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A Sociedade e o Direito

PALAVRAS-CHAVE: Direito, Sociedade, Indivíduo.

INTRODUÇÃO

O homem vive em sociedade e a relação que se estabelece entre as pessoas está sujeita a conflitos,
tornando necessário que regras solucionam suas desavenças. Por isso, somente ao homem inserido
num contesto social é que se torna relevante o direito como modo de evitar a necessidade de
soluções privadas violentas. Assim sendo, para eliminar ou resolver conflitos e organizar as
relações entre as pessoas é que existem normas jurídicas.

O direito tem a função de organizar a sociedade, de manter a sua funcionalidade, evitar que ela se
torne instintiva. O ser humano vive em sociedade e é subordinado ao direito que foi criado pelo
próprio homem. Muitos autores, filósofos e pensadores escrevem a respeito do indivíduo,
sociedade e direito. A seguir fragmentos de seus pensamentos definirão a relação esses três
elementos.

A SOCIEDADE E O DIREITO

O filósofo Aristóteles, fundou sua própria escola, o Liceu. Ele ministrava aulas nos jardins, seus
alunos aprendiam enquanto andavam em sua companhia, respondiam e formulavam indagações e
faziam observações.

O método de Aristóteles era analítico. Para o filósofo conhecer a verdade era sentir o mundo. Ele
jamais procuraria uma verdade universal e sim observaria as características e as explicaria
detalhadamente. Para Aristóteles a observação deveria ser cuidadosa, analisando os fatos da vida
com prudência. A respeito do homem em sua obra A Política dizia:

É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é naturalmente um
animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por instinto, e não porque
qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é um ser vil ou superior ao
homem. Tal indivíduo merece, como disse Homero, a censura cruel de ser um sem família, sem
leis, sem lar. Porque ele é ávido de combates, e como as aves de rapina, incapaz de se submeter a
qualquer obediência. (ARISTÓTELES, 2010, p.13)

A diferença entre o homem e os demais animais, portanto, é que o homem é um animal político,
ou seja, vive em sociedade e precisa administrar seus interesses.

Outro autor que escreveu sobre o tema foi Thomas Hobbes. Hobbes era contratualista, porque
acreditava que o estado e a sociedade surgiram de um contrato estabelecido entre os homens. Em
sua obra Leviatã, ele reconhece que existem diferenças entre os homens, do ponto de vista físico
ou espiritual. Mas esta diferença:
não é suficientemente considerável para qualquer um possa com base nela reclamar qualquer
benefício a que outro não possa também aspirar, tal como ele. Porque quanto à força corporal o
mais fraco tem força suficiente para matar o mais forte, quer por secreta maquinação, quer aliando-
se com outros que se encontrem ameaçados pelo mesmo perigo. (THOMAS, 1988, p.74)

Esta afirmação de Hobbes revela sua ideia de que os homens faziam um contrato para organizar o
Estado e a sociedade, de maneira que todos reunissem suas virtudes e abrissem mão de algumas
vantagens pessoais, em benefício de todos os integrantes da sociedade.

Outro pensador que avaliou a condição do indivíduo perante a sociedade foi Freud.

Sigmund Freud nasceu no de 1856 em Freiberg, que fazia parte do império Austríaco e hoje faz
parte da República Tcheca. Freud é considerado o pai da psicanálise. Para o psicanalista Sigmund
Freud em seu livro Psicologia das massas e análise do eu, o indivíduo é definido como:

... Membro de uma tribo, um povo, uma casta, uma classe, uma instituição ou como elemento de
um grupo de pessoas que, em certo momento e com uma finalidade determinada se organiza em
uma massa. (SIGMUND, 2009, p.37)

Mais recentemente, revelou-se importante para a avaliação das atuais características das relações
sociais modernas o pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Ele faz uma crítica ao
homem contemporâneo:

A apresentação dos membros como indivíduos é a marca registrada da sociedade moderna. Essa
apresentação, porém, não foi uma peça de um ato: é uma atividade reencenada diariamente. A
sociedade moderna existe em sua atividade incessante de “individualização”, assim como as
atividades dos indivíduos consistem na reformulação e renegociação diárias da rede dos
entrelaçamentos chamados “sociedade”. Nenhum dos dois parceiros fica parado por muito tempo.
E assim o significado da “individualização” muda, assumindo sempre novas formas- à medida que
os resultados acumulados de sua história passada solapam as regras herdadas, estabelecem novos
preceitos comportamentais e fazem surgir novos prêmios no jogo. A “individualização” agora
significa há cem anos e do que implicava nos primeiros tempos da era moderna- os tempos da
exaltada “emancipação” do homem da trama estreita da dependência da vigilância e da imposição
comunitárias. (Zygmunt, 2001, p.39)

De acordo com Aristóteles, o homem se distingue dos demais seres vivos porque é capaz de
diferenciar o bem e o mal, o justo do injusto. O filósofo afirma que a prudência e a virtude são
conferidas aos homens para que ele não se torne feroz e decida suas ações apenas por amor e por
comida. Segundo ele “A justiça é a base da sociedade. (ARISTÓTELES, 2010, p.13)

Mas se a justiça é a base da sociedade, examinar a relação entre a sociedade e o direito depende
da apuração do conceito de justiça. A definição de justiça no Dicionário Houaiss:

Qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é
direito, justo. Exemplo: Não há como questionar a justiça de sua causa. (HOUAISS, 2009)
Em seu livroÉtica a Nicômacos, a respeito da justiça Aristóteles escreveu que:

A justiça é a observância do meio-termo, mas não de maneira idêntica à observância de outras


formas de excelência moral, e sim porque ela se relaciona com o meio-termo, enquanto a injustiça
se relaciona com os extremos. E a justiça é a qualidade que nos permite dizer que uma pessoa está
predisposta a fazer, por sua própria escolha, aquilo que é justo, e, quando se trata de repartir alguma
coisa entre si mesma e outra pessoa, ou entre duas pessoas, está disposta a não dar demais a si
mesma e muito pouco à outra pessoa daquilo que é nocivo, e sim dar a cada pessoa o que é
proporcionalmente igual, agindo de maneira idêntica em relação a duas outras pessoas. A justiça
por outro lado, está relacionada identicamente com o injusto, que é excesso e falta, contrário à
proporcionalidade, do útil ou do nocivo. Por esta razão a injustiça é excesso e falta, no sentido de
que ela leva ao excesso e à falta- no caso da própria pessoa, excesso do que é útil por natureza e
falta do que é nocivo, enquanto no caso de outras pessoas, embora o resultado global seja
semelhante ao do caso da própria pessoa, a proporcionalidade pode ser violada em uma direção ou
na outra. No ato injusto, ter muito pouco é ser tratado injustamente, e ter demais é agir injustamente
(ARISTÓTELES, 1999, p.101)

Hans Kelsen em seu livro O Problema da Justiça ele diz:

A Justiça poderia ser uma aspiração política e filosófica de forte ordem prática, de indispensável
e reconhecido fundamento Moral. Todavia, a Justiça não guardaria qualquer relação necessária
com a Ciência do Direito ou com o Direito positivo- afinal, ele poderia ser estudado, ensinado e
aplicado independentemente de ser ou não justo. (Hans, 1998, p.)

No livro Filosofia do Direito, o jurista Alysson Leandro Mascaro comenta sobre a concepção
platônica no livro As leis a respeito do direito:

A concepção platônica sobre o justo é muito peculiar e especial. Difere totalmente da visão que o
jurista moderno tenha sobre o direito. Para o pensamento de Platão, torna-se muito difícil dissociar
direito de justiça, o que é reforçado pelo fato de que a mesma palavra, díkaion, é utilizada de
maneira intercambiável no texto platônico para essas duas ideias. (ALYSSON, 2014, p.54)

Como se disse no início do trabalho, agora referendado pelos estudiosos do direito, cabe ao sistema
jurídico organizar a sociedade.

A má utilização do direito pode acabar com os direitos humanos. Na 2ª guerra mundial, na


Alemanha nazista, milhões de pessoas foram presas e mortas, pelo simples fato de serem, judeus,
testemunhas de jeová, homossexuais, ciganos etc. Tais atrocidades foram protegidas pela lei alemã
da época. Fazendo o uso da própria lei, após a derrota dos nazistas, eles foram processados,
julgados e condenados pelos crimes tinham cometido. A utilização correta da lei traz o que pode
ser considerado justiça.

O direito pune, porém não impede o ato de ocorrer. As ações contra a lei são punidas por ela
própria. Sabemos que o direito atribui ao Estado o poder coercitivo, conferindo-lhe a exclusividade
do uso da violência. Por intermédio da punição prevista na lei e que todas as pessoas conhecem,
são aplicadas penas consideradas justas aos que praticam crime. Esta lógica tem por objeto a
proteção de toda a sociedade

O direito é uma invenção do ser humano, da sociedade, ele é um fenômeno histórico arraigado nas
sociedades. A estrutura do direito tem especificidade no capitalismo. O direito vem em razão social
e visa trazer a justiça. Sem a sociedade não existe o direito e sem o direito a sociedade torna-se
desordenada. No livro Elementos Da Teoria Geral do Estado, o autor Dalmo de Abreu Dallari
explica a origem da Sociedade:

A vida em sociedade traz evidentes benefícios ao homem, mas, por outro lado, favorece a criação
de uma série de limitações que, em certos momentos e em determinados lugares, são de tal modo
numerosas e frequentes que chegam a afetar seriamente a própria liberdade humana. (DALMO,
1971, p.7)

Jean-Jacques Rousseau em sua obra O Contrato Social, escreveu a respeito da preocupação não só
com a celebração, mas com a preservação da soberania política da vontade geral. Além disso ele
escreveu a respeito da sociedade dizendo que:

É a família, portanto, o primeiro modelo das sociedades políticas; o chefe é a imagem do pai, o
povo a imagem dos filhos e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não
ser em troca da sua utilidade. Toda a diferença consiste em que, na família, o amor do pai pelos
filhos o compensa dos cuidados que estes lhe dão, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar
substitui o amor que o chefe não sente por seus povos. (JEAN, 1999, p. 22)

No livro A Sociedade Dos Indivíduos, o autor Norbert Elias observou o seguinte:

A sociedade, como sabemos, somos todos nós; é uma porção de pessoas juntas. Mas uma porção
de pessoas juntas na Índia e na China formam um tipo de sociedade diferente da encontrada na
América ou na Grã-Bretanha; a sociedade composta por muitas pessoas individuais na Europa do
século XII era diferente da encontrada nos séculos XVI ou XX. E, embora todas essas sociedades
certamente tenham consistido e consistam em nada além de muitos indivíduos, é claro que a
mudança de uma forma de vida em comum para outra não foi planejada por nenhum desses
indivíduos. Pelo menos, é impossível constatarmos que qualquer pessoa dos séculos XII ou mesmo
XVI tenha conscientemente planejado o desenvolvimento da sociedade industrial de nossos dias.
Que tipo de formação é esse, esta “sociedade” que compomos em conjunto, que não foi pretendida
ou planejada por nenhum de nós, nem tampouco por todos nós juntos? Ela só existe porque existe
um grande número de pessoas, só continua a funcionar porque muitas pessoas, isoladamente,
querem e fazem certas coisas, e no entanto sua estrutura e suas grandes transformações histórias
independem, claramente, das intenções de qualquer pessoa em particular. (NORBERT, 1994, p.13)

Anthony Giddens em seu livro As Consequências da Modernidade procura apontar um conceito


de sociedade:

O conceito de “sociedade” ocupa uma posição focal no discurso sociológico. “Sociedade” é


obviamente uma noção ambígua, referindo-se tanto à “associação social” de um modo genérico
quanto a um sistema específico de relações sociais. Preocupo-me aqui apenas com o segundo
destes usos, que certamente figura de uma maneira básica em cada uma das perspectivas
sociológicas dominantes. Embora os autores marxistas possam às vezes favorecer o termo
“formação social” em relação à “sociedade”, a conotação de “sistema fechado” é análoga.

Nas perspectivas não marxistas, particularmente aquelas relacionadas à influência de Durkheim, o


conceito de sociedade com a qual virtualmente todo manual se inicia- “sociologia é o estudo das
sociedades humanas” ou “sociologia é o estudo das sociedades modernas”- expressa claramente
esta concepção. Poucos, se é que os há, autores contemporâneos seguem Durkheim tratando a
sociedade de uma maneira quase mística, como uma espécie de “super-ser” ao qual os membros
individuais exibem bem apropriadamente uma atitude de reverência. Mas a primazia da
“sociedade” como a noção central da sociologia é muito amplamente aceita. (ANTHONY, 1991,
p.21)

Em seu livro Introdução ao Estudo do Direito o jurista Alysson Leandro Mascaro explica o que é
o direito, tendo como base filósofos e pensadores. Uma das definições que o autor dá a respeito do
direito em seu livro é:

O direito é compreendido como uma forma normativa porque os Estados no capitalismo, assumem
o papel de garantir politicamente a reprodução social tornando-se distintos daqueles que dominam
economicamente a sociedade. Os Estados operam normativamente. Mas não é a norma que fez o
direito. A norma é uma forma pela qual o direito se exprime, mas a forma de sua constituição e de
sua operacionalização advém diretamente de estruturas sociais concretas. (ALYSSON, 2013, p.66)

Para ele também:

O direito é, essencialmente, um fenômeno histórico. Em sua evolução houve vários entendimentos


a respeito de sua identificação. Se os antigos romanos chegavam a dizer que o direito é uma arte,
no mundo moderno não se diz o mesmo, pois o direito agora está mergulhando em formas sociais
necessárias e procedimentos já estabelecidos previamente, regulados por normas, hierarquias e
técnicas. Assim se quiséssemos captar numa mesma ciência duas abordagens distintas sobre
fenômenos também distintos, essa ciência estaria prejudicada. (ALYSSON, 2013, p.32)

Além disso Alysson Leandro Mascaro diz:

O direito apresenta-se como um vasto campo de relações que devemos analisar e, para isso, são
necessárias inúmeras ciências que venham, em conjunto e aglutinadas entre si, definir certos
objetos que historicamente possam ser nomeados por “jurídicos”, e a partir daí entender suas
razões estruturais. É preciso reconhecer que a técnica que permeia as normas jurídicas é grande
parte desses objetos, mas não tudo. Por isso uma ciência do direito ou é um conhecimento amplo,
dialético, envolvendo várias ciências e analisada dentro da história social, ou então ela será um
conhecimento empobrecido, meramente técnico e restrito. (ALYSSON, 2013, p.36)

Em seu sentido como ideologia Alysson Leandro Mascaro escreveu nesse mesmo livro dizendo
que:
No seio das relações sociais, a forma jurídica estabelece uma dominação não só por meio das suas
estruturas técnicas, mas também por meio da sua ideologia. Quando o direito das sociedades
capitalistas, por meio das suas normas, declara que todos são iguais perante a lei, na verdade está
procedendo uma dominação ao mesmo tempo técnica e ideológica. Técnica porque está excluindo
o privilégio da nobreza, por exemplo, e tratando de maneira formalmente igual ao contratante e ao
contratado, e isso é de interesse ao capitalismo, na medida em que o Estado executará a qualquer
um que contratar caso não cumpra o contrato. Ideológica porque deixa entender uma igualdade
que só é formal, mas não concreta. Ao tratar igualmente o capitalista e o proletário, o direito nivela,
com a mesma medida, dois sujeitos desiguais, sem igualar suas condições. Assim ao invés de
demonstrar a desigualdade real entre as partes o direito esconde. (MASCARO, 2013, p.30)

O autor do artigo Justiça, Política e Direitos Humanos: As instituições Jurídicas e a Manutenção


do Justo Meio na Esfera Política, Arthur Roberto Capella Giannattasio, mostra que o direito é um
instrumento garantidor e fundamental para os Direitos Humanos, mas que se utilizado de maneira
abusiva e maliciosa pode acabar com os Direitos Humanos.

No artigo, o autor invoca o pensamento de Hans Kelsen:

Hans Kelsen (2000), conforme apresentado em sua Teoria Pura do Direito. Para o autor, Direito
seria um conjunto de normas- isto é, de uma posição normativa (dever-ser) fruto da vontade do
legislador- objetivamente reconhecidas como obrigatórias. A juridicidade delas adviria do fato de
elas deterem nelas (normas primárias), ou em normas a elas correlatas (normas secundárias), uma
sanção coercitiva. O Direito poderia ser resumido, grosso modo, como ordem coercitiva.
(GIANNATASIO,, p.3)

O mesmo autor aponta a concepção de direito para Miguel Reale:

Para este autor, o Direito seria Manifestação de experiência cultural em que há uma específica
relação dialética entre três fatores componentes do Direito: fato, valor e norma. Estes jamais
permanecem estagnados em seus campos de abrangência e restam permanentemente implicados
em uma constante relação tensa entre fato e valor, de onde resulta o momento normativo. É este
terceiro elemento (norma) que fornece uma solução superadora e integrante nos limites
circunstanciais de lugar e de tempo, que une os dois mundos (natureza e valor). Na distinção entre
Direito e Moral, o primeiro seria bilateral (dois polos), atributivo (exigibilidade de condute entre
homens), coercível e heterônomo, ao passo que a última seria apenas bilateral, não pressupondo
exigibilidade de conduta entre homens (atributividade), nem impositividade (coercitividade).
(GIANNATASIO, 2015, p.4)

Outro autor por ele citado é Emil Lask, ele diz que:

Para Emil Lask (FERRAZ JR, 1976), o Direito é seria fruto da relação- ou a própria relação- entre
a realidade empírica e os resultados do processo de aprimoramento cultural de uma sociedade
(valores relevantes ou “significações culturais”), a qual estaria em contínuo desenvolvimento
histórico no interior de forma jurídica- a norma seria o resultado de tais sínteses culturais, ou ainda
a expressão mais imediata de tais sínteses (as sínteses elas mesmas tornadas dever-ser). No embate
entre Direito e Moral, o primeiro se diferenciaria por deter maior probabilidade de cumprimento.
(GIANNATASIO, 2015, p.4)

Arthur Roberto Capella Giannattasio a respeito de Gustav Radbruch diz que o autor:

... Apresenta, em sua Filosofia do Direito, a percepção de que o Direito seria um fato, uma
realidade, precisamente por ser uma obra humana- isto é, um bem cultural, o qual teria sido
constituído em função do valor Justiça. A diferença entre Direito e Moral seria dada pela seguinte
distinção: uma ação seria considerada jurídica quando fosse considerada boa para a vida em
comum, ao passo que a ação seria reputada moral quando fosse boa em si mesma.
(GIANNATASIO, 2015, p.4)

Na conclusão de seu artigo o autor Arthur Roberto Capella Giannattasio fala o que seria em sua
visão o direito ideal:

Longe de simplesmente seguir o “dar a cada o que é seu” por meio do direito, a instauração de um
Direito Político poderia conferir condições institucionais outras para realizar o ideal de Justiça.
Conforme proposição adotada por este trabalho, uma sociedade justa seria aquela que teria
recebido uma disposição justamente ordenada das possibilidades de influência nos processos de
decisão política fundamentais. Ou ainda, uma sociedade que preserva no meio o local do Direito e
do Poder, sem hipostaziar a posição normativa de qualquer dos termos fundamentais opostos na
cidade. (GIANNATASIO, 2015, p.23)

CONCLUSÃO

A pesquisa sobre as concepções de sociedade e direito, como revelam as análises e a pesquisa da


obra dos autores cujo pensamento foi invocado no texto demonstram a relevância do direito para
a busca de uma sociedade organizada e justa. Por intermédio do direito, o homem pode organizar
suas relações conflituosas e manter um contrato social em que se busque de modo renovado o fim
último que é, na concepção de Aristóteles a construção de uma sociedade justa.

REFERÊNCIAS:

BIBLIOGRAFIA:

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Folha de São Paulo, 2010.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Brasília: UnB, 1999.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro, Zahar, 2001.

DALLARI, DALMO. Elementos da Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 1979.

ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
FREUD, Sigmund. Psicologia das massas e análise do eu. Trad. Renato Zwick. Reimpressão. Porto
Alegre: L&PM, 2013.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo:
Nova Cultura, 1988.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade.2ªReimpressão. Trad. Raul Fiker. São


Paulo: Unesp, 1991.

KELSEN, Hans.

MASCARO, Alysson. Filosofia do direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.

MASCARO, Alysson. Introdução ao estudo do direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ROUSSEAU, Jean. O Contrato Social e outros escritos. Trad. Rolando Roque da Silva. São Paulo:
Cultrix, 1999.

ARTIGOS:

GIANNATTASIO, Arthr Roberto Capella. Justiça, Política e Direitos humanos: As instituições


Jurídicas e a Manutenção do Justo Meio na Esfera Pública. In: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (ANPOF). Anais do XVI Encontro Nacional da ANPOF-
GT Filosofia e Direito. São Paulo: ANPOF, 2015 [no prelo]

MEIO ELETRÔNICO:

Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 2009.3

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