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CURSO DE PEDAGOGIA

FICHA DE LEITURA
DISCIPLINA DIÁTICA: FUNDAMENTOS DA PRÁTICA DOCENTE

NOME DO ESTUDANTE CURSO

FICHAMENTO (DADOS DA OBRA/ARTIGO/TESE OU DISSERTAÇÃO)


AUTOR (A) /AUTORES (AS)
Paulo Freire
INSTITUIÇÃO/ EDITORA/ CIDADE
Paz e Terra/ Rio de Janeiro
ANO DE PUBLICAÇÃO
1981 Palavras-Chave:
Opressor; Oprimido; Libertação.
TÍTULO DO LIVRO

SÍNTESE DO LIVRO
Em seu primeiro capítulo que tem como título “justificativa da pedagogia do oprimido”,
Freire discute o processo de desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos. Ele
relata, que a forma de imposição que o opressor envolve o oprimido, e faz com estes sejam
menos, ou seja, veja-se em condições onde ele precise do seu usurpador. Neste capítulo
Paulo Freire desenvolve dois conceitos importantes: a revolução de contradição. Para ele
uma revolução no campo da opressão, por buscar mudanças daqueles que dominam, acaba
gerando novos opressores e oprimidos. Já na contradição o opressor se reconhece como o
tal e o oprimido consegue vê-se subjugado por outro. É a contradição que gera a
consciência. Mas a autor adverte que o processo de desintoxicação da opressão deve
acontecer de maneira cuidadosa para que os opressores não venham a ser novos oprimidos.
O processo de liberdade deve ser vista e sentida por ambas as partes. A libertação do estado
de opressão é uma ação social, não podendo portanto, acontecer isoladamente. O homem é
um ser social e por isso, a consciência e transformação do meio deve acontecer em
sociedade.

Em todo o contexto de seu livro, o autor busca mostrar como a educação no Brasil produz
um fetiche social, reproduzindo a desigualdade, a marginalização e a miséria. Ele coloca
que o ensinar a não pensar é algo puramente planejado pelos que estão no poder, para que
possam ter em suas mãos a maior quantidade possível de oprimidos, que se sentindo como
fragilizados, necessitam dos que dominam para sobreviverem. Mas como poderá o homem
sair da opressão se os que nos “ensinam” são também aqueles que nos oprimem? No
desenvolver de seu livro, Paulo Freire procurar conscientizar o docente dom seu papel
problematizador da realidade do educando.

No capítulo II, a autor discute “a concepção ‘bancária’ da educação como instrumento de


opressão. Seus pressupostos. Suas criticas”. Ele traz a discussão de que é o professor quem
faz o seu aluno um mero depositário, ao considerar o aluno como incapaz de produzir
conhecimento, e desconsiderar-se como um ser em formação contínua. Para Paulo Freire,
ensinar a pensar e problematizar sobre a sua realidade é a forma correta de se reproduzir
conhecimento, pois é a partir daí que o educando terá a capacidade de compreender-se
como um ser social. Uma vez conhecendo sua situação na sociedade, o educando jamais se
curvará para a condição de oprimido, pois seu lema será a igualdade e por ela buscará. A
educação bancária, transformar a consciência do aluno em um pensar mecânico, ou seja, em
sentir como se a realidade social fosse algo exterior a ele e de nada lhe aferisse. Já a
educação problematizadora gera consciência de si inserida no mundo em que vive e diz
respeito à ideia de que deve existir um intercâmbio contínuo de saber entre educadores e
educandos, com a intenção de que os últimos não se limitem a repetir mecanicamente o
conhecimento transmitido pelos primeiros. Por meio do diálogo entre professores e alunos,
estabelecem-se possibilidades comunicativas em cuja raiz está à transformação do
educando em sujeito de sua própria história. É a superação da dicotomia educada X
educando. Nesse processo de educação problematizadora, o professor aprende enquanto
ensina pelo diálogo de seus educando, estimulando o ato cognoscente de ambos, ou seja,
ensina e aprende a refletir criticamente.

Percebemos que até hoje, em nossas escolas, o conceito de educação problematizadora


ainda não conseguiu ser implantadas. O professor formador de conscientização vive um
drama entre ensinar o que a pensar ou cumprir com o currículo que lhe é imposto pelos
órgãos educacionais. O tempo lhe traga toda a esperança de uma conscientização social.
Vive pesquisando para preparar uma aula que muitas vezes os alunos nem param para
ouvir por que o conteúdo que o professor tem que cumprir não condiz com a realidade que
seus alunos vivem. Então podemos entender que o sistema educacional de hoje também
continua a disseminar a opressão. Não por causa do professor, mas pelas condições de
trabalho que lhes é imposto. O educador hoje é tão vítima como o oprimido, pois é
meramente mais um deles.

PROBLEMA TRATADO NO LIVRO


Paulo Freire trata da libertação do homem das mãos opressoras através da pratica pedagógica,
pregando a luta pela causa do oprimido, mas não por sensibilização a situação em que se
encontram, mas sim por que se engajam na sua luta por liberdade. Onde também é essencial
o pensamento critico para se situar no mundo e a busca constante do ser mais, almejando
uma sociedade onde os homens são iguais.

JUSTIFICATIVA (RELEVÂNCIA DO LIVRO PARA A CONSTRUÇÃO DO SEU CONHECIMENTO)


Pedagogia do Oprimido possui ideais muito semelhantes aos meus, mas ainda sim
acrescentou muito a minha visão do mundo, além de ensinamentos sobre uma maior
objetividade na libertação dos oprimidos e igualdade dos homens.

AUTORES CITADOS
• Paulo Freire
• Francisco Weffort
• Rosa Luxemburgo
• Georg W. F. Hegel
• Karl Marx
• G. Lukács
• Erich Fromm
• Albert Memmi
• Simone de Beauvoir
• Reinhold Niebuhr
• Karl Jaspers
• Jean Paul Sartre
• Edmund Husserl
• Pierre Furter
• Álvaro Vieira Pinto
• Lucien Goldman
• André Nicolai
• José Luís Fiori
• Louis Altgusser
• Frantz Fanom
• Reuben Osborn
• Buber Martin
• Che Guevara
• Mikel Dufrene
• John Gerassi

CITAÇÃO DAS IDEIAS MAIS IMPORTANTES DO LIVRO E QUE VOCÊ QUER DESTACAR
• “Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o
significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os
efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade de
libertação? Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de sua busca;”
• “Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” na própria engrenagem
da estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes de
correr o risco de assumi-la.”.
• A pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista, terá dois momentos distintos.
O primeiro em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão
compromentendo-se na práxis, com a sua transformação; o segundo, em que ,
transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa
a ser pedagogia dos homens em processo de permanente libertação.”.
• “Por isto é que, somente os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores.
Estes, enquanto classe que oprime, nem libertam, nem se libertam.”.
OBSERVAÇÕES
Pedagogia do Oprimido busca explicar a situação da maioria das pessoas/alunos e dá-nos
possibilidades de mudar esse contexto através do dialogo, através da libertação.
É dito que, primeiramente, precisamos nos perceber no mundo, perceber a situação em que
estamos inseridos, mas só isso não basta. É necessário também percebermo-nos como
agentes de nossa própria história, e não como objetos criados e manipulados pela elite do
país.

Para libertarmo-nos é necessária uma verdadeira revolução. A questão é muito complexa,


pois, muitas vezes, o oprimido carrega o opressor dentro de si, colocando-se contra os
próprios companheiros e desejando ser como os opressores; e quando não, desvalorizam-se,
acreditando que são inferiores. Por isso deve-se valorizar os oprimidos, valorizar sua visão
de mundo, valorizar o seu ser e ajudá-los a serem mais, a deixar de sermos coisas e
assumirmo-nos como humanos, como homens e mulheres.
Conclusão
O livro pedagogia do Oprimido faz refletir sobre a verdadeira realidade do mundo, onde
opressão e igualdade prevalecem. Porem não devemos nos calar nem nos deixar oprimir
para lutar por nossa liberdade.

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