́nio em que a
mesma possa ser inversı́vel e calcule a sua inversa nete domı́nio.

9. Indique uma forma gráfica de dizer se uma função é ou não inversı́vel, caso
seja possı́vel fazer isso.

10. Uma partı́cula desloca-se ao longo de uma linha reta segundo a função horária
x(t) = at + b, onde a e b são duas constantes não nulas, x é a posição da
partı́cula dada em metros e t é o tempo dado em segundos. Encontre o tempo
da partı́cula em função do espaço, ou seja, encontre t(x).

11. Uma particula se move ao longo de uma linha reta segundo a função horária
y(t) = 50 + 6t − 5t2 , indique em que intervalo essa função é inversı́vel e calcule
sua inversa neste intervalo.

3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmi-


cas

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 54

No capı́tulo 1, foi introduzido o conceito de potência e radicioação. Nesta


secção será introdudido o conceito de função exponencial e função logarı́timica, onde
todos as definições vistas anteriormente serão válidas.

3.14.1 Funções Exponenciais

Diz-se que f (x) é uma função exponencial de R em R, se dada base b, pertencente


aos números reais sendo que b 6= 0 e b > 0, então f (x) relaciona a cada elemento x,
pertencente ao conjunto dos reais, um outro número real dado por bx , ou seja:

f :R→R
x → bx

Exemplos:

1. f (x) = 2x , onde a base é 2. Esta função relaciona o número real x ao número


real 2x , ou seja:

f :R→R
x → 2x

2. g(x) = 5x , onde a base é 5. Esta função relaciona o número real x ao número


real 5x , ou seja:

g:R→R
x → 5x

3. h(x) = 7x , onde a base é 7. Esta função relaciona o número real x ao número


real 7x , ou seja:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 55

h:R→R
x → 7x

4. i(x) = 2.5x , onde a base é 2.5. Esta função relaciona o número real x ao
número real 2.5x , ou seja:

i:R→R
x → 2.5x

5. i(x) = ex , onde a base é e = 2.718281828. Esta função relaciona o número


real x ao número real ex , ou seja:

i:R→R
x → ex
√ √
6. i(x) = ( 5)x , onde a base é 5. Esta função relaciona o número real x ao

número real ( 5)x , ou seja:

i:R→R

x → ( 5)x

3.14.2 Propriedades da Função Exponencial

1. Uma função tipo potência ou exponencial dada por f (x) = bx , sendo b > 0
pertencente aos reais é uma função crescente se, e somente se a base b for tal
que b > 1.

Prova:

Primeiramente, enunciemos um teorema da matemática em 3.14.1:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 56

Teorema 3.14.1 Seja b um número tal que b > 1, e x1 e x2 dois números


reais sendo x2 > x1 , então tem-se que:

bx2 > bx1 (3.22)

se, e somente se
x2 > x1 (3.23)

Supondo então que x1 e x2 são dois números reais pertencentes ao domı́nio de


f (x) = bx tal que x1 < x2 . Então, se b > 1, tem-se que:

f (x2 ) − f (x1 ) bx2 − bx1


m= = (3.24)
x2 − x1 x2 − x1
onde o fator m é sempre positivo, dado que x2 > x1 junto com o teorema
descrito anteriormente, logo a função é crescente.

Supondo agora que a função é crescente em todo o seu domı́nio e sejam dois
números reais x1 e x2 tais que x2 > x1 , pertencentes ao domı́nio da função
f (x), então tem-se que:

f (x2 ) − f (x1 ) bx2 − bx1


m= = >0 (3.25)
x2 − x1 x2 − x1

Como o denominador da fração na equação anterior é maior que zero pois


x2 > x1 e além disso, m > 0, pois f (x) é crescente por hipótese, tem-se que:

f (x2 ) − f (x1 ) > 0 (3.26)

tem-se que:

bx2 − bx1 > 0 (3.27)

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 57

Mas pelo teorema 1, isso significa que b > 1.

2. Seja f (x) uma função exponencial dada por f (x) = bx , onde b e x são números
reais. f (x) será uma função decrescente em x se, e somente se a base b estiver
no intervalo 0 < b < 1.

A demostração deste exercı́cio é análoga ao caso da função crescente e será


deixada como como exercı́cio.

3.14.3 Domı́nio e Imagem da Função Exponencial

O domı́nio da função exponencial f (x) = bx é o conjunto dos números reais


e a sua imagem é o conjunto dos números reais positivos.

3.14.4 Gráfico da Função Exponencial

Seja f (x) = bx uma função exponencial, sendo b um número real maior que
zero e x pertencente ao conjunto dos reais, como já foi mensionado, se a base b
estiver definida no intervalo 0 < b < 1 3.21 a função será decrescente, se não, se b
estiver no intervalo b > 1, então a função será crescente em x 3.22.
Observando a figura 3.21, verifica-se que a medida que x cresce, f (x) diminui
caracterizando assim um gráfico decrescente e no caso da figura 3.22, a medida que
x cresce, f (x) também cresce, caracterizando assim uma função crescente.
Observe ainda que o gráfico da função exponencial permanece todo acima do
eixo x, qualquer que seja o valor de x, ou seja, f (x) > 0 para qualquer que seja x.
Exemplos:


3 x
1. Seja f (x) = 4
. Construa o gráfico de f (x).

Solução

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 58

x
y=b , com 0<b<1

Figura 3.21: f (x) = bx , para o caso particular em que 0 < b < 1, caracterizando
uma função crescente.

Observe que a base da função exponencial f (x), que gera o gráfico em 3.23 é
3
b= 4
que está contida no intervalo 0 < b < 1, e como mostrado na figura, é
uma função decrescente.

2. Seja g(x) = 4(2)x . Construa o gráfico de g(x).

3. Seja h(x) = 3x . Construa o gráfico de h(x).

3.14.5 Função Logatı́tmica

Nesta secções apresentaremos a função logart́mica, que como veremos mais a frente,
está relacionada com a função exponencial.

3.14.6 O Logarı́tmo

Sejam dois números reais b e N, sendo b 6= 1, então, se N = bL , diz-se que L é o


logarı́tmo de do Número N na base b. Expressando em sı́mbolos:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 59

x
y=b , com b>1

x
Figura 3.22: f (x) = bx , para o caso particular em que b > 1.
20

x
y=(3/4)

15

y 10

0
-10 -5 0 5 10
x

3 x
Figura 3.23: f (x) = 4
.

logb N = L (3.28)

Exemplos:

1. Calcule o log3 81 Solução:

log3 81 = L

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 60

5000

x
y=4*2

4000

3000

y
2000

1000

0
0 2 4 6 8 10

Figura 3.24: g(x) = 4(2)x .


300

x
y=3
250

200

y150

100

50

0
-1 0 1 2 3 4 5

Figura 3.25: g(x) = 3x .

desta última, temos que:

3L = 81

Fatorando 81, e colocando o mesmo na base 3, tem-se que:

81 = 34

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 61

Desta forma, temos que:

3 L = 34

Assim, L = 4, ou seja:

log3 81 = 4

2. Calcule log2 4

Solução:

Seja L, o logarı́tmo procurado. Assim, a equação anterior pode ser escrita


como:
4 = 2L

mas 4 = 2 × 2 = 22 , assim:

22 = 2L

Logo L = 2, ou seja:

log2 4 = 2

3.14.7 Condições de Existência do Logarı́tmo

Seja a equação 3.28, então:

1. Como já foi dito, N deve ser um número positivo.

2. A base b, tem que ser um número positivo e diferente de 1.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 62

Expressando de uma forma simbólica:

logb N = L

existe somente se:

N >0

b>0

e
b 6= 1

3.14.8 Propriedades dos Logarı́tmos

1. Logarı́tmo de Um produto

logb N1 .N2 = logb N1 + logb N2

2. Logarı́tmo de Um Quociente

N1
logb = logb N1 − logb N2
N2

3. Logarı́tmo de Uma Potência

logb N1 p = p.logb N1

4. Mudança de Base

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 63

logb2 N
logb1 N =
logb2 b1

A demonstração dessas propriedades estão relacionadas às propriedades das potências


e será deixada como exercı́cio.

3.14.9 A Função Logarı́tmica

A função logarı́tmica é a função inversa da função exponencial. Seja y = logb uma


função do conjunto dos números Reais não nulos e positivos, que leva um número
real e positivo N1 em um número real logb N1 , sendo b > 0 e b 6= 1.
Exemplos de Funções logarı́tmicas:

1. h(x) = log2 x

2. β(z) = log5 z 2

3. α(β) = 1 + log4 (β − 1)

4. f (x) = 1 − log6 (x + 1)

3.14.10 Propriedades da Função Logarı́tmica

1. Caso b > 0 e b 6= 1, então as funções do conjunto dos números reais positivos


no conjunto dos números reais definidas por f (x) = logb x e a função f −1 (x) dos
números reais nos números reais positivos e não núlos definida por f −1 (x) = bx
são inversas uma da outra.

Demonstração:

Para demonstrar que f (x) = logb x e f −1 (x) = bx são inversas uma da outra,
temos que mostrar que o domı́nio de f (x) é igual a imagem de f −1 e a imagem
de f é igual ao domı́nio de f −1 . e que f (f −1 (x)) é igual a x com x pertencente

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 64

aos números reais e f −1 (f (x)) é igual a x com x pertencente aos números reais
positivos e não nulos.

Mas

f (f −1 (x)) = f (bx ) = logb bx = x

f −1 (f (x)) = f −1 (logb x) = blogb x = x

como queriamos demostrar.

2. A função logarı́tmica é uma função crescente de x, se, e somente se, b > 1 ou


decrescente se e somente 0 < 1b < 1.

3.14.11 Imagem da Função Logarı́tmica

Seja a função f (x) = logb x que leva os números pertencentes ao conjunto dos reais
positivos e não nulos no conjunto dos números reais, sendo que 0 < b 6= 1. Essa
função admite uma função inversa f −1 (x) = bx que leva os números pertencente ao
conjunto dos números reais nos elementos pertencentes ao conjunto dos números
reais positivos dados por bx e a imagem de f , é dada por:

Im = R

3.14.12 Gráfico da Função Logarı́tmica

O gráfico da função logarı́tmica apresenta as seguintes caracterı́sticas, dado que o


logarı́tmo esteja definido:

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 65

1. Como a imagem da função logarı́tmica f está contida dentro do conjunto dos


números reais mas o dóminio de f é o conjunto dos números reais positivos
e não nulo, o seu gráfico é representado no sistema cartesiano apenas no lado
positivo do eixo x, ou seja, apenas no lado direito do gráfico.

2. o gráfico de f corta o eixo dos x em apenas um ponto dado pelo par ordenado
(1, 0) pois logb 1 = 0 (Mostre esse fato)

3. é crescente se a base b > 1 e decrescente caso 0 < b < 1.

Exemplos:

1. f (x) = log2 (x).


4

f(x)=log2(x)
3

1
y
0
0 2 4 6 8 10
x
-1

-2

-3

Figura 3.26: f (x) = log2 (x).

Observe que como a base b = 2 > 1, a função f é uma função crescente de x


e além disso, f (1) = 0 como mostrado na figura 3.26.

2. Considere agora a função h(x) = log1/2 (x). O gráfico está representado


em 3.27.

Desta vez, a base b = 1/2 é um número maior que 0 e menor que 1 e assim, a
função é decrescente.

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 66

h(x)=log2(x)

h(x)
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
x

-2

-4

Figura 3.27: f (x) = log1/2 (x).

3. Vamos agora comparar ambas as funções com suas inversas. Primeiro vamos
plotar o gráfico da inversa de f (x) = log2 x ou seja, g(x) = 2x :
20

f(x)=log2(x)
x
g(x)=2

10

0
-10 -5 0 5 10

-10

Figura 3.28: f (x) = log2 (x) e g(x) = 2x .

Exercı́cios-Função Exponencial

1. Nos problemas abaixo, contrua o gráfico das funções

(a) f (x) = 2(2x )

(b) f (x) = 22x

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 67

(c) f (x) = 2(x−1)


2)
(d) g(x) = 3(x

(e) h(x) = 2|x|

2. Construa o gráfico nas funções a seguir:


1 x
(a) f (x) = 2

1 (x−1)
(b) f (x) = 3
 2
1 (x −1)
(c) f (x) = 5

6 |x|
(d) f (x) = 5

1 |x−1|
(e) h(x) = 10

3. Construa o gráfico da função h(x) = e(2x) + e(−2x) .

Exercı́cios-Logarı́tmos e Função Logarı́tmica

1. Nos problemas a seguir, indique em que sitiações os logarı́tmos existem.

(a) logx x − 1

(b) logx−1 (x2 + 1)

(c) logx (x + 1)

(d) logh (h + 1)

(e) logβ+3 (β 3 )

2. Construa o gráficos das funções a seguir:

(a) f (x) = log1/2 (x2 + 1)

(b) f (x) = log2 (x2 + 1)

(c) f (x) = log1/2 (x2 )

Instituto de Fı́sica - UFAL


3.14 Funções Exponenciais e Funções Logaritmicas 68

(d) f (x) = log1/2 (x2 − 1)

(e) f (x) = log3 (x + 1)

(f) f (x) = log4 (x2 )

(g) f (x) = log4 (x2 + 1)

(h) f (x) = log|x| (x)

(a)

(b) Represente graficamente a função a seguir:


 x se x ≤ 0
f (x) =
 log (x) caso contrário sendo 0 < b < 1
b

(c) Seja g(x) tal que:



 x se x ≤ 0
g(x) =
 log (x) caso contrário, sendo b > 1
b

3. Encontre o domı́nio das funções a seguir:

(a) log2x (x2 − 1)

(b) log2x (x2 + 2x + 1)

(c) logx (x2 − 2x + 1)

(d) logx (x − 1)

(e) logx2 (x2 − 1)

4. Na função f (x) = log2x+1 (5x2 + 2x + 1) encontre seu domı́nio.

Instituto de Fı́sica - UFAL


Capı́tulo 4

Aplicação nas ciências exatas

4.1 Introdução
Neste capı́tulo, serão apresentados algums problemas onde serão aplicados
os conceitos básicos de matemática introduzidos neste material, como o conceito de
equações, funções, gráficos e modelamento matemático.

4.2 Cinemática
A cinemática é parte da fı́sica que estuda o movimento dos corpos desprezando
as causas desses movimentos. Exemplos:

1. Movimento retilı́neo uniforme.

Este movimento é caracterizado por uma trajetória retilı́nea com uma ace-
leraão constante e igal a zero.

Esse movimento é descrito pelas seguintes funções:

69
4.2 Cinemática 70

(a) Posição:
x(t) = x0 + vt

que é a equação de uma reta, ou função linear.


20

x(t)=2+t
15

10

x(t)5

0
-10 -5 0 5 10
t
-5

Figura 4.1: x(t) = 2 + t

(b) Velocidade:

v(t) = v

Para o movimento retilı́neo uniforme, o gráfico em função do tempo é


dado por 4.2

(c) Aceleração:

a(t) = 0

que também é uma constante, sobre o eixo-x 4.3.

2. Movimento Retilı́neo Uniformemente Variado.

Este movimento é caracterizado por uma aceleração constante e não nula e a


suas funções horárias são:

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.2 Cinemática 71

20

x(t)=2+t
15

10

x(t)5

0
-10 -5 0 5 10
t
-5

Figura 4.2: v(t) = 2m/s


1

a=0

0,5

a
0
-2 0 2 4 6 8 10
t
-0,5

-1

Figura 4.3: gráfico da aceleração como função do tempo( a(T ) = 0)

(a) Posição:

1
x(t) = x0 + v0 t + at2
2
que é uma barábola.

(b) Velocidade:

v(t) = v0 + at

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.2 Cinemática 72

150
2
x(t)=2+6t+t

100

x(t)
50

0
-15 -10 -5 0 5 10
t

Figura 4.4: x = 2 + 6t + t2

30

v(t)=2+2t
25

20

v(t)
15

10

0
-2 0 2 4 6 8 10
t
Figura 4.5: v(t) = 2 + 2t

que é uma função linear em t.

(c) Aceleração:

a(t) = a

, onde a é um número real diferente de zero, representado por uma reta


parálola ao eixo-x.

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.3 Leis de Potência 73

a(t)=2
3.5

a(t)3
2.5

1.5

0.5

0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
t

Figura 4.6: a(t) = 2m/s2

que é o gráfico de uma constante.

Nos dois casos anteriormente descritos, foram exibidos as funções horárias de


partı́culas para os casos particulares onde a acelerações é constante e nula (Movi-
mento Retilı́neo Uniforme) e aceleração constante e não nula(Movimento Retilı́neo
Uniforme Variado). Esses movimentos são desscritos por funções tipo afim e pa-
rabólicas.

4.3 Leis de Potência


Na natureza, muitos fenômenos podem ser descritos na forma de lei de potência
tais e nesta secção, serão introduzidos alguns exemplos relativamente básicos de
ocorrência desse tipo de lei.

1. Velocidade de Caminhada dos Animais

Quando um animal está caminhando, o movimento de suas pernas pode ser


aproximado pelo movimento de oscilação do pêndulo 4.7, onde l é o compri-
mento do pêndulo m é a massa, T é a tensão na corda e g é a aceleração da
gravidade.

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.3 Leis de Potência 74

Figura 4.7: Esquema de um pêndulo simples

O periodo de oscilação do pêndulo simples é dado por:

s 
l
t = 2π (4.1)
g

Desta forma, fazendo analogia como o movimento das pernas de um deter-


minado animal com o movimento do pêndulo, verifica-se que o tempo de um
passo é proporcional à raiz do comprimento da perna do animal, ou seja:


δt ∝ l

Por outro lado, a frequência de passos do animal é dada por:

1 1
N∝ ∝√
t l

Desta forma, a velocida de de caminhada do animal é proporcional à frequência


de passos vezes o comprimento da perna. Isso ocorre pois o tamanho do passo
é proporcional ao tamanho da sua perna. Quanto maior o tamanho da perna
de um animal, maior será também seu passo. Desta forma, tem-se que:

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.3 Leis de Potência 75

p
v ∝ Nl = (l)

ou seja:

v ∝ l(1/2)

A última equação descreve como a velocidade de caminhada de um animal


escala com o comprimento de sua perna, ou seja, é uma função tipo potência
do comprimento da perna do animal.

2. Taxa Metabólica, ou Metabolismo de um Organismo.

A Taxa metabólica de um organismo vivo ou metabolismo, como é comumente


connhecida, é definida como a quantidade de energia dissipada por unidade de
tempo, ou potência dissipada pelo organismo para que este organismo faça de-
terminado trabalho (exemplo: Respirar, caminhar, correr, jogar,nadar, caçar
etc.).

A respeito da taxa metabólica, podem ser feitos alguns cálculos aproximados


considerando fazendo medições da troca de oxigênio do organismo com o meio
a sua volta, para obtenção de energia.

Varias discussões e estudos teóricos e experimentais têm sido feitas durante


anos a respeito da taxa metabólica, indicando uma possı́vel dependência dessa
taxa com a massa do organismo. No ano de 1932, M Kleiner mostrou em um
trabalho cientı́fico que a taxa metabólica de mamı́feros é linear com a massa
desse organismo em uma escala logarı́tmica. Esse fato indica uma possı́vel
relação de potência entre essas quantidades(Mostre essa conclusão). Mais adi-
ante, em 1960, A.M. Hemmingsen generalizou esse resultado, considerando
seres no alcance que vai desde microrganismos até os maiores mamiferos exis-

Instituto de Fı́sica - UFAL


4.3 Leis de Potência 76

tentes e a relação entre taxa metabolı́ca e massa era tipo lei de potência uma
vez que esses dados em uma escala logarı́tmica, dispoem-se de uma forma
linear.

A Lei de potência está presente nos mais variados problemas presentes na na-
tureza. Desde fenômenos simples como o ato de caminhar até problemas mais
complexos como estratégias de buscas por alimento de determinados animais.

Exercı́cios

1. Elabore um texto sobre a função exponencial no decaimento radioativo.

2. Elabore um texto sobre a função exponencial no crescimento populacional.

3. Elabore um texto sobre a função exponencial e o crescimento logı́stico.

Instituto de Fı́sica - UFAL

You might also like