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e que entrou em vigor em sua publicação em 5 de maio de 2000, é uma lei brasileira que tenta impor o controle dos
gastos da União, estados, Distrito Federal e municípios, condicionado à capacidade de arrecadação detributos desses
entes políticos. Tal medida foi justificada pelo costume, na política brasileira, de gestores promoverem obras de grande
porte no final de seus mandatos, deixando a conta para seus sucessores. A LRF também promoveu
a transparência dos gastos públicos.
A lei obriga que as finanças sejam apresentadas detalhadamente ao Tribunal de Contas (da União, do Estado ou
dos Municípios). Tais órgãos podem aprovar as contas ou não. Em caso das contas serem rejeitadas, será instaurada
investigação em relação ao Poder Executivo em questão, podendo resultar em multas ou mesmo na proibição de tentar
disputar novas eleições.
Embora seja o Poder Executivo o principal agente responsável pelas finanças públicas e, por isso, o foco da Lei de
Responsabilidade Fiscal, os Poderes Legislativo e Judiciário também são submetidos à referida norma.
A lei inova a Contabilidade pública e a execução do Orçamento público à medida que introduz diversos limites de
gastos (procedimento conhecido como GestãoAdministrativa), seja para as despesas do exercício (contingenciamento,
limitação de empenhos), seja para o grau de endividamento.
A LRF determina o estabelecimento de metas fiscais trienais. Isso permite que o governante consiga planejar as
receitas e as despesas, podendo corrigir os problemas que possam surgir no meio do caminho. É como conduzir um
barco: quando tem um rumo é possível planejar as manobras necessárias para se chegar até lá, mesmo que algumas
sejam difíceis e tenham que ser corrigidas ao longo do caminho.
Criado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a LRF provocou uma mudança substancial na maneira
como é conduzida a gestão financeira dos três níveis de governo (RESTON, 2000). Tornou-se preciso saber planejar o
que deverá ser executado, pois além da execução deve-se controlar os custos envolvidos, cumprindo o programado
dentro do custo previsto (FURTADO, 2002). Sua criação fez parte do esforço em reformas do estado promovido pelo
governo federal para estabilizar a economia brasileira, reduzir o risco país e estimular investimentos externos no país, a
partir do Plano Real.
Índice
[esconder]
1 Histórico
2 Disposições preliminares
3 Conceitos importantes
8 Receita pública
9 Despesa pública
11 Ver também
12 Referências
13 Bibliografia
14 Ligações externas
Em 2010, Antonio Palocci disse que estava errado quando combateu a LRF em 2000. 1
prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas;
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de
A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça os princípios da Lei Federal 4320/64, apontando a necessidade da gestão
responsável da receita e da administração do gasto público com eficiência na busca do equilibrio orçamentário
sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da
Federação;
Empresa estatal dependente
empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com
pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária;
Receita corrente líquida
somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços,
na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do
A respeito da receita corrente líquida, ela será apurada somando-se as receitas arrecadadas no
mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.
privadas;
O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será integrado pelo Anexo de Metas Fiscais, em que
serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes.
econômica;
evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e
avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio
Além do Anexo de Metas Fiscais, a lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos
Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as
contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem esses riscos.
Conterá também uma reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com
base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada
ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
A Lei Orçamentária Anual também conterá todas as despesas relativas à dívida pública,
mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, bem como o refinanciamento da dívida
pública, que constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.
Ela conterá, ainda, atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada que não
poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em
legislação específica.
A lei orçamentária não deverá consignar dotação para investimento com duração superior a um
exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua
inclusão.
A LRF determina ainda que os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Isso é uma forma de evitar que verbas com
destinação específica, tais como os percentuais constitucionais destinados à saúde e educação
sejam empregados em fins diversos.
Caso se verifique, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e oMinistério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
Porém, não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e
legais do ente (tais como os percentuais obrigatórios para saúde e educação), inclusive aquelas
destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias.
A LRF determina que o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá
ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.
Até trinta dias após a publicação do orçamento, as receitas previstas serão desdobradas, pelo
Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado,
quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de
ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos
tributários passíveis de cobrança administrativa.
da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo
de Metas Fiscais;
OU
ou valores mobiliários;
cobrança.
Os atos que criarem ou aumentarem despesa obrigatória de caráter continuado deverão ser
instruídos com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar
em vigor e nos dois subseqüentes e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio, além do
que, o ato deverá ser acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada
não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais, devendo seus
efeitos financeiros, nos períodos seguintes, serem compensados pelo aumento permanente de
receita (elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
contribuição) ou pela redução permanente de despesa.
Além disso, considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo
determinado.
A despesa total com pessoal é apurada somando-se a realizada no mês em referência com as
dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
Os limites da despesa total com pessoal são (em percentual da receita corrente líquida):
União: 50%;
Estados: 60%;
Municípios: 60%.
com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos
provenientes:
demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive
o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
Além desses limiteas, a LRF estabelece como eles devem ser divididos dentro de cada esfera
governamental:
na esfera federal:
6% para o Judiciário;
na esfera estadual:
6% para o Judiciário;
na esfera municipal:
A LRF trata ainda do controle da despesa total com pessoal, estabelecendo que é nulo de pleno
direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não apresente estimativa do
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
subseqüentes e a declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual
e com a lei de diretrizes orçamentárias e que não atenda às regras para criação de despesa
obrigatória de caráter continuado ou ainda, que não atenda ao limite legal de comprometimento
aplicado às despesas com pessoal inativo.
Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
Poder ou órgão.
A verificação do cumprimento dos limites da despesa com pessoal será realizada ao final de cada
quadrimestre e se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, são vedados ao Poder
ou órgão que houver incorrido no excesso:
concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer
Caso a despesa total com pessoal ultrapassar os limites definidos na LRF, sem prejuízo das
medidas previstas acima, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres
seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências:
redução das despesas com cargos em comissão e de confiança em pelo menos 20%
Estas restrições aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no
primeiro quadrimestre do último ano do mandato.
pertinente;
I – um ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios com mais de 100.000
(cem mil) habitantes;
II – dois anos para os municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil)
habitantes;
III – quatro anos para os municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.2
Referências
1. Ir para cima↑ Palocci admite que PT errou ao condenar LRF em 2000. O Estado de S. Paulo
FURTADO, Luiz Roberto Fortes. Um novo conceito em análise de obras públicas com
setembro de 2002.
RESTON, Jamil. O Município para Candidatos. 4 ed. Rio de Janeiro, IBAM, 2000.