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PARTE I - IDENTIFICAÇÃO
TÍTULO: CINECLUBE UEMS
TIPO DA PROPOSTA:
( )Evento ( )Programa ( X )Projeto
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS
DIVISÃO DE EXTENSÃO / DIVISÃO DE CULTURA E ASSUNTOS
COMUNITÁRIOS
1. Introdução
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Total de carga horária mensal: 03 horas
Duração: 3 meses (carga total: 09 horas)
Periodicidade: Anual
A Ação é Curricular? Não
Abrangência: Local
1.3 Público-Alvo
Nº Estimado de Público: 56
Discriminar Público-Alvo:
A B C D E Total
Público Interno da Universidade/Instituto 5 20 5 0 0 30
Instituições Governamentais Federais 0 0 0 0 0 0
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Instituições Governamentais Estaduais 1 0 0 0 15 16
Instituições Governamentais Municipais 0 0 0 0 0 0
Organizações de Iniciativa Privada 0 0 0 0 0 0
Movimentos Sociais 0 0 0 0 0 0
Organizações Não-Governamentais
0 0 0 0 0 0
(ONGs/OSCIPs)
Organizações Sindicais 0 0 0 0 0 0
Grupos Comunitários 0 0 0 0 10 10
Outros 0 0 0 0 0 0
Total 6 20 5 0 25 56
Legenda:
(A) Docente
(B) Discentes de Graduação
(C) Discentes de Pós-Graduação
(D) Técnico Administrativo
(E) Outro
1.4 Parcerias
Resumo da Proposta:
Este projeto pretende compor um cineclube na UEMS/Unidade Universitária de Campo Grande, visando
atingir acadêmicos dos cursos de Letras e outros cursos, bem como a comunidade externa e alunos de
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escolas estaduais de Campo Grande. A proposta deste cineclube consiste na exibição e discussão de
filmes que, escolhidos de acordo com a faixa etária dos grupos sociais envolvidos, possam estimular a
reflexão sobre temas sociais relevantes, bem como a compreensão da linguagem cinematográfica em
suas potencialidades de significação e elaboração artística. Assim, serão elencados filmes brasileiros,
latino-americanos, europeus, asiáticos, entre outros, que tratem de temas sociais em profundidade,
expressando um contraponto às produções massificadas da indústria cultural e dialogando com outras
artes e saberes humanísticos, sobretudo a literatura.
Palavras-Chave:
1.6.1 Justificativa
Este projeto, ao constituir um cineclube na Unidade Universitária de Campo Grande, possibilitará uma
integração entre acadêmicos e membros da comunidade externa. É importante destacar que há uma
relação entre ensino, pesquisa e extensão deflagrada na ação, pois o projeto de extensão relaciona-se
com o projeto de pesquisa 'Literatura, cinema e sociedade: diálogos críticos sobre o contemporâneo',
coordenado pelo professor doutor Volmir Cardoso Pereira e que atualmente acolhe várias orientações
vinculadas a ele, tanto no âmbito da graduação quanto do mestrado acadêmico em Letras. Quanto ao
ensino, pode-se destacar o caráter suplementar do projeto em relação a disciplinas eletivas dos cursos de
Letras, Artes Cênicas e outras que, direta ou indiretamente, vinculam-se ao cinema e outras artes, tais
como: Cinema e ciências humanas, Literatura e outros códigos estéticos, Literatura comparada.
Pode-se destacar, ainda, o relevante caráter social da ação ao priorizar grupos sociais carentes de ações
culturais, como os alunos de escolas públicas e, sobretudo, a comunidade do bairro José Abrão, localizada
ao lado da Universidade e constituída por pessoas de baixa renda.
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constantemente que ele é artifício, manipulação, interpretação. A história do cinema é em grande
parte a luta constante para manter ocultos os aspectos artificiais do cinema e para sustentar a impressão
de realidade. O cinema, como toda área cultural, é um campo de luta, e a história do cinema é também
o esforço constante para denunciar este ocultamento e fazer aparecer quem fala.” (BERNARDET, p. 20)
Importa considerar, nesse aspecto, que o cinema, enquanto campo de luta ideológica, assumiu diversas
vertentes de criação no decorrer de sua história, as quais podem ser elencadas em dois princípios
fundamentais: a opacidade e a transparência (XAVIER, 2005). Desde o início, o discurso sobre o cinema
investiu-se de um viés tecnicista que apontava a impressão de realidade gerada como sendo algo objetivo
e, portanto, naturalizado. Assim, de acordo com o primeiro princípio, a técnica de filmar seria um processo
transparente de registro do mundo natural e, consequentemente, o mais importante seria apenas observar
o que se registra (o conteúdo) e não como se registra (a forma). Em oposição a isso, realizadores de
cinema concentraram-se sobre a forma cinematográfica e trouxeram para seus filmes a indagação sobre o
próprio ato de filmar, deflagrando-o reflexivamente em sua própria opacidade. Desse modo, o cinema tem
oscilado historicamente entre produções que ainda se pautam pelo efeito de transparência, apostando
numa imersão mais ingênua no plano de conteúdo (o cinema hollywoodiano como exemplo fundamental) e
produções que, em direção oposta, possibilitam maior experimentação formal e metalinguística (como os
filmes do Cinema Novo, Cinema Marginal, Nouvelle Vague, Dogma 95, etc.). É certo que ambos os
princípios de realização cinematográfica não podem ser rigidamente separados, podendo, inclusive,
conviver na mesma obra fílmica. Contudo, o que podemos afirmar é que as obras que visam gerar o efeito
de transparência, em geral, ficam mais próximas das ideologias dominantes e mais distantes de um
distanciamento crítico que outro cinema pressupõe.
Mesmo assim, cabe lembrar que o cinema, desde seu surgimento em fins do século XIX, suscitou
reflexões teóricas otimistas e pessimistas sobre suas possibilidades de emancipação política e de
realização estética. Walter Benjamin, ao contrário de outros pensadores da escola de Frankfurt, por
exemplo, anteviu a potencialidade emancipadora do cinema ao identificar que, em sua própria técnica de
reprodução e em seu dispositivo, o próprio olhar do espectador poderia ser estimulado a imaginar utopias
coletivas, criando um espaço possível de liberdade por meio de sua forma específica de narrar o mundo:
“Através de seus grandes planos, de sua ênfase sobre pormenores ocultos dos objetos que nos são
familiares, e de sua investigação dos ambientes mais vulgares sob a direção genial da objetiva, o cinema
faz-nos vislumbrar, por um lado, os mil condicionamentos que determinam nossa existência, e por outro
assegura-nos um grande e insuspeitado espaço de liberdade. (...) veio então o cinema, que faz explodir
esse universo carcerário com dinamite dos seus décimos de segundo, permite-nos empreender viagens
aventurosas entre as ruínas arremessadas à distância” (Benjamin, 1994, p 189)
Assim, este projeto de extensão visa sensibilizar acadêmicos, professores, alunos da rede pública de
ensino e membros da comunidade por meio da apresentação e discussão de obras cinematográficas,
compreendendo-as como bens culturais que podem contribuir significativamente para um processo
pedagógico emancipatório de caráter histórico-crítico. Em geral, cabe lembrar que o cinema constitui-se
como arte a partir do momento em que sua linguagem foi assumindo uma forma específica,
diferenciando-se do teatro filmado e da mera tradução literária. Assim, muitos de seus filmes podem ser
tidos como obras artísticas de vasto interesse para uma formação estética e humanística, coadunando-se
com a proposta de educação que aqui corroboramos:
“Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada
indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.
Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de
outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.”
(SAVIANI, p 13)
Por fim, é com tal perspectiva de intervenção na realidade a partir do saber estético que, em um viés
histórico-crítico, propomos a criação deste cineclube na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
1.6.3 Objetivos
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Objetivo Geral:
- Constituir um cineclube voltado para a exibição e discussão de filmes de alto valor estético, promovendo
o conhecimento de obras cinematográficas que suplementem a formação acadêmica e oportunizem ação
cultural diferenciada à comunidade, especialmente jovens de escola pública.
Objetivos específicos:
- Compreender a linguagem cinematográfica e sua potência de significação em forma e conteúdo a partir
de obras fílmicas de alto valor estético.
- Promover o conhecimento histórico e a fruição estética por meio de obras cinematográficas.
- Observar as relações entre a linguagem cinematográfica e literária, valorizando a perspectiva comparada
entre as artes.
Este projeto seguirá uma proposta metodológica de caráter histórico-crítico, visando constituir ações de
intervenção social a partir do conhecimento propiciado pelo cinema. Tal proposta assenta-se na
perspectiva de compreender o cinema e outras artes como formas estéticas ricas de sentido que podem
auxiliar o sujeito a compreender melhor a complexidade do mundo em que se insere. Tal perspectiva
remonta à discussão de Walter Benjamin (1994) sobre a possibilidade de o cinema contribuir para a
emancipação das massas, bem como à perspectiva adotada por críticos como Ismail Xavier (2005) e
Fredric Jameson (2006), para os quais o cinema não transparente pode se opor às ideologias
hegemônicas veiculadas pela indústria cultural.
Assim, este projeto pretende produzir alto impacto social na medida em que pretende não só exibir filmes a
membros da comunidade interna e externa, mas também visa à discussão das obras em uma perspectiva
relacional entre cinema, literatura, história e sociedade, sempre voltadas para um processo de intervenção
social a partir da elaboração de uma perspectiva crítica junto ao público atendido.
Dentre as ações desenvolvidas no projeto, podemos elencar a princípio as seguintes:
- Seleção e exibição de filmes brasileiros, latino-americanos, europeus e outros que não se enquadrem em
uma estética convencional (sobretudo hollywoodiana) e apresentem alto valor estético.
- Realização de discussões que relacionem criticamente os filmes assistidos com a história e a sociedade
contemporânea.
- Realização de oficinas sobre aspectos históricos e formais da linguagem cinematográfica, visando
ampliar o conhecimento crítico sobre seu processo de elaboração.
- Produção de material escrito sobre os filmes e discussões efetivadas, tais como: resenhas, artigos,
crônicas, etc.
As relações entre ensino, pesquisa e extensão mostram-se claras neste projeto pelos seguintes aspectos:
- Extensão/Ensino: o projeto desenvolverá ações que dialogam com várias disciplinas eletivas que
compõem a grade curricular dos cursos de letras da Unidade de Campo Grande, tais como 'literatura e
outros códigos estéticos', 'literatura comparada', 'cinema e ciências humanas', propiciando aos acadêmicos
participantes uma formação suplementar em relação a elas. Alunos de outros cursos da Unidade como
Artes Cênicas e Geografia, por exemplo, poderão articular relações entre os conteúdos do projeto com
suas respectivas áreas, de modo interdisciplinar. No caso dos alunos de ensino médio, oriundos de escola
pública, a perspectiva histórica-crítica adotada nas ações do projeto certamente contribuirá para sua
formação neste nível de ensino.
- Extensão/Pesquisa: conforme já afirmado anteriormente, este projeto de extensão vincula-se ao projeto
de pesquisa 'Literatura, cinema e sociedade: diálogos críticos sobre o contemporâneo', articulando
iniciação científica e orientação de graduação e pós-graduação às suas ações. A possibilidade de
confeccionar textos científicos a partir das ações deste projeto estão previstas.
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1.6.6 Avaliação
Pelo Público
Discussão mensal com o público participante para anotar sugestões, críticas e atualizar as ações do
projeto mediante tais apontamentos.
Pela Equipe
Reunião mensal da equipe para realizar avaliação periódica do projeto, as dificuldades, as ações que
obtiveram êxito, discutir a seleção de filmes e as propostas de atividades.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política. Brasiliense:São Paulo, 1994
BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1981.
CEVASCO, Maria Elisa. “O diferencial da crítica materialista”. In: Ideias. Revista do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas da UNICAMP. v.4, n.2. 2013. pp.15-30.
DINIZ, Thaís Flores Nogueira. Literatura e Cinema: da semiótica à tradução cultural. Ouro Preto: Editora
da UFOP, 1999.
JAMESON, Fredric. Espaço e Imagem: teorias do pós-moderno e outros ensaios de. Fredric Jameson. 4ª
ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. rev. Campinas: Autores
Associados, 2011.
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Paz e Terra, 2005.
XAVIER, Ismail. O olhar e a cena. São Paulo: Cosac &. Naify, 2003.
1.6.8 Observações
NACIONAIS
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Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016)
INTERNACIONAIS
A canção dos pardais (Majid Majidi, 2008)
Um alguém apaixonado (Abbas Kiarostami, 2012)
A grande beleza (Paolo Sorrentino, 2013)
O banheiro do papa (César Charlone e Enrique Fernández, 2007)
Valentín (Alejandro Agresti, 2003)
Relatos selvagens (Damian Sziffron, 2014)
O homem ao lado (Gaston Duprat, 2009)
No (Pablo Larrain, 2010)
Familia Rodante (Pablo Trapero, 2003)
Amores brutos (Alejandro G. Inarritu, 2000)
Um dia muito especial (Ettore Scola, 1977)
A estrada da vida (Federico Fellini, 1954)
Suspiria (Dario Argento, 1977)
Despertar dos mortos-vivos (George Romero, 1978)
Os incompreendidos (François Truffaut, 1959)
O garoto da bicicleta (Jean L. Dardenne, 2011)
Os idiotas (Lars Von Trier, 1998)
1.7 Divulgação/Certificados
1.9 Anexos
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Nome Tipo
Anexo I-EDITAL Nº 002/2017
anexo_i___edit_002_2017___parecer_gerencia_e_coord.pdf
- PROEC / UEMS-CULTURA
2. Equipe de Execução
Discentes da UEMS
Nome Curso Instituição Carga Funções
Adrianna Alberti Bacharel Em Letras UEMS 279 hrs Colaborador
Fábio Bezerra Cavalcante Letras/inglês UEMS 279 hrs Colaborador
Fúlvia de Oliveira Valengo Letras Bacharelado UEMS 279 hrs Colaborador
Gabriel Henrique Souza Correa
Letras - Bacharelado UEMS 279 hrs Colaborador
Magalhães
Jaqueline Mendes Santana Bacharelado Em Letras UEMS 279 hrs Colaborador
Rômulo Gomes Baena Bacharelado Em Letras UEMS 279 hrs Vice-Coordenador(a)
Técnico-administrativo da UEMS
Não existem Técnicos na sua atividade
Coordenador:
Nome: Volmir Cardoso Pereira
Nº de Matrícula: 134091025
CPF: 99881870178
Email: volmircardosop@gmail.com
Categoria: Professor Titular
Fone/Contato: (67)3443-2799 / (43) 3371-4000 / 99844344
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2.2 Cronograma de Atividades
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Atividade: ENCONTROS PARA EXIBIÇÃO E DISCUSSÃO DE FILMES
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Atividade: OFICINAS SOBRE LINGUAGEM E CRIAÇÃO CINEMATOGRÁFICA
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Carga horária: 03 horas/mês.
2017
Responsável Atividade
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2018
Responsável Atividade
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
, 23/07/2017
Local Volmir Cardoso Pereira
Coordenador(a)/Tutor(a)
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS
DIVISÃO DE EXTENSÃO / DIVISÃO DE CULTURA E ASSUNTOS
COMUNITÁRIOS
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