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UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

Universidade Fundação Oswaldo Aranha

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

VOLTA REDONDA
2017
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Universidade Fundação Oswaldo Aranha

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

Trabalho apresentado como


recurso avaliativo da
matéria de laboratório,
ministrada pelo professor Horácio

VOLTA REDONDA
2017
1. Introdução
1.1. Ventiladores
Ventiladores são máquinas de fluxo geradoras que transmitem a energia mecânica
recebida do eixo para o fluido (gás). Seu funcionamento é similar às bombas, sendo a
principal diferença a de que o fluido que recebe energia é um gás.
São usados em sistemas de ventilação e têm a função de conduzir os gases entre dois
ambientes, reservatórios, equipamentos, dispositivos, etc. Além dos sistemas de ventilação,
podem ser aplicados na movimentação de ar ambiente (ventiladores de coluna, de teto, etc),
no controle de temperatura e umidade para conforto, no controle de contaminantes, entre
outros.
Sistemas de ventilação aplicados no condicionamento de ar (refrigeração,
aquecimento, exaustão, filtragem, renovação, diluição de poluentes, etc) em ambientes
residenciais, comerciais e industriais constituem grande parte das unidades em uso. Os
ventiladores usados nessas instalações são, geralmente, de baixa pressão, isto é, não
transferem energia suficiente para impor uma variação apreciável de densidade do fluido de
trabalho (gás). Além disso, o escoamento nestes sistemas tem velocidade relativamente
baixa. Sob essas condições o escoamento do ar (e outros gases) pode ser tratado como
escoamento de um fluido incompressível, o que facilita bastante a análise e a torna similar à
do escoamento de líquidos em tubulações.
1.1.1. Classificação dos Ventiladores
Os ventiladores, assim como as bombas, são classificados, em primeira instância,
quanto à forma do rotor. Sub-classificações compreendem número de estágios, nível de
pressão e mesmo detalhe construtivo. Quanto à forma do rotor os ventiladores se sub-dividem
em ventiladores radiais (referidos, na linguagem corrente de instaladores, como ventil
adorescentrífugos) e axiais.

Ventiladores Axiais Ventiladores


Radiais
1.2. Ventiladores Centrífugos (Radial)
Os ventiladores radiais, ou ventiladores centrífugos, podem ter rotores com pás
(aletas) retas, curvadas para trás, ou curvadas para frente. Cada um destes rotores tem uma
característica operacional própria e aplicação específica.

1.2.1. Classificação quanto à forma das pás em ventiladores centrífugos

A. Pás radiais retas: ventilador robusto; movimenta grandes cargas de partículas (em
suspensão); trabalho pesado; e rendimento baixo.
B. Pás inclinadas para trás (curvas): é usado para gases limpos; silencioso; bom rendimento;
potência auto limitada; e alta pressão.
C. Pás curvadas para frente: é usado para alta pressão; bom rendimento. Permite vazões mais
altas com menores diâmetros. Não é adequado para gases com partículas abrasivas ou
material pegajoso.
D. Pás curvas de saída radial: é usado para alta pressão e grandes vazões. Bom rendimento.
E. Pás perfil de asa: é usado para ar limpo, baixo nível de ruído, tem bom rendimento.
1.2.1.1. Ventilador centrífugo de pás retas

O ventilador centrífugo de pás retas é um tipo comum, geralmente de custo mais


baixo. Desenvolve pressões razoavelmente elevadas (até cerca de 500 mmH2O), opera em
altas temperaturas, e tem capacidade de exaurir ou insuflar material com particulado sólido
(o canal reto entre aletas facilita o escoamento e a separação dos sólidos). Naturalmente, é
um ventilador de baixa eficiência, alta velocidade de saída, menor grau de reação, alta
dissipação viscosa no canal entre aletas e no difusor. Estas características induzem também
um nível elevado de ruído (produzido por turbulência, alta velocidade do escoamento,
aerodinâmica das aletas não-favorável, etc), o que também é um demérito para o equipamento
(em sistemas de ventilação o ruído do ventilador normalmente é uma condição crítica de
projeto, pois o equipamento normalmente está próximo do ambiente habitado, além do ruído
se propagar pelos dutos que formam o sistema de ventilação).

1.2.1.2. Ventilador centrífugo de pás curvadas para trás


O ventilador centrífugo de pás ou aletas curvadas para trás é o mais eficiente entre os
centrífugos. Como a velocidade do escoamento é a menor, e o canal formado pelas aletas tem
a forma apropriada para o escoamento do gás através do rotor, é o que produz ruído menos
intenso. Entretanto, tem custo mais elevado que o de rotor radial. Não é indicado também
para movimentar gases com partículas sólidas, as quais podem erodir as aletas com rapidez
(a força centrífuga desloca as partículas sólidas para a face de sucção das aletas). São
ventiladores muito utilizados em sistemas de condicionamento de ar. Os modelos mais
sofisticados, de maior potência e responsabilidade, têm aletas com perfil aerodinâmico (um
pouco mais eficientes, produzindo ruído menos intenso). Um elemento de destaque neste
ventilador é a sua curva de potência: o valor máximo ocorre em um ponto operacional
equivalente a 70% ~ 80% da vazão máxima. Resulta, então, que este ventilador nunca terá
problemas de sobrecarga por projeto incorreto ou operação inadequada do sistema de
ventilação. Por este motivo, o ventilador de aletas curvadas para trás é denominado de ‘sem
sobrecarga’.

1.2.1.3. Ventilador centrífugo de pás curvadas para frente


Assim como o centrífugo de aletas curvadas para trás, o ventilador centrífugo de
aletas curvadas para frente é utilizado com gases isentos de partículas sólidas. Uma das
particularidades de sua curva característica é uma extensa faixa de pressão quase constante,
o que o torna particularmente adequado para aplicação em sistemas onde se deseja minimizar
a influência de alterações de dispositivos, como os ‘dampers’ de controle de vazão; outra
particularidade é o ramo instável da curva característica, na faixa das baixas vazões. A
potência cresce constantemente com o aumento da vazão, o que requer um grande cuidado
na determinação do ponto de operação do sistema e na seleção do motor de acionamento, que
pode ‘queimar’ se a vazão resultante for muito superior àquela projetada. Sua eficiência,
entretanto, é menor que a do centrífugo de aletas curvadas para trás.

1.3. Tubo de Pitot


Em muitos estudos de escoamentos é fundamental determinar o módulo e a direção
da velocidade do fluido em alguns pontos da região estudada. Apesar de ser impossível a
obtenção da velocidade exata num ponto, pode-se determinar a velocidade média numa
pequena área ou volume com o auxílio de alguns instrumentos adequados.
Existem muitos métodos para a determinação da velocidade dos fluidos, entre eles
podemos listar: medir o tempo que uma partícula leva para percorrer uma distância
conhecida; medir a rotação de uma hélice introduzida no escoamento; medir a variação da
resistência elétrica pelo resfriamento de um condutor elétrico introduzido no escoamento;
identificar a diferença entre a pressão total e a estática, método introduzido por Henri Pitot
em 1732, sendo este um dos mais utilizados.
Henri Pitot nasceu em Aramon, França, em 1695 e foi um importante engenheiro
especializado em hidráulica. Começou os seus estudos em matemáticas e astronomia em
Paris, tornando-se logo mais assistente do físico Réaumur em 1723. Em 1724 foi nomeado
membro da Academia das Ciências de França. Pitot começou a se interessar por fluídos e
testou vários de seus projetos e teorias no Rio Sena, até que inventou em 1732 um dispositivo
para medir a velocidade com que o fluido se movia, conhecido hoje por tubo de Pitot, ou
ainda pitômetro.
O tubo de Pitot é um instrumento de medição que mede a velocidade de fluidos em
modelos físicos em laboratórios de hidráulica, em laboratórios de aerodinâmica e também na
hidrologia para a medição indireta de vazões em canais e rios, em redes de abastecimento de
água, em adutoras, em oleodutos e ainda a velocidade dos aviões, medindo a velocidade de
escoamento do ar.

1.3.1. Funcionamento
Permite obter a velocidade de uma dada corrente de um escoamento a partir da
medição de duas pressões: estática e dinâmica.
Pressão Estática – é a pressão real ou a pressão termodinâmica que atua no fluido. Pode
também ser definida como a pressão acusada por um sensor que acompanha o fluido, com a
mesma velocidade deste. É medida através do uso de um pequeno orifício executado na
parede da tubulação ou de outra superfície alinhada com o escoamento, tendo-se o cuidado
de que esta medição altere o mínimo possível o movimento do fluido.
Pressão Dinâmica – é a pressão decorrente da transformação da energia cinética do fluido
em pressão, através de uma desaceleração isoentrópica do mesmo.
Pressão Total, de Impacto ou de Estagnação – é a soma da pressão estática com a pressão
dinâmica. A sua medição é feita através de uma tomada de pressão voltada contra o
escoamento e alinhada com as linhas de corrente, de forma a receber o impacto do fluido.

A velocidade do fluido é obtida pela equação pela da lei de conservação da massa e


da energia. A lei da conservação da massa aplicada a dois pontos 1 e 2 de uma linha de
corrente resulta em:

As grandezas V e A referem-se à velocidade média do escoamento e à área da seção


normal ao mesmo escoamento, nas posições de uma linha de corrente. A equação anterior
pode ser reescrita para a velocidade V1, como segue:

Definindo-se β = D2 / D1 relação entre os diâmetros da tubulação nos pontos 1 e 2,


chega-se em:
A lei da conservação da energia para escoamentos permanentes, incompressíveis (ρ1
= ρ2 = ρ), adiabáticos e sem atrito é dada pela equação de Bernoulli. Introduzindo o resultado
a última equação, a expressão para a velocidade em um escoamento é dada por:

No caso de um tubo de Pitot, onde o diâmetro em 2 é muito menor do que o da


tubulação em 1, o coeficiente geométrico β = 0, e a velocidade do escoamento é simplesmente
dada por:

onde p0 é a pressão de estagnação no ponto 2, p é a pressão estática ou termodinâmica medida


na superfície do tubo.

2. Objetivo
A experiência teve como objetivo calcular a velocidade média na saída da tubulação
alimentada por um ventilador centrífugo através da utilização de um tubo de Pitot e formulas
específicas para tal cálculo. E por fim determinar a potência útil do ventilador.

3. Materiais e Métodos
3.1. Materiais
Os materiais utilizados nesta experiência foram:
I. Ventilador Centrífugo
II. Tubo de Pitot
III. Trena métrica
IV. Paquímetro
V. Manômetro de coluna inclinada
3.2. Método
O experimento iniciou-se com a medição do comprimento da tubulação de recalque
através de uma trena métrica, bem como seu diâmetro por meio de um paquímetro. Foi
colocado o tubo de Pitot no centro da tubulação a fim de medir a velocidade máxima. Após
isso, o ventilador foi ligado e esperou-se alguns minutos até sua estabilização. Uma vez
estabilizado, foi verificado a diferença de pressão no manômetro, sendo a mesma medida em
mmH2O.
Para maior entendimento da influência da vazão sobre a pressão exercida pelo
ventilador, foram feitas rápidas experiências com a válvula parcial e totalmente fechada,
observando as variações de pressão mostrada no manômetro.
Todos os dados foram coletados e aplicados em fórmulas específicas para no fim
determinar a potência útil do ventilador.

4. Memória de Cálculo

Dados

𝒎 𝒌𝒈
𝒈 = 𝟗, 𝟖𝟏 𝒔𝟐 ; 𝑳 = 𝟑𝟎𝟑𝟕𝐦𝐦 ; 𝑫 = 𝟐𝟒𝟓𝒎𝒎 ; 𝒂𝒓 = 𝟏, 𝟐𝟑 𝒎𝟑 ;
𝑵
𝓥 = 𝟏𝟎−𝟒 ; ∆𝒉 = 𝟏𝟕 𝒎𝒎𝒄𝒂 ; 𝜸á𝒈𝒖𝒂 = 𝟗𝟖𝟏𝟎 ; ɛ = 𝟎 (𝑻𝒖𝒃𝒐 𝒍𝒊𝒔𝒐)
𝒎³

1. Diferença de pressão
∆𝒑 = ∆𝒉. 𝜸á𝒈𝒖𝒂
𝟏𝟑, 𝟐 . 𝟎, 𝟐𝟒𝟓
−𝟑 𝐑𝐞𝟐 =
∆𝒑 = 𝟏𝟕𝒙𝟏𝟎 . 9810 𝟏𝟎−𝟒

𝑵 𝐑𝐞𝟐 = 𝟑𝟐𝟑𝟒𝟎
∆𝒑 = 166,77 𝒎²
𝟏
2. Velocidade Máxima 𝐑𝐞𝟐 𝟔
𝒎𝟐 = 𝟏 + ( )
𝟓𝟎
𝟏
𝟐. ∆𝐩 𝟑𝟐𝟑𝟒𝟎 𝟔
𝐯𝑴𝒂𝒙 =√ 𝒎𝟐 = 𝟏 + ( )
𝛒𝐚𝐫 𝟓𝟎
𝒎𝟐 = 𝟑, 𝟗𝟒𝟎𝟕
𝟐. 𝟏𝟔𝟔, 𝟕𝟕
𝐯𝑴𝒂𝒙 = √ 𝒎𝟐
𝟏, 𝟐𝟑 𝐯𝟐 = .𝐯
𝒎𝟐 + 𝟏 𝑴𝒂𝒙
𝐯𝑴𝒂𝒙 = 𝟏𝟔, 𝟒𝟔 𝐦/𝐬
𝟑, 𝟗𝟒𝟎𝟕
𝐯𝟐 = . 𝟏𝟔, 𝟒𝟔
𝟑, 𝟗𝟒𝟎𝟕 + 𝟏
3. Cálculo da Velocidade Média 1
𝐯𝟐 = 13,13 m/s
𝐯𝑴𝒂𝒙 . 𝑫
𝐑𝐞𝟏 =
𝓥
5. Cálculo da Velocidade Média 3
𝟏𝟔, 𝟒𝟔 . 𝟎, 𝟐𝟒𝟓
𝐑𝐞𝟏 =
𝟏𝟎−𝟒 v2 . 𝐷
Re3 =
𝒱
𝐑𝐞𝟏 = 𝟒𝟎𝟑𝟐𝟕
13,13 . 0,245
𝟏 Re3 =
𝐑𝐞𝟏 𝟔 10−4
𝒎𝟏 = 𝟏 + ( )
𝟓𝟎
𝟏 Re3 = 32168,5
𝟒𝟎𝟑𝟐𝟕 𝟔
𝒎𝟏 = 𝟏 + ( ) 1
𝟓𝟎 Re3 6
𝒎𝟏 = 𝟒, 𝟎𝟓𝟏 𝑚3 = 1 + ( )
50
1
𝒎𝟏 32168,5 6
𝐯𝟏 = .𝐯 𝑚3 = 1 + ( )
𝒎𝟏 + 𝟏 𝑴𝒂𝒙 50
𝑚3 = 3,938
𝟒, 𝟎𝟓𝟏
𝐯𝟏 = . 𝟏𝟔, 𝟒𝟔 𝑚3
𝟒, 𝟎𝟓𝟏 + 𝟏 v3 = .v
𝐯𝟏 = 𝟏𝟑, 𝟐 𝐦/𝐬 𝑚3 + 1 𝑀𝑎𝑥

4. Cálculo da Velocidade Média 2 3,938


v3 = . 16,46
3,938 + 1
𝐯𝟏 . 𝑫
𝐑𝐞𝟐 =
𝓥 v3 = 13,12 m/s
10. Cálculo da altura manométrica de recalque
6. Cálculo da Vazão
𝑣2
𝐻𝐵 = + 𝛥𝑍 + ℎ𝑝
Q = v3 . A 2𝑔

𝜋. 0.245² 13,122
Q = 13,12 . 𝐻𝐵 = + 1,46
4 2𝑥9,81

Q = 0,618 m³/s 𝐻𝐵 = 10,23 𝑚𝑐𝑎

7. Número de Reynolds 11. Cálculo da potência útil

4. 𝑄 𝑁 = 𝛾𝑎𝑟 𝑥 𝑄 𝑥 𝐻𝐵
Re =
𝜋. 𝐷. 𝒱 𝑁 = (1,23 𝑥 9,81) 𝑥 0,618 𝑥 10,23

4.0,618 𝑁 = 76,3 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠


Re =
𝜋. 0,245. 10−4

Re = 32116,8

8. Fator de fricção ( 𝑓 )

Equação de Moody

1
ɛ 105 3
𝑓 = 0,0055 [1 + (20000𝑥 D + )]
𝑅𝑒
1
105 3
𝑓 = 0,0055 [1 + ( ) ]
32116,8

𝑓 = 0,0135

9. Equação universal

L 𝑄²
ℎ𝑝 = 8. 𝑓 . .
𝐷5 𝜋². 𝑔

3,037 0,618²
ℎ = 8.0,0135. .
0,2455 𝜋². 9,81

ℎ𝑝 =1,46 mca
5. Conclusão
A partir dos cálculos efetuados, pode-se concluir que o valor calculado da velocidade
máxima foi muito próximo do valor medido pelo anemômetro. Bem como o valor calculado
da velocidade média pelo método iterativo, visto que a potência útil achada está dentro do
valor apresentado pelo motor elétrico utilizado na experiência.
Foi possível também, concluir as diferenças de pressões mostradas pelo manômetro
com a abertura e fechamento da válvula de saída, sendo está pressão, máxima, no fechamento
total da válvula, fazendo com que o ventilador absorva toda a energia de pressão gerada.
Vale salientar também, a importância da utilização do tubo de Pitot, um aparelho
simples mas de extrema eficiência e de grande utilização em aplicações industriais, como por
exemplo em aeronaves.
6. Referências Bibliográficas
- CLEZAR, C.A.; NOGUEIRA, A.C. Ventilação Industrial. 2ª Ed. Florianópolis: Ed. da
UFSC, 2009.
- FOX, R.W. e MCDONALD, A.T., 1995, Introdução à Mecânica de Fluidos, Editora
Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro
- https://chasqueweb.ufrgs.br/~valner.brusamarello/inst/aula_10.pdf

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