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Fundamentos de
Geologia II
2ª EDIÇÃO
2014
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
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Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Processos histórico-geológicos e meio ambiente terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Vulcanismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Plutonismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Terremotos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Solos: origem, formação, importância, e preservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Apresentação
Que bom! Vamos avançar com a disciplina Fundamentos de Geologia II.
Gratuitamente, nós fomos presenteados por esse belo planeta, que se chama Terra. Dele
dependemos completamente. Como abordamos na disciplina Fundamentos de Geologia I, todo
material utilizado pela nossa sociedade tem componente proveniente do subsolo, ou seja, de-
pendemos de materiais relacionados à mineração. É necessário, também, entendermos como
funcionam os processos geológicos, tanto endógenos quanto exógenos. Conhecer melhor a Ter-
ra é a única forma de nos prevenirmos contra os desastres naturais, como os grandes terremotos,
tsunamis, erupções vulcânicas, enchentes, inundações. Só assim vidas serão salvas e os danos
econômicos gerados por esses desastres diminuídos.
No século XX, ocorreu um grande aumento da população mundial, modificando a paisa-
gem de tal forma que acelerou, em muitos casos, o desenvolvimento dos fenômenos naturais.
Por isso, precisamos, também, aprender a desenvolver tecnologias para melhor compreender e
prevenir esses fenômenos. Estudar as Ciências da Terra (Geologia, Geografia, Agronomia, entre
outras) é uma das formas de entender esses fenômenos naturais, o que nos ajudará a construir
uma sociedade mais segura e mais sadia.
Diante do exposto, a elaboração deste material teve a intenção de enriquecer os conheci-
mentos dos discentes do curso de Geografia, com a disciplina Fundamentos de Geologia II.
A disciplina foi organizada em duas unidades. O objetivo central da unidade I é construir
uma visão geral dos processos histórico-geológicos que ocorrem na Terra. A unidade II visa estu-
dar os solos sob o ponto de vista pedológico, não deixando de abordar, também, seus atributos,
sua importância e conservação e interação entre os processos terrestres.
O texto está estruturado a partir do desenvolvimento das unidades e subunidades. Em cada
unidade aparecem alguns ícones interativos, como, por exemplo, Para saber mais, dicas de estu-
do, glossário, etc.
Então, mãos à obra!
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
Unidade 1
Processos histórico-geológicos e
meio ambiente terrestre
Rachel Inêz Castro de Oliveira
1.1 Introdução
Como foi estudado na disciplina anterior, Fundamentos de Geologia I, a Terra está em cons-
tante transformação, ou seja, existem vários fatores que provocam modificações na Terra, tanto
na sua superfície quanto na sua estrutura ou na sua composição. Existem energias provenientes
do Sol e do fluxo de calor interno que promovem transformações na superfície terrestre.
A Terra é dinâmica. Esse dinamismo vem da conjugação de fenômenos endógenos e exóge-
nos, gerando um ciclo de processos que atuam continuamente nela.
Retornando um pouco ao ciclo das rochas, estudado na disciplina anterior, percebemos que
todas as rochas que chegam à superfície sofrem intemperismo. O material resultante desse pro-
cesso é transportado para um local de deposição que, posteriormente, poderá gerar uma rocha
sedimentar. Se ocorrer um aumento de pressão e de temperatura, sem se fundir, essas rochas
sofrerão metamorfismo, transformando-se em rochas metamórficas. Já no interior, aumentando
ainda mais a pressão e a temperatura, essas rochas podem fundir e gerar magma, iniciando o
magmatismo. No seu movimento, no interior da Terra, esse magma pode extravasar à superfície
(vulcanismo) ou resfriar-se no interior da Terra (plutonismo); consequentemente, produzirá uma
rocha ígnea. As rochas podem sofrer perturbações (dobras e falhas) devido a esforços que ocor-
rem no interior da crosta. Tais esforços podem gerar terremotos. Todos esses fenômenos estão
associados ao tectonismo.
1.2 Vulcanismo
Conforme Leinz e Amaral (2003), o termo vulcanismo refere-se a um conjunto de processos
e eventos que estão relacionados ao deslocamento de magma, ou melhor, ascensão de magma,
das partes profundas do interior da Terra à superfície terrestre.
Como foi tratado no módulo anterior, magma é uma fusão rochosa composta por parte só-
lida, líquida e gasosa, e tem origem nas profundezas da Terra. Esse magma no interior da Terra
possui certa mobilidade e ascende até a crosta, caso existam fraturas nas rochas. A esse magma
que emerge à superfície denominamos lava que, por sua vez, resfria-se para formar as rochas vul-
cânicas duras.
Para Guerra e Guerra (1997, p. 640), “vulcão é uma abertura, ou fenda na crosta terrestre,
através da qual saem materiais, como lavas, cinzas, gases etc.”
Leinz e Amaral (2003) e Guerra e Guerra (1997) assinalam que o tipo mais comum de edifício
vulcânico é o estrato-vulcão. Nesse tipo destacam-se três partes essenciais: câmara magmática,
que em profundidade libera o material vulcânico; este, por sua vez, passará por uma chaminé,
que é uma fenda por onde ascenderão os produtos da erupção. Na parte externa do vulcão há
uma abertura denominada cratera (Figura 1):
11
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 1: Modelo ►
teórico de um vulcão
Fonte: Teixeira et al, 2000,
p. 361.
Figura 2: Estrutura
circular da caldeira do
complexo vulcânico
de Poços de Caldas
(MG), mostrando ainda,
à esquerda, a borda
da Bacia do Paraná
(Imagem do satélite
Landsat, canal 7 – INPE,
1975. Adaptado de
C. Schobbenhaus e As crateras podem ser formadas de diferentes maneiras. Tem-se a cratera de acumulação,
outros. tipo formado pelo acúmulo de material expelido da chaminé. A cratera de explosão é formada a
Fonte: Teixeira et al, 2000, partir da liberação de gases aprisionados no material magmático, provocando uma pulverização
p. 363. das rochas pré-existentes. A cratera de abatimento ocorre quando há um colapso do edifício vul-
▼ cânico. O extravasamento desse material magmático deixa um vazio no interior da câmara mag-
mática. Consequentemente, por falta de apoio, forma-se
uma bacia com bordas íngremes a que alguns autores de-
nominam caldeira. Na cidade de Poços de Caldas, em Mi-
nas Gerais (Figura 2), há uma caldeira vulcânica que possui
cerca de 30 km de diâmetro.
Os materiais produzidos pelas atividades vulcânicas
podem ser divididos em três grupos: lavas, materiais piro-
clásticos e gases vulcânicos.
Lava é o material vulcânico em estado parcial ou total
de fusão, que alcança a superfície terrestre e é derramada.
Existem várias espécies de lavas. As fluidas possuem gran-
de mobilidade, têm uma constituição básica, ou seja, são
pobres em sílica, formam derrames de grande extensão.
As lavas viscosas são ricas em sílica, também denomina-
das lavas ácidas; formam derrames curtos e espessos.
Os materiais piroclásticos são produtos expelidos pe-
los vulcões. Correspondem a um material solto, incoeren-
te. Esse material se espalha de acordo com seu tamanho.
Podem-se citar, segundo o tamanho, os blocos (são ejec-
12
Geografia - Fundamentos de Geologia II
tólitos que têm mais de cinco cm de diâmetro, são expelidos em estado sólido); as bombas (são DICA
lavas consolidadas, no decorrer da sua trajetória no ar, têm forma de projétil, são alongadas e Gêiser no Parque Yello-
retorcidas); o lapili (são pequenos ejectólitos, aproximadamente do tamanho de uma ervilha); as wostone, nos EUA
cinzas referem-se ao material constituído de fragmentos finos, de tamanho inferior a 4 mm. O Parque Nacional
Quanto aos gases, geralmente as emanações recebem nomes diferentes, conforme a tem- de Yellowstone é
peratura em que se manifestam. Fumarolas são exalações de gases e vapores, têm cerca de um parque nacional
norte-americano loca-
800ºC a 200ºC, são constituídos de CO2, CO, NH4, CL, H2O, SO3, entre outros. A temperatura das lizado nos estados de
sulfataras varia de 200ºC a 100ºC, possuem vapor d’água e pequenas quantidades de CO2 e H2S, Wyoming, Montana e
precipitando em quantidades inferiores. Idaho. É o mais antigo
É importante salientar também os gêiseres que, segundo Teixeira et al, (2000,p.357) “são ja- parque nacional no
tos de água quente e vapor em rupturas de terrenos vulcânicos. Estes jatos ocorrem em interva- mundo. Foi inaugurado
a 1º de março de1872
los de tempo regulares e com grande força, frequentemente acompanhados por um som ruido- e cobre uma área de
so”. Para Leinz e Amaral (2003), é de se frisar as ocorrências de gêiser no Parque Yellowostone, nos 8980 km², estando a
EUA, na Nova Zelândia e na Islândia (Figura 3). maior parte dele no
condado de Park, no
noroeste do Wyoming.
O parque é famoso por,
entre outras atrações,
seus gêiseres, suas
fontes termais e por
sua variedade de vida
selvagem, na qual se
incluem ursos marrons,
lobos, bisontes, alces,
e outros animais. É o
centro do grande ecos-
sistema de Yellowstone,
que é um dos maio-
res ecossistemas de
clima temperado ainda
restante no planeta. O
gêiser mais famoso do
mundo, denominado
Old Faithful, encontra-
-se neste parque. A
cidade mais próxima do
parque Yellowstone é
Billings, Montana.
Fonte: Disponível em
<http://pt.wikipedia.
org/wiki/Parque_Nacio-
nal_de_Yellowstone>
acesso em 22 de fev.
2014.
◄ Figura 3: Mecanismo
de funcionamento de
gêiseres, fumarolas e
fontes térmicas.
Fonte: Teixeira et al, 2000,
p. 358.
GLOSSÁRIO
Ejectólito: fragmento
de rocha projetado na
atmosfera por ocasião
da atividade de um
De acordo com Press et al (2006), uma grande parte dos vulcões encontra-se agrupada vulcão.
na área apelidada de Círculo do Fogo, ao longo do litoral do Oceano Pacífico. A explicação do
Cinturão do Fogo em termos de subducção foi um dos grandes sucessos da tectônica de pla-
cas. Para esses autores, uma das feições mais interessantes da zona de subducção é a formação
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UAB/Unimontes - 2º Período
de uma cadeia de vulcões paralela ao limite convergente. Aproximadamente 80% dos vulcões
encontram-se nas zonas de limites convergentes. O limite divergente abrange cerca de 15% e o
PARA SABER MAIS restante no interior das placas. Nessa unidade, no tópico referente à tectônica explicaremos os
Subducção: Locais limites das placas tectônicas.
onde a crosta oceânica Quanto ao vulcanismo intraplaca, ou seja, quando o vulcanismo ocorre no interior das pla-
mais densa mergulha
para o interior da Terra
cas, alguns autores consideram que ocorre devido aos pontos quentes (Hot Spot). São pontos
até atingir condições de profundos localizados abaixo do limite interior da crosta. Nesse local, a temperatura é elevada e
pressão e temperatura forma uma corrente de convecção com a subida de material fundido do manto.
suficiente para sofrer Press et al (2006) mencionam que o material vulcânico que vem dos pontos quentes vem
fusão e ser incorporada de locais profundos do manto (talvez do limite núcleo-manto), denominados plumas do manto.
novamente ao manto
Para entender melhor,
Eles ressaltam, também, que os geólogos podem utilizar dos alinhamentos das rochas vulcâni-
leia o capítulo 6 do livro cas, distribuídas mundialmente, para calcular a movimentação das placas em relação às partes
Decifrando a Terra e profundas do manto, pois as plumas são relativamente estacionárias e as placas se movimentam
poste sua conclusão no sobre elas (Figura 4). A passagem de uma placa sobre um ponto quente resulta numa série de
fórum de discussão. ilhas alinhadas, de idades diferentes. As ilhas vão ficando mais velhas à medida que se afastam
do vulcanismo atual. Um exemplo são as ilhas vulcânicas do Havaí.
Figura 4: Perfil ►
esquemático da pluma
mantélica e geração de
um vulcão intraplaca.
A geração das plumas
aparentemente
está condicionada
a correntes de
convecção profundas
e estacionárias que
ascendem a partir
da interface manto
inferior-núcleo
externo.
Fonte: Teixeira et al, 2000,
p. 372.
A erupção Laki, além de ter provocado o maior derrame vulcânico da história recente da Ter-
ra, deixou exalar uma enorme quantidade de gases, que encobriram por completo a ilha de Laki
e uma enorme parte da Europa Setentrional, durante muitos meses. Como resultante dessa erup-
ção, 230.000 reses morreram, provocando falta de alimento para 100.000 habitantes da Islândia.
Vários autores escrevem sobre as alterações climáticas e as grandes erupções vulcânicas como as
de Krakatoa, na Indonésia, em 1883; Nova Zelândia, em 1886; Bandai-san, no Japão, em 1888, en-
tre outras. O quadro 1 apresenta os principais eventos relacionados a erupções vulcânicas entre
1500 a.C e 2008, e o número de vítimas atingidas por essas atividades.
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
QUADRO 1
Principais erupções vulcânicas
O Brasil, atualmente, não possui nenhum vulcão ativo, mas ocorreram manifestações vul-
cânicas no passado. Digno de maior atenção é o vulcanismo ocorrido entre as Eras Mesozóica
e Cenozóica. Partindo do vulcanismo mais recente para o mais antigo, é interessante ressaltar
o vulcanismo responsável pela formação das Ilhas do Atlântico brasileiro, tais como Fernando
de Noronha, Trindade, rochedos de São Pedro e São Paulo e de Abrolhos, ocorridos na Era Ce-
nozóica.
Na Era Mesozóica observou-se a ocorrência de atividades vulcânicas relacionadas com ro-
chas alcalinas, que são do tipo fonolítico e tinguaitico e seus correspondentes intrusivos, que
são as rochas foiaiticas. Ocorrem principalmente nas seguintes localidades: Poços de Caldas, Ara-
xá (MG), Jacupiranga, São Sebastião e Ipanema (SP), Lages (SC) e Itatiaia, Mendanha, Tinguá e
Cabo Frio (RJ). Também na Era Mesozóica, o Brasil foi atingido por uma das mais espetaculares
atividades vulcânicas do mundo, cujas lavas atingiram aproximadamente 1 milhão de km2. Quase
todo o Sul do Brasil, na bacia do Paraná, sofreu os efeitos do derrame basáltico (LEINZ e AMARAL,
1981, p. 285-286), veja figura 5:
15
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 5: Áreas do ►
Brasil afetadas pelas
atividades vulcânicas
do passado geológico
Fonte: Leinz e Amaral,
2003, p. 284.
GLOSSÁRIO
Rochas alcalinas: São
rochas magmáticas
que apresentam um
coeficiente molecular
de alumina inferior à
soma dos coeficientes
moleculares constituí-
dos por potassa (K2O) e
soda (N2O).
Fonolítico: Rocha
compacta, cinzenta,
mais ou menos escura
a verde, brilho graxo,
devido à nefelina.
Tinguaitico: Rocha
de composição muito
próxima ao fonolito,
descoberta por Derby,
1.3 Plutonismo
tendo sido encontrada
na Serra do Tinguá. Segundo Leinz e Amaral, (1981, p. 293) “dá-se o nome de plutonismo aos fenômenos mag-
Foiaitica: Sienito nefe-
máticos que se processam nas regiões profundas da crosta terrestre”. Denominam-se plutons
línico onde o feldspato
é, sobretudo potássico. as massas ígneas que se formam na profundidade da crosta terrestre. Esses corpos magmáticos
Granodiorito: Rocha são variados quanto à forma, ao tamanho e em relação às rochas encaixantes. De forma geral, as
plutônica que consiste rochas plutônicas são ácidas (granitos e granodioritos).
de quartzo, andesina, Com relação às estruturas das rochas em que penetram essas intrusões, estudaremos dois
ortoclásio, biotita, hor-
grupos. As intrusões concordantes e as discordantes.
nblenda, com consti-
tuintes máficos. As intrusões concordantes são aquelas que se dispõem entre as camadas das rochas encai-
xantes, são paralelas às camadas, sejam elas horizontais ou não. Elas se dividem em sill, lacólito,
lapólito e facólito.
Sill é um corpo magmático sob a forma de um lençol. Lacólito são corpos magmáticos de
forma semelhante a um cogumelo, arqueando as camadas superiores. Lapólito são corpos ex-
tensos, com uma forma semelhante a um cálice e Facólito são corpos intrusivos semelhantes a
uma foice. (GUERRA; GUERRA, 1997; LEINZ e AMARAL, 2003).
As intrusões discordantes são os corpos magmáticos que cortam as camadas das rochas de
encaixe. São os diques, necks, apófises e batólitos.
“Dique é uma massa magmática de forma tabular, discordante, preenchendo uma fenda
aberta em outra rocha preexistente.” (LEINZ; AMARAL, 1981, p. 296). Neck é um corpo de for-
ma cilíndrica, vertical, que no passado preencheu um antigo conduto vulcânico. Apófise é um
corpo de forma irregular, introduzindo-se na rocha encaixante, com efeito da expansão de um
corpo maior. Batólito é um corpo magmático de grandes dimensões, de forma irregular. Veja a
figura 6:
16
Geografia - Fundamentos de Geologia II
◄ Figura 6: Diversas
formas relativas a
atividades magmáticas
intrusivas e algumas
efusivas.
Fonte: Teixeira et al, 2000,
p. 339.
GLOSSÁRIO
Xenólito: é o pedaço
de rocha encaixante,
isto é, da parede ou
do teto que se encon-
tra acidentalmente
incluída numa rocha
magmática.
Dentre essas intrusões citadas acima, é comum no Brasil encontrar, principalmente, diques
de diabásio nas bacias sedimentares paleozóicas do Brasil (Paraná, Amazonas e Maranhão).
17
UAB/Unimontes - 2º Período
As dobras podem ser classificadas em dois tipos: atectônicas e tectônicas. As atectônicas são
originadas na superfície ou próximas a ela. Encontram-se em condições muito semelhantes às
condições ambiente, abrangem pequenas áreas. As dobras tectônicas, por sua vez, estão associa-
das às variáveis de pressão e temperatura, estão ligadas à evolução da crosta e, de maneira par-
ticular, à formação dos cinturões de montanhas. (Leinz e Amaral, 1981; Teixeira et al, 2000).
As formas das dobras variam muito e dependem das características e duração do esforço
aplicado. Há várias classificações das dobras, os tipos mais citados na literatura são anticlinal e
sinclinal.
“Anticlinal é uma dobra que se fecha para cima, possuindo as rochas mais antigas no seu
núcleo, isto é, no centro de curvatura. Sinclinal é uma dobra que se fecha para baixo, tendo as
litologias mais novas no seu núcleo. (Loczy e Ladeira, 1981, p. 45). (Figuras 8 e 9)
Figura 8: Anticlinal ►
Fonte: Press et al, 2006,
p. 284.
Figura 9: Sinclinal ►
Fonte: Press et al, 2006,
p. 284.
“Falhas são fraturas ou os cisalhamentos das rochas, ao longo de cujos planos as paredes
rochosas se deslocam entre si.” (LOCZY e LADEIRA, 1981, p. 81).
18
Geografia - Fundamentos de Geologia II
As falhas são resultantes de uma ruptura das rochas, seguida da movimentação dos blocos
rompidos, segundo seu plano de ruptura. Ela ocorre quando uma rocha é competente, isto é, in-
flexível, resistente e quebra-se ao invés de dobrar-se. Assim como as dobras, as falhas atingem
dimensões diversas, que vão de milímetros a quilômetros.
Os elementos mais importantes que compõem uma falha são: plano de falha: plano ou su-
perfície onde acontece o deslocamento; linha de falha: interseção do plano de falha com a su-
perfície da Terra; blocos de falha: massas de rocha deslocadas de ambos os lados da falha; teto
ou capa: o bloco localizado na parte superior de um plano de falha inclinado; muro ou lapa: o
bloco situado na parte inferior de um plano de falha inclinado (POPP, 1981; PRESS et al, 2006; TEI-
XEIRA et al, 2000). Observe a figura 10:
Os tipos principais de falhas são: falhas normais ou de gravidade. Essas falhas são provo-
cadas por esforços de tensão. A capa se movimenta para baixo em relação à lapa. Falha inversa
ou de empurrão. Essas falhas são provocadas por esforços de compressão. A capa se movimenta
para cima em relação à lapa. Falha transcorrente ou de rejeito direcional. Falha com movimento
predominantemente horizontal. (Figuras 11, 12 e 13, falha normal, inversa e transcorrente).
19
UAB/Unimontes - 2º Período
20
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Discordância “significa uma superfície que separa rochas formadas em diferentes épocas ge-
ológicas, ocorrendo entre elas um longo lapso de tempo”. (Leinz; Amaral, 1981, p. 364). As dis-
cordâncias são divididas em:
Discordância angular ocorre quando as rochas mais antigas sofrem perturbações tectônicas
antes da deposição da seguinte; discordância erosiva ocorre quando há um desgaste erosivo da
camada mais antiga, seguido da deposição das camadas mais jovens; discordância angular e ero-
siva acontece quando uma rocha sedimentar, por exemplo, se sobrepõe a uma rocha cristalina
formada no interior. Essas foram soerguidas e parcialmente erodidas e posteriormente sofreram
uma sedimentação. Por fim, na discordância paralela, ocorre apenas uma interrupção considerá-
vel na sedimentação, passível de ser averiguada pelos fósseis; é normalmente designada como
hiato. Veja a figura 15:
21
UAB/Unimontes - 2º Período
1.5 Terremotos
Segundo Guerra e Guerra, “terremotos são vibrações das camadas da crosta da Terra pro-
duzidos pelo tremor oriundos de fenômenos tectônicos ou vulcânicos”. (GUERRA; GUERRA,
1997, p. 609).
O local abaixo da crosta em que o terremoto é produzido denomina-se foco ou hipocentro e
o ponto sobre a superfície, vertical ao foco, é o epicentro. Observe na figura 16:
Quando ocorre uma ruptura na litosfera, surgiram vibrações que se propagaramm em várias
direções e vários sentidos. Essas vibrações denominam-se ondas sísmicas e se deslocam a partir
do foco do terremoto através da Terra e, posteriormente, chegarão ao sismógrafo. Há três princi-
pais grupos de ondas: ondas primárias ou P, ondas secundárias ou S e ondas superficiais, como
foi estudado em Fundamentos de Geologia I.
Os sismógrafos são aparelhos sensíveis capazes de registrar a passagem das ondas sísmicas.
O sismólogo Richter, em 1935, formulou um método para determinar a força de um terremoto.
Essa força é estimada pela sua magnitude e está relacionada com a energia liberada no foco do
terremoto. A escala Richter, que é a escala de magnitude mais utilizada, é expressa em escala
logarítmica. Por exemplo, um tremor de magnitude 3 é 10 vezes maior que o de magnitude 2, e
assim por diante.
Existem também escalas de intensidade sísmica; hoje a mais utilizada é aquela que foi de-
senvolvida por Mercalli, em 1902, posteriormente modifica, em 1931, e denominada Escala de
Mercalli Modificada (MM). Essa escala possui 12 graus, indicados por algarismos romanos de I até
XII. Por exemplo, um local no qual o terremoto foi levemente sentido por poucas pessoas é atri-
buído o valor II; já um local onde foi sentido pela quase totalidade de pessoas é atribuído valor V.
Abaixo apresentamos essa escala (abreviada).
22
Geografia - Fundamentos de Geologia II
BOX 1
Escala de Intensidade Mercalli-Modificada (abreviada)
I. Não sentido. Leves efeitos de período longo de abalos sísmicos grandes e distantes.
II. Sentido por poucas pessoas paradas, em andares superiores ou locais favoráveis.
III. Sentido dentro de casa. Alguns objetos pendurados oscilam. Vibração parecida à da
passagem de um caminhão leve. Duração estimada. Pode não ser reconhecido como um aba-
lo sísmico.
IV. Objetos suspensos oscilam. Vibração parecida à da passagem de um caminhão pesa-
do. Janelas, locas, portas fazem barulho. Paredes e estruturas de madeira rangem.
V. Sentido fora de casa; direção estimada. Pessoas acordam. Líquido em recipiente é per-
turbado. Objetos pequenos e instáveis são deslocados. Portas oscilam, fecham, abrem.
VI. Sentido por todos. Muitos se assustam e saem às ruas. Pessoas andam sem firmeza.
Janelas, louças quebradas. Objetos e livros caem de prateleiras. Reboco fraco e construção de
má qualidade racham.
VII. Difícil manter-se em pé. Objetos suspensos vibram. Móveis quebram. Danos em
construção de má qualidade, algumas trincas em construção normal. Queda de reboco, ladri-
lhos ou tijolos mal assentados, telhas. Ondas em piscinas. Pequenos escorregamentos de bar-
rancos arenosos.
VIII. Danos em construções normais com colapso parcial. Algum dano em construções
reforçadas. Queda de estuque e alguns muros de alvenaria. Queda de chaminés, monumen-
tos, torres e caixa d’ água. Galhos quebram-se das árvores. Trincas no chão.
IX. Pânico geral. Construções comuns bastante danificadas, ás vezes colapso total. Danos
em construções reforçadas. Tubulação subterrânea quebrada. Rachaduras visíveis no solo.
X. Maioria das construções destruídas até nas fundações. Danos sérios a barragens e di-
ques. Grandes escorregamentos de terra. Água jogada nas margens de rios e canais. Trilhas
levemente entortadas.
XI. Trilhas bastante entortadas. Tubulações subterrâneas completamente destruídas.
XII. Destruição quase total. Grandes blocos de rochas deslocados. Linhas de visada e ní-
veis alterados. Objetos atirados ao ar.
A maioria dos autores comenta que o padrão de ocorrência de atividade sísmica mundial
está concentrado nos limites das placas tectônicas. Nos limites convergentes, observa-se um
número de terremotos maior do que nos outros limites, como, por exemplo, os terremotos do
Alasca (1964) e do Chile (1960). Esse último foi o maior já registrado, com magnitude de 9,5. Nos
limites divergentes, eles se concentram mais nas dorsais meso-oceânicas e, nos limites conserva-
tivos, eles se concentram ao longo das falhas transformantes. Há também os terremotos intrapla-
cas. Esses são mais raros, com maior ocorrência nos continentes. O quadro a seguir apresenta os
principais terremotos ocorridos entre 1356 e 2008 e o número de vítimas.
QUADRO 2
Principais terremotos
23
UAB/Unimontes - 2º Período
24
Geografia - Fundamentos de Geologia II
É importante salientar, também, as tsunamis, termo em Japanês para denominar ondas ma-
rítimas gigantescas, geradas após fortes terremotos, grandes deslizamentos submarinos, muitas PARA SABER MAIS
vezes induzidos por sismos ou erupções vulcânicas, no mar ou na costa. Leia o artigo, super
As tsunamis geram grandes danos quando varrem áreas costeiras baixas. Um dos mais des- interessante “Abalos
trutivos tsunamis ocorreu em 26 de dezembro de 2004, provocado pelo terremoto de Sumatra- sísmicos: considerações
sobre sismos em Mon-
-Andaman, que atingiu a magnitude de 9,3, com a ruptura da placa da Eurásia e placa Austra- tes Claros” e entenda
liana, a 20 km de profundidade, que se estenderam por cerca de 1200 km, num período de 7 melhor sobre sismi-
minutos. Os prejuízos sociais decorrentes desse evento foram na ordem de 300 mil vítimas. (MA- cidade básica, sismos
CEDO et al, 2008, p.41). no Brasil e os sismos
De acordo com Macedo et al (2008), os terremotos que ocorrem no Brasil são de pequena em Montes Claros/MG,
na revista: OLIVEIRA,
intensidade, relacionados talvez à reativação de falhas. Já foram registrados abalos de 3,6 no Rachel Inez Castro de;
Mato Grosso (1955) e 6,3 no litoral do Espírito Santo. Em dezembro de 2007, foi registrado sismo VIEIRA, Eliane Ferreira
de escala 4,6 no Norte de Minas Gerais, na região de Itacarambi, causando a primeira vítima fatal Campos; FREITAS, M.
por terremoto no Brasil. Para Teixeira et al (2000), a maioria dos epicentros registrados localizam- C. Abalos sísmicos:
-se no sudeste e nordeste brasileiros, o que pode ser explicado pela intensa ocupação dessas áre- considerações sobre
sismos em Montes
as e a consequente melhor notificação dos eventos. Claros. Revista Cerrados
Até o presente momento, o homem não consegue prever com precisão os terremotos; se (Unimontes), v. 10, p.
isso acontecesse, muitas comunidades poderiam estar preparadas. Poderia haver evacuação de 1-180, 2012.
pessoas de locais perigosos e muitos aspectos de um desastre poderiam ser divulgados.
25
UAB/Unimontes - 2º Período
Wegener publicou um livro intitulado A origem dos continentes e oceanos, que discorre
sobre suas ideias da Deriva dos Continentes. Ele achava que os continentes flutuavam como bar-
cos sobre a crosta oceânica sólida, e eram arrastados pela força das marés, do Sol e da Lua.
Wegener foi ridicularizado por alguns cientistas, pois não conseguiu explicar que tipo de
forças produziriam a fragmentação e posterior deriva dos continentes. Alguns defensores da De-
riva dos continentes seguiram procurando evidências para comprovar a hipótese de Wegener.
Hoje se tem muitas provas que comprovam a deriva, baseadas em fósseis, rochas, estruturas geo-
lógicas e dados climatológicos.
Apesar de tudo que Holmes expressou, admitiu que suas ideias eram puramente especula-
tivas.
As evidências da expansão do assoalho oceânico começaram a surgir após exploração do
fundo oceânico, ocorrido posterior à Segunda Guerra Mundial. Descobriu-se que no lugar do
fundo do mar onde se pensava uma planície vazia e sem vida, existia um ambiente geologica-
mente ativo, com uma cadeia de montanhas submarinas (denominada Dorsal Meso-oceânica,
com um comprimento de aproximadamente 84000 km e uma largura na ordem de 1000 km),
vales profundos, na forma de fenda ou rifte, estendendo-se ao longo do seu centro.
No início da década de 1960, Harry Hess realizou dragagens no fundo oceânico. Descobriu-
-se que nos fundos dos oceanos há rochas jovens, que não ultrapassam 200 milhões de anos, ao
contrário das rochas dos continentes que são muito antigas, com até bilhões de anos.
Hess especulou sobre a possibilidade de que, ao longo de riftes, nas dorsais meso-oceâni-
cas, onde a crosta se separa, uma nova crosta oceânica se forma devido à ascensão de um ma-
terial quente, vindo das profundezas abaixo da crosta. Esse novo assoalho oceânico se expande
lateralmente a partir da fenda (rifte) e é substituído por uma crosta mais nova ainda, num pro-
cesso contínuo de formação de placas. Esse ciclo denomina-se Expansão do Assoalho Oceânico.
Ele explicaria tanto a idade do fundo oceânico quanto a estrutura das dorsais, o padrão simétrico
das ilhas vulcânicas e a presença de sismos submarinos ao longo de toda dorsal.
Como foi estudado em Fundamentos de Geologia I, o magnetismo terrestre remanescente
das rochas contribuiu para melhor entender os movimentos da crosta continental. Estudos de
paleomagnetismo revelam que os polos magnéticos da Terra mudaram no decurso do tempo
geológico. No decorrer da cristalização de uma rocha magmática, rica em minerais, como a mag-
netita e outros que contenham ferro, por exemplo, verifica-se uma iso-orientação, segundo a li-
nha norte-sul da época em que a rocha se formou. Com a mudança da posição do campo mag-
nético terrestre é possível reconhecer o magnetismo fossilizado na rocha antiga. Então, a partir
desse estudo percebeu-se que ocorreu um deslocamento de um continente em relação ao outro,
confirmando, assim, a deriva dos continentes.
26
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Uma nova crosta vem sendo formada em ambos os lados do rifte na dorsal meso-oceânica,
ou seja, a Terra está se expandindo. Mas há também locais em que a crosta está sendo consumi-
da. Estes locais denominam-se zonas de subduçção.
Há placas de vários tamanhos. Há aproximadamente 12 grandes placas e existem três tipos
de limites de contato entre as placas. Em limites divergentes, uma nova litosfera é criada, devido
às placas se afastarem. Observa-se, nesse limite a expansão do assoalho oceânico, quando os ti-
pos de placas envolvidas são oceânicas. Tem-se, também, a formação de cadeia meso-oceânica,
vulcões e terremotos. O exemplo atual é a Dorsal Meso-oceânica. Quando as placas envolvidas
são continentais, esses limites divergentes são caracterizados por vales em rifte, atividade vulcâ-
nica e terremotos. O exemplo é o vale em rifte do leste Africano (Press et al, 2006; Teixeira et al,
2000). Observe a figura 19:
Em limite convergente, duas placas se chocam uma contra a outra. Uma é reciclada, retor-
nando ao manto. Se ocorrer convergência envolvendo duas placas oceânicas, uma desce em
relação à outra em um processo de subducção. Esse encurvamento gera uma fossa profunda,
como as Fossas Marianas, no Oeste do Pacifico, com uma profundidade de cerca de 10 km. Ocor-
re, também, atividade vulcânica, sísmica, deformação da crosta, ascensão de magma, produzin-
do uma cadeia de vulcões, denominada arco de Ilha. Como exemplo, temos a subducção da Pla-
ca Pacífica, que formou as Ilhas Aleutas, a oeste do Alasca.
Na convergência oceano-continente ocorrem vulcões, terremotos profundos, subducção,
ascensão de magma, deformação da crosta e formação de cadeias de montanhas na borda da
placa continental. A Cadeia de Montanhas dos Andes é um exemplo desse processo.
Na convergência continente-continente, ocorrem terremotos violentos.
A Placa Eurasiana cavalga a Placa Indiana, mas a Índia e a Ásia mantêm-se flu-
tuantes, criando uma espessura dupla da crosta e formando a cordilheira de
montanha mais alta do mundo, o Himalaia, bem como o vasto e alto Planalto
do Tibete. (Press et al, 2006, p. 56).
27
UAB/Unimontes - 2º Período
Em limites conservativos (Teixeira et al, 2000) ou limites transformantes (Press et al, 2006),
as placas deslizam uma em relação a outra; esse limite é caracterizado, principalmente, por terre-
motos. A Falha de Santo André, na Califórnia, é um ótimo exemplo, onde a Placa Pacífica desliza
em relação à Placa Norte-Americana.
Acredita-se que o movimento das placas tectônicas seja decorrente da convecção do manto
e a energia venha do calor interno da Terra. Mas, para diversos autores, os detalhes desse meca-
nismo ainda não são bem esclarecidos.
As forças mais significativas na tectônica de placas provem da litosfera em resfriamento à
medida que ela desliza do centro de expansão e retorna ao manto nas zonas de subducção. As
porções da litosfera estendem-se tão profundamente, que atingem o limite núcleo-manto, mos-
trando que todo o manto está envolvido no sistema de convecção que recicla as placas.
Como foi mencionado no tópico sobre vulcanismo, há um tipo de convecção ascendente,
que pode incluir plumas do manto. As plumas são entendidas como material ascendente, provin-
do do manto profundo, e podem ser responsáveis pelos maciços derrames de lava, como os en-
contrados na Sibéria e o Planalto da Colúmbia (EUA). Essas plumas também podem gerar vulcões
localizados em pontos quentes, como é o caso do Havaí.
Quando se relaciona a Tectônica de Placas ao meio ambiente, alguns autores acreditam que
mudanças na distribuição do fundo oceânico ocorrem devido à expansão do assoalho oceânico,
o que induz a variações no nível do mar. Essas variações podem trazer consequências desagra-
dáveis para as populações litorâneas. Além disso, a deriva dos continentes sobre os pólos leva
Atividade ao crescimento de geleiras continentais. Os movimentos tectônicos também podem bloquear as
correntes marinhas ou abrir passagens através das quais as correntes podem fluir. Tudo isso nos
Cite alguns aspectos mostra que existe uma interação entre a tectônica de placas, o clima e a sobrevivência do ho-
importantes no estudo
das falhas e dobras
mem sobre a Terra. É necessário, portanto, conhecer cada vez mais os fenômenos que ocorrem
numa região e poste-os na Terra, uma das poucas formas de se buscar soluções para os problemas que o Planeta já vem e
no fórum de discussão. continuará enfrentando.
Referências
GUERRA, A. T. GUERRA, A. J. T. Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1997.
LEINZ, V.. AMARAL, S. S. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, 2003.
MACEDO, E. S. de; MIRANDA, F. A.; GRAMANI, M. F.; OGURA, A. T. Desastres naturais: situação
mundial e brasileira. In: MACHADO, R. (Org.). As Ciências da Terra e sua importância para a
Humanidade - A contribuição brasileira para o Ano Internacional do Planeta Terra – AIPT. São
Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, Livros Textos, 2008.
POPP, José Henrique. Geologia Geral. Livros técnicos e científicos. Rio de Janeiro, 1981.
PRESS, F, SIEVER R., GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a Terra. Tradução Ru-
aldo Menegat, 4. ed. Porto Alegre: bookman, 656 p.: il.
TEIXEIRA, Wilson. TOLEDO, M. Cristina Motta. FAIRCHILD, Thomas Rich. TAIOLI, Fabio. Decifrando
a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
28
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Unidade 2
Solos: origem, formação,
importância e preservação
Rachel Inêz Castro de Oliveira
2.1 Introdução
Solo é um corpo dinâmico, vivo, ativo, está em processo de evolução e sua formação depen-
de da interação entre a litosfera, biosfera, hidrosfera e atmosfera. Além de ter inúmeras funções
na agricultura, geologia, engenharia, arqueologia, por exemplo, o solo desempenha um impor-
tante papel na compreensão dos processos que afetam o meio ambiente. Assim, a degradação
do solo pode provocar mudanças sérias ao meio ambiente, afetando, então, a qualidade de vida
sobre a Terra.
Inicialmente nesta unidade, retomaremos alguns assuntos tratados em Fundamentos de
Geologia I para, assim, construirmos o conhecimento sobre os solos: origem, formação, impor-
tância e sua preservação. Interação entre os processos terrestres.
29
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 20: ►
Fragmentação do gelo,
intemperismo físico
Fonte: Teixeira et al, 2000,
p. 141.
Uma das provas mais evidentes da redução do ferro é verificada quando as cores vermelho
e amarelo são transformadas em verde e cinza em ambientes redutores.
A hidratação consiste na adição de água ao mineral, enquanto a hidrólise é uma reação quí-
mica entre o mineral e a água, isto é, entre os íons H+ ou OH- da água e os íons do mineral. Os
óxidos de ferro, por exemplo, podem absorver água para serem transformados em hidróxidos de
ferro, constituindo um processo de hidratação (Leinz; Amaral, 2003).
Os processos de intemperismo químico dão origem a duas frações constituintes: os solutos
e os resíduos. Os solutos incluem elementos como metais alcalinos, principalmente sódio e po-
tássio, e as terras raras, magnésio, cálcio e estrôncio. Esses tendem a ser lixiviados, ou seja, leva-
dos do solo, do perfil de intemperismo e em seu caminho vão terminar nos oceanos para serem
precipitados como calcários calcíticos, calcários dolomíticos, evaporitos entre outros.
30
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Mais de 99% dos materiais transportados em solução pelos rios e mesma proporção dos só-
lidos dissolvidos na água do mar são constituídos por sódio (Na); magnésio (Mg); cálcio (Ca); po-
tássio (K); cloro (Cl); sulfato (SO4); ácido carbônico (HCO3) e óxido de silício (SiO2). A água do mar
apresenta concentrações mais altas de todos os componentes acima, com exceção da sílica, que
é mais abundante nas águas fluviais.
Os resíduos correspondem à parte dificilmente solúvel em água, nas condições superficiais;
é composto principalmente de quartzo e, dependendo do grau de intemperismo, de quantida-
des variáveis de feldspato e de mica.
Durante os primeiros estádios de intemperismo, os minerais máficos (olivinas, piroxênios e
anfibólios) degradam-se para formar minerais de argila, ricos em ferro e magnésio. O concomi-
tante intemperismo químico dos feldspatos produz micas sericíticas, ilita e caulinita. O progressi-
vo intemperismo das argilas produz partículas coloidais, que são lixiviadas da fonte, mas podem
permanecer in situ para formar depósitos de argila residual. Se o intemperismo prosseguir ainda
mais, o magnésio e cálcio serão totalmente lixiviados.
O resíduo final de uma rocha intensamente intemperizada é composto de quartzo (se for
abundante na rocha matriz), caulinita, bauxita (silicatos e hidróxido de alumínio) e limonita (hi-
dróxido de ferro). Para que esses resíduos sejam formados, é necessário um clima quente e úmi-
do, associado à taxa de erosão. Além disso, a remoção dos produtos intemperizados (erosão) é
de grande importância na determinação da continuidade das reações de intemperismo.
O intemperismo biológico, de acordo com Leinz e Amaral (2003), pode desenvolver no sen-
tido de ajudar na atuação de processos essencialmente físicos ou químicos. Assim, a ação de
cunha das raízes das árvores ou a escavação por animais pode facilitar a atuação dos intemperis-
mos físicos ou químicos.
Um dos animais mais importantes para o solo é a minhoca. Lima e Guilherme (2003) citam
em seus trabalhos que um hectare de terreno pode ter uma população de minhoca capaz de
processar nove toneladas de solo por ano.
As minhocas literalmente comem seu caminho através do solo, promovendo a mistura de
materiais orgânicos e inorgânicos, aumentando a quantidade de nutrientes disponíveis às plan-
tas, trazendo nutrientes das camadas mais profundas do solo para a camada superficial, onde há
maior concentração de raízes, aumentando a fertilidade do solo.
Fungos e bactérias são também decompositores e têm importante participação nos ciclos DICA
de muitos minerais.
O termo lixiviação
Pedogênse significa etimologicamente gênese do solo, é o processo, que atuando conjun- refere-se à remoção de
tamente com o intemperismo, promove, na parte mais superficial do perfil de alteração, a forma- elementos químicos
ção de um corpo organizado, que é o solo (MELFI e MONTES, 2008, p.113). do solo junto com a
Pedogênese é o processo de formação das camadas do solo, onde o solo é considerado água, que se infiltram
como um objeto em si próprio, não se preocupando de imediato com sua aplicação prática. O por entre os poros do
solo. O resultado mais
solo é visto como algo dinâmico, que teve sua formação iniciada a partir de uma rocha que se visível da lixiviação é a
desagregou mecanicamente e/ou se decompôs quimicamente, até formar um material solto. remoção de Na, Ca, Mg
Com o passar do tempo, houve espessamento, o que o modificou e o individualizou. (LEINZ; e K dos solos.
AMARAL, 2003; LESPCH, 2002; SUGUIO, 1980).
Clima
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UAB/Unimontes - 2º Período
terial de origem (MARQUES et al, 2001). Sabe-se que a cada 10º C de aumento de temperatura,
dobra a velocidade das reações químicas.
GLOSSÁRIO A maioria das reações químicas, durante o intemperismo, depende de água. Quanto mais
quente e úmido mais velho será o solo. Isto é: quanto mais quente e úmido mais intenso o intem-
Distróficos: São solos
de fertilidade média
perismo; formam-se solos mais profundos, mais velhos, mais evoluídos. Geralmente esses solos
ou baixa. Solo em que são distróficos, com abundância de minerais secundários (principalmente argilominerais e óxidos
a porcentagem de de ferro e alumínio e pobres em cátions básicos (principalmente cálcio, magnésio e potássio).
saturação por base é Em clima árido e frio, os solos são mais rasos, com maiores quantidades de minerais primá-
inferior a 50%. rios, denominados eutróficos. Os solos de regiões áridas e semiáridas, quando comparados com
Eutróficos: São solos
de fertilidade alta.
os das regiões úmidas, apresentam menores quantidades de matéria orgânica e maiores de cá-
Solos em que a porcen- tions básicos trocáveis, ou seja, sais solúveis.
tagem de saturação de Em condições de clima quente e solo de regiões úmidas, a água arrasta para as camadas
base é superior a 50%. mais profundas os elementos em solução, tornando os solos ácidos. Observe nas reações abaixo:
CTC: Capacidade de A distribuição da vegetação no globo terrestre está relacionada com as condições climá-
troca de cátions. Quan-
tidade de cátions (Al, H,
ticas. Nos climas de regiões quentes e úmidas encontram-se exuberantes florestas de árvores
Ca, Mg e K) que o solo é constantemente verdes, que produzem grandes quantidades de resíduos orgânicos, que se de-
capaz de reter compõem facilmente (Figura 22).
Em climas de regiões áridas, com longa estação de seca, predominam florestas semidecí-
duas, cujas folhas secam e caem durante certos períodos e gramíneas associadas com arbustos
tortuosos (cerrado).
Organismos
Os organismos que vivem nos solos são de grande importância para diferenciação de seus
perfis. Eles compreendem os microorganismos: microflora e microfauna (algas, fungos, bacté-
rias), vegetais superiores (macroflora), animais (macrofauna) e homem (Figura 23).
Os microorganismos desempenham papel fundamental na decomposição da matéria orgâ-
nica e formação de húmus.
Os vegetais atuam na formação dos solos de forma direta, com a penetração do sistema ra-
dicular, e indireta, quando raízes retiram nutrientes das camadas mais profundas e retornam ao
solo pela ciclagem de nutrientes (LIMA; GUILHERME, 2003; MARQUES et al, 2001). O processo de
queda das folhas das plantas promove proteção da superfície do solo contra a erosão.
A relação solo x planta tem papel fundamental na conservação dos solos. No Nordeste Brasi-
leiro, de clima semiárido, por exemplo, a vegetação rala e o solo com pouca proteção facilitam a
erosão, principalmente nas encostas das colinas e morros. Nos morros, as chuvas e ventos carre-
gam as partículas finas dos solos, deixando na superfície as mais grosseiras, formando o denomi-
nado “pavimento desértico” (manto de cascalhos e pedras).
A macrofauna, formada pelos animais que habitam o solo, como formigas, cupins, minho-
cas, tem uma importante função para a formação do húmus e agregados do solo, pois trituram
restos vegetais, formam galerias e misturam materiais de diversos horizontes.
32
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Marques et al, (2001) argumentam que estimativas indicam que cupins da região dos cerra-
dos são capazes de movimentar mais de dez toneladas de solo por hectare num ano. Isso signifi-
ca que, em menos de 200 anos, toda a camada arável do solo, de zero a 20 cm, terá sido trabalha-
da por eles.
Não podemos deixar de citar o Homem, que tem provocado diversos impactos na formação
do solo, com a prática da agricultura e a utilização de tecnologia, infelizmente de forma drástica.
Material de Origem
33
UAB/Unimontes - 2º Período
DICA
Neossolos Litólicos são
solos extremamente
rasos, com menos de
50 cm de espessura e
geralmente pedrego-
sos, abrangendo 7%
dos territórios do Brasil.
É um tipo de solo raso,
possuindo horizonte
A, assentado principal-
mente sobre a rocha.
Ocorre em relevo
ondulado. Relevo
O Gleissolo Háplico
compreende solos
hidromórficos, apre- O fator relevo pode ser definido como forma do terreno que compõe a paisagem (LEINZ;
sentando horizonte AMARAL, 2003). As formas de relevo promovem diferenças perceptíveis em função da cor, que
glei, nos quais ocorre
uma grande presença podem ocorrer a distâncias relativamente pequenas quando comparadas com as diferenças ad-
da água. Nele, pode vindas do clima. Em sua maioria, resultam de desigualdades de distribuição, no terreno, da água
ser evidenciada a de chuva, da luz, do calor do sol e da erosão.
acumulação de matéria A influência do relevo sobre o solo pode ser explicada pela diferença dos solos das vertentes
orgânica na parte su- das montanhas voltadas para a direção norte em relação às voltadas para o sul. As faces da mon-
perficial ou a presença
de cores acinzentadas, tanha, ao norte, são mais quentes e secas, formando solos mais profundos do que ao sul. No sul,
indicando condição de por estarem em latitudes mais elevadas, por terem o sol mais próximo do horizonte ao meio dia,
redução. São solos mal terão consequentemente, solos mais rasos.
ou muito mal drenados. Em áreas mais declivosas há uma tendência de se desenvolver solos menos desenvolvidos,
Os Argissolos são como cores mais avermelhadas e mais claras, como, por exemplo, os Neossolos Litólicos. Em áre-
solos constituídos por
material com argila as mais baixas, próximas a riachos, observam-se solos menos desenvolvidos, como os Gleissolos
de atividade baixa e que são mais acinzentados. Em áreas mais planas, os solos têm tendência a serem mais desenvol-
horizonte B textural vidos, como os Argissolos e geralmente apresentam cores avermelhadas (Figura 25).
imediatamente abaixo
de horizonte A ou E.
Apresentam profundi-
dade variável, desde
forte a imperfeita-
mente drenados, de
cores avermelhadas ou
amareladas, e mais ra-
ramente acinzentadas.
34
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Sabe-se que, para cada 100 metros de altitude, a temperatura diminui +- 0,5º C. Altitudes
elevadas favorecem o acúmulo de matéria orgânica e influenciam na profundidade e na cor dos
horizontes superficiais.
Tempo
Dos fatores de formação, o tempo é o mais passivo. Lepsch (2002) menciona em média 12
cm de solo para cada 100 anos de sua formação. Sob condições ideais, um material de origem
de menor resistência pode desenvolver um centímetro de solo em 15 anos (LIMA; GUILHERME,
2003).
Podemos denominar “Tempo zero” o momento em que os sedimentos acabam de ser depo-
sitados e ou solidificados na lava vulcânica e ou exposição da rocha; a partir daí ocorrem inúme-
ros processos até a formação dos solos (Figura 26).
Solos no estado de equilíbrio são profundos, bem desenvolvidos, maduros. No Brasil, pode-
mos encontrar desde solos muito jovens até muito velhos.
Os minerais primários ou originais são aqueles que se formam juntamente com as rochas
num ambiente tipicamente geológico, caracterizado pelas altas temperaturas e pressões. A
maioria dos minerais primários são potencialmente intemperizáveis. Podemos exemplificar os
feldspatos, micas, piroxênio e anfibólio, mais uma porcentagem que continua no solo sem sofrer
alterações como, por exemplo, o quartzo, estaurolita e zirconita (LEPSCH, 2002)
Os minerais secundários são aqueles que sofreram alterações dos primários, possuindo nor-
malmente uma granulometria menor e composição química. A grande atividade química dessas
partículas devido ao seu tamanho faz com que tenham propriedades coloidais (principalmente
afinidade pela água e por elementos químicos dissolvidos devido a sua superfície especifica e
existência de corpos elétricos nessa superfície) (Figura 28).
35
UAB/Unimontes - 2º Período
36
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Os micronutrientes: ferro (Fe); cobre (Cu); zinco (Zn); manganês (Mn); molibdênio (Mo); boro
(B) e cloro (Cl), apesar de serem essenciais à vida das plantas, são exigidos em menor quantidade GLOSSÁRIO
e, ainda existem em quantidades suficientes na maioria dos solos. Mineralização: É um
A matéria orgânica do solo é proveniente da adição de restos de origem vegetal ou animal. termo mais específico
Esses restos orgânicos, decompondo-se, transformam-se no húmus que, por processos de mine- e se refere à liberação
ou transformação
ralização, liberam alguns nutrientes minerais (LEPSCH, 2002). dos constituintes da
O solo pode reter água, armazenando-a por um determinado tempo. Por isso é denomina- matéria orgânica que
do, também, como caixa d’água do planeta. Essa capacidade varia de acordo com suas caracte- se encontram nesta na
rísticas pedogenéticas. As plantas utilizam dessa água absorvendo-a e, em boa parte, devolven- forma orgânica (ligado
ao carbono) para a
do-a à atmosfera em forma de vapor (Figura 30).
inorgânica. Por exem-
De acordo com o conteúdo e a natureza da retenção de água, reconhecem-se três estados plo, o carbono das mo-
de umidade dos solos: molhado, úmido e seco. léculas de carboidratos,
Quando o solo está molhado, todos os poros são preenchidos com água e o ar está quase lipídios (gorduras),
que totalmente ausente. Naturalmente, depois que todos os poros são preenchidos com água, e proteínas é liberado na
forma de dióxido de
o seu fornecimento é cessado, o líquido que está preenchendo os poros maiores tende a drenar
carbono (CO2). Do mes-
para baixo, ou lateralmente, indo para as partes mais profundas, ou juntar-se ao lençol de água mo modo, os nutrientes
subterrâneo e dar origem as nascentes. Essa água é denominada gravitacional pelo fato de se como o nitrogênio e o
infiltrar devido à ação da gravidade (LEPSCH, 2002). fósforo também conti-
dos nesta são liberados.
Depois que a água gravitativa infiltra-se do solo, ele se torna úmido e contem Assim, por exemplo,
ar nos macroporos (poros maiores que 0,05 mm de diâmetro) e água nos mi- o nitrogênio que está
croporos (poros menores que 0,05 mm). Esses poros menores funcionam como na forma de proteínas
finos tubos por isso são chamados de capilares. Por essa razão, o líquido nele sofre o processo de
contido é referido como água capilar, e fica retida no solo com tal força, que mineralização sendo
consegue por mais tempo manter-se nos poros, mesmo contra a ação da força liberado na forma de
da gravidade. Contudo, essa força não é tão grande a ponto de impedir as raí- amônio (NH4+). Diz-se
zes de extraí-la, representando, portanto, um armazenamento a disposição das que o nitrogênio da
plantas e por isso denominada água disponível (LEPSCH, 2002, p.46). matéria orgânica está
sofrendo mineralização.
Da mesma maneira,
Água higroscópica seria uma água permanente no solo. Ela é retida a altas tensões, movi- o fósforo pode ser
mentando-se apenas no estado de vapor. Não é aproveitada pelas plantas. liberado da matéria
orgânica na forma de
fosfato. Essa liberação
é realizada pela ação
dos microrganismos
(fungos e bactérias) do
solo durante o processo
de decomposição.
A água do solo contém pequenas e variáveis quantidades de sais minerais, oxigênio e gás
carbônico, formando uma solução diluída, conhecida como solução do solo, onde os nutrientes
absorvidos aos colóides tornam-se disponíveis às plantas.
O grau de acidez do solo é medido pela concentração de hidrogênio iônico (H+) da solução
do solo e expresso pelo símbolo pH (potencial de hidrogênio). A escala de pH vai de zero a 14;
sete é o ponto médio, ou seja, quando o pH é neutro. Acima de sete, a faixa é alcalina; abaixo de
sete, a faixa é ácida.
O ar situa-se nos poros (ou vazios) do solo, tanto entre agregados (normalmente macropo-
ros), como entre partículas unitárias de argila e silte (normalmente microporos). Cerca de 70% do
ar é composto do gás nitrogênio. No entanto, ele não pode ser diretamente aproveitado pelas
plantas antes de ser transformado em íons. Uma das formas é através das bactérias, parte da ma-
téria orgânica do solo, que fixam nitrogênio desse ar e o incorporam aos colóides e à água do solo.
37
UAB/Unimontes - 2º Período
De acordo com Lepsch (2002, p.24) a morfologia do solo significa o estudo da sua aparên-
cia no meio ambiente natural, descrição dessa aparência segundo as características visíveis a
olho nu, ou prontamente perceptíveis.
As principais são: cor, textura, estrutura, consistência e espessura dos horizontes.
Cor
A cor é característica mais notada, por ser de fácil visualização. Podem significar a presença
de certos constituintes dos solos como a matéria orgânica argila, ferro, calcário. Nota-se que é
possível avaliar a dinâmica de água no solo por meio das cores, também se pode relacionar as
presenças de certos constituintes e verificar a sua fertilidade. Em geral, os solos mais claros ten-
dem a ser mais arenosos e a cor branca esta associada a sua fertilidade. Solo com tonalidades
mais escuras podem estar indicando a presença de matéria orgânica.
BOX 2
A cor deve ser descrita por comparação com uma escala padronizada. A mais usada é a
“Tabela Munsell”, que consiste em perto de 170 pequenos retângulos com colorações diver-
sas, arranjadas sistematicamente num livro de folhas destacáveis. A anotação da cor do solo
é feita comparando-se um fragmento ou torrão, de um determinado horizonte, com esses re-
tângulos. Uma vez que se ache o de colorido mais próximo, anotam-se os três elementos bási-
cos que compõem uma determinada cor:
• Matiz - cor “pura” ou fundamental de arco-íris, determinada pelos comprimentos de onda
da luz, que é refletida na amostra (por exemplo, vermelho, amarelo etc.).
• Valor - medida do grau de claridade da luz ou tons de cinza presentes (entre branco e
preto) variando de 0 (para o preto absoluto) a 10 (para o branco puro).
• Croma - proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza, também
variando de 0 a 10.
Os matizes usados estão entre o R (de Red = vermelho), significando 100%, (dessa cor); Y (de
Yelow = amarelo), significando 100%; e YR (de Yelow-Red = vermelho-amarelo), significando uma
mistura de 50% de vermelho e 50% de amarelo (LEPSCH, 2002, p. 27) (Figura 31).
Textura
A textura do solo é estudada pela análise granulométrica. As partículas do solo são: areia, sil-
te e argila. Após ter sido feita a análise granulométrica deve-se transferir os resultados analíticos
para um diagrama triangular, em que as diferentes classes texturais estão delimitadas, de acordo
com proporções de areia total, silte e argila (Figura 32).
38
Geografia - Fundamentos de Geologia II
Algumas propriedades do solo são dependentes da textura. Os solos mais arenosos tendem
a ter baixa capacidade de retenção de água e baixa coesão das partículas, o que os tornam mais
susceptíveis a erosão. Os solos mais ou menos argilosos e argilosos tendem a ter alta capacidade
de retenção de água e alta coesão das partículas, boa estruturação, menos susceptíveis a erosão
(LEPSCH, 2002).
Quanto aos solos muito argilosos, estes apresentam problemas de circulação de água devi-
do à baixa permeabilidade, sendo, então, susceptíveis a erosão. A textura é uma das proprieda-
des mais importantes, pois refletirá em todas as demais.
Estrutura
É o aspecto do conjunto dos torrões que aparecem naturalmente no solo, ou seja, é o arran-
jamento do material sólido inorgânico e orgânico formando agregados (Figura 33).
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UAB/Unimontes - 2º Período
Consistência
O perfil dos solos é formado por camadas de diferentes composições químicas, tamanho de
partículas e teor de matéria orgânica. Observamos que o perfil do solo é caracterizado por várias
zonas designadas como horizontes: O, A, E, B e C, partindo da superfície, vistas pela seção verti-
cal, através do solo, englobando a sucessão de horizontes ou camadas. (Figura 35).
40
Geografia - Fundamentos de Geologia II
41
UAB/Unimontes - 2º Período
BOX 2
Causas de depauperamento do solo
Para Lima e Guilherme (2003), as principais atividades responsáveis pela degradação são:
superpastejo (34,5%); desmatamento (29,45%); agropecuária (28,10%); exploração da vegetação
para fins domésticos (6,8%) e atividades industriais (1,2%), quando realizadas de forma inade-
quada. (Nóbrega, 2003).
Erosão é a desagregação e transporte de material de solo pela água ou vento (GUERRA,
1995). Solos com elevado grau de erosão chegam a perder toda a camada superficial.
Segundo Guerra (1995), é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção,
transporte e deposição de sedimentos, para adoção de técnicas de conservação dos solos. A ero-
são dos solos não causa problemas apenas nas áreas onde ocorre; ela pode reduzir a fertilidade
dos solos e criar ravinas e voçorocas, o que torna, às vezes, impossível a utilização agrícola do
terreno erodido.
42
Geografia - Fundamentos de Geologia II
O vento também representa importante agente causador de erosão, porém é mais comum
em áreas mais secas, sem árvores, onde o solo é mais exposto (LIMA; GUILHERME, 2003).
De acordo com Lepsch (2002), a degradação dos solos pode ter uma série de causas. A ero-
são é uma delas. Ocorre, contudo, que a erosão pode ter outras causas, como a acidificação, a
acumulação de metais pesados, a redução de nutrientes no solo, a redução de matéria orgâni-
ca, etc. Muitas vezes a erosão é colocada como sinônimo de degradação dos solos. Isso ocorre,
talvez, por ser uma das principais causadoras da degradação, tanto por promover uma série de
consequências danosas ao solo, quanto por sua vasta distribuição espacial na superfície terrestre
na atualidade.
A erosão acelerada é o maior risco para a manutenção da fertilidade dos solos, em longo
prazo (GUERRA, 1995). Além disso, ela reduz a profundidade do solo e pode, algumas vezes,
remover o solo inteiro. A erosão do topo do solo significa perda do horizonte A, que contém a
maior parte dos nutrientes utilizados pelas plantas, a maioria da matéria orgânica existente nos
solos e, além disso, a melhor estrutura para o desenvolvimento das raízes.
A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou, até
mesmo, em grandes áreas. Por exemplo, o material que é erodido de uma bacia hidrográfica
pode causar o assoreamento de rios e reservatórios. Além disso, as partículas transportadas pela
água, em uma área agrícola, podem estar impregnadas de defensivos agrícolas e contaminar as
águas dos rios. O desmatamento e a erosão dos solos podem provocar o desaparecimento de
mananciais, bem como acentuar os efeitos das inundações.
Verificando as figuras 37 e 38, podemos compreender como o mau uso dos recursos natu-
rais leva à degradação dos solos.
Veja os significados das numerações da figura 37: (*) 1. Terreno desmatado. 2. Terreno cul-
tivado morro abaixo. 3. Assoreamento de rios e açudes. 4. Erosão com voçoroca invade terras
cultivadas. 5. Êxodo rural. 6. Lavouras cultivadas sem proteção. 7. Pastagem exposta à erosão. 8.
Inundações.
Veja os significados das numerações da figura 38: (*) 1. Terreno com exploração florestal. 2.
Terreno cultivado em curva de nível e outras práticas conservacionistas. 3. Rios e açudes livres de
assoreamento. 4. Culturas com práticas conservacionistas. 5. Desenvolvimento de comunidades
agrícolas. 6. Áreas de pastagens protegidas contra a erosão. 7. Áreas de pastagens protegidas. 8.
Inundações controladas e áreas agrícolas reaproveitadas.
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UAB/Unimontes - 2º Período
Litosfera
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
Hidrosfera
A água pode ser considerada como um dos principais agentes do intemperismo e da pedo-
gênese. Ela desempenha um papel relevante na gênese e evolução do solo. As propriedades físi-
cas do solo, como estrutura, textura e compactação podem interferir nas relações quantitativas
entre as águas que infiltram e escoam no solo. Quando os solos são impermeáveis a tendência é
aumentar a quantidade de água de escoamento. Assim, o solo estará contribuindo para aumento
dos processos erosivos. Provocando, então o assoreamento de rios, lagos, barragens, entre ou-
tros. A água que infiltra no solo é essencialmente comandada pela gravidade. Contudo, determi-
nadas propriedades físicas do solo, podem permitir que ela fique retida no interior do solo. Essa
água poderá ser utilizada pelas plantas. A partir das características químicas da água, percebe-se
a influência do solo na hidrosfera. Ao infiltrar no solo, a água pode incorporar gases e elementos
provindos das relações entre as soluções do solo e dos compostos minerais ou orgânicos.
Atmosfera
O solo tem relação estreita com a atmosfera. O solo tem uma atmosfera própria, na qual se
interrelaciona com a atmosfera terrestre através de constante troca de gases e vapor d água e de
energia. Por exemplo, o nível de acidez associado à precipitação de chuvas ácidas podem influir
nas propriedades da atmosfera. Outro fato importante é que a água líquida que existe nos solos
pode passar para a atmosfera na forma de vapor d’água. Nesse sentido, quando ocorre o aumen-
to da temperatura, por conseguinte ocorrerá um aumento na umidade relativa do ar.
Biosfera
O solo exerce sobre a biota uma influência significativa, pois as plantas necessitam de nu- Atividade
trientes (macro e micronutrientes) que estão no solo para o seu crescimento vegetal. Há so-
Como as práticas de
los que, por natureza, são solos ricos em elementos nutrientes, são solos jovens, encontrados conservação reduzem
principalmente em climas temperados frios e quentes sobre rochas ricas em bases, como, por a erosão do solo? Poste
exemplo, os basaltos, anfibolitos, etc. Já os solos desenvolvidos em áreas tropicais úmidas e sua resposta no fórum.
equatoriais e formados sobre rochas ácidas geralmente são mais pobres em macronutrientes, ne-
cessitando assim de corretivos e fertilizantes. Os solos são influenciados pela mesofauna e os mi-
croorganismos. Os baixos índices de matéria orgânica do solo caracterizam pouca disponibilida-
de de carbono e nitrogênio. Solos úmidos e bem drenados permitem um bom desenvolvimento
das plantas, enquanto que solos, mal drenados e mal arejados podem trazer vários problemas
para o desempenho dos vegetais. O pH do solo influencia a biota, por exemplo, solos com va-
lores elevados de pH,podem dificultar a disponibilidade de Fe, Mg e Zn, já valores baixos de pH
podem tornar o Ca e Mo mais disponíveis. Outro fator importante é que a temperatura do solo
pode influenciar na germinação de sementes e o crescimento das raízes.
Referências
BERRY, L.G. & MASON, B. Mineralogy: concepts, descriptions, determinations. California, USA:
Freeman, 1956.
GUERRA, Antonio Teixeira. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
LEINZ, V.. AMARAL, S. S. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, 2003.
LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
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UAB/Unimontes - 2º Período
LIMA, José Maria de.; GUILHERME, Luiz Roberto Guimarães. Recursos Naturais Renováveis e
Impacto Ambiental: Solo. LAVRAS/FAEPE, 2003. 69 p.
MARQUES, João José; FERNANDES, Luiz Arnaldo; SILVA, Marx Leandro Naves; et aL. Solo no con-
texto ambiental. UFLA/FAEPE, 2001.
MELFI, Adolpho José ; MONTES, C. R. . Solo e Ambiente. In: Rômulo Machado. (Org.). As ciências
da Terra e sua importância para a Humanidade. 1. ed. São Pulo: Sociedade Brasileira de Geo-
logia, 2008 , p. 107-126.
NÓBREGA, Rafaela Simão Abrahão; NÓBREGA, Júlio Cézar Azevedo. Fixação biológica de nitrogê-
nio, na recuperação de áreas degradadas e na produtividade de solos tropicais. Informe Agro-
pecuário. Belo Horizonte, v. 24, n. 220, 2003, p. 64-72.
TEIXEIRA, Wilson. TOLEDO, M. Cristina Motta. FAIRCHILD, Thomas Rich. TAIOLI, Fabio. Decifrando
a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
Resumo
Unidade 1
Unidade 2
1. Os solos são formados em decorrência da dinâmica externa da crosta terrestre. Dois pro-
cessos agem na formação do solo: intemperismo e pedogênese. O intemperismo é o conjunto
de modificações de ordem física (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem
ao aflorar na superfície da Terra. Pedogênese é o processo de formação das camadas do solo,
onde o solo é considerado como um objeto em si próprio, não se preocupando de imediato com
sua aplicação prática.
2. Na formação dos solos deve-se frisar o estudo dos fatores de formação dos solos. Cinco
fatores principais: a) clima, b) organismos, c) material de origem, d) relevo, e) idade da superfície
do terreno. Na formação do solo é importante frisar os quatro componentes que constituem os
solos: substancias minerais, matéria orgânica, água e ar.
3. A morfologia do solo significa o estudo da sua aparência no meio ambiente natural, des-
crição dessa aparência segundo as características visíveis a olho nu, ou prontamente perceptí-
veis. As principais são: cor, textura, estrutura, consistência e espessura dos horizontes. Devem-se
salientar também quatro mecanismos que são importantes na formação dos solos.
4. O perfil do solo é caracterizado por várias zonas designadas como horizontes: O, A, E, B e
C, partindo da superfície, vistas pela seção vertical, através do solo, englobando a sucessão de
horizontes ou camadas.
5. A área continental da terra é de aproximadamente 13,5 bilhões de hectares e desse total
11,5 bilhões são recobertos por solos. Contudo, somente 22% da superfície apresentam proprie-
dades e atributos apropriados para o uso agrícola. Os 78% constituem solos representam solos
com problemas para a utilização agrícola. Quando o solo fica exposto, há uma série de fatores
que tendem a depauperá-lo. O tipo de clima e os aspectos da topografia podem variar a veloci-
dade com que esse depauperamento se processa.
6. Em qualquer tipo de agricultura e pecuária existe uma série de precauções que devem ser
observadas para proteger o solo são denominadas práticas conservacionistas. As práticas conser-
vacionistas se distinguem em práticas de caráter edáfico, mecânico e vegetativo. O solo é produ-
to da interação entre as esferas terrestres: litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera.
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
Referências
Básicas
LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
Complementares
GUERRA, Antonio Teixeira. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
LIMA, José Maria de.; GUILHERME, Luiz Roberto Guimarães. Recursos Naturais Renováveis e
Impacto Ambiental: Solo. LAVRAS/FAEPE, P.69, 2003.
MACEDO, E. S. de; MIRANDA, F. A.; GRAMANI, M. F.; OGURA, A. T. Desastres naturais: situação
mundial e brasileira. In: MACHADO, R. (Org.). As Ciências da Terra e sua importância para a
Humanidade – A contribuição brasileira para o Ano Internacional do Planeta Terra – AIPT. São
Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, Livros Textos, 2008.
MELFI, Adolpho José; MONTES, C. R. Solo e Ambiente. In: Rômulo Machado. (Org.). As ciências
da Terra e sua importância para a Humanidade. 1 ed. São Pulo: Sociedade Brasileira de Geologia,
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PRESS, F, SIEVER R., GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução Rualdo
Menegat, 4. ed. Porto Alegre: bookman, 2006, 656 p.
TEIXEIRA, Wilson. TOLEDO, M. Cristina Motta. FAIRCHILD, Thomas Rich. TAIOLI, Fabio. Decifrando
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Suplementares
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Freeman, 1956.
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UAB/Unimontes - 2º Período
MARQUES, João José; FERNANDES, Luiz Arnaldo; SILVA, Marx Leandro Naves; et aL. Solo no con-
texto ambiental. UFLA/FAEPE, 2001.
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nio, na recuperação de áreas degradadas e na produtividade de solos tropicais. Informe Agro-
pecuário. Belo Horizonte, v. 24, n. 220, p. 64-72, 2003.
POPP, José Henrique. Geologia Geral. Livros técnicos e científicos. Rio de Janeiro, 1981.
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Geografia - Fundamentos de Geologia II
Atividades de
Aprendizagem - AA
1) Com relação aos vulcões, é INCORRETO afirmar:
a) ( ) Atualmente, não possui nenhum vulcão ativo, mas ocorreram manifestações vulcânicas
no passado.
b) ( ) Na Era Mesozóica, observou-se a ocorrência de atividades vulcânicas relacionadas com
rochas alcalinas.
c) ( ) No Éon Arqueano, o Brasil foi atingido por uma das mais espetaculares atividades vulcâ-
nicas do mundo, cujas lavas atingiram aproximadamente 1 milhão de km2 . Aproximadamente
todo o Sul do Brasil, na bacia do Paraná, sofreu os efeitos do derrame basáltico.
d) ( ) Partindo do vulcanismo mais recente para o mais antigo, é interessante ressaltar o vulca-
nismo responsável pela formação das Ilhas do Atlântico brasileiro, tais como Fernando de Noro-
nha, Trindade, rochedos de São Pedro e São Paulo e de Abrolhos, ocorridos, na Era cenozóica.
8) Sobre a origem e formação dos solos, leia atentamente as questões abaixo e marque (V) se a
afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa.
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