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John Rawls nasceu em 1921, nos Estados Unidos e faleceu em 2002. Foi professor emérito da
Universidade de Harvard. Recebu inúmeros prêmios, entre eles a National HUmanities Medal
(O National Endowment for the Humanities (NEH) é uma agência federal independente criada
em 1965. É um dos maiores financiadores de programas de humanidades nos Estados
Unidos.)(informações disponiveis em https://www.neh.gov/about/awards/national-
humanities-medals/john-rawls
, pelo reconhecimento de como seu trabalho ajudou toda uma geração de juristas a reviver a
fé na Democracia.(Rawls Liberalismo político, apresentação do livro.)
Ao avaliarmos a Justiça como equidade de Rawls, não se está tratando, como se poderia supor,
de considerações sobre julgamento justos, ainda que e estes não estejam excluídos da filosofia
de Rawls. Ocorre, entretanto, que o sistema proposto se aplica às instituições (tratadas mais
detalhadamente adiante) quaisquer que elas sejam, e às diferentes etapas de uma estrutura
social justa.
Entendendo o contexto:
Como bem lembra Renato Montalvão (Professor de Filosofia do Complexo de Ensino Renato Saraiva e de Teoria do
Direito da Faculdade de Direito da UFBA). Rawls se envolve no ápice da guerra fria estabelicidade,
principalmente entre os EUA e a antiga União Soviética, deles compreendendo a existÊncia dos
aspectos de liberdade e igualdade, pois, o liberalismo está em plena aplicação na seara
econômica com o capitalismo, sendo fundado no valor da liberdade, e o marxismo (ou o
comunismo) estaria calcado a partir do valor da igualdade.
José Cunha (2017) lembra ainda, o polemico livro de Hannah Arendt, que nos traz a banalidade
do mal através de seu livro, EICHMANN EM JERUSALÉM. Nele são descritos os momentos do
julgamento de um dos maior responsáveis pelo holocausto, o nazista Adolf Eichmann.
Acusada pelos próprios judeus (de quem fazia parte) de ser uma traidora de seu povo, Arent,
de fato, retrata a realidade de que Eichmann, ao contrário do monstro esperado, não passava
de um simples burocrata e que apresenta-se como um homem virtuoso, Transcreve Arendt:
legais
Aqui ressaltamos um dos aspectos que Rawls pretendia rever, em pleno século XX,
precisávamos de novos princípios que rechaçassem a possibilidade de novo holocausto,
pautados em um sistema racional de estrutura social justa.
Trata-se de uma nova ideia buscado justiça social, com acesso mais igual possível às
oportunidades com mitigação, inclusive, da meritocracia em virtude da arbitrariedade natural
da distribuição das habilidades e condições favoráveis, sempre visando uma sociedade mais
justa dentro do ponto de vista da ética. Trata-se de uma nova justificativa do contrato social,
onde se busca o estado do bem estar social, o estado liberal.
Para melhor entendimento de sua teoria, Rawls utiliza repetidamente outras teorias
de justiça, como a intuicionista e a utilitarista.
Essas teorias são fundamentais para entender o eixo central de pensamento na qual o
legislador, o juiz e mesmo toda a estrutura política da sociedade de vê se ancorar para
corroborar com uma condição mais adequada de justiça ou, como diz o filósofo, uma
sociedade bem-ordenada. Em uma sociedade bem ordenada são atendidos dois requisitos
(pag 5):
Em uma sociedade justa, as liberdades da cidadania igual (conceito que será melhor
compreendido quando da apresentação dos princípios da Teoria da Justiça são invioláveis, não
estando sujeitos a negociações políticas.
Nas sociedades justas, as instituições (pag 6) são justas quando não se fazem
distinções arbritárias entre pessoas na atribuição de direitos e deveres básicos e quando a
regra utilizada se adéqua às reivindicações concorrentes dos cidadãos.
Rawls não busca a verdade absoluta e incontestável de sua teoria, apenas trata de nos
apresentar a uma que, no seu entendimento, é melhor que as usadas atualmente. Para o
autor, as nossas teorias atuais acerca da moral são primitivas e apresentam defeitos graves
como aquela referida anteriormente acerca do burocrata nazista. Ademias, nos debates
políticos, continuamente somos levados a nos basear em certos critérios que não se coanudam
com nossas intuições morais. Para demonstrar a com mais clareza os princípios de sua teoria
ele as irá avaliar e comparar constantemente com outras já existentes.
Cabe considerar, no contexto de todo este trabalho que a Teoria da Justiça se aplica
fundamentalmente em uma organização mais ou menos independente (observar que em 1971
o termo globalização ainda não se impunha nos novos mercados) em segundo lugar, ele está
direcionado a regimes democráticos, sejam eles tendentes ao socialismo ou ao capitalismo.
Portanto, não faz sentido falar em Teoria da Justiça de Rawls em regimes ditatoriais, até
porque o principal princípio, como se verá, será o da Liberdade Igualitária.
A ideia central em Teoria da Justiça (TJ)
O essencial é que a teoria se baseia na escolha que essas pessoas, livres e racionais
fariam em uma posição inicial de igualdade. Essas escolhas iriam definir os termos, direitos e
deveres, de toda a estrutura básica da sociedade a partir daí.
Sendo uma proposição filosófica, Rawls se vale de situações hipotéticas (assim com
muitos outros filósofos), mas que não esvazia o conceito prático, ao contrário, nos dá
melhores instrumentos para avaliar a justeza da sociedade.
Trata-se de um ponto nevrálgico na TJ. Ela significa que, em uma situação hipotética
original, a partir da qual iremos estabelecer quais princípios seguir e como estruturar a nossa
sociedade, não temos conhecimento da posição em que estaremos. Na posição original somos
partes desinteressadas. Significa dizer que, em algum momento inicial, antes de estruturarmos
nossas regras de convivência, não temos interesses específicos em favores um grupo
determinado de pessoas ou instituições na sociedade que iremos construir. Por exemplo, não
podemos pautar nossos ganhos exclusivamente no talento de cada um, pois, caso ocupemos,
na sociedade, uma posição de baixo talento, não gostaríamos de estar submetidos a uma
condição muito desfavorecida, ou seja aquela que não nos garanta condições adequadas de
vida. O mesmo se aplica a considerações sobre o bem e preferências religiosas. NA condição
original, imbuídos com o véu da ignorância, não podemos prever qual será o nosso status
social, a nossa tendência de escolha do bem e a nossa escolha de fé ou religiosa. O que
precisamos, para estabelecer um contrato em sociedade é que exista um grupo de partes
racionais (OBS p15- São pessoas que buscam adotar os meios mais eficientes para
determinado fim) e que entendam, até porque se pretende estabelecer um contrato, a
vantagem em estabelecer uma comunidade justa.
OBS: Cabe considerar que Rawls irá rever os conceitos de racional e razoável no que
seria seu próximo trabalho, Liberalismo Político.)
Uma vez que todos estão em uma situação semelhante e ninguém pode designar
princípios para favorecer uma condição particular, os princípios da justiça são resultados de
um consenso ou ajuste equitativo.
Daí decorre o fato da teoria de Rawls ser conhecida como a Justiça como Equidade.
O Autor de TJ realiza constantes comparações entre as teorias da justiça vigentes em
momentos diferenciados da aplicação de sua teoria. Sendo a situação original, momento
decisivo na escolha da concepção de justiça ideal (Pag 15), posto que, a partir daí, serão
adotados outros princípios decorrentes ou simplesmente subalternos.
Para este trabalho podemos entender a teoria Utilitarista, desenvolvida pela filosofia
liberal inglesa com destaque para Jeremy Bentham 1748-1832 e John Stuart Mill, 1806-1873.
A natureza colocou o género humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer.
Somente a eles compete apontar o que devemos fazer, bem como determinar o que na realidade faremos.
Ao trono desses dois senhores está vinculada, por uma parte, a norma que distingue o que é recto do que é
errado, e, por outra, a cadeia das causas e dos efeitos.
Por princípio da utilidade entende-se aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência
que tem a aumentar ou a diminuir a felicidade da pessoa cujo interesse está em jogo, ou, o que é a mesma coisa em outros
termos, segundo a tendência de promover ou comprometer a referida felicidade. Digo qualquer ação, com o que tenciono dizer
que isto vale não somente para qualquer ação de um indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida de governo.
Segundo essa teoria, caberia ao legislador, de maneira isonômica, avaliar se a lei que produz irá se refletir em uma
maior quantidade de ganhos. Essa maior quantidade de ganhos é fruto de uma soma total de felicidades, independente de sua
distribuição. Dessa maneira, uma perda elevada para um grupo poderia ser compensada com um ganho substancial para
outros. Estaríamos assim, concordando com a piora, por exemplo, das condições haboitacionais de uma parte da população se
isso pudesse trazer vantagen para a maioria
As leis devem ser socialmente úteis e não meramente para refletir algo abstrato. Acredita que quando os homens
perseguem o prazer e evitam a dor, Bentham chamou esse procedimento de “a true sacred” (uma verdade absoluta).
(http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=155)
Rawls entende que o princípio da utilidade não seria escolhido em uma posição
original, onde não sabemos se seremos ser a minoria prejudicada. (Pag16) Argumenta que, em
uma posição original, onde será estabelecido o primeiro contrato, queremos que haja uma
cooperação voluntária, que garanta a estabilidade do acordo. Ora, isso só pode ocorrer se
estiverem presentes termos razoáveis.
Apesar da abstração da posição original proposta, cabe reforçar o fato de que qualquer
acordo demanda das partes certo estado consensual inicial. Por exemplo, quando um
determinado grupo de moradores de um bairro demanda melhor serviços de limpeza, não
pode colocar a questão na forma de preempção perante os bairros vizinhos, ou seja, não pode
supor que as condições de bem estar vizinhas devam ser preteridas por um maior valor
intrínseco seu. Pelo contrário, um acordo perene pressupõe um equilíbrio no valor da
demanda, até porque, na posição original, não saberemos se seremos moradores do bairro
mais necessitado em função do uso do véu da ignorância.
Nos termos de Rawls, as partes na etapa de contrato, não sabem se terão mais ou
menos talentos, mais ou menos riquezas, mais ou menos inteligÊncia. O que é como é a
capacidade para compreender os princípios que devem ser tomados.
Ora, estando presente o véu da ignorância, não faria sentido estabelecer uma
intolerância religiosa, ou de gênero, isso seria entendido ocmo injusto. Essas concepções
derivada são fáceis de ponderar, outras mais difíceis são encontradas quando queremos
estabelecer uma forma justa de distribuição de riquezas e de autoridade (p22).
Sugere o autor que para definir esses critérios, poderíamos nos valer da visualização
de extremos e, a partir daí, ir estabelecendo ajustes mais razoáveis. Estas contínuas avaliações
fariam parte de um Equilíbrio Reflexivo, estado no qual chegamos a um concenso e
entendemos de onde esse consenso foi derivado. Ressalta o autor a possibilidade de situãoe
extraordinárias ou particulares que podem abalar nossos acordos, mas, no presente momento
eles estão adequados na situação da posição original.
Os conteúdos do principio da justiça podem ser ilustrados com a descrição de uma estrutura
básica da sociedade que os satisfaz. Do ponto de vista legislativo, se extrairá daqui os deveres
e obrigações por eles originados.
Rawls lembra que não há um único tipo de organização, embora é exigido a presença de uma
democracia constitucional.
NO primiero estágio ele avalia as trÊs espécies de juízos que um cidadão faria, sendo eles:
O primeiro estágio levará, supõe Rawls, a conflitos que deverão ser parcialmente eliminados a
fim de que seja estabelecida uma lei justa.
O terceiro estágio implica no cidadão ter consciência dos fundamentos e limites das leis
impostas.
Postas as questões Rawls inicia a formação dos 4 estágios, sendo o primiro onde nos
encontramos mais profundamente arraigados na Posição Original.
Superando essa fase há a remoção parcial do véu da ignorância, mas, ainda assim as pessoas
não dispõe de informação a respeito dos indivíduos específicos e nem conhecem a posição
social que irão ocupar nem suas habilidades. Mas, dispõe de conhecimento acerca da uma
teoria social e circunstancias, recursos naturais, desenvolvimento econômico e cultural do
conjunto da sociedade.
O que se espera é a capacidade de escolher uma constituição que, além de atender aos
princípios da justiça, orientem a formação das lei, eficaz e justas. Para que elas sejam justas
Rawls enfatiza a necessidade de garantir a liberdae de cidadania, que é entendida como
liberdade de consciência e de pensamento e de direitos ploíticos.
Ressalta o autor que não há regra que possa garantir a inexistência de uma legislação injusta.
De qualquer forma, na busca por uma legislação mais justa o legislador deve avaliar as
propostas de Lei como um legislador representativo, não do ponto de vista de grupos
específicos, mas daquele que não conhece dados particulares sobre si mesmo, ou seja,
imbuído de isonomia. Os projetos de Lei, portanto, obedecem aos princípios da justiça e à
constituição. Esta última podendo ser revista caso resulte em projetos de Leis não adequados.
É na terceira fase que mais se aplica o segundo princípio da justiça: "as políticas sociais e
econômicas devem visar a maximização das expectativas a longo prazo dos menos favorecidos,
em condições de igualdade equitativa de oportunidades e obedecendo a manutenção das
liberdades iguais."
O último estágio é o da aplicação das regras a caso particulares por juízes e administradorese o
da observância delas pelos cidadãos. Aparentemente a parte legislativa seria superada se não
tivesse, entre sua atribuição, a obrigação de fiscalizar.
Essencialmente sobre:
Igualdade política
Respeito mutuo
Oportunidades iguais
Introdução
Porque, Kant apela para uma concepção de raciocínio prático que não se baseia em fatos
morais independentes ou preferênciais individuais, mas na concepção de pessoa autônoma.
A principal tese intuicionista diz que os primeiros princípios são considerados verdadeiros ou
falsos em virtude de uma ordem moral de valores, que é anterior e independente de nossas
concepções de pessoa e sociedade e que é conhecida pela intuição racional.
o construtivismo pode ser entendido como um tipo de teoria normativa que enfatiza o
procedimento e uma concepção sobre como teorias normativas devem ser justifi cadas, uma
reivindicação que é antes prática do que teórica.
Assim, o construtivismo se afi rma como uma posição anti-realista que duvida e nega que haja
fatos ou propriedades morais, naturais ou não-naturais, que podem ser descobertas ou
intuídas e que servem de fundamentos para a ética. O motivo principal para tal rejeição parece
estar no fato de que, para o realismo ou intuicionismo, o agente não é realmente o sujeito dos
princípios que orientam sua conduta. Portanto, admitir o intuicionismo signifi ca pressupor a
heteronomia na base das escolhas práticas.
se os princípios da justiça devem ser uma escolha autônoma, o ponto de partida para a teoria
e o seu método deve estar numa concepção de pessoa.
Com esse intuito, Rawls propõe a posição original como procedimento construtivo particular.
É mais evidente que Kant tenha rejeitado como heterônomo o naturalismo psicológico de
Hume, dado que os seus conceitos morais básicos devem ser independentes dos conceitos
naturais. No caso do intuicionismo, seus conceitos são independentes do mundo natural e
captados por uma intuição racional, o que os classifi caria como sintéticos a priori. No entanto,
a idéia kantiana de autonomia, para que seja coerente, não pode admitir a existência de uma
tal ordem de objetos externa ao sujeito prático ou à pessoa moral, livre e igual, seja esta
ordem natural ou não-natural. Assim, da perspectiva kantiana, a heteronomia pode ser identifi
cada não apenas quando os primeiros princípios são fi xados pela constituição psicológica
particular da natureza humana (Hume), mas também quando são fi xados por uma ordem de
universais ou de conceitos captados por uma intuição racional
A primeira diferença é que a doutrina de Kant é uma visão moral abrangente em que o ideal de
autonomia tem um papel regulador em todos os aspectos da vida e, na justiça como eqüidade,
a autonomia faz parte de um consenso sobreposto que subscreve uma concepção política.
A segunda a justiça como eqüidade busca uma base ethic@ Florianópolis v. 8, n. 1 p. 115 - 123
Jun 2009. 119 FELLINI, J. O construtivismo na teoria moral kantiana. pública de justifi cação
para as questões de justiça política diante do pluralismo razoável, por isso a necessidade de
idéias compartilhadas com vistas a um acordo político. Em Kant, por outro lado, o projeto é
mostrar a unidade da razão teórica e prática e sua autoridade sobre todas as questões que
estão ao seu alcance.
A partir do que foi exposto, posso concluir que o construtivismo na teoria moral kantiana pode
ser admitido num sentido lato, ao servir de intuição metodológica fundamental para Rawls
conceber uma teoria da justiça construtivamente, a partir da proposição de um procedimento
de escolha que refl ete o sujeito autônomo. Num sentido estrito, porém, seja em relação ao
modelo matemático ou em relação ao próprio construtivismo rawlsiano, subsistem diferenças
fundamentais que podem fazer do construtivismo kantiano na teoria moral uma reivindicação
relativamente fraca, pois, efetivamente, o imperativo categórico como procedimento não
serve para construir princípios, mas para selecionar as máximas com potencial para uma
legislação universal. Assim sendo, não haveria propriamente uma construção como Rawls
atribui a Kant.
O CONSTRUTIVISMO NA TEORIA MORAL KANTIANA CONSTRUCTIVISM IN KANT’S MORAL
THEORY JULIANO FELLINI (UFRN - Brasil)
Segunda conferencia
Rawls inicia a segunda conferencia investigando duas questões fundamentais resumidas
posteriormente a uma:
1- Como é possível existir ao longo do tempo uma sociedade justa e estável de cidadãos
livres e iguais, mas que permanecem divididos por doutrinas religiosas, filosóficas e
morais razoáveis?
(As perguntas formuladas por Rawls são longas, aparentemente prolixas, mas congregam
vários conceitos e fundamentos pouco a pouco esclarecidos.)
Para isso devemos ter uma estrutura básica da sociedade efetivamente regulada por uma
concepção pública de justiça, concepção essa que é objeto de um consenso sobreposto e
que envolve outras concepções abranengentes.
A base para a razão pública deve ser, então, uma concepção de política compartilhada!
E ela servirá para o debate dos elementos constitucionais essenciais e das questões de
justiça básica.
O RAZOÁVEL E O RACIONAL
Rawls traça um breve comentário a respeito do ponto de vista de Kant, entre o imperativo
categórico e o imperativo hipotético, sendo o primeiro a razão prática pura e o outro a
razão prática empírica.
Características do razoável:
Quando as pessoas são simplesmente racionais, não sabemos a que fim elas almejam.
Quando são razoáveis entendemos que ela está disposta a raciocinar em conjunto quando
outros são afetados.
O razoável não deriva do racional não é incompatível com o racional, mas é incompatível
com o egoísmo.
Pessoas razoáveis não se motivam pelo bem comum como tal, mas desejam, como um fim em
si mesmo um mundo social oem que elas são livres e podem cooperar com os demais em
termos que todos possam aceitar.
Pessoas não razoáveis, em contraste, se inserem no mundo de cooperação mas não estão
dispostas a honrar princípios. Ao contrário, violam os princípios e simulam cooperação.
O objetivo do racional não é sempre autointeressado, no sentido de que nem todo o interesse
que tem implica em benefício para si próprio.
Os agentes racionais podem ter afetos, vínculos amor a terra natal, e à natureza e podem
selecionar e ordenar seus fins de várias maneiras.
Os agentes racionais não possuem uma forma específica de sensibilidade moral que está por
trás do desejo de se engajar na cooperação equitativa.
Não que o razoável possua toda a sensibilidade moral, mas inclui a parte destinada a
cooperação social equitativa. Assim caso os interesses sejam voltados especificamente para si
propios os agentes racionais podem se torar psicopatas.
Não é possível derivar o razoável do racional embora alguns tenham tentado fazê-lo, até
porque entenderiam que ele teria enfim uma base sólida. Eles são apenas complementares.
Parece tentador considerar (p62) que o razoável se configura em um agente racional em uma
determinada condição, por exemplo, através do uso do véu da ignorância. MA sisso é um
entendimento equivocado da posição original. Aqui se corrige Rawls da sua afirmnação em TJ
quando diz que a TJ é parte da teoria da escolha racional.
Gauthier tentou, de forma infrutífera demonstrar a derivação do razoável pelo racional. Para
rawls,não se deve esperara que as questões fundamentais sejam resolvidas em argumentos
conclusivos. O que é óbvio para uns é ininteligível para outros, prevalecendo a interpretação
mais coerente e persuasiva. (melhor justificativa)
Outra diferença fundamental é de que o razoável é publico de uma forma que o racional não é.
O razoável contempla os termos equitativos de cooperação que, enquanto princípios
especificam as razões que devemos compartilhar e reconhecer publicamente, desde que se
possa confiar que outros o farão. Se não pudermos confiar será irracional.
Sem um mundo político o razoável pode ser suspenso, exceto em formo íntimo como afirma
Hobbes.
O razoável trata de questões fundamentais em uma sociedade igual, não é altruísmo nem
preocupação exclusiva em si mesmo. Não é uma sociedade de santos nem auto-centrada.
Adiante, (pag50 Lib POlitico) o filósofo se pergunta como a filosofia política pode responder
questões fundamentais para garantir a liberdade e a igualdade. As respostas que Rawls busca
no LP devem ser capazes de conviver com as nossas convicções mais profundas (lembrando
que mesmo elas são mutáveis no tempo a exemplo do racismo.)
Retomando o objetivo da justiça como equidade, lembra Rawls que ele é eminentemente
prático: Uma concepção de justiça que pode ser compartilhada pelos cidadãos com base em
um acordo político racional e voluntário. Para tanto seria necessário que ela se mantivesse
distante de doutrinas filosóficas e religiosas conflitantes, De fato, uma característica essencial
deve ser a tolerância.
A concepção política de justiça deve ser capaz de congregar valores e princípiosque todos
possam endossar.
Para esclarecer a que se refere concepção política de justiça, Rawls apresenta 3 caracteristicas
fundamentais: