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MARTINS, Adriana, H2
Conforme Panetta (1998), citado por (Góes et al,2004), nos relata que o aspecto mais
importante a considerar no armazenamento é a manutenção da qualidade do produto. A
conservação é uma exigência natural dos alimentos que requerem cuidados para obtenção de
um bom produto final. Os processos de produção devem ser seguros, especialmente para com
os produtos perecíveis, sendo que as temperaturas elevadas convertem-se em ponto crítico de
controle fundamental para garantia e qualidade dos alimentos.
Segundo Arruda (2002),o local de armazenamento deve ser fresco, ventilado e iluminado, não
deve haver a presença de caixas de inspeção sanitária, nem ralos, a fim de que os produtos
sejam preservados de contaminação por detritos e pela presença de insetos e roedores
provenientes das tubulações de esgoto. O teto deve ser isento de vazamentos, as paredes e o
piso devem ser mantidos secos, sem infiltrações ou inundações, portanto o almoxarifado, deve
ser mantido limpo e sem resíduos de sujeira devem ser evitadas fiações elétricas expostas, e
ainda nos diz que nos locais onde as prateleiras forem fixas na parede, deve haver um
espaçamento suficiente entre a parede e o produto de modo de permitir a ventilação, as portas
devem manter-se fechadas, e as aberturas teladas, piso não escorregadio, resistente liso,
impermeável e fácil limpeza.
De acordo com Chesca et al,(2001) citado por Bramorski et al,(2005), considera que a maior
parte do país apresenta clima tropical e umidade relativa alta, sendo assim o cuidado com os
alimentos deve ser redobrado para não ocorrer o armazenamento inadequado, pois
comprometem a vida útil e aumentam os riscos de decomposição dos produtos. Assim é de
suma importância analisar e manter as condições satisfatórias de controle de temperatura,
limpeza, rotatividade e ventilação, garantindo uma possível redução do crescimento microbiano
e diminuindo velocidade de reações químicas e enzimáticas evitando uma deterioração nos
produtos.
Sanitária, todos os aspectos relacionados acima são levados em consideração, culminam para
a qualidade da alimentação fornecida, proporcionando uma segurança alimentar.
O armazenamento dos alimentos tem uma grande influência dentro de unidade de alimentação
e nutrição, pois se o alimento não respeitar as condições ideais para ser armazenado, terá
influência no produto final, podendo assim transmitir riscos de contaminação se tornando
prejudicial a saúde e impróprio para o seu consumo.
Sendo assim, este trabalho preocupou-se em aplicar um check list para verificar as condições
de armazenamento de alimentos, em restaurante comerciais na cidade de Cascavel Oeste do
Paraná. Através da aplicação do check list, aproveitou-se o momento para respaldar
informações sobre o correto armazenamento de alimentos, melhorando a qualidade da
alimentação dos indivíduos que realizam refeições fora de suas casas.
No momento atual, onde é crucial que a qualidade dos produtos seja fator determinante para
sua escolha, os locais destinados a preparação dos alimentos tem buscado reavaliar seus
processos, inserindo as Boas Práticas de Fabricação (BPF). A conscientização e esforço para
que seus colaboradores ás pratiquem, garantindo produtos saudáveis, confiáveis e de
qualidade reconhecida e, conseqüentemente, a sobrevivência do estabelecimento neste
mercado cada vez mais competitivo. (ABERC, 2003).
Para a garantia do controle da qualidade sanitária dos produtos, a prevenção dos perigos á
saúde deve ser controlada na recepção, pois a recepção de matérias primas contaminadas
favorece a contaminação cruzada, colocando em risco a segurança dos indivíduos que os
consome, pois se alimentos estiverem livres de deterioradores, a garantia dos padrões de
manutenção de higiene tornam o alimento propicio a ingesta humana. (Santos 2001,
Hazelwood e Mc Lean, 1994).
Deve ser adotado o método, primeiro que entra, primeiro que sai, para que tenha uma melhora
no processo de armazenamento, resultando na hora da compra de mercadorias para serem
estocadas. (Kinton et al, 2002).
Toda a empresa á fim de produzir alimentos deverá dispor de um espaço específico para a
armazenagem de alimentos, tendo que ser seguido alguns critérios como: telas em janelas e
portas, iluminação, teto, higienização, revestimentos lisos, impermeáveis, conservados livres de
rachaduras ou de outros fatores que podem levar a contaminação do alimento. O ambiente
destinado ao armazenamento deve estar protegido de excessiva umidade, contaminação por
roedores e pragas, isolados da presença de produtos químicos, os alimentos não devem ser
colocados diretamente no chão, devendo ser apoiados sobre estrados ou prateleiras das
estantes, os estrados devem estar 25 cm da altura do chão, devendo ser afastados pelo menos
10 cm da parede e 60 cm do teto, para garantir a circulação de ar entre os alimentos, sendo
que o empilhamento deve ser organizado em forma de cruz para favorecer a circulação de ar
entre os produtos e evitar acidentes, ficando isento de caixas de papelão e madeira, por serem
isolante térmico, porosos e promoverem contaminação cruzada.(RDC-216 15 de setembro de
2004 ANVISA - Agência nacional de vigilância sanitária, Ferrão et al, 2004, Santos 2001, Mesa
Brasil- Segurança alimentar e nutricional, 2003).
O check list foi elaborado com base em um diagnóstico utilizado pelo APPCC, para a
implantação das Boas Práticas de Fabricação, em estabelecimentos produtores de alimentos.
Este instrumento de analise está anexado com número I na RDC 275 de 21 de outubro de
2002 do Ministério da Saúde, cuja resolução dispõem, da lista de verificação das Boas práticas
de Fabricação em Estabelecimentos/ Industrializadores de alimentos.
Para a avaliação das condições de armazenamento dos locais aplicou-se o check list,
considerou-se, estrutura física, rotulagem, manipuladores, ambiente, ventilação, iluminação e
temperatura dos alimentos e fornecedores.
Um dos itens avaliados foi em relação ao piso, este se apresentou com rachaduras, excesso
de rejuntes. Teixeira (2002), afirma que os mesmos devem estar isentos de focos de
contaminação.
Nota-se, que as questões que obtiveram uma porcentagem maior de não conformidades, é
referente à falta de informação e treinamento dos próprios proprietários dos estabelecimentos e
também pela indisciplina dos manipuladores.
Na maioria dos locais não há controle de temperatura no momento do recebimento, sendo este
um dos principais pontos de controle.
Referente aos fornecedores, constatou-se que 80% dos locais encontram-se em não
conformidades sendo que a RDC 216 de 15 de setembro de 2004, da Agência acional de
Vigilância Sanitária, afirma que o estabelecimento deve possuir controle sobre os fornecedores
como matéria prima, temperatura, condições de transporte e avaliação higiênica sanitária do
mesmo.
Diante dos resultados obtidos, e nas condições de realização do presente estudo, pode-se
concluir que, a forma de armazenamento dos locais de alimentação de Cascavel Oeste do
Paraná, analisadas através do check list, encontram-se fora dos padrões exigidos segundo o
Ministério da Saúde.
FERRÃO, MARIA E, MADEIRA, MÁRCIA. Alimentos conforme a lei. 1.ed. Barueri- SP, Manole:
2002.
GÓES, J.A.W; Silva, A.V.D; FRACALOSSI, L.M; KUWANO E.A. Condições de alimentos
armazenados por refrigeração na cidade de Salvador, Bahia. Revista Higiene Alimentar, São
Paulo, v.18 n. 125 ,2004.
HAZELWOOD, D, MCLEAN, A.C. Manual de higiene para manipuladores de alimentos. 2 ed.
São Paulo- SP. Varela. 1998.
LUCHESE, R.H; BORGES, J.T.S.; MAIA, L.H; FREITAS, A.S. Análises de perigos e pontos
críticos de controle na preparação da carne bovina assada em unidades de alimentação e
nutrição. Revista Higiene Alimentar, [S.l.], v.17 N.108, p. 36-41, 2004.
PANETTA, J.C. Calor e Alimentos. Os cuidados devem ser redobrados. Revista Higiene
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SILVA, E.A.JR. Manual de controle higiênico sanitário em alimentos. 3 ed. São Paulo, Varela,
2002.