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DIREITO TRIBUTÁRIO II (DIR04012)

Período Letivo: 2017/1 – Intermediária - Manhã

Aluno: _________________________________________ Nota: ___

Cada questão vale um ponto. Respostas não justificadas ou justificadas incorretamente não
receberão pontuação alguma.

1ª – Por que a jurisprudência considerou ilegítima a forma de tributação que a legislação previa (até
2010) para os rendimentos recebidos acumuladamente? Qual a solução adotada? A resposta não
pode se limitar a princípios.

Tais rendimentos eram tributados segundo o regime de caixa, o que acarretava a indevida majoração
da base de cálculo no ano-base do recebimento, levando à tributação de rendimentos que, se
recebidos na época oportuna, seriam isentos ou estariam inseridos em uma faixa de tributação
inferior. Considerou-se que essa forma de tributação violava os princípios da capacidade
contributiva e da isonomia – e também a razoabilidade. A solução adotada pela jurisprudência (sem
previsão legal) foi sujeitar tais rendimentos ao regime de competência, de modo que passaram a ser
excluídos da base de cálculo do ano do recebimento e imputados na DIRPF do ano-base em que
deveriam ter sido recebidos. Em seguida, calculava-se o IR devido em cada ano-base, atualizavam-
se os valores devidos e apurava-se a diferença relativamente ao que seria devido pelo regime de
caixa.

2ª – João da Silva comprou um imóvel residencial por 500 mil reais. Dois anos depois, vendeu-o por
um milhão. Assim que recebeu os valores adquiriu outro imóvel residencial por oitocentos mil e
aplicou o restante em renda fixa. Ele deverá pagar IR? Em caso positivo, qual seria a alíquota
aplicável e qual seria o montante considerado para a definição da base de cálculo?

Sim, ele deverá pagar o IR pelo ganho de capital auferido. A alíquota é de 15%. O ganho de capital
seria, em princípio, de R$ 500 mil (para a apuração do ganho de capital ainda deve ser aplicado o
fator de redução), mas o montante considerado é de R$ 200.000,00 (parcela não aplicada na compra
do imóvel). Não é considerado o montante de R$ 300.000,00 em virtude da isenção estabelecida
pelo art. 39 da Lei 11.196/2005, que só se aplica aos valores empregados na aquisição de imóveis

3ª – Qual o critério utilizado para delimitar a competência para a cobrança do IPTU e do ITR? Há
exceções? Justifique.

É o critério da localização do imóvel, adotado pelo CTN. A exceção consiste nos imóveis que,
embora situados na zona urbana do Município, sejam explorados para fins rurais, os quais se
sujeitam ao ITR, por força do estabelecido no art. 15 do Decreto-Lei 57/66.

4ª – João Barbosa é servidor público no interior e mora em um imóvel rural de 20 hectares, de sua
propriedade. Não possui outros imóveis. Tem empregados que trabalham na agricultura. Vende o
que é produzido por eles. João Barbosa tem de pagar o ITR? Justifique.

Não, por força da imunidade estabelecida pelo art. 153, § 4º, II, da CRFB/1988 c/c o art. 2º,
parágrafo único, III, da Lei 9.393/1996. A restrição da exploração “só ou com sua família”,
constante no caput do artigo legal citado foi revogada com o advento da EC 42/2003.

5ª – João e Maria divorciaram-se. O único imóvel que adquiriram, com esforço comum e durante o
casamento realizado no regime legal (comunhão parcial), ficou com a Maria. Em contrapartida, João
ficou com a aplicação financeira que tinham, também patrimônio comum, de valor equivalente ao
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do imóvel. É devido algum imposto? Justifique.

Embora a partilha seja isonômica em termos de valores, é devido o ITBI, pois houve transmissão
onerosa de imóvel que antes era de propriedade comum do casal. Considera-se, para tanto, apenas o
patrimônio imobiliário, não o patrimônio geral.

6ª – As empresas incluídas no Simples Nacional podem ser obrigadas a suportar o ICMS na


qualidade de substituídas tributárias, no regime de substituição progressiva? Se exigida pelo Fisco,
essa cobrança não implicaria bitributação? Justifique.

Sim, a sua sujeição está expressa na LC 123/2006 (art. 13, inc. XIII, a). Não há bitributação porque
a receita correlata é segregada, a fim de que a alíquota prevista na tabela anexa sofra a dedução do
percentual correspondente ao ICMS (art. 18, § 4º-A, I).

7ª – Indique a forma de cálculo do IRPJ a ser pago, no regime do lucro presumido, por uma empresa
de patologia clínica, devidamente inscrita na Junta Comercial e que respeita todas as normas
aplicáveis à sua atividade, considerando a receita bruta trimestral de 300 mil reais.

A empresa estará sujeita ao percentual geral, de 8%, dada a aplicação da exceção prevista na parte
final do art. 15, III, a, da Lei 9.249/1995. Logo, o seu lucro presumido é de R$ 24.000,00, que sofre
a incidência da alíquota de 15%, resultando no imposto devido de R$ 3.600,00. Não se aplica o
adicional de 10% porque o lucro trimestral não ultrapassa R$ 60.000,00.

8ª – Como é definido o período de apuração do IRPJ para as empresas que recolhem o imposto no
regime do lucro real?

A regra é o período de apuração trimestral, mas o contribuinte pode optar pelo período anual,
recolhendo antecipações mensais calculadas sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação
dos percentuais do lucro presumido. Arts. 1º e 2º da Lei 9.430/1996.

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