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Narrativa – Tendência Cognitivista

Chego na minha nova escola e entro na sala de aula. As carteiras estão organizadas em
forma de circulo, com os colegas perto uns dos outros. Devo dizer que estou em uma sala com
poucos alunos. Questionei a professora onde estavam o resto das crianças, ja que estudava em
uma escola com quase 30 alunos por sala. Ela me respondeu me fazendo outra pergunta:
perguntou como eram as minhas aulas com tantas crianças, se a professora conseguia ajudar a
todos e se ela realmente nos conhecia. Me fez pensar e relembrar as aulas de matemática e
português, em que muitos amigos não conseguiam escrever ou resolver uma continha e não
recebiam tanta atenção. Com o incentivo dessa nova professora, pude pensar como seria melhor
para esses meus amigos te-la mais perto, tendo mais auxilio nas dificuldades. Consegui então
entender que ter menos amigos dentro de sala talvez não fosse tão ruim assim.
Ao iniciar sua aula, percebi que continuaríamos sentados em circulo, com a professora
andando por toda a sala, passando por cada aluno. Tentava nos conhecer e se interessava pelas
nossas experiências dentro da escola. No decorrer dos primeiros meses, fazia sempre questão de
saber o que nós sabíamos sobre alguns assuntos. Um dia ela nos pedia pra escrever algumas
palavras sobre alimentos que ela ditava, em outros acompanhava nossa leitura de perto, curiosa
sobre como pronunciávamos algumas palavras. Tiveram alguns dias em que ela nos trouxe alguns
desafios de matemática, fazendo pesquisa na escola de qual a cor preferida de cada um,
descobrindo depois a cor favorita de cada turma e depois de toda a escola. Era sempre muito
divertido, pois eu e meus amigos nos reuníamos na maioria das vezes para conversar sobre as
atividades e assim resolve-las.
Essa nova escola as vezes era bem complicada. Me fazia pensar muito e na maioria das
vezes a professora respondia minhas perguntas com outras perguntas ao invés de me dar a
resposta pronta. Pensar muito me deixava cansado no começo mas depois acabei acostumando e
com a ajuda da professora e dos colegas, conseguia aprender muitas coisas diferentes que nem
sempre eu aprendia com as aulas. Para descansar um pouco, descíamos para o recreio para
lanchar e brincar. Nos podíamos servir a comida sozinhos, colocando o tanto que queríamos. Nas
primeiras vezes não consegui comer tudo pois tinha enchido minhas vasilhas de bolos e pães. Um
dia o pessoal da cantina me mostrou quanta comida era jogada fora quando não comíamos tudo e
passei a colocar um pouquinho de cada vez para não desperdiçar nada.
Depois do lanche, brincávamos livremente, escolhíamos nossas brincadeiras e
determinávamos as regras. Algumas vezes discutia com alguns colegas e procurava a professora
por ajuda. Ela me incentivava a conversar e resolver os problemas da melhor maneira possível,
nos perguntando sempre sobre a importância das regras e nos fazendo pensar em como seria
possível viver em um mundo sem elas. Eu e meus amigos nos esforçávamos mais pra conversar e
obedecer as regras que criávamos para nossas atividades.
Certo dia me lembro de chegar na sala com a professora pedindo para escolhermos dois
amigos para realizarmos uma atividade. Juntamos as nossas carteiras e recebemos alguns
recipientes, de diferentes tamanhos e formatos. Tínhamos também uma garrafinha com agua e
um copo que mostrava medidas. A professora explicou o que havia pensado para a atividade e
perguntou se tínhamos algumas sugestões. Estávamos todos empolgados e curiosos e logo
começamos a conversar sobre quais as vasilhas que tinham mais ou menos agua. Transferíamos a
água de um para o outro, usávamos o copo para medir quantas “ml” tinha em casa uma até que
finalmente conseguimos, depois de muita conversa e experimentos, perceber que um recipiente
comprido, fino e com agua ate o topo, por mais que pareça ter mais, pode ter menos água do que
uma vasilha gordinha com agua ate a metade.
Essa escola nova é bem diferente da minha escola antiga, temos muito mais brincadeiras,
jogos e muitos materiais para mexermos durante as aulas. A professora me conhece muito bem,
sabe as minhas dificuldades e facilidades, me incentivando e propondo sempre novas atividades.
Me sinto livre e capaz, pois não fico ouvindo reclamações e criticas quando erro. Construo e
desenvolvo muitas coisas, aprendendo cada dia mais.

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