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(www.iaece.org.br)
Auditorias de Engenharia –
Procedimentos Gerais
Technical Auditing in Engineering Works – General Procedures
Comitê de elaboração (2008): Eng. Civil Marcio Soares da Rocha, Eng. Civil Francisco Alves de
Aguiar, Eng. Civil Alisson Benício Correia, Eng. Civil Ricardo Wagner Vieira Cruz, Eng. Agrônomo
Raimundo Costa Nogueira, Eng. Civil Ernesto Ferreira Nobre Júnior.
Comitê da Primeira Revisão (2012): Eng. Civil Marcio Soares da Rocha, Eng. Agrônomo Raimundo
Costa Nogueira, Eng. Civil Francisco Alves de Aguiar, Eng. Civil Jorge Luiz Rodrigues Cursino de
Sena, Enga. Civil Christina Bianchi, Eng. Civil Ernesto Ferreira Nobre Júnior, Eng. Civil e Agrônomo
Pedro Idelano de Aguiar Felício.
Sumário
Prefácio e Introdução
1. Objetivo
2. Referências normativas
3. Definições
4. Símbolos, abreviaturas e notações
5. Classificação das obras e serviços
6. Procedimentos de excelência
7. Atividades básicas (metodologia aplicável)
8. Apresentação do relatório de auditoria
Prefácio
Esta norma, depois de discutida e aprovada em Assembléia Geral do Iaece, realizada aos 25 de
junho de 2008, foi adotada como normativa para trabalhos técnicos de auditoria em obras e serviços
de engenharia realizados pelos seus associados. Foi referendada e recomendada pelo Plenário do
Crea-CE no ano seguinte, e também neste ano encaminhada pelo Crea-CE à ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas, a título de proposta de norma de procedimentos gerais de auditorias
de obras e serviços de engenharia no Brasil.
Introdução
No dia 09 de junho de 2000 foi fundado o primeiro instituto brasileiro especializado no estudo e
desenvolvimento de métodos e técnicas científicas de auditoria aplicáveis aos trabalhos de
Engenharia, o Instituto de Auditoria de Engenharia do Ceará (Iaece). No mesmo ano, em novembro,
inclusive com a participação de alguns fundadores do Iaece, foi também fundado o Instituto Brasileiro
de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), cuja atuação é, porém, restrita às obras públicas de
Engenharia.
Esta norma visa consolidar os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos
de auditoria de obras e serviços de Engenharia, em geral.
1. Objetivo
1.1. Esta Norma fixa as diretrizes, conceitos, critérios e procedimentos relativos às auditorias de obras
e serviços de engenharia, quanto a:
1.2 Esta norma é exigível em todas as manifestações técnicas escritas vinculadas às atividades de
auditoria de engenharia, no âmbito do IAECE.
2. Referências normativas
2.1 Na aplicação desta Norma é necessário consultar e atender aos seguintes preceitos legais:
Decreto Federal no 81621, de 03/05/78, que aprova o Quadro Geral de Unidades de Medida.
o
Lei Federal n 5194, de 21/12/66, que regula o exercício das profissões de Engenheiro e Agrônomo e
dá outras providências.
2.2. Os trabalhos de auditorias de obras e serviços de engenharia devem ser orientados e obedecer
às diretrizes preconizadas pelas normas brasileiras aprovadas pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), aplicáveis à natureza e espécie dos objetos das auditorias.
2.3. Os procedimentos desta Norma devem ainda estar em conformidade com os seguintes
documentos:
a) Constituição Federal; Códigos Civil, de Processo Civil, Penal, Comercial, de Águas, de Defesa do
Consumidor; Lei de Contravenções Penais; Lei de Direitos Autorais; bem como legislação
complementar pertinente;
b) toda Legislação Federal, Estadual e Municipal aplicável aos objetos das auditorias.
3. Definições
amostragem: procedimento utilizado para selecionar elementos para compor uma amostra.
bem: coisa que possui valor ou que pode ser objeto de direito, que integra um patrimônio.
Benefícios e Despesas Indiretas (BDI): taxa calculada / estimada por profissionais de engenharia,
que, ao ser multiplicada pelo total dos custos diretos de uma obra ou serviço de engenharia, permite a
estimação do seu preço global, para fins de orçamento ou de avaliação. No seu cálculo, são
considerados os custos indiretos, os tributos e o lucro.
campo de arbítrio: intervalo de variação em torno do valor pontual estimado e adotado na avaliação,
dentro do qual pode-se arbitrar o valor do bem, desde que justificado pela existência de
características próprias não contempladas no modelo.
custo: total das despesas diretas e indiretas necessárias à produção, manutenção ou aquisição de
um bem, num determinado período e situação.
custo direto: total das despesas com insumos, inclusive mão-de-obra e equipamentos, necessários à
produção de um bem ou à realização de um serviço.
custo indireto: total das despesas administrativas e financeiras, e demais ônus e encargos
necessários à produção de um bem ou à realização de um serviço.
critérios da auditoria: normas jurídicas, normas técnicas, contratos, editais, manuais operacionais,
ou quaisquer outros documentos normativos ou prescritivos que fundamentaram as conclusões da
auditoria.
economicidade: princípio relacionado à execução de tarefas e ações com o menor custo possível,
sem compromisso da qualidade esperada.
eficiência: princípio relacionado à execução de tarefas e ações com a utilização dos melhores
métodos e técnicas.
encargos sociais e trabalhistas: somatório dos percentuais determinados pelas leis sociais e
trabalhistas em vigor, a incidir no custo da mão-de-obra.
laudo: peça escrita, na qual o profissional habilitado relata o que observou, dá as suas conclusões
e/ou avalia fundamentadamente o valor de coisas ou direitos.
orçamento: planilha com a qual se calcula o valor financeiro necessário para a produção / realização
de um bem ou serviço.
organização auditada: Empresa, entidade ou órgão público ou privado responsável pela execução
das obras auditadas.
organização auditora: empresa, entidade ou órgão público ou privado responsável pela auditoria.
pagamento indevido: pagamento por serviços documentados (ou contabilizados), porém não
realizados, total ou parcialmente.
papéis de trabalho: documentos que registram serviços executados pelos auditores, contendo os
métodos e procedimentos por eles adotados, os testes que efetuaram, as informações que obtiveram
e as conclusões relativas ao seu exame.
parecer técnico: opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um profissional legalmente
habilitado sobre assunto de sua especialidade.
preço avaliado: valor final resultante da reconstituição do orçamento de uma obra ou serviço, feita
pelos auditores.
preço de mercado: média dos preços praticados em determinado mercado, em certo período.
preço executivo: preço global do contrato de uma obra, resultante do orçamento proposto pela
empresa construtora que executa ou executou a obra.
preço global: valor total de um orçamento de engenharia, resultante do somatório dos preços
unitários de todos os seus itens, já incluído o BDI.
preço referencial: preço adotado pelos auditores como padrão representativo do preço de mercado
local/regional para determinado serviço de engenharia, em determinado período, obtido por
composição de custos.
relatório: peça escrita, na qual o profissional habilitado relata o que observou, dá as suas conclusões
e emite recomendações.
serviço de engenharia: toda atividade, cuja execução seja de competência restrita aos profissionais
de engenharia.
subfaturamento: preço ou custo de um bem ou serviço praticado (faturado) por valor situado abaixo
do valor médio observado em determinado mercado regional/local, em certo período de tempo.
superfaturamento: preço ou custo de um bem ou serviço praticado (faturado) por valor situado
acima do valor médio observado em determinado mercado regional/local, em certo período de tempo.
vistoria: observação presencial criteriosa de um bem e dos elementos e condições que o constituem.
As obras de engenharia, para efeito desta norma, são: edificações; instalações; obras de
infraestrutura; obras d´art; obras hídricas; obras de saneamento; obras de terra; sistemas urbanos.
O auditor de engenharia deve proceder conforme os itens 6.1 a 6.8 desta norma.
Manter-se atualizado quanto ao estado da arte e somente aceitar encargo para o qual esteja
especificamente habilitado e capacitado, assessorando-se de especialistas, quando necessário.
Considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e toda informação técnica, financeira
ou de outra natureza, recebida do auditado ou de quem solicitou ou determinou a auditoria.
Jamais reproduzir trabalhos alheios publicados sem a necessária citação. No caso de trabalhos não
publicados, obter autorização para reproduzi-lo. Ao reproduzir, fazê-lo sem truncamentos, de modo a
expressar corretamente o sentido das teses desenvolvidas.
Informar com independência para com quem solicitou a auditoria, com o objetivo de expressar a
realidade.
Envidar esforços na difusão de conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos
aspectos técnicos e assuntos relativos ao exercício profissional. Expressar-se publicamente sobre
assuntos técnicos somente quando devidamente capacitado para tal.
6.8.1. trabalho em equipe: As auditorias não devem ser realizadas por um só profissional.
6.8.3. avaliação do controle interno da organização auditada: os auditores devem explicitar suas
conclusões acerca dos sistemas de controle internos adotados pela organização auditada, quanto à
sua eficácia e eficiência.
6.8.4. oportunidade: o relatório deve ser entregue em tempo oportuno, a quem o solicitou.
7. Atividades essenciais em Auditoria de Engenharia (metodologia aplicável)
A equipe auditora deve elencar as normas (jurídicas e técnicas) e demais documentos que servirão
como critérios fundamentais para as conclusões apresentadas no relatório.
A equipe auditora deve preparar, com antecedência, as listas de verificação (check-lists), formulários,
bem como todos os papéis de trabalho que serão preenchidos durante as vistorias.
Nas vistorias, os auditores coletarão todos os dados relativos às obras e serviços de engenharia
auditados, relevantes aos objetivos do trabalho em pauta.
As vistorias e inspeções devem ser devidamente registradas em documentos, assinados por pessoas
da organização auditada.
Com a finalidade de consolidar as conclusões da auditoria, depois das vistorias e inspeções, a equipe
deve realizar análises conclusivas, com relação a:
NOTAS: (1) A compatibilidade de custos e preços de uma obra auditada deve ser verificada, nas
auditorias de engenharia, por meio da reconstituição total do seu orçamento, que pode ser
feita com a adoção de composições de custos publicadas em sistemas referenciais de
custos, ou por composições de custos elaboradas pela própria equipe auditora – nos casos
em que os sistemas referenciais não possuam composições adequadas aos serviços da
obra auditada. (2) Recomenda-se, principalmente para os casos de auditorias de obras em
execução ou concluídas recentemente, que a equipe auditora pesquise, por amostragem no
mercado local/regional, os preços dos insumos que constituem a chamada faixa “A” da
Curva ABC de insumos da obra auditada, e, caso verifique incompatibilidade dos preços
pesquisados com os sistemas referenciais, adote as médias aritméticas dos preços dos
insumos pesquisados pela própria equipe, quando da reconstituição do orçamento.
a) os objetivos da auditoria;
8.2.2. Relação e descrição sucinta das obras e / ou serviços auditados, incluindo fotografias,
indicação e descrição do método de amostragem, caso as obras auditadas tenham sido selecionadas
a partir de determinada(s) lista(s), compondo um subconjunto dessas.
NOTA: para cada desconformidade apontada, indicar o critério da auditoria que foi infringido.
8.3. As auditorias de obras e serviços de engenharia devem ser acompanhadas da ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica), conforme estabelece a Lei nº 6496/77.
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