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CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST:

ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP

Salvador
2012
CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST:
ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP

Salvador
2012
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA SESI Conselho Nacional

Jair Meneguelli
Presidente

SESI - Departamento Nacional

Robson Braga de Andrade


Diretor

Carlos Henrique Ramos Fonseca


Diretor Superintendente

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

José de Freitas Mascarenhas


Presidente

SESI – Departamento Regional da Bahia

José de Freitas Mascarenhas


Diretor Regional

José Wagner Sancho Fernandes


Superintendente
CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST:
ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP

Salvador
2012
©2011 SESI – Departamento Nacional.
É autorizada a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.

SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança no Trabalho – UNISAÚDE
Este trabalho foi realizado por uma equipe, cujos nomes encontram-se relacionados
na folha de créditos.

Normalização
Biblioteca Sede / Sistema FIEB
biblioteca@fieb.org.br

Ficha Catalográfica

363.11
S493c Serviço Social da Indústria - SESI. Departamento
Regional da Bahia.

Caderno Educativo de Legislação em SST: abor-


dando as NR 5, 7, 9, 15, 16 e o FAP/NTEP. Serviço Social
da Indústria - SESI. Departamento Regional da Bahia. _
Salvador: Sistema FIEB, 2011

208 p.
I.S.B.N: 978-85-86125-51-5

1. Saúde. 2. Segurança no trabalho. 3. Legisla-


ção. 4. Brasil. I. Título.

SESI SEDE
Serviço Social da Indústria Setor Bancário Norte
Departamento Nacional Quadra 1 – Bloco C – 8º andar
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel.(61)33179754 /Fax: (61) 3317-9190
http://www.sesi.org.br
SESI. DEPARTAMENTO NACIONAL
Unidade de Qualidade de Vida

Gerente-Executivo
Fabrízio Machado Pereira

Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho


Sylvia Regina Trindade Yano
Equipe Técnica e Apoio
Ana García Cuadriello
Sylvia Regina Trindade Yano
Vilma Francisco de Oliveira

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA


Gerência de Qualidade de Vida

Gerente de Qualidade de Vida


Amélio Miranda Junior

Gestora do Projeto Gestão do Site Pró-SST


Kari McMillan Campos

Coordenadora do Subprojeto Legislação em SST


Lara Villas-Boas Fernandez

Elaboração de Conteúdo
Santé Consultoria e Serviços em Saúde Ltda-ME - Eliane Cardoso Sales
Semear Ambiental Ltda - Bethânia Cardoso
Setma Segurança do Trabalho Ltda - Fernando Vasconcelos
STI Consultoria Ltda – Paulo Roberto de Veloso Reis

Revisão Técnica
Andréa Maria Gouveia Barbosa
Fabrício Vieira da Silva
Juliana Gomes Messias
Katyana Aragão Menescal
Lícia Maria B. Nascimento
Maria Fernanda Torres Lins

Revisão Didática e Pedagógica


Fernanda Brito da Silva
Marcia Maria Castro do Lago
Sergio Ricardo Santos da Silva

Projeto Gráfico e Diagramação


AG Editora

Revisão de Texto
Arlete Castro

Técnico-Administrativo
José Arlindo Lima da Silva Júnior
7

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
1 ENTENDENDO O PPRA (NR 9)
1.1 ASPECTO LEGAL
1.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e da Implementação do Ppra
1.2 ELABORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DO PPRA
1.2.1 Estrutura do PPRA - Elaboração
1.2.2 Desenvolvimento e Funcionamento do PPRA
1.2.2.1 Antecipação e Reconhecimentos dos Perigos/ Fatores de Risco
1.2.2.2 Estabelecimento de Prioridades e Metas de Avaliação e Controle
1.2.2.3 Avaliação dos Riscos e da Exposição dos Trabalhadores
1.2.2.4 Implantação de Medidas de Controle e Avaliação de sua Eficácia
1.2.2.5 Monitoramento da Exposição aos Riscos
1.2.2.6 Registro e Divulgação de Dados
1.3 RESPONSABILIDADES
1.3.1 Responsável pela Elaboração do PPRA
1.3.2 Responsabilidades do Empregador
1.3.3 Responsabilidades dos Trabalhadores
1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PPRA
2 ENTENDENDO O PCMSO (NR7)
2.1 ASPECTO LEGAL
2.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PCMSO
A RELAÇÃO DO PCMSO COM O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE
2.2
RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)
2.3 RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS
2.3.1 Compete ao Empregador
2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO
2.4.1 Tipos de Exames Ocupacionais Obrigatórios
2.4.2 Periodicidade da Realização do Exame Periódico
2.4.3 Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)
2.4.4 Período de Arquivamento dos Dados do PCMSO
2.4.5 Relatório Anual do PCMSO
2.5 ESTRUTURA DO PCMSO
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PCMSO
3 ENTENDENDO A INSALUBRIDADE (NR 15)’’
3.1 ASPECTO LEGAL
3.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO
3.3 ATIVIDADES E/OU OPERAÇÕES INSALUBRES
3.3.1 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Ruído
3.3.1.1 Ruído Contínuo ou Intermitente
3.3.1.2 Ruído de Impacto
3.3.2 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Temperatu-
ras Extremas
3.3.2.1 Calor
3.3.2.2 Frio
3.3.3 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Radiações
3.3.3.1 Radiações Ionizantes
3.3.3.2 Radiações Não Ionizantes
3.3.4 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Atividades
sob Condições Hiperbáricas
3.3.5 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Vibração
3.3.6 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Umidade
3.3.7 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes
Químicos
3.3.7.1 Avaliação Qualitativa
3.3.7.2 Avaliação Quantitativa
3.3.8 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Poeiras
Minerais
3.3.9 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes
Biológicos
3.4 CESSAÇÃO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A INSALUBRIDADE
4 ENTENDENDO A PERICULOSIDADE (NR 16)
4.1 ASPECTO LEGAL
4.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
4.2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos
4.2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis (Líquidos
e Gases)
4.2.3 Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes
ou Substâncias Radioativas
4.2.4 Atividades e Operações Perigosas com Eletricidade
4.3 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
4.3.1 Base de Cálculo
4.3.1 Proporcional ao Tempo de Exposição
4.3.3 Acumulação de Adicionais
4.3.4 Aposentadoria Especial
4.4 CESSAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A PERICULOSIDADE
5 ENTENDENDO A CIPA (NR 5)
5.1 ASPECTO LEGAL
5.1.1 Obrigatoriedade para Implementação da CIPA
5.2 CONSTITUIÇÃO DA CIPA
5.2.1 Requisitos para Dimensionamento da CIPA
5.2.2 Processo Eleitoral
5.2.2.1 Etapas do Processo Eleitoral
5.2.2.2 Anulação da Eleição
5.2.3 Treinamento
5.3 ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO DA CIPA
5.3.1 Atribuições da CIPA
5.3.2 Funcionamento da CIPA
5.3.2.1 Reuniões
5.3.2.1 Decisões da CIPA
5.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS
5.4.1 Estabilidade dos Membros da CIPA
5.4.2 Mandato e Perda do Mandato dos Membros da CIPA
5.4.3 Afastamento Definitivo do Presidente
5.4.4 Afastamento Definitivo do Vice-Presidente
5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A CIPA
6 ENTENDENDO O FAP/NTEP
ENTENDENDO O NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁ-
6.1
RIO - NTEP
6.1.1 Embasamento Legal do NTEP
As implicações Legais e Econômicas do NTEP para as Empre-
6.1.2
sas
Como a Empresa tomará ciência do NTEP e de que forma po-
6.1.3
derá recorrer?
6.1.4 Contestação do NTEP
6.2 ENTENDENDO O FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP)
6.2.1 Embasamento Legal do FAP
6.2.2.1 Fontes dos Dados para Calcular o FAP
6.2.2.2 Cálculo do FAP
6.2.2.3 Geração do FAP por Empresa
6.2.2.4 Cálculo da Taxa de Rotatividade para a Aplicação do FAP
6.2.2.5 Periodicidade e Divulgação dos Resultados do FAP
6.2.2.6 Exemplo de como calcular o FAP (TODESCHINI; COUTO, 2009)
6.2.2.7 Cálculos do Percentil para cada Índice Total
6.2.2.8 Cálculos do Índice Consolidado (IC)
6.2.2.9 Obtenção do FAP
6.2.2.10 RAT Ajustado
6.3 O QUE AS EMPRESAS DEVEM FAZER PARA OBTER O BÔNUS?
6.4 CONTESTAÇÃO DO FAP (SESI/DN, 2011)
REFERÊNCIAS
ANEXOS
11

Apresentação

O Caderno Educativo de Legislação em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é um


dos produtos desenvolvidos no Subprojeto Legislação em SST, parte integrante do Pro-
jeto Gestão Compartilhada do Site Pró-SST, uma iniciativa do Serviço Social da Indús-
tria, Departamento Regional da Bahia (SESI – DR/BA) e Departamento Nacional, visan-
do ampliar o acesso das empresas industriais ao conhecimento na área, sobretudo, por
meio de uma gestão eficiente dos recursos disponíveis no site de informação em SST
- Pró-SST e do desenvolvimento de novos produtos gratuitos a serem disponibilizados.

Uma pesquisa realizada em 2005 pelo SESI Bahia, com empresários da região, apontou
como demandas, a necessidade de informações sobre legislação em SST atualizadas
e em linguagem clara e acessível. Acreditando que esta necessidade seja similar em
todo o Brasil, sobretudo nas empresas de menor porte, esta publicação vem responder
a uma necessidade concreta do setor industrial.

Este caderno apresenta cinco das principais normas do Ministério do Trabalho e Em-
prego, utilizadas pelas indústrias, e um capítulo sobre o Fator Acidentário de Prevenção
(FAP) e Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), tema de grande interesse
das empresas industriais, visto que a partir deste novo requisito legal, a forma com que
as organizações conduzem a gestão de SST impactará diretamente nos custos relacio-
nados à carga tributária.

Os capítulos abaixo relacionados compõem este caderno e também o conteúdo de seis


cursos à distância, que estão disponíveis gratuitamente no site Pró-SST, no endereço:
www.sesi.org.br/pro-sst.

• Entendendo o PPRA (NR 9)


• Entendendo o PCMSO (NR 7)
• Entendendo a Insalubridade (NR 15)
• Entendendo a Periculosidade (NR 16)
• Entendendo a CIPA (NR 05)
• Entendendo o FAP/ NTEP

Desejamos, com mais estes produtos, contribuir com as empresas industriais na pro-
moção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em prol da competitividade e da
qualidade de vida.
13

1 ENTENDENDO O PPRA (NR 9)

O SESI, através do seu Programa Indústria Saudável, tem como referencial o concei-
to de Ambiente de Trabalho Saudável definido pela Organização Mundial de Saúde:
“Ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e os empregado-
res colaboram no uso de um processo de melhoria contínua para proteger e promover
a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e a sustentabilidade
do local de trabalho” (OMS, 2011).

É neste contexto que a prática do Modelo SESI em Segurança e Saúde no Trabalho


deve estar inserida. Neste modelo proposto pelo SESI existem os Serviços Articula-
dos como o PPRA e PCMSO integrados. Neste momento, abordaremos o PPRA. O
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem por objetivo proteger o
trabalhador dos perigos/fatores de risco existentes no ambiente de trabalho, que têm
potencial para causar dano à sua saúde e à sua integridade física. Através das etapas
de antecipação e reconhecimento dos perigos/fatores de riscos, avaliação dos riscos
e determinação de medidas de controles adequadas que visam eliminar, reduzir e
controlar tais perigos.

Este programa deve estar estruturado em um documento escrito e suas ações devem
ser implementadas pela empresa. Apesar de ser uma exigência legal e já ter passado
mais de uma década de sua vigência, ainda existem diversas dúvidas referentes ao
PPRA e sua aplicabilidade, tais como: O que é? Para que serve? Quais os benefícios
para a empresa e os trabalhadores? Quem pode elaborá-lo? Como identificar se o
PPRA está atendendo os requisitos da legislação? Qual a relação que este programa
tem com o PCMSO? Todas as empresas têm que elaborar e implementar o PPRA?
Estas e outras perguntas serão respondidas neste capítulo.

Pretende-se ainda neste capítulo:

• Apresentar, em uma linguagem clara, a importância do PPRA para as empresas e


os trabalhadores.
• Capacitar os profissionais que não são da área de Segurança e Saúde no traba-
lho (SST) a identificar se um PPRA atende, no mínimo, os requisitos previstos na
legislação brasileira.
• Orientar empregadores e seus prepostos, além dos seus trabalhadores, quanto à
implantação adequada do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais na em-
presa.
14

1.1. ASPECTO LEGAL

A redação da norma regulamentadora nº 09 (NR 9) aprovada pela Portaria nº 3.214,


de 8 de junho de 1978, cujo título é Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA) foi dada pela Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994. Esta NR estabelece
os parâmetros mínimos e as diretrizes gerais a serem observados na elaboração e
execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coleti-
va de trabalho (BRASIL, 1994).

1.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PPRA

A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por todos os


empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Pro-
grama de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde
e da integridade dos trabalhadores.

Importante!
Independente do número de empregados registrados
e do tipo de atividade econômica, todas as empresas e
instituições devem elaborar e implementar o PPRA.

Do ponto de vista legal, segundo o item 1.6 da NR 1 da Portaria nº 3.214 de 8 de junho


de 1978, consideram-se:

a. Empregador - empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da ativi-


dade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equi-
param-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência,
as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos que admitem
trabalhadores como empregados.
b. Empregado - a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a em-
pregador, sob a dependência deste e mediante salário.
15

1.2 ELABORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DO


PPRA

1.2.1 Estrutura do PPRA – Elaboração

Segundo a NR 9, o PPRA deverá estar descrito no documento-base, contendo a es-


trutura definida no fluxograma 01.

Fluxograma 01 – Estrutura mínima do PPRA

No planejamento anual é necessário estabelecer metas, priorizando aquelas ações


que previnam riscos de maior para menor gravidade, tudo isso deverá estar previsto
em cronograma com estabelecimento de curto, médio e longo prazo. Este cronogra-
ma deverá indicar claramente os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumpri-
mento das metas do PPRA, bem como os responsáveis para implementar cada ação.

O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa, no


campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar
articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle
16

Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO previsto na Norma Regulamentadora nº 07.


Sendo assim, é importante que os planos de ação do PPRA e do PCMSO sejam ela-
borados e implementados de forma integrada.

Cada empresa deve definir sua estratégia e metodologia para alcançar os objetivos
e as metas previstos no planejamento anual.

A metodologia é a explicação detalhada e exata de todas as ações desenvolvidas no


caminho para elaborar o documento. É a explicação do tipo de instrumentos utilizados
(inspeção visual de campo, entrevista, questionário etc.), forma de identificação dos
perigos/fatores de risco, método de avaliação qualitativa/quantitativa de riscos, formas
de tabulação e tratamento dos dados, enfim, tudo aquilo que se utilizou para elaborar
o PPRA.

Quanto à forma do registro, a empresa deve definir como este documento (PPRA)
vai ser registrado, em meio eletrônico ou em meio físico (relatórios impressos) (GIO-
VANNI, 2001, p. 266). Todos os registros devem ser mantidos por um período mínimo
de 20 (vinte) anos, conforme estabelecido na NR 9.

Quanto à manutenção dos dados, a empresa deve criar mecanismos para acompa-
nhar a implementação do programa, visando cumprir o planejado e tornar o ambiente
de trabalho mais seguro e saudável. A manutenção dos dados é muito importante para
a empresa ter consolidado um histórico da situação de SST, o que auxiliará bastante
no caso de futuras autuações do Ministério do Trabalho.

Importante!
O PPRA e suas alterações deverão estar disponíveis, em
local de fácil acesso, para apresentação às autoridades
competentes, caso solicitado.

A empresa deve estabelecer no documento-base como será feita a divulgação dos


perigos/fatores de risco reconhecidos e identificados no PPRA para os trabalhadores,
bem como as medidas de controle adequadas. Esta divulgação pode ser realizada por
meio de palestras, reuniões, encontros ou outros mecanismos que a empresa enten-
der, porém é necessário registrar todas as ações.
17

Quanto à periodicidade e à forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA, a


empresa deve informar no documento-base como vai acompanhar e avaliar as ações
contidas no planejamento. Por exemplo, por meio de reunião mensal, por meio de
indicadores. Uma análise global do programa deve ser realizada sempre que neces-
sário ou/e pelo menos uma vez ao ano, para avaliar o seu desenvolvimento e realizar
ajustes, no intuito de estabelecer novas metas e prioridades.

O PPRA pode e deve ser revisado em um prazo menor que 12 meses, ou quando
houver motivos que possam interferir nas condições de exposição do trabalhador aos
perigos/fatores de risco existentes, seja aumentando-os ou diminuindo-os. (Ex.: ins-
talações de novas máquinas, novos produtos incorporados no processo, enclausura-
mento de uma máquina, instalação de um sistema de ventilação etc.).

Comentário:
Legalmente, o documento-base do PPRA deve contemplar no mínimo
a estrutura acima especificada, mas nada impede que a empresa
agregue mais informações que julgar importantes ao documento.

Importante!
Implemente as ações do PPRA, assim você protege
o trabalhador, melhora o ambiente de trabalho e evita
autuações fiscais.

Segue modelo de Planejamento Anual com estabelecimento de metas, prioridades e


cronograma:

Quadro 1. Modelo de Planejamento Anual


Prioridade: 01
Cronograma
Status

Meta Indicador
Ago

Nov
Jun
Mar

Dez
Jan

Abr

Out
Fev

Mai

Set
Jul

Adequar as máquinas
Atender
e os equipamentos
100% até
observando o disposto
dez/2010.
na NR 12.
Atividades
Colocar proteção nas partes móveis
P P P P P
da máquina X.
Após a implantação, realizar treina-
mento com todos os trabalhadores P P
envolvidos.
Fonte: SESI, 2004 Legenda: P – Previsto
18

1.2.2 Desenvolvimento e Funcionamento do PPRA

De acordo com a NR 9, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir


as etapas definidas no fluxograma 02.

Fluxograma 02 – Etapa que compõe o desenvolvimento do PPRA

A seguir, veremos cada uma destas etapas detalhadamente.


19

1.2.2.1 Antecipação e Reconhecimentos dos Perigos/ Fatores de Risco

Esta fase é uma das mais importantes do PPRA, isto porque é necessário identificar
de forma detalhada todos os perigos/fatores de risco com potencial para causar danos
ao trabalhador.

Mas o que é perigo/fator de risco? E danos?


O Modelo SESI segue a definição de perigo/fator de risco como sendo “Fonte, si-
tuação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão ou
doença, ou uma combinação destas.” E danos, como a “consequência de um perigo
em termos de lesão ou doença, ou uma combinação destes”.

Importante!
A relação perigo x dano é a mesma de causa e efeito.
Exemplo:
Perigo = Ruído (causa) → Dano = Perda auditiva induzida por ruído (PAIR) (efeito)

Cada perigo/fator de risco é classificado conforme a sua natureza, sendo considera-


dos pela NR 9 os seguintes agentes:

• Agentes físicos - as diversas formas de energia a que possam estar expostos os


trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas ex-
tremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o
ultrassom. Estes agentes, a depender de sua intensidade, do tempo de exposição
e da forma de contato, podem causar dano ao trabalhador.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Na figura 01 está apresentada uma ilustração


da atividade de furar madeira. Um dos agentes
identificados nesta atividade é o Agente físico
e um dos perigos correlacionados à utilização
do equipamento (furadeira) é a vibração que
ocorre nas mãos e nos braços.

Figura 01. Ilustração da atividade de furar madeira.


Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012a.
20

• Agentes químicos - a norma classifica como as substâncias, compostos ou produ-


tos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele
ou por ingestão. Estes agentes, em função de sua natureza, concentração, tempo
de exposição e forma de contato, podem causar dano ao trabalhador.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Na figura 02 está apresentada uma ilustração


da atividade de pintura. Um dos agentes iden-
tificados nesta atividade é o Agente químico
e um dos perigos correlacionados à realização
desta atividade são os vapores de tinta à base
de solventes.

Figura 02. Ilustração da atividade de pintura.


Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012b.

• Agentes biológicos - são os microorganismos tais como: as bactérias, fungos,


bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 1994). Estes agentes,
em função da concentração, sua natureza, forma de contato e tempo de exposição,
podem também desencadear dano à saúde do trabalhador.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Na figura 03 está apresentada uma ilustração


da atividade de descarte de material hospitalar.
Um dos agentes identificados nesta atividade é
o Agente biológico e um dos perigos correla-
cionados são as Bactérias/vírus.

Figura 03. Ilustração da atividade de descarte de


material hospitalar.
Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012c.
21

Existem outros perigos cuja natureza não está definida na NR 9, mas que o SESI en-
tende como sendo de fundamental importância estar contidos no PPRA, que são os
agentes mecânicos ou de acidentes e os fatores ergonômicos.

• Agentes mecânicos ou de acidentes - situações de perigos/fatores de risco que


poderão contribuir para a ocorrência de acidentes e, consequentemente, causar
dano ao trabalhador, como: queda de pessoas, queda de materiais, máquinas e
equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, escorre-
gões, eletricidade, incêndio ou explosão, animais peçonhentos etc.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Na figura 04 está apresentada uma ilustração


da atividade de demolição da edificação. Um
dos agentes identificados nesta atividade são
os Agentes mecânicos ou de acidentes e um
dos perigos correlacionados é a Queda de ma-
teriais.

Figura 04. Ilustração da atividade de demolição de


edificação.
Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012d.

• Fatores ergonômicos - são aqueles relacionados com fatores psicológicos e fisio-


lógicos inerentes à execução das atividades profissionais. Como exemplo: esforço
físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura
extrema, controle rígido de produtividade, imposição de ritmo excessivo, jornadas
de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade etc.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Na figura 05 está apresentada uma ilustração


da atividade de carregamento de carga manu-
al. Um dos agentes identificados nesta ativida-
de são os Agentes fatores ergonômicos e
um dos perigos correlacionados é o transporte
manual de peso.

Figura 05. Ilustração da atividade de carregamento


de carga manual.
Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012e.
22

Os agentes apresentados deverão ser utilizados na identificação de perigos/fatores


de risco.

Mas o que é identificação de perigos/fatores de risco?

A identificação de perigos/fatores de risco é o processo de antecipação e/ou re-


conhecimento de um perigo existente ou que venha a existir no ambiente de trabalho
e de definição de suas características.

A fase de antecipação é adotada quando a atividade ainda não aconteceu. Ela de-
verá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de
trabalho ou de modificação dos já existentes e visa introduzir medidas de proteção
para a redução ou eliminação dos perigos/fatores de risco antes de expor os trabalha-
dores. Um exemplo muito utilizado de antecipação é a atividade de construção de um
edifício, onde todos os perigos são identificados ainda em fase de projeto.

Nota
A empresa pode optar por reconhecer no seu
PPRA apenas os perigos/fatores de risco
estabelecidos pela NR 9 (agentes químicos,
físicos e biológicos), mas é importante que
tenha um programa que contemple os
outros perigos/fatores de risco (acidentes/
mecânicos e fatores ergonômicos). Desta
forma, ela terá condições de gerenciar
todos os perigos/fatores de risco existentes
no ambiente de trabalho que podem causar
dano à saúde e à integridade física do
trabalhador, transformando-o em um local
mais seguro e saudável.

Mas como reconhecer os perigos / fatores de risco no ambiente de trabalho?

A NR 9 estabelece algumas etapas para a realização do reconhecimento dos perigos/


fatores de risco. Estas estão definidas no fluxograma 03.
23

Fluxograma 03 – Etapas de reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho


24

Para melhor entendimento dos itens apresentados no fluxograma 03, será realizado o
detalhamento de cada item e a exemplificação do perigo/fator de risco: eletricidade do
cenário de limpeza, em destaque, na figura 06.

EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR

Figura 06. Ilustração de um ambiente de trabalho com vários perigos/fatores de risco, tendo
foco na atividade de limpeza, em destaque.

• Item “a” – Identificação de perigos/ fatores de risco.

Com conhecimento prévio dos tipos de agentes, conceitos e tipos de perigo/ fator de
risco, através da observação visual e dos outros sentidos (audição e olfato) é possível
identificar os perigos existentes no ambiente de trabalho.

Conforme exemplo em destaque na figura 06, tem-se:

Quadro 2. Tabela de agente e identificação de perigos/fatores de risco


1 - Agente/Tipo 2 - Perigo/Fator de Risco

Acidente Eletricidade

• Item “b” – Determinação e localização das possíveis fontes geradoras.


25

Importante!
À medida que os profissionais adquirem experiência, o processo de identificação de
perigos/ fatores de risco se torna mais detalhado e assertivo.

Neste item, busca-se identificar o local e a fonte geradora com potencial para causar
o dano.

A localização pode ser entendida como o meio físico onde se encontra a fonte gera-
dora (produção, almoxarifado, máquina X, processo Y).
A fonte geradora é o que gera o evento: tipo de processo ou máquinas/equipamen-
tos. Deve-se inserir o tipo de máquina, equipamento, ferramenta ou o processo, exis-
tentes no setor, que são as fontes geradoras dos perigos.

Conforme exemplo em destaque na figura 06, associados aos perigos da tabela 01


tem-se:

Quadro 3. Localização e fonte geradora dos riscos


3 - Localização 4 - Fonte Geradora

Escritório Fiação exposta energizada e o trabalhador sem proteção.

• Item “c” – Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propaga-


ção dos agentes ambientais de trabalho.

Neste item, buscam-se informações de como o agente ambiental chega até o traba-
lhador. Exemplos:

− Ruído – a trajetória é o ar, a propagação são as ondas sonoras.


− Acetona (em forma de vapor) – a trajetória é o ar, a propagação ocorre atra-
vés da evaporação/vapor.
− Acetona (em forma líquida) – a trajetória e o meio de propagação são o
contato com a pele.

Continuando na construção da tabela, tem-se:


26

Quadro 4. Tabela de trajetória e meio de propagação


5 - Trajetória e Meio de Propagação

A trajetória/meio de propagação para a eletricidade é o contato.

• Item “d” – Identificação das funções e determinação do número de traba-


lhadores expostos.

Neste item, buscam-se identificar a função, as atividades e quantos trabalhadores


existem expostos aos mesmos perigos/fatores de risco.

Continuando na construção da tabela, tem-se:

Quadro 5. Identificação do número de trabalhadores por função, expostos aos perigos/


fatores de risco
6 - Função 7 - Atividade 8 - Descrição das Atividades 9 - Nº de Trabalhadores

Passar produtos no piso;


Serviços Gerais Encerar piso Encerar o piso com auxílio de 01
uma enceradeira.

• Item “e” – Caracterização das atividades e do tipo de exposição.

Neste item, buscam-se descrever detalhes das atividades. Exemplos:

− Se a exposição aos perigos/fatores de risco ocorre de forma eventual, per-


manente ou intermitente
− Se a atividade é realizada sentada, de pé ou alternada.
− Se o tipo da atividade é pesada, moderada ou leve.

Continuando na construção da tabela, tem-se:

Quadro 6. Caracterização da Atividade


10 - Caracterização da Atividade 11 - Tipo de Exposição aos perigos/fatores de risco

A atividade é realizada de pé, tipo de


atividade moderada (Trabalha movimen- Permanente
tando-se)

• Item “f” – Obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possí-


27

vel comprometimento da saúde decorrente do trabalho.

Esta é uma ferramenta importante, utilizada para obter informações referentes aos
acidentes e doenças relacionados ao trabalho.

Podendo ser realizada uma entrevista com os trabalhadores, Serviço Especializado


em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e Comissão In-
terna de Prevenção de Acidentes (CIPA), além de avaliações quantitativas realizadas
anteriormente, bem como a verificação das estatísticas de acidentes, incidentes e
absenteísmo.

Na figura 6, a obtenção destes dados poderia ser realizada por meio de entrevista com
o trabalhador da área de serviços gerais e com o responsável do SESMT e da CIPA.

Nota
Quando o levantamento para reconhecer e identificar os perigos / fatores
de risco no ambiente de trabalho é feito de forma superficial, informações
importantes podem deixar de ser obtidas. Por exemplo: como identificar
se em uma empresa há trabalhadores com doença ocupacional? Neste
caso, para poder ter conhecimento dessa questão, só será possível caso
estejam envolvidos outros profissionais, como o médico do trabalho, por
exemplo. Portanto, o profissional que estiver elaborando o PPRA deve
ficar atento a este item e desenvolver o trabalho de forma detalhada e
responsável.

• Item “g” – Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identifica-


dos, disponíveis na literatura técnica.

Neste item, buscam-se reconhecer os danos que os perigos/fatores de risco identifica-


dos podem causar ao trabalhador, sempre buscando essas informações na literatura
técnica. Continuando na construção da tabela, tem-se:

Quadro 7. Danos à saúde do trabalhador


12 - * Dano

Choque elétrico; queimadura; parada cardíaca; morte.

• Item “h” – Descrição das medidas de controle já existentes


28

Saiba Mais!
O livreto da TLVs/IBEs da ACGIH e o Manual de
procedimentos para os serviços de saúde – Doenças 1 - Agen
/ Tipo
relacionadas ao trabalho, do Ministério da Saúde, são
exemplos de literaturas técnicas que podem ser utilizadas
para reconhecer os danos associados aos perigos/fatores
de risco.

Aciden

Este item obriga a descrever as medidas de controle que já existem no ambiente


de trabalho, que visam reduzir ou eliminar os perigos/fatores de risco identificados
com potencial de causar danos, sendo elas: Controles de engenharia (proteções co-
letivas); Sinalização, alerta ou controles administrativos; Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) etc.

Continuando na construção da tabela e seguindo a ordem numérica, tem-se:

Quadro 8. Medidas de controle existentes


13 - Descrição das medidas de controle existentes

Inexistente

Para melhor visualização, os dados das tabelas 1 a 7 foram compilados na tabela 8.


Reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho, tendo como
base a atividade de limpeza, em destaque.
O PPRA que não contemplar todos os perigos/ fatores de risco presentes nas ativi-
29

Quadro 9. Reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho

13 - Des-
11 - Tipo de
2 - Perigo 5 - Trajetória 9 - Nº de crição das
1 - Agente 3 - Locali- 4 - Fonte Ge- 8 - Descrição das 10 - Caracteriza- Exposição aos
/ Fator de e Meio de 6 - Função 7 - Atividade Trabalha- 12 - Dano medidas
/ Tipo zação radora Atividades ção da Atividade perigos/fatores
Risco Propagação dores de controle
de riscos
existentes

Fiação exposta
(sem proteção)
energizada e o
trabalha-dor sem A atividade é
proteção Passar produtos
realiza de pé, Choque elétrico;
no piso; Encerar
Serviços tipo de atividade queimadu-ra;
Acidente Eletricidade Escritório Contato Encerar piso o piso com auxílio 01 Permanente Inexistente
Gerais moderada (Tra- parada cardía-
de uma encera-
balha movimen- ca; morte
Fiação exposta dei-ra.
tando-se)
(sem proteção)
energizada em
contato com a
água

Importante!
O levantamento de perigos/fatores de risco deve ser bem criterioso, por esta razão,
é importante: entrevistar o máximo de trabalhadores envolvidos no processo; avaliar
documentação pertinente à segurança e à saúde no trabalho; identificar todos os riscos
de cada atividade avaliada, bem como identificar as medidas de proteção existentes.
30

dades desenvolvidas e no ambiente de trabalho, terá consequências consideráveis,


sendo elas:

• Falha na elaboração do PCMSO, pois deixarão de ser prescritos exames espe-


cíficos relacionados aos perigos/ fatores de risco a que os trabalhadores estão
expostos (para saber mais, consulte o capítulo 2).
• Falha na implementação de medidas de proteção, como poderá implementar uma
medida para eliminar e/ou reduzir o perigo se o mesmo nem foi identificado;
• Geração de doenças e/ou acidentes.
• Redução da qualidade de vida do trabalhador.
• Não constituir um histórico laborativo da exposição dos trabalhadores aos perigos/
fatores de risco.
• Não atender às exigências da NR 9, deixando a empresa passiva a ser autuada
pelos órgãos competentes em Segurança e Saúde no Trabalho.
• Não servir como instrumento de defesa em causas trabalhistas, considerando que
o ônus da prova é sempre da empresa (Brasil, 1988; Brasil, 2002).

Até o momento foi tratada a primeira etapa do item desenvolvimento do PPRA - Ante-
cipação e reconhecimento dos perigos/fatores de risco; seguem as próximas etapas.

1.2.2.2 Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle

Como no levantamento de perigos/fatores de risco são identificados diversos perigos


com potenciais diferentes, a empresa deve criar mecanismos para priorizar as medi-
das e ações daqueles perigos/fatores de risco com maior potencial de dano para me-
nor e estabelecer metas de avaliação com objetivo de eliminar, minimizar ou controlar
os riscos existentes no ambiente de trabalho.

1.2.2.3 Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores

Ao identificar os perigos/fatores de risco existentes no ambiente do trabalho, será


necessário realizar a avaliação dos riscos; através desta, é possível determinar se o
risco é aceitável ou não.

Mas o que é risco?


31

De acordo com a OSHAS 18.001, risco é a “Combinação da probabilidade de ocor-


rência de um evento perigoso ou exposição(ões) com a gravidade da lesão ou doença
que podem ser causadas pelo evento ou exposição(ões)”.

Importante!
RISCO = PROBABILIDADE x GRAVIDADE

Quando podemos considerar um risco aceitável?

Quando o “risco que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização,
levando em consideração suas obrigações legais e sua própria política de SST” (BV,
2007).

A avaliação de risco é o “processo de avaliação de risco(s) proveniente(s) de peri-


go(s), levando em consideração a adequação de qualquer controle existente, e deci-
dindo se o risco é ou não aceitável” (BV, 2007). A avaliação de risco é dividida em qua-
litativa e quantitativa, cada empresa deve adotar uma metodologia para realizá-las.

• Avaliação qualitativa

É uma avaliação que visa estabelecer padrões através da observação do ambiente de


trabalho, utilizando a visão, audição e olfato. O objetivo principal desta é estabelecer
as prioridades para a atuação e a definição das estratégias. Exemplo: Para riscos crí-
ticos e altos, é necessária a implementação de ações mais imediatas do que para os
riscos irrelevantes e baixos.

Nesta avaliação são levados em consideração dois fatores:

a) Probabilidade de ocorrência do dano - está relacionada com a frequência


de exposição do trabalhador (quantas vezes no dia a atividade é realizada) e a
intensidade do agente no ambiente, analisam-se também as medidas de prote-
ção adotadas.

b) Gravidade do dano que o trabalhador pode vir a sofrer em decorrência da


exposição ao perigo/ fator de risco.
32

Nota
Uma máquina produz ruído, entretanto os trabalhadores do setor não são
afetados por esse perigo/ fator de risco, porque a máquina encontra-se
enclausurada/ isolada. Nesse caso, o perigo está sob controle devido à
proteção coletiva. Considerando que o mesmo é eficaz, a probabilidade
de o trabalhador sofrer um dano é baixa.

Nota
O ruído pode gerar perda auditiva, dano grave, mas não tanto quanto
a morte. Sendo assim, a gravidade será média, causando um dano
irreversível severo, pois uma vez adquirida a perda auditiva, o trabalhador
não recupera mais a audição.

Quando analisamos conjuntamente Probabilidade x Gravidade de um perigo/fator


de risco, temos a avaliação qualitativa do risco. Os perigos/ fatores de risco que tive-
rem criticidade alta em relação à sua probabilidade e gravidade devem ser priorizados
e, por consequência, controlados.

Existem diversas metodologias para avaliação e definição de prioridades dos riscos.


No Anexo A deste caderno encontra-se um modelo adotado pelo SESI, baseado na
BS 8800 (Guia para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional da Ins-
tituição Britânica de Normas).

• Avaliação quantitativa

A avaliação quantitativa tem por finalidade quantificar a concentração e/ou a intensi-


dade dos agentes, químicos e físicos, respectivamente. Além disto, serve para dimen-
sionar a exposição dos trabalhadores; subsidiar/ equacionar as medidas de controle;
verificar se o agente tem potencial para causar dano ao trabalhador; comprovar o con-
trole da exposição ou a inexistência de perigos/ fatores de risco identificados na etapa
de reconhecimento; fornecer informações precisas aos médicos para elaboração do
PCMSO e comparar com os limites de tolerância estabelecidos pela legislação ou por
normas técnicas.

Nota
Os equipamentos de medição devem estar sempre calibrados. Então,
solicite o certificado de calibração ao profissional que for realizar a
avaliação quantitativa na sua empresa.

Esta avaliação é realizada através da utilização de métodos científicos, instrumentos


33

e equipamentos destinados à quantificação do risco.

Após a realização das avaliações quantitativas é necessário analisar os resultados


criteriosamente no intuito de determinar se os mesmos estão excedendo os limites
legais estabelecidos, conforme apresentado anteriormente no parágrafo Finalidades,
além do limite de tolerância também observamos o nível de ação.

Mas o que é nível de ação?

Nível de ação é o “valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de
forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultra-
passem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico
da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico” (BRASIL, 1994).

Na NR 9 o “nível de ação para agentes químicos é a metade dos limites de exposição


ocupacional, considerados de acordo com os limites de tolerância previstos na NR
15, ou na ausência destes, a metade dos valores adotados pela ACGIH, ou metade
daqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho (desde
que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos). E para o ruído, o
nível de ação é a “dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido
na NR 15, Anexo I, item 6”, equivale a 80dB(A)” (BRASIL, 1994).

Exercício: Qual o valor do nível de ação para a exposição à acetona (agente químico)?

Importante!
Para agentes químicos → Nível de ação = Limite de exposição/2
Para ruído (agente físico) → Nível de ação = dose de 0,5 (dose superior a 50%), equivale
a 80dB(A).

Dados complementares:
O limite de tolerância da acetona é 780ppm (conforme anexo 11, NR 15).
ppm = partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.

Resultado: O nível de ação da acetona equivale à metade do limite de exposição, ou


seja, 390ppm.
34

Comentário:
O objetivo do nível de ação é evitar que a concentração ou
a intensidade dos agentes alcancem o limite de tolerância.
É um sinal de alerta e também significa que a empresa
deve iniciar ações todas as vezes que a concentração
dos agentes químicos ou a intensidade do agente físico
ruído atingir o nível de ação.

1.2.2.4 Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia

Após o reconhecimento e a avaliação inicial dos perigos, a empresa deve implementar


medidas de controle para eliminar, minimizar e/ou controlar os riscos e futuramente
avaliar se essas medidas são eficazes ou não.

A NR 9, determina que deverão ser adotadas medidas necessárias e suficientes para


eliminar, minimizar ou controlar os perigos/ fatores de risco sempre que forem identifi-
cadas uma ou mais das situações a seguir:

• Quando forem identificados perigos/ fatores de risco, na fase de antecipação, com


potencial de causar danos à saúde.
• Quando forem constatados perigos/ fatores de risco, na fase de reconhecimento,
com evidências de causar danos à saúde.
• Quando for caracterizado nexo causal, relação entre os danos observados na saú-
de e os perigos/ fatores de risco aos quais os trabalhadores ficam expostos.
• Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhado-
res ultrapassarem os valores limites definidos na NR 15.
• Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhado-
res ultrapassarem os valores limites definidos na American Conference of Gover-
nmental Industrial Higyenists (ACGIH), sendo estes casos utilizados apenas para
agentes cujos limites não estão definidos na NR 15.
• Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalha-
dores ultrapassarem os valores limites estabelecidos em negociação coletiva de
trabalho. Lembramos que para este caso, os limites devem ser mais rigorosos do
que os critérios técnico-legais estabelecidos.

Verifique o fluxograma 04. Situações em que devem ser adotadas medidas de prote-
ção, para melhor fixação.
35

Fluxograma 04 – Situações em que devem ser adotadas medidas de proteção

De acordo com a OSHAS 18.001, a empresa deve determinar medidas de controle


conforme a hierarquia: eliminação, substituição, controles de engenharia, sinalização/
alerta e/ou controles administrativos, e por fim, utilização de equipamentos de prote-
ção individual (EPI). Para melhor entendimento do que vem a ser cada item, verifique
a tabela 9.
36

Quadro 10. Hierarquia das medidas de controle


Hierarquia Exemplos de controles operacionais
Alterações nos setores e/ou atividades que possibilitem a
Eliminação
eliminação dos riscos avaliados.
Substituição de materiais, produtos que previnam ou reduzam
Substituição os níveis ou a concentração dos agentes no ambiente de
trabalho.
Proteções coletivas: instalação de barreiras, segregação (iso-
Controle de Engenharia lamento) da fonte ou do indivíduo, modificações no processo
produtivo, ex: instalação de sistemas que minimizem o risco.
Instalação de placas, sinais sonoros, instruções de trabalho
Sinalização, alerta e/ou controles relacionadas à SST, inspeções e testes em equipamentos,
administrativos permissão de trabalho, procedimentos, manutenção de equi-
pamentos, treinamentos.
Utilização adequada de equipamentos de proteção individual
EPI
que minimizem a exposição dos trabalhadores aos riscos.

Conforme o item 9.3.5.2 da NR 9, o desenvolvimento das medidas de proteção coleti-


va também deve obedecer a uma hierarquia, sendo ela:

1º) Eliminar ou reduzir a formação/utilização de agentes prejudiciais à saúde.


2º) Prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de traba-
lho.
3º) Reduzir os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de traba-
lho.

Do ponto de vista técnico, a principal medida de controle deve ser implementada na


fonte, aquela que elimina o perigo/fator de risco.

Nota
É necessário realizar o treinamento dos trabalhadores sobre os
procedimentos que assegurem eficiência das proteções coletivas,
bem como suas limitações. A empresa deve registrar a realização do
treinamento em documento específico, e este deve conter a assinatura
dos participantes.

A empresa pode adotar, na ordem, “medidas de controle administrativo ou de organi-


zação do trabalho e o equipamento de proteção individual (EPI), quando comprovar
a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, quando estas não
forem suficiente e estiverem em fase de estudo, planejamento, implantação, ainda em
caráter complementar ou emergencial” (BRASIL, 1994).
37

Saiba Mais!
A NR 6 define Equipamento de Proteção Individual (EPI)
como “todo dispositivo ou produto de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho”.
São exemplos de EPI: Protetor auditivo, luva para
proteção de agentes químicos, capacete, calçado de
segurança etc.
O EPI só “poderá ser posto à venda ou para utilização
com a indicação do Certificado de Aprovação (CA),
expedido pelo órgão nacional competente em matéria
de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do
Trabalho e Emprego” (BRASIL, 2010), ou seja, caso
a luva, o respirador, o protetor facial ou o avental não
possuam CA, a legislação não os considera como EPI(s).

Caso a empresa comprove tecnicamente que a solução adotada será a utilização do


EPI, é necessário considerar as normas legais e administrativas em vigor, contendo
no mínimo:

1. Seleção do EPI adequado tecnicamente ao perigo/ fator de risco a que o traba-


lhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária
para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido, segundo a avaliação do
trabalhador usuário. A seleção do EPI deve ser realizada por profissionais com co-
nhecimento técnico (técnico em Segurança do Trabalho, engenheiro de Segurança do
Trabalho, médico do Trabalho, membros da CIPA etc).

Importante!
O EPI inadequado ao perigo/fator de risco
pode trazer dano irreversível ao trabalhador.
Exemplo: O trabalhador está exposto a
vapores de amônia e o empregador fornece
um respirador/máscara para a proteção de
poeira. Nesta situação, o trabalhador sofrerá o
dano, pois continua respirando concentração
de amônia.
38

2. Definição de uma tabela de EPI(s) x Função ou atividades, determinada em


relação aos perigos/fatores de risco identificados. Verifique a tabela 10. Modelo de
tabela de EPI(s) X Função.

Quadro 11. Modelo de tabela EPI(s) X Função


ATIVIDADE PERIGO/FATOR DE RISCO EPI
Operador de Protetor auricular
Ruído
Máquina Atenuação XX dB(A)
* A atenuação (NRRsf) vai depender da intensidade do ruído no ambiente.
Ex.: A medição do operador de máquina foi de 100dB(A). O protetor auricular deve atenuar no mí-
nimo 16dB(A). 100dB(A) – 16dB(A) = 84dB(A), isto significa que a exposição ficou abaixo do limite
de tolerância, equivalente a 85dB(A). Porém sugerimos que seja utilizado um protetor auricular que
atenue, no mínimo, o valor que torne a exposição abaixo do nível de ação.

3. Programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização, con-


servação, guarda, devolução e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI
oferece. O programa deve ser documentado para que todos os trabalhadores rece-
bam as orientações.

4. Estabelecimento de procedimentos escritos para controlar o fornecimento, o uso,


a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visan-
do a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas. A empresa deve
manter o registro de fornecimento dos EPI, com assinatura dos trabalhadores.

Após implementar as medidas de controle é necessário refazer a avaliação de risco


para determinar se as soluções adotadas são realmente adequadas, podendo ser rea-
lizada nova avaliação quantitativa (para os perigos passiveis de medição), análise dos
tipos de incidentes/acidentes que estão ocorrendo na empresa e análise da avaliação
biológica, prevista no PCMSO.

Cada empresa deve definir a forma de realizar a avaliação da eficácia das medidas
de controle.

1.2.2.5 Monitoramento da exposição aos riscos


39

Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle


deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado
perigo/fator de risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle,
sempre que necessário.

Nota
Se a empresa tem uma medição do agente físico ruído, isto significa
que a empresa tem apenas uma medição. A partir do momento
que, periodicamente, realiza outras medições, ela passa a ter um
monitoramento.

Monitorar é realizar diversas medições.

O monitoramento é muito importante para as empresas, pois a mesma passa a ter um


histórico da exposição do trabalhador e, de acordo com o resultado, pode introduzir ou
modificar medidas de controle, sempre que necessário. Este monitoramento proverá
também informações para: o preenchimento do PPP (Perfil Profissiográfico Previden-
ciário), causas trabalhistas, redução FAP, construção e alimentação do PCMSO.

1.2.2.6 Registro e Divulgação de Dados

Conforme descrito na NR 9, deverá ser mantido pelo empregador, ou instituição, um


registro de dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administra-
tivo do desenvolvimento do PPRA que deverá ser mantido por um período mínimo de
20 (vinte) anos. O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhado-
res interessados, ou seus representantes, e para as autoridades competentes.

Registrar de maneira organizada os dados é extremamente importante, pois além de


manter um histórico da exposição dos seus trabalhadores aos agentes de perigos/ fa-
tores de risco e as proteções adotas, são as evidências necessárias para apresentar à
Justiça, caso a empresa seja questionada em alguma situação de SST, afinal, o ônus
da prova é da empresa. Quando a empresa não tem registros, fica difícil construir uma
defesa consistente. Todos os dados relativos ao PPRA devem ser divulgados aos traba-
lhadores e aos órgãos competentes sempre que solicitado.
40

Importante!
Registre sempre, de maneira organizada, os
dados relacionados ao PPRA.

1.3 RESPONSABILIDADES

1.3.1 Responsável pela Elaboração do PPRA

A NR 9 estabelece que a elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do


PPRA poderão ser realizados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho – SESMT, ou por pessoa ou equipe definida pelo empregador,
que sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR 9.

Nota
Apesar da norma não deixar claro quais são os profissionais ou equipes
habilitadas a elaborar o PPRA, o empregador deve realizar uma pesquisa
de mercado para contratar profissional ou equipe com qualificação
técnica no intuito de evitar falhas ou inconsistência no documento.

1.3.2 Responsabilidades do Empregador

O empregador deve estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como


atividade permanente da empresa ou instituição, bem como:

a. Informar aos trabalhadores, de maneira apropriada e suficiente, os perigos/fatores de


risco ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho, e os meios disponíveis
para prevenir ou limitar tais perigos/fatores de risco, para proteger-se dos mesmos.
b. Sempre que vários empregadores realizem, simultaneamente, atividades no mes-
mo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as
medidas previstas no PPRA, visando à proteção de todos os trabalhadores expos-
41

tos aos perigos/fatores de risco ambientais gerados.


c. Garantir que um ou mais trabalhadores possam interromper de imediato suas ativi-
dades, na ocorrência de perigos/fatores de risco ambientais que os coloquem em
situação grave e iminente nos locais de trabalho, comunicando o fato ao superior
hierárquico direto para que sejam tomadas as devidas providências.

1.3.3 Responsabilidades dos Trabalhadores

Assim como os empregadores possuem responsabilidades, os empregados também


as possuem, sendo elas:

a. Seguir as orientações recebidas nos treinamentos.


b. Colaborar e participar na implantação/execução do PPRA.
c. Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar risco à saúde dos trabalhadores.

Nota
Com todos unidos, cumprindo as responsabilidades contidas no PPRA, o
ambiente de trabalho pode se tornar um lugar melhor, seguro e saudável.

1.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PPRA

O PPRA é um programa dinâmico, ou seja, de ação contínua e deve ser constante-


mente acompanhado. Um PPRA bem elaborado evidenciará o cuidado da empresa
com o seu ambiente de trabalho e dará uma forma para que, gradativamente, os pro-
blemas sejam identificados, avaliados e resolvidos. Se as ações recomendadas no
planejamento não forem implementadas, de nada adiantará um PPRA bem elaborado,
pois os perigos/fatores de risco continuarão no ambiente de trabalho. Além de conti-
nuar expondo os trabalhadores aos riscos, a empresa ficará vulnerável a ser autuada
pelo Ministério do Trabalho e Emprego e assumir passivo trabalhista em caso de aci-
dente de trabalho ou doença ocupacional. Outro aspecto relevante é junto à Previdên-
42

cia Social, pois, de acordo com a legislação previdenciária, a empresa que apresentar
um bom sistema de gestão em Segurança e Saúde no Trabalho – SST é passiva de
reduzir o custo com a alíquota do Seguro de Acidente de Trabalho, reduzindo o FAP
(mais detalhe sobre o FAP no capítulo 6).

Sendo assim, elabore e implemente as ações contidas no PPRA, você melhorará o


ambiente de trabalho e preservará a segurança e a saúde no trabalho.
43

2 ENTENDENDO O PCMSO (NR 7)

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO, se configura em


uma obrigatoriedade legal a ser cumprida por todos os empregadores e instituições
que admitam trabalhadores como empregados. Neste capítulo serão discutidas ques-
tões referentes aos objetivos do Programa, atribuições dos diversos atores envolvidos
com a implantação e implementação do documento, bem como as etapas e ações a
serem estruturadas durante o período de vigência do PCMSO.
Pretende-se neste capítulo:

• Apresentar, em uma linguagem clara, a importância do PCMSO para as empresas


e os trabalhadores.
• Capacitar os profissionais que não são da área de Segurança e Saúde no Trabalho
(SST) a identificar em um PCMSO aspectos que possam ser avaliados para que se
verifique se este atende, no mínimo, aos requisitos da Legislação.
• Orientar empregadores e seus prepostos, além dos seus trabalhadores, quanto à
implementação adequada do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
nal na empresa.

2.0 INTRODUÇÃO

Entre os marcos conceituais que norteiam as ações voltadas ao cuidado e à vigilância


à saúde dos trabalhadores encontra-se o conceito de Ambiente de Trabalho Saudável,
definido pela Organização Mundial de Saúde:

“Ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e os em-


pregadores colaboram no uso de um processo de melhoria contínua para
proteger e promover a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os traba-
lhadores e a sustentabilidade do local de trabalho” (OMS, 2011).

Dessa maneira, o Modelo SESI em Segurança e Saúde no Trabalho propõe a articula-


ção e integração dos Programas PPRA e PCMSO. Etapas de identificação de riscos,
proposições de monitoramento e ações de controle e prevenção devem estar estreita-
mente articuladas nestes dois Programas.
44

A Norma Regulamentadora N. 7 estabelece que os principais objetivos do PCMSO


estejam voltados a promover e preservar a saúde dos trabalhadores, por meio de
um conjunto de ações que favoreçam a prevenção, o rastreamento e o diagnóstico
precoce de problemas de saúde relacionados ao trabalho. Este programa deve estar
estruturado em um documento escrito e suas ações devem ser implementadas pela
empresa.

Ao longo do capítulo serão esclarecidas questões importantes relacionadas ao Pro-


grama e que, frequentemente, são colocadas no exercício quotidiano das práticas em
SST, conforme mostra a Figura 7.

Figura 7. Questões que envolvem a elaboração e a execução do PCMSO.


45

2.1 ASPECTO LEGAL

A redação mais atual da sétima norma regulamentadora aprovada pela Portaria nº


3.214, de 8 de junho de 1978, cujo título é “Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional PCMSO”, foi dada pela Portaria nº 24, de 29 de dezembro de 1994, ten-
do sofrido algumas alterações/atualizações até os dias atuais.

2.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PCMSO

Como citamos na apresentação deste capítulo, todas as empresas e instituições que


tenham pessoas em relação de emprego devem elaborar e implementar o PCMSO,
independentemente do número de empregados registrados e do tipo de atividade
econômica do estabelecimento.

Segundo a NR 7, o PCMSO deverá levar em consideração:

• Os principais problemas de saúde incidentes sobre o indivíduo e a coletividade


de trabalhadores.

• O caráter de promoção, prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos


agravos à saúde relacionados ao trabalho.

• A constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irrever-


síveis à saúde dos trabalhadores.

2.2 A RELAÇÃO DO PCMSO COM O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE


RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)

O PCMSO é parte integrante de um conjunto de ações que as empresas deverão im-


plementar no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com todas
as normas e programas, em especial, diretamente relacionado com o Programa de
Prevenção de Riscos Ocupacionais (capítulo 1 deste caderno), pois é por meio deste
46

programa que se reconhecem e identificam todos os perigos/fatores de risco com po-


tencial para causar dano à saúde e à integridade física dos trabalhadores.

Importante!
Tanto o PPRA quanto o PCMSO devem possuir
planos de ação que devem estar integrados,
pois se constituem em programas de gestão
dos perigos/fatores de risco e da promoção de
saúde dos trabalhadores, e estas ações não
podem ocorrer de forma desarticulada

Baseado no PPRA, o PCMSO contemplará os perigos/fatores de risco identificados


como potenciais causadores de danos à saúde e à integridade física dos trabalhado-
res e a partir deles, o médico definirá quais são as ações de promoção, prevenção
e monitoramento que deverão estar contidas no PCMSO, entre elas a realização de
exames de auxílio diagnóstico, que possam ajudar a identificar a possibilidade de
existência de dano à saúde do trabalhador, decorrente da exposição a fatores de risco
no ambiente de trabalho.

Entende-se por perigo ou fator de risco ocupacional aquele elemento que tenha
potencial de causar danos à saúde do trabalhador.

Como o médico do Trabalho estrutura o conjunto de exames para monitoramen-


to da saúde dos trabalhadores?

Exemplo 1 – Um trabalhador ou um grupo de trabalhadores que está exposto a um


agente físico, como o ruído acima do limite estabelecido pela Legislação, sem a devi-
da proteção, com o passar do tempo poderá desenvolver perda auditiva. No PCMSO,
entre outras ações, deverá estar definido que este(s) trabalhador(es) deverá(ão) ser
monitorado(s) periodicamente com um exame denominado audiometria, que identi-
ficará se a saúde auditiva do trabalhador está sendo comprometida por este perigo/
fator de risco. (De acordo com a NR 7, o trabalhador exposto a ruído será submetido
a este procedimento no exame admissional, seis meses após a sua admissão, anual-
mente e na sua demissão). No caso específico do ruído, deverão existir outras ações
de controle que farão parte do Programa de Conservação Auditiva.

Exemplo 2 – Quando se identifica em uma empresa a exposição de trabalhadores a


produtos químicos que contenham o solvente tolueno, deve constar no PCMSO que
os trabalhadores expostos ao agente químico referido deverão ser submetidos a um
47

exame toxicológico, cujo material de análise é a urina, para quantificar o ácido hipú-
rico (indicador biológico) que indicará a intensidade da exposição do trabalhador ao
tolueno. Se o resultado da análise ficar acima do limite estabelecido por esta norma,
significa que o agente químico tolueno está sendo absorvido em maior quantidade
pelo organismo do trabalhador, ou seja, sua condição de saúde pode estar sendo
comprometida ou agravada.

A periodicidade e os tipos de exames complementares de auxílio diagnóstico que


serão contemplados no PCMSO dependerão da identificação dos perigos/fatores de
risco. Por esta razão, é imprescindível que todos os perigos sejam reconhecidos e
identificados, caso contrário, alguns exames de auxílio diagnóstico importantes deixa-
rão de ser realizados, comprometendo o acompanhamento/monitoramento da saúde
dos trabalhadores.

2.3 RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS

2.3.1 Compete ao empregador

Segundo a NR 7, compete ao empregador:

• Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao


PCMSO.

O custeio da implementação do programa (incluindo avaliações clínicas e exames


complementares) deve ser totalmente assumido pelo empregador e, quando neces-
sário, deverá ser comprovado que não houve nenhum repasse destes custos ao em-
pregado.

Portanto, é ilegal o repasse ao trabalhador do custo de qualquer procedimento


relacionado ao PCMSO, incluindo a realização dos exames de auxílio diagnós-
tico.

• Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela


sua eficácia.
48

• Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segu-


rança e Medicina do Trabalho – SESMT da empresa (quando houver obrigatorieda-
de deste, conforme NR 4) um coordenador responsável pela execução do PCMSO.
• Quando não houver obrigatoriedade de constituição de SESMT, a empresa deve
indicar um médico do Trabalho para coordenar o PCMSO, podendo ser emprega-
do ou não da empresa. Fica a critério da empresa, efetivar ou contratar médico do
Trabalho autônomo ou filiado a cooperativas médicas ou empresas prestadoras de
serviços, sindicatos ou associações, entre outras. Em algumas situações não há a
obrigatoriedade de médico-coordenador.

Nota
Conforme item 7.3.1.1 do NR 7, ficam desobrigadas de indicar médico-
coordenador, as empresas de grau de risco 1 e 2, com menos de
25 empregados, e as empresas de grau de risco 3 e 4, com ate 10
empregados. Em caso de negociação coletiva ou determinação da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a obrigatoriedade
de indicar médico-coordenador pode ser flexibilizada.

Quando se menciona a NR 4, estamos tratando do Serviço Especializado em Enge-


nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, formado por uma equipe
que deve integrar profissionais técnicos especializados na área de Segurança e Saú-
de no Trabalho, tais como médico do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho,
enfermeiro do Trabalho, técnico em Segurança no Trabalho, auxiliar de enfermagem
do Trabalho. As empresas em geral, que possuam empregados regidos pela Consoli-
dação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter esses técnicos especializados. Vale
ressaltar que a NR 4 estabelece o número de profissionais que farão parte da equipe,
com base na gradação do risco da atividade principal da empresa e do número total
de empregados do estabelecimento.

O empregador é um dos principais responsáveis pelo sucesso, ou não, do PCMSO e


esse sucesso vai depender de dois aspectos:

→ Elaboração: Deve ser elaborado um documento contendo todas as ações a


serem implementadas. Se o programa estiver inadequadamente elaborado, ou
seja, com ausência de ações importantes para prevenir ou detectar precocemen-
te alguma doença relacionada a um determinado perigo/fator de risco, este será
ineficiente, pois, trabalhadores poderão ter sua saúde comprometida.
49

→ Implementação: Não basta ter um excelente documento contemplando todas


as ações necessárias para prevenir, rastrear e diagnosticar qualquer doença re-
lacionada ao trabalho se o empregador não implementar as ações estabelecidas
pelo programa.

Importante!
Quando o PCMSO está tecnicamente bem elaborado e bem gerenciado, todos ganham:
trabalhadores e empresários; caso contrário, ambos perdem; tanto os trabalhadores, que
poderão ter a saúde comprometida, como o empresário, que poderá ter prejuízos quanto
à redução da produtividade, aumento de custos médicos, aumento de carga tributária
(vide Fator Acidentário de Prevenção), notificações e multas decorrentes de ações
fiscalizatórias do Ministério do Trabalho, podendo estar também sujeito a ações judiciais
indenizatórias, por parte do trabalhador, e ações regressivas, que vêm, recentemente,
sendo instituídas pela Previdência Social.

Além de todos os prejuízos citados acima, a empresa que não faz uma boa gestão da
segurança e saúde dos seus trabalhadores, está ferindo valores éticos em relação à
sociedade, que está cada vez mais atenta e exigente quanto às questões de respon-
sabilidade social.

Vale ressaltar que também deverá haver uma boa gestão das informações referen-
tes à saúde dos trabalhadores, pois o ônus da prova é sempre do empregador, ou
seja, a responsabilidade pela comprovação de que não há condições de trabalho
inadequadas na empresa será do empregador.

Nota
O médico-coordenador do PCMSO deve ter especialização em Medicina
do Trabalho, com Certificado de conclusão de curso em nível de pós-
graduação ou Certificado de Residência Médica em área de concentração
em Saúde do Trabalhador, ou denominação equivalente, reconhecida pela
Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação,
ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha o curso
de Medicina, conforme item 4.4 da NR 4, com redação da Portaria DSST
n.º 11, de 17-9-90 (BRASIL, 1996). Existe uma prova de título realizada
pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT, que deve ser
realizada após a conclusão dos cursos de especialização ou residência,
devendo ser um objetivo dos médicos do Trabalho que se encontram
atuando na área.
50

Existem pontos importantes sobre a coordenação do PCMSO que serão listados abaixo:

→ Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco


1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 25 (vinte e cinco) empregados, e aquelas
de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 10 (dez) empregados
(BRASIL, 1996).

→ As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e com até 50 (cinquen-


ta) empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro 1 da NR 4,
poderão estar desobrigadas de indicar médico-coordenador em decorrência de nego-
ciação coletiva (BRASIL, 1996).

→ As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20 (vinte) empregados,


enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar
desobrigadas de indicar médico do Trabalho coordenador em decorrência de negoci-
ação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em Segurança
e Saúde no Trabalho (BRASIL, 1996).

→ Por determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE,


com base no parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em ma-
téria de Segurança e Saúde no Trabalho, ou em decorrência de negociação coletiva,
as empresas previstas no item 7.3.1.1 da NR 7 poderão ter a obrigatoriedade de in-
dicação de médico-coordenador, quando suas condições representarem potencial de
risco grave aos trabalhadores (BRASIL, 2011b).

Entende-se por parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em


matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, aquele emitido por agente de inspeção
do trabalho da área de Segurança e Saúde no Trabalho.

2.3.2 Compete ao Médico-Coordenador

Segundo a NR 7, compete ao médico-coordenador realizar os exames médicos (ad-


missional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função, demissional) ou
encarregar os mesmos a profissional médico devidamente qualificado, mediante do-
cumento formal que ficará arquivado no estabelecimento.

Os exames acima mencionados serão compostos por avaliação clínica, abrangendo


anamnese (história) ocupacional e exame físico e mental, além de exames de auxílio
diagnóstico, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e seus anexos.
51

O médico do Trabalho coordenador do PCMSO pode elaborar e ser responsável pelo


PCMSO de várias empresas, filiais, unidades, frentes de trabalho, inclusive em várias
unidades da Federação. Cabe ressaltar que o profissional encarregado pelo médico-
coordenador de realizar os exames médicos, como pratica ato médico (exame médico)
e assina Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, deve estar registrado no Conselho
Regional de Medicina - CRM da Unidade da Federação em que atua (BRASIL, 2011b).

Importante!
Não há necessidade de registrar ou cadastrar o médico do Trabalho
coordenador do PCMSO, ou empresa prestadora de serviço na
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO

Um PCMSO deve conter ações diversas de prevenção e promoção da saúde dos


trabalhadores a serem implementadas, tais como apresentadas no diagrama abaixo:
Observação: A NR 7 dá ênfase à realização dos exames ocupacionais, porém o PCM-
SO não deve se restringir apenas a essas atividades.

Figura 8. Ações previstas no PCMSO.


52

2.4.1 Tipos de Exames Ocupacionais Obrigatórios

Segundo a NR 7, o PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos


exames médicos ocupacionais abaixo listados:

Figura 9. Exames ocupacionais inerentes ao PCMSO.

Para efeito de cumprimento desta NR, esses exames compreendem:

a. Avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional (história ocupacional) e exa-


me físico e mental.
b. Exames complementares (laboratoriais, radiológicos, toxicológicos), realizados de
acordo com os termos específicos da NR 7 e seus anexos.

No momento da realização dos exames ocupacionais (admissionais, periódicos, de


mudança de função, de retorno ao trabalho e demissionais), os trabalhadores deverão
passar por uma avaliação médica em que lhes podem ser solicitados exames comple-
mentares de auxílio diagnóstico (exames de sangue, radiografia, audiometria, etc) já
previamente definidos no documento do Programa.

Vale ressaltar que no momento da avaliação médica, o profissional tem a possibilida-


de de solicitar outros exames de auxílio diagnóstico que não estavam previamente
definidos, caso seja necessário aprofundar uma investigação clínica. Caso esses exa-
mes se refiram à investigação de patologias relacionadas ao trabalho ou a acidentes
de trabalho, os mesmos deverão ser custeados pela empresa.
53

Os exames complementares de auxílio diagnóstico definidos no PCMSO podem se


restringir apenas àqueles exigidos pela Legislação ou ainda, caso a empresa tenha
uma visão ampliada e pretenda investir mais em promoção de saúde, o PCMSO pode
conter outros exames voltados ao monitoramento dos problemas de saúde não ocu-
pacionais (Ex: glicemia, colesterol, eletrocardiograma, entre outros).

É importante ressaltar que a NR 7 estabelece apenas padrões mínimos, não se cons-


tituindo infração ou erro do médico ao solicitar exames que não constam na citada NR.
Os exames ocupacionais devem ser vistos como um instrumento e uma oportunidade
para a realização da vigilância da saúde dos trabalhadores.

Além dos exames definidos no programa, a NR 7 informa que outros exames comple-
mentares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de
órgãos e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador
ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou
ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

Salienta-se que todos esses exames são importantes para a empresa:

→ Admissional – Permite que o médico identifique doenças ou condições clínicas


prévias que devem ser devidamente registradas em prontuário médico, resguar-
dando a empresa quanto às responsabilidades que venham a ser-lhes atribuídas,
referentes a períodos anteriores à contratação do trabalhador. Além disso, permite
ao médico avaliar se existe alguma patologia prévia que possa ser agravada com
a realização da atividade proposta, tendo oportunidade de fazer recomendações
preventivas nesses casos.

→ Demissional – Nesse momento, o trabalhador será avaliado para saber se o mes-


mo se encontra em condições de saúde satisfatórias para que seja demitido. O
trabalhador só poderá ser demitido caso esteja apto ao trabalho.

→ Periódico – Exame ocupacional que permite o monitoramento da saúde do tra-


balhador, a identificação precoce de problemas de saúde relacionados, ou não,
aos perigos/fatores de risco e ao agravamento de patologias pré-existentes. Esse
momento é uma grande oportunidade para que os profissionais de saúde realizem
ações educativas de promoção e prevenção de saúde durante a consulta.

→ De retorno ao trabalho – Deve ser realizado para verificar se o trabalhador que se


afastou por motivo de doença ou acidente, por mais de 30 dias, ou parto, encon-
54

tra-se em condições de saúde compatíveis para a realização de suas atividades.


→ Mudança de função – Esta avaliação deverá ser realizada somente se ocorrer
alteração do risco ao qual o trabalhador ficará exposto. Caso o indivíduo tra-
balhe em um ambiente administrativo e, a partir de determinado período, passará
parte do seu tempo em um ambiente com ruído, antes de iniciar a exposição ele
deve ser submetido ao exame de mudança de função e provavelmente a uma au-
diometria. Poderá ocorrer troca de função na empresa, sem alteração nos perigos/
fatores de risco, e assim não haverá necessidade do referido exame.

É importante reiterar que:

• Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames com-
plementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registrados em
prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coorde-
nador do PCMSO (BRASIL, 1996).
• Estes registros são sigilosos, disponíveis apenas ao próprio empregado, ao médi-
co-coordenador do PCMSO e aos demais profissionais de saúde do SESMT, os
quais respondem eticamente aos respectivos conselhos de classe.
• Exames ocupacionais, adequadamente realizados e com devidos registros em
prontuário médico, garantem a proteção à saúde do trabalhador, resguardam os
médicos e podem ajudar a empresa a se defender em caso de ações judiciais in-
devidas.

2.4.2 Periodicidade da Realização do Exame Periódico

Segundo a NR 7, item 7.4.3.2:

• Para trabalhadores expostos a perigos/fatores de risco ou a situações de trabalho


que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou
ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deve-
rão ser repetidos:

o A cada ano ou em intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou, se


notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda, como resulta-
do de negociação coletiva de trabalho.
o De acordo com a periodicidade especificada no Anexo n.º 6 da NR 15, que trata
55

de Insalubridade para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas.

• Para os demais trabalhadores:

o Anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco)


anos de idade.
o A cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) e 45 (quarenta e
cinco) anos de idade.

Como todos os exames, o periódico é de suma importância, tanto para os trabalhado-


res como para os empregadores, pois identifica precocemente alterações no estado
de saúde dos trabalhadores e se os perigos/fatores de risco estão afetando a saúde
dos mesmos.

Quando este exame não é realizado, além de não cumprir com a legislação, a empre-
sa fica vulnerável em relação à fiscalização por não possuir informações necessárias
à sua defesa, possibilitando o pagamento de multa e indenizações ao empregado que
afirma ter adquirido a doença no trabalho.

Quanto ao trabalhador, com a realização deste exame, ele tem como monitorar a sua
saúde e saber se os perigos/fatores de risco estão, ou não, o afetando.

Importante!
O exame médico demissional deverá ser realizado até a data de homologação
da dispensa, ou até o desligamento definitivo do trabalhador. O referido exame
será dispensado sempre que houver sido realizado qualquer outro exame médico
ocupacional obrigatório em período inferior a 135 dias para empresas de graus de
risco 1 e 2 e inferior a 90 dias para empresas de grau de risco 3 e 4.
Esses prazos poderão ser ampliados em até mais 135 dias, ou mais 90 dias,
respectivamente, caso estabelecido em negociação coletiva, com assistência de
profissional indicado, de comum acordo entre as partes ou da área de Segurança e
Saúde no Trabalho (BRASIL, 1996).

Esses prazos poderão ser ampliados em até mais 135 dias, ou mais 90 dias, respec-
tivamente, caso estabelecido em negociação coletiva, com assistência de profissional
indicado, de comum acordo entre as partes ou da área de Segurança e Saúde no
Trabalho (BRASIL, 1996).
56

2.4.3 Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)

O ASO é o atestado que é emitido após cada exame ocupacional (admissional, pe-
riódico, de mudança de função, de retorno ao trabalho e demissional) definindo se o
trabalhador encontra-se apto ou inapto para a realização das atividades referentes ao
seu cargo dentro da empresa.

Para cada exame médico realizado no PCMSO (admissional, periódico, demissional


etc), o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias, no
mínimo.

A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive


frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do Trabalho. A
segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo
na primeira via (BRASIL, 2011b). Outra via, não obrigatória por lei, pode ficar arquiva-
da no prontuário médico.

Segundo a NR 7, item 7.4.4.3, o ASO deverá conter, no mínimo, os itens descritos no


quadro abaixo:

Quadro 12. Requisitos mínimos do Atestado de Saúde Ocupacional, conforme NR7:

• Nome completo do trabalhador, número de registro de sua Identidade e sua função.


• Riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empre-
gado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho – SSST.
• Indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o trabalhador, incluindo os
tipos de exames complementares e as respectivas datas em que foram realizados, sem
exposição de resultados.
• Nome do médico-coordenador, quando houver, com respectivo CRM.
• Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, já exer-
ce ou exerceu.
• Nome do médico encarregado do exame e seu endereço ou forma de contato.
• Data e assinatura do médico encarregado do exame, além de carimbo contendo seu núme-
ro de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Fonte: MTE, Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.

Os perigos / fatores de risco constam no PPRA, documento que serve de base para a
57

elaboração do PCMSO.

Exemplos de funções que podem contar com alguns perigos:

• Prensista em uma estamparia ruidosa - perigo / fator de risco: ruído.


• Faxineiro de empresa que exerça a sua função em área ruidosa - perigo / fator de
risco: esforço físico e ruído.
• Pintor que trabalha em área ruidosa de uma metalúrgica - perigo / fator de risco:
ruído e solventes.
• Digitadora de um setor de digitação - perigo / fator de risco: movimentos repetitivos.
• Mecânico que manuseia óleos e graxas - perigo / fator de risco: óleos.
• Forneiro de uma função - perigo / fator de risco: calor.
• Técnico de radiologia - perigo / fator de risco: radiação ionizante.
• Operador de moinho de farelo de soja - perigo / fator de risco: ruído e poeira orgâ-
nica.
• Auxiliar de enfermagem em Hospital Geral - perigo / fator de risco: biológicos (ví-
rus, bactérias, fungos, parasitas).
• Britador de pedra em uma pedreira - perigo / fator de risco: poeira mineral (com alto
teor de sílica livre cristalina), ruído e vibração.

Nota
• Conforme Nota Técnica da NR 7, apesar da reconhecida importância,
não devem ser colocados riscos genéricos ou inespecíficos como
estresse, por exemplo, e nem riscos de acidentes (mecânicos), como
por exemplo, risco de choque elétrico para eletricista, risco de queda
para trabalhadores em geral etc.
• Informações individuais referentes a diagnósticos dos trabalhadores
não devem ser registradas no ASO.

As indicações dos procedimentos médicos aos quais é submetido o trabalhador são


ligadas à identificação do(s) risco(s).

Exemplos:

• Ruído: audiometria.
• Poeira mineral: radiografia do tórax e espirometria.
• Chumbo: plumbemia e ALA urinário.
• Tolueno: ácido hipúrico e provas de função hepática e renal.
58

• Radiação ionizante: hemograma com plaquetas.

O ASO que não contemplar, no mínimo, estas informações, não atende os requisitos
legais, ficando a empresa sujeita a ser penalizada. Portanto, é importante, antes de
contratar um profissional para se responsabilizar pela elaboração do Programa e/ou
a realização dos exames ocupacionais, verificar se o ASO fornecido atende a todos
estes requisitos. Anexo B – Modelo de ASO.

2.4.4 Período de Arquivamento dos Dados do PCMSO

A NR 7 estabelece que os registros a que se refere o item acima deverão ser mantidos
por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador. Havendo
substituição do médico a que se refere o item anterior, os arquivos deverão ser trans-
feridos para o seu sucessor.

O médico do trabalho responsável pelo PCMSO, ao garantir o correto monitoramen-


to e vigilância da saúde dos trabalhadores, poderá reunir argumentos técnicos que
resguardem a empresa de possíveis ações judiciais indevidas. Por isso, é de suma
importância a escolha correta do profissional que coordenará o PCMSO.

Importante!
A guarda dos prontuários médicos é de responsabilidade do médico coordenador.
Por se tratar de um documento que contém informações confidenciais da saúde
das pessoas, o seu arquivamento deve ser feito de modo a garantir o sigilo das
mesmas. Esse arquivo pode ser guardado na própria empresa, em seu consultório
ou escritório, contanto que seja garantida a sua guarda (BRASIL, 1996).

É possível encontrar em algumas empresas, profissionais de departamento de pes-


soal, de recursos humanos, de gestão de pessoas ou até mesmo de contabilidade,
manuseando erroneamente o prontuário médico ou os resultados de exames de tra-
balhadores. Nessa situação, a empresa pode ser notificada pelos auditores fiscais
do Ministério do Trabalho e Emprego, além do médico responsável ficar vulnerável à
punição do Conselho Regional de Medicina. Apenas a cópia do ASO deve estar dis-
ponível para a área administrativa da empresa.
59

2.4.5 Relatório Anual do PCMSO

Após a implementação das ações planejadas durante o ano, deverá ser elaborado
um relatório das atividades realizadas pelo PCMSO em que estas serão avaliadas,
devendo este documento servir de base para a elaboração do plano de trabalho para
o ano seguinte.

Segundo Nota Técnica da NR 7, este relatório, chamado Relatório Anual do PCMSO,


deverá ser feito após decorrido um ano da implantação do PCMSO, portanto depende
de quando o Programa foi efetivamente implantado na empresa.

O item 7.4.6 da NR 7 traz recomendações quanto ao relatório anual, como as listadas


abaixo:

• Deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames


médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares de auxílio diag-
nóstico, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como planeja-
mento para o ano seguinte, tomando como base o modelo proposto no Quadro III
da NR 7. (Anexo C deste caderno).
• Deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa, de
acordo com a NR 5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela comissão.
Para saber mais, consulte o capítulo 5 deste Caderno Educativo.

Figura 10. Condutas médicas diante da identificação de um dano ocorrido em função


de alguma exposição a perigos relacionados ao trabalho.
60

• Poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que este seja
mantido de modo a proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspe-
ção do Trabalho.
Caso seja constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ou
do trabalho, através de exames médicos, ou caso sejam verificadas alterações que
revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, caberá ao médico-
coordenador ou encarregado:

Figura 4. Condutas médicas diante da identificação de um dano ocorrido em função de alguma expo-
sição a perigos relacionados ao trabalho

As empresas desobrigadas de indicarem médico-coordenador ficam dispensadas de


elaborar o relatório anual (BRASIL, 2011b). Apesar de este item dispensar a elabora-
ção do relatório anual, a Nota Técnica do PCMSO recomenda a elaboração de um re-
latório anual contendo minimamente: a relação dos exames com os respectivos tipos,
as datas de realização e os resultados (conforme o ASO).

2.5 ESTRUTURA DO PCMSO

Segundo a Nota Técnica do PCMSO, embora o Programa não possua um modelo a


ser seguido, nem uma estrutura rígida, recomenda-se que alguns aspectos mínimos
sejam contemplados e constem do documento, como:

• Identificação da empresa: razão social, endereço, CNPJ, ramo de atividade de


acordo com o Quadro 1 da NR 4 e seu respectivo grau de risco, número de traba-
lhadores e sua distribuição por sexo e, ainda, horários de trabalho e turnos;
• Definição, com base nas atividades e processos de trabalho verificados e auxilia-
dos pelo PPRA, dos critérios e procedimentos a serem adotados nas avaliações
61

clínicas;
• Identificação dos perigos/fatores de risco existentes por grupos de trabalhadores
e definição dos exames complementares de auxílio diagnóstico relacionados aos
mesmos, com definição de periodicidade.
• Definir lista de materiais de primeiros socorros que deverá existir na empresa, em
local adequado, e lista de locais para encaminhamento em casos de emergência,
tendo pessoas treinadas para essas situações.
• Programação anual das ações de promoção e prevenção, incluindo os exames
ocupacionais.

Vale ressaltar que é importante também constar do PCMSO ações preventivas para
doenças não ocupacionais como: campanhas de vacinação, diabetes, hipertensão,
prevenção de DST/AIDS, prevenção e tratamento do alcoolismo, entre outros.

Figura 5. Diagrama com resumo da estrutura do PCMSO.

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PCMSO

Visando o cumprimento da legislação e o bem-estar dos trabalhadores, o PCMSO,


62

quando bem elaborado e implemetado de forma eficiente, tende a trazer uma série de
benefícios:

• Para a empresa, por exemplo, a redução do absenteísmo e do presenteísmo, ou


dos afastamentos por doenças do trabalho; a diminuição das ocorrências de baixa
produtividade, motivadas pelas ausências; a redução significativa na incidência de
ações judiciais, notificações e multas; o cumprimento da legislação trabalhista; o
cumprimento de normas para competir em licitações para grandes empresas, que
muitas vezes possuem exigências rigorosas quanto ao PCMSO; o cumprimento da
sua responsabilidade social e respeito aos valores éticos ao proteger a saúde de
seus trabalhadores, criando uma boa imagem no mercado.
• Para o trabalhador, através da preservação da sua saúde, contribuindo para uma
melhor qualidade de vida e maior satisfação no exercício do trabalho.
• Para a sociedade, que terá menor frequência de trabalhadores doentes e incapa-
citados, e, consequentemente, um menor custo social.

A prevenção de doenças e acidentes não ocorre imediatamente, mas, deve ser alvo
de ação contínua. O PCMSO não deve ser apenas um documento impresso para ser
apresentado em situações de fiscalização e não deve ser mantido em uma gaveta.
Este deve ser implementado e bem gerenciado, promovendo assim a proteção da
saúde dos trabalhadores e favorecendo a qualidade de vida entre eles.
63

3 ENTENDENDO A INSALUBRIDADE (NR 15)

O trabalho surgiu no mundo junto com o primeiro homem. E com ele, surgiram os
acidentes e as doenças. No entanto, as interações entre as atividades laborativas e
as doenças só começaram as ser estabelecidas há cerca de 280 anos (SESI, 2004).

A primeira publicação sobre as relações entre ambiente de trabalho e doença foi de


autoria de PARACELSO (por volta de 1567). Ele fez numerosas observações relaci-
onando métodos de trabalho ou substâncias manuseadas com doenças do trabalho,
exemplo: intoxicação por mercúrio (SESI, 2004).

Mas a obra de maior importância foi escrita por BERNARDO RAMAZZINI “De Morbis
Artificium Diatriba”, cuja tradução é “As Doenças dos Trabalhadores”. Nesse tratado,
publicado em 1700, o chamado pai da Medicina do Trabalho descreve, com detalhada
perfeição, cerca de 54 profissões diversas e as doenças relacionadas àquelas ativida-
des laborais (SESI, 2004).

Durante o período da Revolução Industrial, entre 1760 a 1830, as condições de traba-


lho tornaram-se cada vez mais críticas, ocorrendo muitos acidentes e doenças relaci-
onados ao trabalho. Surgindo a necessidade de entender melhor tais fatos e preveni-
los, foram sendo realizados mais estudos na área de Segurança e Saúde no Trabalho
(SST), além do início a publicação das primeiras leis mundiais de SST.

Mas no Brasil, foi na década de 70 que as leis de Segurança do Trabalho e Saúde


Ocupacional começaram a surgir, e com elas, o termo insalubridade, relacionado às
atividades laborais.

Mas o que é insalubridade?

De acordo com o dicionário da língua portuguesa, a palavra insalubridade significa


“inadequado à vida, nocivo”, e insalubre, aquilo que é “doentio, nocivo, prejudicial à
saúde”.

A insalubridade, relacionada ao ambiente de trabalho, é caracterizada e classificada


através de perícia ambiental, realizada por um Engenheiro de Segurança do Trabalho
ou um Médico do Trabalho, levando em conta o tipo de atividade desenvolvida pelo
trabalhador e observando os limites de tolerância e tempo de exposição.
64

Este tema é complexo e gera diversas dúvidas, tais como: Quais atividades e/ou
operações são consideradas insalubres? O que é um laudo de insalubridade? Que
profissional é legalmente responsável pela elaboração do laudo de insalubridade?
Trabalhadores que têm contato com produtos químicos devem receber adicional de
insalubridade? É necessário pagar quanto de adicional de insalubridade? A insalubri-
dade pode ser eliminada ou neutralizada? Eliminando ou neutralizando a insalubrida-
de, é cessado o pagamento do adicional? Estas e outras perguntas serão respondidas
neste capítulo.

Pretende-se ainda:

- Apresentar, de forma clara, o que caracteriza uma atividade ou operação insalu-


bre, do ponto de vista legal e prevencionista.
- Capacitar os profissionais que não são especialistas da área de Segurança e
Saúde no Trabalho a entender a caracterização da insalubridade e como elimi-
ná-la ou neutralizá-la;

3.1 ASPECTO LEGAL

A redação da norma regulamentadora nº 15 (NR 15) aprovada pela Portaria nº 3.214,


de 8 de junho de 1978, cujo título é Atividades e operações insalubres, está na sua
16ª alteração/atualização; a última versão foi publicada através da Portaria SIT n.º
291, de 08 de dezembro de 2011. Esta NR estabelece quais atividades ou operações
são consideradas insalubres, o percentual a ser indexado ao salário mínimo quando
for caracterizada insalubridade (adicional de insalubridade), os limites de tolerâncias
por tempo de exposição e também os meios de proteger os trabalhadores de tais ex-
posições nocivas à sua saúde (BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte a NR 15 completa no portal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Disponível em: http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm

O direito ao adicional de insalubridade é previsto pela Constituição Federal de 1988,


capítulo II, art. 7, inciso XXIII, que diz:
65

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: XXIII - adicional de remuneração
para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei” (BRA-
SIL, 1988).

De acordo com a NR 15,

“cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do


trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de
segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar
adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando imprati-
cável sua eliminação ou neutralização” (BRASIL, 2011c).

3.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO

Caso seja caracterizada como insalubridade a atividade ou operação, o empregador


deve pagar um valor adicional ao trabalhador, ou seja, um acréscimo salarial. Esse
valor é definido em função do grau de insalubridade que pode ser mínimo, médio e
máximo e incide sobre o salário mínimo (BRASIL, 1943; BRASIL, 2011c).

Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de abril de 2008, editou a Súmu-


la Vinculante Nº 04, publicada em 9 de maio de 2008, utilizando-se da prerrogativa
conferida pelo Art. 103-A da Constituição Federal, expressando, dentre outros temas,
que é vedada a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de
vantagem de empregado.

A CLT é muito clara ao determinar que o cálculo do adicional de insalubridade deve


ser feito sobre o salário mínimo. No entanto, a redação do Art. 192 da CLT foi confe-
rida pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, anterior, portanto, à Constituição
Federal de 1988, que determina, no que concerne ao direito fundamental ao salário
mínimo:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender
às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimen-
tação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim; (...).
66

Assim, o TST resolve alterar a redação da sua Súmula nº 228, que passou a dispor:

SÚMULA Nº 228 DO TST. “ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE


CÁLCULO. A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula
Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade
será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em
instrumento coletivo.

O TST, com esta decisão, agiu de modo temerário, pois a nova redação da Súmula
nº 228 é flagrantemente inconstitucional. No entanto, não há qualquer texto legal que
ampare a nova redação da Súmula nº 228 do TST.

Sendo assim, no entendimento dos tribunais, a base de cálculo do adicional de insa-


lubridade continua sendo sobre o salário mínimo da região, até que seja editada uma
norma legal que estabeleça outra base de cálculo.

No Quadro 12. Percentuais para pagamento de insalubridade, estão apresentados os


valores percentuais que incidem sobre o salário mínimo em função do grau de insa-
lubridade.

Quadro 12. Percentuais para pagamento de insalubridade


Fonte: BRASIL, 2011c.

“No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas


considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo
vedada a percepção cumulativa” (BRASIL, 2011c).
67

3.3 ATIVIDADES OU OPERAÇÕES INSALUBRES

No capítulo V, seção XII, art. 189, a Consolidação das leis do Trabalho (CLT) conside-
ra atividades ou operações insalubres como

“aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expo-


nham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tole-
rância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos ou métodos de trabalho” (BRASIL, 1943).

Para melhor fixação do conceito, verifique o Fluxograma 05. Fatores observados para
caracterizar as atividades e operações insalubres:

Fluxograma 05 – Fatores observados para caracterizar as atividades e operações insalubres.


68

O que é limite de tolerância?

De acordo com o item 15.1.5 da NR 15, limite de tolerância é “a concentração ou intensi-


dade máxima, ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral” (BRASIL, 2011c).

Nota
Do ponto de vista legal, entende-se por agentes nocivos à saúde,
exclusivamente os agentes físicos, químicos e biológicos, apesar de
no ambiente de trabalho existir outros agentes que podem interferir na
saúde do trabalhador (BRASIL, 1994).

No conceito legal, a simples presença dos agentes químicos, físicos ou biológicos no am-
biente de trabalho não implica, obrigatoriamente, que os trabalhadores venham a contrair
doença ocupacional. A exposição a esses agentes pode ser considerada prejudicial, de-
pendendo do tempo de exposição, da concentração e/ou intensidade.

Saiba Mais!
Consulte o capítulo 1 - ENTENDENDO O PPRA (NR 9) deste caderno educativo, para
saber mais sobre os agentes ambientais.

Exposições a agentes químicos em baixíssimas concentrações (inferior ao limite de to-


lerância), de acordo com a CLT, não trarão qualquer malefício ao trabalhador e nem são
caracterizadas insalubridade, porém estudos técnicos indicam que cada pessoa possui
reações diferenciadas se exposta ao mesmo tipo de agente químico, em intensidades
e tempos iguais; ou seja, um trabalhador susceptível à determinada substância química
pode sofrer o dano, mesmo exposto a pequenas concentrações, enquanto outro trabalha-
dor pode não sofrer dano algum.

Segundo a NR 15, são consideradas atividades ou operações insalubres as que se de-


senvolvem “acima dos limites de tolerância previstos nos seus anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e
12, nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14 e nas atividades comprovadas
através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos anexos n.º 7, 8, 9 e 10”
(BRASIL, 2011c).

O enquadramento das atividades e/ou operações insalubres se dá por meio dos anexos
da NR 15, cujos números e títulos estão apresentados na Quadro 13. Anexos da NR 15,
a seguir.
69

Quadro 13. Anexos da NR 15


N° DO ANEXO TÍTULO/ASSUNTO

01 Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

02 Limites de tolerância para ruídos de impacto

03 Limites de tolerância para exposição ao calor

04 Revogado pela portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990

05 Radiações ionizantes

06 Trabalho sob condições hiperbáricas

07 Radiações não-ionizantes

08 Vibrações

09 Frio

10 Umidade

Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerân-


11
cia e inspeção no local de trabalho

12 Limites de tolerância para poeiras minerais

13 Agentes químicos

13A Benzeno

14 Agentes biológicos

Fonte: BRASIL, 2011c.

Detalharemos ao longo dos itens 3.2.1 a 3.2.9 as condições que caracterizam insalu-
bridade para trabalhadores que realizam suas atividades expostos a ruído, tempera-
turas extremas, radiações, atividades sob condições hiperbáricas, vibração, umidade,
agentes químicos, poeiras minerais e agentes biológicos.
70

3.3.1 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Ruído

O que é ruído?

O ruído é a variação de pressão sonora sob forma de ondas mecânicas. Popular-


mente, podemos defini-lo como som indesejável, incômodo e desagradável. Ele pode
causar danos ao aparelho auditivo, mais conhecido com Perda Auditiva Induzida por
Ruído (PAIR), bem como distúrbios psicológicos e emocionais (dor de cabeça, irrita-
bilidade, vertigens, insônia). O ruído encontra-se presente em vários tipos de empre-
sas e sua origem é proviniente da operação de máquinas e equipamentos, do corte e
moagem de peças e materiais etc.

Figura 12. Imagem de trabalhadores expostos a ruído; um utilizando a proteção auditiva e outro
sem proteção.

A NR 15 classifica o ruído em: contínuo ou intermitente e de impacto.


71

3.3.1.1. Ruído Contínuo ou Intermitente

Segundo o item 1, do anexo 1 da NR 15, entende-se por Ruído Contínuo ou Intermi-


tente, “para os fins de aplicação de limites de tolerância, o ruído que não seja ruído de
impacto” (BRASIL, 2011c).

O anexo 1 da NR 15, Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, esta-


belece a correlação entre: Nível de ruído, em decibéis no circuito de compensação
“A” - dB(A) x Máxima exposição diária permissível, tempo em horas (h). Conforme
este anexo, à medida que o nível de pressão sonora vai aumentando, o tempo de ex-
posição permissível vai se reduzindo.

Nota
Para uma jornada de trabalho diária de 8 horas, o limite de
tolerância máximo é de 85 dB(A).

Para determinar a insalubridade é necessário realizar avaliação quantitativa do ruído


e também verificar se a empresa possui alguma medida de proteção para a redução
do mesmo. A medição do ruído deve ser realizada por um profissional legalmente
habilitado, utilizando-se do medidor de pressão sonora (dosímetro). O equipamento
deve ser posicionado de maneira que fique próximo ao ouvido do trabalhador.

Nota
A avaliação tem que seguir os critérios técnicos e legais estabelecidos
no anexo 1 da NR 15 e na Norma de Higiene Ocupacional (NHO) Nº 01
– Procedimento técnico – Avaliação da exposição ocupacional ao ruído,
da Fundacentro.

Caso o resultado da avaliação seja superior aos limites de tolerância estabelecidos no


anexo 1 da NR 15, e na empresa não exista nenhuma medida de proteção, ou caso a
medida de proteção seja ineficiente, será caracterizada a insalubridade.

Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído


com níveis diferentes, devem ser considerados os seus efeitos combinados. Na práti-
ca, esta situação refere-se a um ambiente de trabalho com diferentes níveis de ruído,
o que é comum nas empresas e indústrias.
72

O anexo D deste caderno apresenta exemplos de como avaliar a exposição ocupaci-


onal ao ruído quando ocorrerem dois ou mais períodos de exposição com diferentes
níveis.

“É proibida a exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos


que não estejam adequadamente protegidos. E as atividades ou operações
que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente,
superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e
iminente” (BRASIL, 2011c).

Nesta condição, a empresa está passiva a interdição ou a embargo, conforme estabe-


lecido na norma regulamentadora Nº 03 (NR 3).

Caracterizada a insalubridade, conforme descrito no anexo 1 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).

3.3.1.2. Ruído de Impacto

Segundo o item 1 do anexo 2 da NR 15, Limites de tolerância para ruídos de impacto,


entende-se por Ruído de impacto “aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo” (BRA-
SIL, 2011c). Exemplo: Marteladas, utilização de bate-estaca em canteiros de obras
para realizar fundação etc.

Nota
O limite de tolerância para ruído de impacto é de 130 dB(linear), quando
medido no circuito de compensação “linear” ou 120 dB(C), quando
medido no circuito de compensação “C” (BRASIL, 2011c).

As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção


adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), me-
didos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medi-
dos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente
(BRASIL, 2011c).
73

O procedimento para avaliação quantitativa de ruído de impacto é semelhante ao pro-


cedimento para avaliação de ruído contínuo ou intermitente, porém, seguindo critérios
específicos contidos no anexo 2 da NR 15 e na NHO 01.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 2 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte os sites a seguir, para saber mais sobre os critérios técnicos
e legais de exposição a ruído.

• Anexo I da NR 15 – Disponível em: http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regu-


lamentadoras/nr_15_anexo1.pdf
• Anexo II da NR 15 – Disponível em:
• http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF31390862A9/
nr_15_anexo2.pdf
• NHO 01 – Disponível em:
• http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/NHO01.pdf
• NR 03 Embargo e interdição – Disponível em:
• http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCD20B10A1691/
NR-03%20(atualizada%202011).pdf

3.3.2 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Temperatu-


ras Extremas

Temperaturas extremas são condições térmicas excessivas às quais um trabalhador


pode estar submetido, ou seja, exposição a calor ou frio.

A seguir, veremos como se dá a caracterização de insalubridade para exposição ao


calor e ao frio separadamente.
74

3.3.2.1 Calor

O anexo 3 da NR 15, Limites de tolerância para avaliação de calor, estabelece os


critérios para caracterizar a insalubridade em trabalhadores que realizam suas ativi-
dades ou operações expostos ao calor.

Mas o que é calor?

“O calor é um agente físico presente na maior parte das atividades profissionais como,
por exemplo, em siderúrgicas, em padarias etc” (SPINELLI, 2006).

Figura 13. Ilustração de trabalhador exposto ao calor de um forno.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012f.

Para melhor entendimento, é importante diferenciar conforto térmico de sobrecarga


térmica:

“A sobrecarga térmica no organismo humano é resultante de duas parcelas


de carga térmica: uma carga externa (ambiental) e outra interna (metabólica).
A carga externa é resultante das trocas térmicas com o ambiente e a carga
metabólica é resultante da atividade física que o trabalhador exerce” (Técni-
cas de avaliação de agentes ambientais: manual SESI. Brasília: SESI/DN,
2007.) em sua jornada de trabalho. Estas trocas térmicas ocorrem por meio
da condução, convecção, radiação e evaporação.
75

E conforto térmico está relacionado com a sensação de bem-estar que o ser huma-
no experimenta em um ambiente pela combinação de vários fatores como: temperatu-
ra média, umidade e velocidade relativa do ar, atividades desenvolvidas e vestimentas
utilizadas, sendo assim, um ambiente pode ser termicamente confortável para uma
pessoa e pode ser desconfortável para outra.

Segundo a NR 15, a exposição ao calor deve ser avaliada pelo Índice de Bulbo Úmi-
do Termômetro de Globo (IBUTG), obtido pelos termômetros de bulbo úmido natural,
termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum (bulbo seco) (BRASIL, 2012c).
Este índice leva em consideração o ambiente onde o trabalhador desenvolve suas
atividades, que pode ter ou não a incidência direta da radiação solar.

No Anexo E deste caderno encontram-se ilustrações dos termômetros utilizados para


realizar a avaliação de calor.

Nota
Utilizam-se as seguintes equações para calcular a exposição a calor.
• Ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
• Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

{
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
onde: tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco

Fonte: BRASIL, 2012c.

Outra forma de determinar o IBUTG é utilizando equipamento eletrônico ou outros

“dispositivos para a medição das temperaturas de globo, de bulbo úmido na-


tural e de bulbo seco, desde que, para quaisquer condições de trabalho ava-
liadas, apresentem resultados equivalentes aos que seriam obtidos com a
utilização do conjunto convencional” (FUNDACENTRO, 2002, p.22).

“As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura
da região do corpo mais atingida pelo calor” (BRASIL, 2011c).
76

O anexo 3 da NR 15, estabelece duas situações para definir o limite de tolerância ao


calor e estas estão apresentadas a seguir no fluxograma 06. Critério para determina-
ção dos Limites de tolerância para exposição ao calor.

Fluxograma 06 – Critério para determinação dos limites de tolerância para exposição ao calor
Fonte: BRASIL, 2012c.

Este anexo conceitua local de descanso como “ambiente termicamente mais ameno,
com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve” (BRASIL, 2011c).

A caracterização da insalubridade será por meio da avaliação quantitativa, ou seja,


o profissional responsável pela elaboração do laudo deve dispor de equipamentos
adequados (citados acima) e também respeitar os critérios legais e técnicos. Estes
últimos encontram-se na Norma de Higiene Ocupacional (NHO) Nº 06 – Procedimento
técnico – Avaliação da exposição ocupacional ao calor, da Fundacentro.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 3 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).

Para maior entendimento do assunto verifique o Anexo F deste caderno educativo


onde se encontram exemplos de como calcular a avaliação ocupacional ao calor.
77

Saiba Mais!
Consulte os sites a seguir, para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de exposição
ao calor.

• Anexo III da NR 15 – Disponível em: http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_


regulamentadoras/nr_15_anexo 3.pdf
• NHO 06 – Disponível em:
http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/NHO06.pdf

3.3.2.2 Frio

O anexo 9 da NR 15, Frio, estabelece os critérios para caracterizar a insalubridade em


trabalhadores que realizam suas atividades ou operações expostos ao frio.

Mas o que é frio?

O frio é um agente físico, cujo trabalhador está exposto a baixas temperaturas; este
agente está presente em empresas que possuem câmeras frigoríficas ou frias. A ex-
posição ao frio pode causar danos tais como: hiportermia, enregelamento dos mem-
bros, pés de imersão, ulcerações além de inúmeras doenças reumáticas e respirató-
rias (SPINELLI, 2006).

Na seção VII, dos serviços frigoríficos, parágrafo único da CLT

“considera-se artificialmente frio, o que for inferior, na primeira, segunda e


terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio, a 15° (quinze graus), na quarta zona a 12° (doze graus), e nas
quinta, sexta e sétima zonas a 10° (dez graus)” (BRASIL, 1943).

Isso significa que a exposição a frio deve ser considerada quando a temperatura for
inferior a 15°, 12° e 10°C, a depender da zona climática em que o trabalhador esteja
localizado. Exemplo: a temperatura de 15°C é considerada fria pra as áreas mais
quentes do Brasil. Lembramos que as e medidas de controle para o frio devem ser
sempre adotadas para garantir a integridade física e a saúde do trabalhador.
78

Figura 14. Ilustração de trabalhador exposto ao frio em câmara fria.

O anexo 9 da NR 15 define os tipos de atividades ou operações possíveis de enqua-


dramento de insalubridade, sendo elas desenvolvidas no interior de câmaras frigorí-
ficas, ou em locais que apresentem condições similares. Porém a insalubridade será
caracterizada se não existir proteção adequada para o trabalhador exposto ao frio.
(BRASIL, 2012c). São exemplos de proteção: macacão para proteção do tronco e
membros superiores e inferiores contra agentes térmicos (vestimenta), pausas para
repouso etc.

O art. 253 da CLT determina que

“Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e


para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o
frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho
contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso,
computado esse intervalo como de trabalho efetivo” (BRASIL, 1943).

Cabe ao responsável pela elaboração do laudo, ao emitir o parecer sobre a caracte-


rização ou não da insalubridade, observar as condições de trabalho e as medidas de
controle existentes. Lembrando que este parecer tem que seguir, além dos critérios
técnicos, os legais.

Caracterizada a insalubridade ao frio conforme descrito no anexo 9 da NR 15, ela é de


grau médio (BRASIL, 2011c).
79

3.3.3 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Radiações

“A radiação é uma forma de energia que se propaga através do espaço como partícu-
las ou como ondas eletromagnéticas” (SPINELLI, 2006). Convivemos rotineiramente
com essas radiações no meio ambiente, nos alimentos, nas plantas, na luz solar, es-
trelas e outros planetas. Em termos de higiene ocupacional dividimos as radiações em
ionizantes e não-ionizantes.

A seguir, veremos como se dá a caracterização de insalubridade para exposição à


radiação ionizante e não-ionizante separadamente.

3.3.3.1 Radiação Ionizante

O que é radiação ionizante?

As radiações ionizantes são ondas eletromagnéticas de alta frequência e energia, e


por isso têm a capacidade de arrancar os elétrons dos átomos, podendo gerar rup-
turas nas ligações moleculares e alterações celulares (no DNA) – ação mutagênica,
como por exemplo, os raios α, β, X, δ e radiação de nêutrons (SPINELLI, 2006). Ela é
um tipo de agente físico que tem capacidade de produzir a ionização da matéria.

O que é ionização da matéria?

“É o processo de formação de átomos eletricamente carregados, ou seja, íons, pela


remoção ou acréscimo de um ou mais elétrons” (UFRGS, 2010).

A figura 05. Apresenta uma ilustração da atividade de raio X, onde o trabalhador está
exposto à radiação ionizante.
80

Figura 16. Ilustração da atividade de raio X.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012g.

O anexo 5 da NR 15, Radiações ionizantes, estabelece que “nas atividades ou ope-


rações em que trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites
de tolerância, os princípios, as obrigações e os controles básicos para a proteção do
homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela ra-
diação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01: “Diretrizes Básicas de
Radioproteção”, de julho de 1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução
CNEN n.º 12/88, ou daquela que venha a substituí-la” (BRASIL, 2011c).

A sigla CNEN significa Comissão Nacional de Energia Nuclear.

A caracterização da insalubridade se dá mediante uma avaliação quantitativa e esta


avaliação é feita seguindo os procedimentos da Norma CNEN-NN – 3.01.

No item 5.9.1, o CNEN determina que o empregador deve estabelecer e implementar


um programa de monitoração individual do indivíduo ocupacionalmente exposto e de
área, conforme aplicável, levando-se em conta a natureza e a intensidade das expo-
sições normais e potenciais previstas. (CNEN, 2011)

Mas o que é monitoração?


81

Monitoração é a “medição de grandezas e parâmetros para fins de controle ou de


avaliação da exposição à radiação, incluindo a interpretação dos resultados” (CNEN,
2011).

Este anexo caracteriza a insalubridade pela avaliação quantitativa, ou seja, o res-


ponsável pela elaboração do laudo, para concluir o seu parecer, deve quantificar a
radiação, adotando os procedimentos da norma do CNEN-NE-3.01, e, além disso,
observar as medidas de proteção para o trabalhador e o meio ambiente.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 5 da NR 15, ela é de grau


máximo (BRASIL, 2011c).

Este agente também se enquadra como um agente perigoso, passivo do adicional de


periculosidade. No capítulo 4 - Entendendo a Periculosidade (NR 16) deste caderno
você poderá saber mais sobre este assunto.

3.3.3.1 Radiação Não-Ionizante

O que é radiação não-ionizante?

As radiações não-ionizantes “são aquelas que não produzem ionizações, não possu-
em energia suficiente para produzir emissão de átomos ou moléculas, ou seja, são as
ondas eletromagnéticas cuja energia é insuficiente para ionizar a matéria incidente”
(SPINELLI, 2006). São exemplos de radiação não-ionizante para caracterização de
insalubridade a microondas, ultravioletas e laser (BRASIL, 2011c).

Na figura 17, é apresentada a atividade de solda que possui radiação não-ionizante.


82

Figura 17. Ilustração da atividade de soldagem.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012h.

O anexo 7, da NR 15, Radiação não-ionizante, estabelece que “operações ou ativi-


dades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção rea-
lizada no local de trabalho” (BRASI, 2011c), ou seja, a caracterização da insalubridade
está vinculada diretamente à medida de proteção.
As medidas de proteção podem ser de:

• Engenharia – controle na fonte geradora do risco.


• Administrativas – redução do tempo de exposição.
• Individual – utilização de EPI(s), tais como: avental, máscara de solda, óculos,
mangas.

“As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz ne-


gra (ultravioleta na faixa - 400-320 nanômetros) não serão consideradas insalubres”
(BRASIL, 2011c)..

Caracterizada a insalubridade, conforme descrito no anexo 7 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).
83

3.3.4 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Atividades


Sob Condições Hiperbáricas

O anexo 6 da NR 15, Trabalho sob Condições Hiperbáricas, define que são passivos
de recebimento de adicional de insalubridade os trabalhos realizados sob ar com-
primido e submersos, ambos com pressões maiores que a atmosférica (BRASIL,
2011c).

Porém é importante ressaltar que o profissional responsável pela elaboração do laudo


deve ficar atento às recomendações constantes no referido anexo 6 para fornecer ou
não insalubridade.

O que são trabalhos sob ar comprimido?

“Trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o trabalhador é


obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidadosa
descompressão” (BRASIL, 2011c), sendo eles: tubulões de ar comprimido (figura 17)
e túneis pressurizados, muito presentes em atividades de construção de pontes, por-
tos e indústria naval.
84

Figura 18. Ilustração execução de tubulões sob ar comprimido.

O que são trabalhos submersos?

São aqueles efetuados em meios líquidos, onde o mergulhador (figura 19) é subme-
tido a pressões maiores que a atmosférica e é exigida cuidadosa descompressão, de
acordo com as tabelas existentes no anexo 6 da Norma Regulamentadora nº 15.

Figura 19. Ilustração da atividade de mergulho.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012i.
85

Saiba Mais!
Consulte os sites a seguir, para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de exposição
a Atividades Sob Condições Hiperbáricas.

• Anexo VI da NR 15 – Disponível em:


http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF3C660E1A90/nr_15_
anexo6.pdf

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 6 da NR 15, ela é de grau


máximo (BRASIL, 2011c).

3.3.5 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Vibração

O que é vibração?

Vibração é qualquer movimento que se repete, regular ou irregularmente, depois de


um intervalo de tempo, ela é um tipo de agente físico ao qual o trabalhador pode estar
exposto em vários tipos de empresas. A depender das atividades e operações que
estejam expostos os trabalhadores, a vibração pode ser classificada como de corpo
inteiro ou localizada.

Mas o que é vibração localizada (mão/braço)?

“As vibrações localizadas são transmitidas às mãos e aos braços, em geral, por meio
de ferramentas vibratórias, sejam elas elétricas, pneumáticas ou de outra forma de
energia (lixadeiras, marteletes, motosserras). Podem, também, ser transmitidas por
equipamentos conduzidos manualmente, como, por exemplo, manipulando-se com-
pactadores de solo ou segurando-se peças contra equipamentos abrasivos ou de
polimentos fixos”. (SESI, 2007)

A figura 20 mostra a ilustração da atividade de demolição com martelete onde o traba-


lhador está exposto à vibração localizada de mãos e braços.
86

Figura 20. Ilustração da atividade de demolição.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012j.

E vibração de corpo inteiro?

“As vibrações de corpo inteiro são aquelas em que todo o corpo, ou grande parte
dele, está exposto a movimentos vibratórios, e ocorre mais intensamente em veículos
e equipamentos móveis, em que há um posto de operação (em geral um assento) e
a vibração do rolamento do veículo ou equipamento é transmitida ao operador/moto-
rista. Em menor escala, observam-se superfícies, pisos, plataformas industriais etc.,
que podem transmitir vibração ao homem e que, na maior parte dos casos, têm menor
importância ocupacional” (SESI, 2007). Exemplo: veículos pesados (ônibus e cami-
nhões), tratores, empilhadeiras, embarcações marítimas e fluviais, trens etc.

A figura 21 mostra a operação de uma empilhadeira onde pode ocorrer vibração caso
o assento do equipamento tenha problemas (não possua manutenção corretiva e pre-
ventiva adequadas), ou o piso por onde o equipamento se desloque seja irregular.

Figura 21. Ilustração de operação de empilhadeira.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012l.
87

O anexo 8 da NR 15, Vibrações, define que é necessário realizar avaliação quantita-


tiva para caracterizar insalubridade para vibração, ou seja, o responsável pela elabo-
ração do laudo, para concluir o seu parecer, deve quantificar a vibração. Na estrutu-
ração do laudo, tomando por base os limites de tolerância definidos pela Organização
Internacional para a Normalização - ISO, em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349
ou suas substitutas (BRASIL, 2011c).

“O equipamento para medição de vibrações é o acelerômetro, que é acoplado a um


analisador através de um cabo” (SENAC, 2010).

“É obrigatório que conste no laudo da perícia o critério adotado, o instrumental utili-


zado, a metodologia de avaliação, a descrição das condições de trabalho e o tempo
de exposição às vibrações, o resultado da avaliação quantitativa e as medidas para
eliminação e/ou neutralização da insalubridade, quando houver” (BRASIL, 2011c).

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 8 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).

3.3.6 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Umidade

O que é umidade?

A umidade é um agente físico, ao qual o trabalhador pode estar exposto quando exe-
cutar atividades ou operações em locais alagados ou encharcados, a exemplo de:
rios, tanques, regiões pantanosas etc., capazes de produzir danos à saúde.

O anexo 10 da NR 15, Umidade, determina que a caracterização da insalubridade por


umidade se dá em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho
(BRASIL, 2011c), podendo ser adotado método de análise qualitativa (visual). Após a
inspeção, um laudo deve ser gerado.

Lembrando, se o trabalhador realizar suas atividades nessas condições, devidamente


protegido, neutraliza a insalubridade.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 8 da NR 15, ela é de grau


médio (BRASIL, 2011c).
88

3.3.7 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes Quí-


micos

Relembremos o conceito de agente químico conforme apresentado no capitulo 01 -


Entendendo o PPRA (NR 9) deste caderno educativo.

O que são agentes químicos?

São substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou
que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão. Estes agentes, em função de sua
natureza, concentração, tempo de exposição e forma de contato, podem causar dano
ao trabalhador.

A figura 22 apresenta uma ilustração da indústria química onde podem ser encontra-
dos vários tipos de agentes químicos.

Figura 22. Ilustração de uma indústria química.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012m.

A caracterização de insalubridade a agentes químicos pode ser realizada por avalia-


ção qualitativa ou quantitativa; vejamos separadamente cada uma delas.

Obs.: A poeira mineral é um tipo de agente químico, mas a veremos no item 3.2.8.
Caracterização de Insalubridade para Exposição a Poeiras Minerais.
89

3.3.7.1 Avaliação Qualitativa

O anexo 13 da NR 15, Agentes Químicos, apresenta a relação das atividades e opera-


ções envolvendo agentes químicos, que após a realização de inspeção visual no local
de trabalho (avaliação qualitativa), podem ser considerados insalubres. Nesta relação
devem ser desconsideradas as atividades ou operações com os agentes químicos
constantes dos anexos 11 e 12 da NR 15 (BRASIL, 2011c).

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 13 da NR 15, ela varia de


mínimo, médio e máximo, a depender da atividade/operação e do agente químico
(BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir, para saber mais sobre os critérios técnicos e
legais de exposição aos agentes químicos.

• Anexo XIII da NR 15 – Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/


files/8A7C816A32DC115D01331C4864D23EBD/nr_15_anexo13.
pdf

3.3.7.2 Avaliação Quantitativa

O anexo 11 da NR 15, Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limi-


te de tolerância e inspeção no local de trabalho, determina que a caracterização de
insalubridade ocorrerá quando se ultrapassem os limites de tolerância dos agentes
químicos que constem no quadro nº 1 do referido anexo (BRASIL, 2011c). Neste qua-
dro, constam 138 agentes químicos e seus respectivos limites de tolerância, ou seja,
diante da legislação, os demais agentes químicos que não constem neste quadro não
são passíveis de enquadramento de insalubridade. Este entendimento está ratificado
pelo Tribunal Superior do Trabalho.

De acordo com a Orientação Jurisprudencial nº 4, itens I e II, da SDI-1 do TST


(nova redação em decorrência da incorporação da OJ nº 170);
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para
que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministé-
rio do Trabalho. (...)
90

Todos os valores fixados no Quadro nº 1 - Tabela de Limites de Tolerância são válidos


para absorção apenas por via respiratória.

Segundo esse item, apesar do agente químico constar no quadro nº 1 do referido ane-
xo, alguns podem ser absorvidos pela pele, porém essa absorção não caracteriza a
insalubridade pelo contato, ou seja, a caracterização se dá pela avaliação quantitativa.

O profissional responsável pela elaboração do laudo deve quantificar a concentração


desses agentes e comparar o resultado com o limite de tolerância estabelecido no
próprio anexo, sempre respeitando os critérios legais e técnicos. Estes critérios en-
contram-se nas Normas de Higiene Ocupacional Nº 3, 4, 5 e 8, da Fundacentro.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 11 da NR 15, ela varia de


mínimo, médio e máximo, a depender do agente químico estabelecido na coluna de
grau de insalubridade do quadro nº 1 do referido anexo (BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de
exposição aos agentes químicos.

• Anexo XI da NR 15 – Disponível em:


http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15_anexo11.pdf
• NHO 03, NHO 04, NHO 05 E NHO 08 – Disponível em:
http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C=253&menuAberto=196

3.3.8 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Poeiras Mi-


nerais

O que são poeiras minerais?

São partículas sólidas de origem mineral dispersas no ar, cujo diâmetro é tão peque-
no, que às vezes não conseguimos enxergá-las a olho nu. A geração de poeira se dá
por processos de explosão, perfuração, moagem e lixamento.

A figura 23 mostra uma mineração onde, por processo de explosão da rocha, é gerada
a poeira mineral.
91

Figura 23. Ilustração de uma mineração.


Fonte: Microsoft Corporation, 2012n.

O anexo 12 da NR 15, Limites de Tolerância para Poeiras Minerais, estabelece limites


de tolerância para as poeiras de asbesto (amianto), manganês e seus compostos e
sílica livre cristalizada (BRASIL, 2012).

O que é asbesto?

Entende-se por “asbesto”, também denominado amianto, a forma fibrosa dos


silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das ser-
pentinas, isto é, a crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, isto é, a acti-
nolita, a amosita (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul),
a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais
(BRASIL, 2011c).

É o principal causador da doença asbestose. Ele pode ser encontrado em alguns


setores da indústria e geralmente é utilizado na fabricação de telhas, tanques de ar-
mazenamento de água etc.
92

O que é manganês e quais os seus compostos?

O manganês é um metal que pode ser encontrado em várias indústrias. Ele está pre-
sente na composição das ligas metálicas, em eletrodos de solda etc.

A toxicidade oral e dérmica do manganês é pouco significativa, devido à baixa


solubilidade do metal. Estudos sugerem que a exposição a altas concentra-
ções ambientais pode originar inflamação nos pulmões (pneumonia química).
(Martins, 2001).

O que é sílica livre cristalizada?

A sílica, representada pelo símbolo SiO2, é um mineral muito duro que apa-
rece em grande quantidade na natureza, pois é encontrada nas areias e na
maioria das rochas. Podendo ser encontrada em formas cristalinas, tais como
o quartzo, a tridimita, a cristobalita e a trípoli, ou na forma amorfa como a
sílica gel ou a sílica coloidal.
A sílica livre cristalizada, cuja forma mais conhecida é o quartzo, é a sílica
cristalina não combinada com nenhum elemento químico.
Ela é a principal causadora da doença denominada SILICOSE. (Fundacentro,
1995).

Ela pode ser encontrada nos setores de mineração, cerâmica, vidro, metalurgia, cons-
trução civil, etc. (Fundacentro, 1995).

A caracterização da insalubridade é realizada por meio da avaliação quantitativa, ou


seja, o profissional responsável pela elaboração do laudo deve quantificar a concen-
tração das poeiras, depois correlacionar com o limite de tolerância e com as proteções
adotadas.

Na avaliação quantitativa devem ser respeitados os critérios legais e técnicos apre-


sentados no anexo 12 da NR15 e nas Normas de Higiene Ocupacional Nºs 03, 04, 05
e 08, da Fundacentro.

Outros tipos de poeira, como por exemplo: poeira de algodão, poeira de madeira etc.,
a Legislação brasileira não caracteriza como insalubre.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 12 da NR 15, ela é de grau


máximo.
93

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os
critérios técnicos e legais de exposição a poeiras
minerais.

• Anexo XII da NR 15 – Disponível em:


http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_
regulamentadoras/nr_15_anexo12.pdf

• NHO 03, NHO 04, NHO 05 E NHO 08 –


Disponível em:
http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.
asp?D=CTN&C=253&menuAberto=196

3.3.9 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes Bi-


ológicos

Vamos relembrar o conceito de agente biológico conforme apresentado no capítulo


01 - Entendendo o PPRA (NR 9) deste caderno educativo.

O que é agente biológico?

São os microorganismos tais como: as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoá-


rios, vírus, entre outros (BRASIL, 1994). Estes agentes, em função da sua concentra-
ção, sua natureza, forma de contato, tempo de exposição, podem também desenca-
dear dano à saúde do trabalhador.

São exemplos de atividades ou operações que envolvem agentes biológicos: contato


permanente com carnes, glândulas, vísceras, ossos, couro, dejeto de animais porta-
dores de doenças infecto-contagiosas, esgotos (galerias e tanques), dentre outros.

A figura 24 apresenta a atividade de análise de sangue em laboratório, em que o tra-


balhador pode estar exposto à agente biológico.
94

Figura 24. Ilustração da atividade de análise laboratorial


Fonte: Microsoft Corporation, 2012o.

O anexo 14 da NR 15, Agentes biológicos, define que o enquadramento para determi-


nar insalubridade que envolve agentes biológicos, é feito através da avaliação qualita-
tiva (BRASIL, 2011c), ou seja, inspeção visual no ambiente de trabalho.

As atividades que não constem neste anexo legalmente, não se caracterizam como
insalubres.

Caracterizada a insalubridade conforme descrito no anexo 14 da NR 15, ela pode ser


de graus médio e máximo, a depender do tipo de atividade, conforme estabelecida no
próprio anexo.

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de
exposição a agentes biológicos.

• Anexo XII da NR 15 – Disponível em: http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_


regulamentadoras/nr_15_anexo14.pdf

3.4. CESSAÇÃO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

“O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará


com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física” (BRASIL, 1943), sendo
95

necessário que e órgão competente (SRTE) realize uma avaliação pericial, para com-
provar a inexistência do risco à saúde do trabalhador (BRASIL, 2011c).

Determinada a eliminação ou neutralização da insalubridade, o pagamento do adicio-


nal pode ser suspenso (BRASIL, 2011c).

Segundo o item 15.4.1 da NR 15, “a eliminação ou neutralização da insalubridade de-


verá ocorrer com: a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância; e a utilização de Equipamento de Proteção
Individual (EPI)” (BRASIL, 2011c).

Além disto, o Enunciado 289 do TST refere-se aos equipamentos de proteção indi-
vidual, e determina que o simples fornecimento do equipamento de proteção pelo
empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe
tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as
quais as relativas ao uso efetivo do equipamento.

Nota
Caberá às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, comprovada a
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização.
Obs.: O termo DRT – Delegacias Regionais do Trabalho foi substituído por
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (Redação dada pelo Decreto Nº
6.341 de 3 de janeiro de 2008).

Dessa linha jurisprudencial, Eduardo Gabriel Saad extrai as seguintes conclusões:

a. O Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser adequado ao risco e, se não


o for, nenhuma sanção poderá ser imposta ao empregado que se recusar a usá-lo.
b. É de exclusiva responsabilidade da empresa o emprego de EPI que esteja em
correspondência com a natureza do risco.
c. Para proteger-se contra sanções administrativas ou contra ações judiciais, deve o
empregador provar que entregou o EPI ao empregado e que adotou providências
para fiscalizar o seu uso.

É importante ressaltar que: para eliminar ou neutralizar a insalubridade é necessário


um conjunto de medidas e ações que garantam, de fato, que os agentes (físico, quími-
co ou biológico) não tenham potencial para causar dano ao trabalhador. Do ponto de
96

vista prevencionista, a medida mais eficaz para garantir a eliminação da insalubridade


é suprimir o risco ou adotar medidas na fonte (processo/equipamento/substância) ge-
radora do risco.

Quando a neutralização da insalubridade se dá por meio de proteção individual, a


empresa tem que seguir orientações e recomendações de outras normas, especifica-
mente a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual.

Saiba Mais!
Consulte a NR 6.
Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A33EF45990134335D0C415AD6/
NR-06%20(atualizada)%202011.pdf>

3.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A INSALUBRIDADE

Apesar da legislação contemplar um número limitado de atividades e operações pas-


síveis de enquadramento de insalubridade, é importante tanto para o empregador
como para os empregados, mesmo que o agente não faça parte do rol legal dos
passíveis de caracterização de insalubridade, adotar medidas de prevenção, pois, em
função do tempo de exposição, intensidade/concentração e da natureza dos agentes,
pode ocorrer dano à saúde do trabalhador.
97

4 ENTENDENDO A PERICULOSIDADE (NR 16)

Em muitas empresas existem perigos/fatores de risco que podem provocar danos irre-
versíveis aos trabalhadores, estes perigos tanto podem estar presentes no ambiente
de trabalho como nas atividades executadas. O perigo/fator de risco está diretamente
ligado ao risco que é caracterizado por uma equação.

Risco = probabilidade x gravidade, sendo a:

• Probabilidade – frequência da exposição do trabalhador ao agente, associada à in-


tensidade/ concentração do agente e medidas de controle adotadas pela empresa.
• Gravidade – dimensão do dano, em termos de lesões e doenças, que o trabalha-
dor pode ter em um cenário de perigo.

De acordo com a equação, quanto maiores a probabilidade e a gravidade, maior será


o risco.

A Legislação brasileira define os critérios legais e técnicos para avaliar e caracterizar


as atividades e operações com periculosidade, ou seja, com risco alto e iminente.

Mas o que é periculosidade?

De acordo com o dicionário da língua portuguesa, a palavra periculosidade significa


“algo perigoso, com risco de vida”.

A periculosidade, relacionada ao trabalho, é avaliada e caracterizada através de pe-


rícia ambiental realizada por engenheiro de Segurança do Trabalho ou médico do
Trabalho, levando em conta a legislação, o tipo de atividade desenvolvida pelo traba-
lhador e a localização deste em relação às áreas perigosas.

Este tema é complexo e gera diversas dúvidas, tais como: Qual(s) legislação(s) fala(m)
sobre periculosidade? Quais atividades e/ou operações são consideradas perigosas?
Quanto é necessário pagar de adicional de periculosidade? O adicional de periculosi-
dade incide sobre horas extras? A periculosidade pode ser eliminada ou neutralizada?
Eliminando ou neutralizando a periculosidade, é cessado o pagamento do adicional?
Estas e outras perguntas serão respondidas neste capítulo.
98

Pretende-se ainda:

- Apresentar, de forma clara, o que caracteriza uma atividade ou operação como


perigosa, do ponto de vista legal.
- Capacitar os profissionais que não são especialistas da área de Segurança e
Saúde no Trabalho a entenderem legalmente o enquadramento de atividades e
operações perigosas.

4.1 ASPECTO LEGAL

A redação da norma regulamentadora nº 16 (NR 16), cujo título é Atividades e Opera-


ções Perigosas foi aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e está na
sua 8ª alteração/atualização, a última versão foi publicada através da Portaria SIT n.º
312, de 23 de março de 2012. Esta NR estabelece os critérios técnicos e legais para
avaliar e caracterizar as atividades e operações perigosas e o percentual a ser inde-
xado ao salário quando for caracterizada periculosidade (adicional de insalubridade)
(BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte a NR 16 completa no portal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A35F7884401366032742033EF/
NR-16%20(atualizada%202012).pdf

O direito ao adicional de periculosidade é previsto pela Constituição Federal de 1988,


capítulo II, art. 7, inciso XXIII que diz: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIII - adicional
de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”
(BRASIL, 1988). Ou seja, a legislação determina que na lei estejam estabelecidas con-
dições (atividades e operações) para ser concedido o adicional de periculosidade e in-
salubridade. Quanto às atividades penosas, até o momento, inexiste amparo legal para
o pagamento de adicional.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), seção XIII, art. 195 “A ca-
racterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas
99

do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou


Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho” (BRASIL, 1943).

4.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

Existem atualmente, na Legislação brasileira, quatro atividades e operações em que


é concedido adicional de periculosidade:

• Explosivos: “Regulamentados pela Lei nº 6.514/77, aprovadas pela Portaria MTb/


SIT nº 3.214/78, através da NR 16, tendo sua existência jurídica assegurada nos
artigos 193 a 197 da CLT” (SESI/BA, 2008).
• Inflamáveis: “Regulamentados pela Lei nº 6.514/77, aprovadas pela Portaria MTb/
SIT nº 3.214/78, através da NR 16, tendo sua existência jurídica assegurada nos
artigos 193 a 197 da CLT” (SESI/BA, 2008).
• Radiações ionizantes ou substâncias radioativas: “Embora não possua uma re-
gulamentação específica através de uma Lei, a periculosidade por radiações foi
incorporada à NR 16, pela Portaria MTb no 3.393/87 e confirmada pela Portaria
MTE nº 518/03” (SESI/BA, 2008).
• Eletricidade: “A NR 16 não apresenta um texto específico sobre o assunto, mas a
periculosidade por eletricidade foi regulamentada definitivamente pelo Decreto nº
93.412, de 14/10/86”. (SESI/BA, 2008).

No fluxograma 07 estão apresentadas as quatro atividades e operações perigosas


para uma melhor fixação.

Fluxograma 07 – Atividades e operações perigosas.


100

Detalharemos ao longo dos itens 4.2.1 a 4.2.4, as condições que caracterizam pericu-
losidade nas quatro atividades e operações citadas anteriormente.

4.2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos

A NR 19 define explosivo como “material ou substância que, quando iniciado, sofre


decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de ca-
lor e desenvolvimento súbito de pressão” (BRASIL, 2011).

“São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos


sujeitos a: degradação química ou autocatalítica; e, ação de agentes exteriores, tais
como calor, umidade, faísca, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos” (BRASIL,
2012).

O anexo 1 da NR 16, relaciona as atividades e operações perigosas com explosivos e


determina as áreas de risco.

A seguir, apresentamos o quadro 14 da NR 16, correlacionando tipos de atividades


ou operações perigosas com quem tem direito a receber adicional de periculosidade.

Quadro 14. Atividades ou operações perigosas.


Atividades Adicional de Insalubridade
todos os trabalhadores nessa atividade ou que per-
a) no armazenamento de explosivos
maneçam na área de risco

b) no transporte de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade

c) na operação de escorva dos cartuchos


todos os trabalhadores nessa atividade
de explosivos
d) na operação de carregamento de explo-
todos os trabalhadores nessa atividade
sivos

e) na detonação todos os trabalhadores nessa atividade

f) na verificação de detonações falhadas todos os trabalhadores nessa atividade

g) na queima e destruição de explosivos


todos os trabalhadores nessa atividade
deteriorados
h) nas operações de manuseio de explosi-
todos os trabalhadores nessa atividade
vos
Fonte: BRASIL, 2012.
101

Comentário:
As atividades ou operações com explosivos que não
constam no quadro N.º 1, não se enquadram, legalmente,
como perigosas para fins de pagamento do adicional.

Importante!
É obrigatório delimitar as áreas de risco.

De acordo com a NR 16, são consideradas áreas de risco para atividades e operações
com explosivos:

a. Os locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produ-


tos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício.
Sendo definida a área compreendida no Quadro n.º 2 (quantidade armazenada em
quilos X faixa de terreno até a distância máxima, em metros).
b. Os locais de armazenagem de explosivos iniciadores - Sendo definida a área com-
preendida no Quadro n.º 3 (quantidade armazenada em quilos X faixa de terreno
até a distância máxima, em metros).
c. Os locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas (pólvo-
ra negra e pólvora chocolate ou parda). Sendo definida a área compreendida no
Quadro n.º 4 (quantidade armazenada em quilos X faixa de terreno até a distância
máxima, em metros).
d. Os depósitos barricados ou entricheirados. Sendo definida a área compreendida
no Quadro n.º 4 (quantidade armazenada em quilos X faixa de terreno até a distân-
cia máxima, em metros) cujas distâncias previstas podem ser reduzidas à metade.

As áreas de risco têm que ter delimitação física, ou seja, obstáculos que impeçam o
ingresso de pessoas não autorizadas (BRASIL, 2012).

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de explosivos.

• ANEXO 1 da NR 16 Atividades e operações perigosas com explosivos – Disponível em:


http://portal.mte.gov.br/data/iles/8A7C816A35F7884401366032742033EF/NR-16%20
(atualizada%202012).pdf
• Norma Regulamentadora Nº 19. Explosivos – Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D302E6FAC013032FD75374B5D/nr_19.pdf
102

4.2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis (Líquidos e


Gases)

Para determinar a periculosidade é preciso definir claramente o que é um líquido infla-


mável, gás inflamável e líquido combustível.

A diferença entre líquidos inflamáveis e líquidos combustíveis está relacionada ao


ponto de fulgor da substância. A NR 20 define líquidos inflamáveis como “líquidos que
possuem ponto de fulgor menor e igual a 60°C (sessenta graus Celsius)”, e a NR 16
define líquido combustível como “todo aquele que possua ponto de fulgor maior que
60°C (sessenta graus Celsius) e inferior ou igual a 93°C (noventa e três graus Cel-
sius)” (BRASIL 2012; BRASIL, 2012).

Importante!
Líquidos combustíveis – Ponto de fulgor > 60°C e ≤ 93°C
Líquidos Inflamáveis – Ponto de fulgor ≤ 60°C

De acordo com a NR 20 gases inflamáveis como “gases que inflamam com o ar a 20 °


C (vinte graus Celsius) e a uma pressão padrão de 101,3 kPa (cento e um virgula três
quilopascal)” (BRASIL, 2012).

O que é ponto de fulgor?

Ponto de Fulgor “é a menor temperatura na qual o produto se vaporiza em quantida-


des suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de inflamar-se momentanea-
mente quando se aplica uma centelha sobre a mesma” (AGÊNCIA..., 1999).

Lembramos que a cessão de adicional de periculosidade está relacionada apenas aos


líquidos inflamáveis e aos gases inflamáveis desconsiderando os líquidos combustí-
veis.

O anexo 02 da NR 16, Atividades e operações com inflamáveis (líquido e gases)


abrange produção, transporte, processamento e armazenamento, além das executa-
das em área de risco (estabelecidas no Anexo H deste caderno).
103

Nota
“As quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de consumo
próprio dos veículos não serão consideradas para efeito de adicional de
periculosidade” (BRASIL, 2012).

O transporte de líquidos inflamáveis ou gases inflamáveis, em quaisquer vasilhames


e a granel, é considerado em condições de periculosidade. Porém, o transporte de
pequenas quantidades, tais como: líquidos inflamáveis até o limite de 200 l (duzentos
litros), ou gases inflamáveis até o limite de 135 k (cento e trinta e cinco quilos), não se
enquadra como atividade ou operação perigosa para fins de recebimento de adicional
de periculosidade (BRASIL, 2012).

No Anexo H deste Caderno encontra-se a relação de atividades, operações e áreas


de risco, passíveis de enquadramento de periculosidade, estabelecidas na NR 16,
para fins de pagamento de adicional. Como exemplo do que se encontra definido
neste anexo temos: todos os trabalhadores da área de operação têm o direito em re-
ceber 30% do adicional de periculosidade quando realizarem atividades de transporte
e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios
não desgaseificados ou decantados.

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de explosivos.

• ANEXO 2 da NR 16 Atividades e operações perigosas com inflamáveis –


Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A35F7884401366032742033EF/
NR-16%20(atualizada%202012).pdf
• Norma Regulamentadora Nº 20. Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis
e Combustíveis – Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A36A27C14013750E83E095583/
NR-20%20(atualizada%202012).pdf

Quanto às áreas de risco consideradas para as atividades e operações com infla-


máveis, a NR 16 traz uma relação de tabelas por faixa de terrenos, que se encontra
descrita no Anexo H deste caderno. Como exemplo do que se encontra definido neste
anexo temos: nas atividades em poços de petróleo, em produção de gás, a área de
risco é o círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com centro na boca do poço; todos
os trabalhadores que executam atividades nessa área têm direito de receber 30% de
adicional de periculosidade.
104

Comentário:
As atividades ou operações com inflamáveis (líquidos e gases
liquefeitos) que não constam nesta relação e também não são
realizadas em área de risco, do ponto de vista da legislação,
não se enquadram como perigosas para fins de recebimento do
adicional.

4.2.3 Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes


ou Substâncias Radioativas

As atividades ou operações passíveis de enquadramento de periculosidade em conta-


to com radiações ionizantes ou substâncias radioativas foram aprovadas pela Comis-
são Nacional de Energia Nuclear – (CNEN) (BRASIL, 2003), e estão listadas no Anexo
I, deste caderno educativo.

Comentário:
As atividades ou operações com radiações ionizantes ou substâncias
radioativas que não constam, legalmente, neste anexo, não se
enquadram como perigosas, para fins de recebimento do adicional

Saiba Mais!
Consulte o site a seguir para saber mais sobre os critérios técnicos e legais de explosivos.

• ANEXO (*) da NR 16 Atividades e operações perigosas com radiações ionizantes


ou substâncias radioativas – Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A35F7884401366032742033EF/
NR-16%20(atualizada%202012).pdf

4.2.4 Atividades e Operações Perigosas com Eletricidade

Segundo o Decreto Nº 93.412, de 14 de outubro de 1986, no Art. 1º: “São atividades


em condições de periculosidade aquelas relacionadas nos Quadros de Atividades/
Área de Risco, Anexo 1 este decreto”. Estes quadros encontram-se nos Anexos J e K
deste caderno educativo.
105

Observa-se no quadro apresentado nos Anexos J e K deste caderno, que a condi-


ção para enquadramento da periculosidade se dá quando o trabalhador realiza suas
atividades ou operações em Sistema Elétrico de Potência, ou seja, as atividades ou
operações que não constem neste quadro ou não façam parte do Sistema Elétrico de
Potência, legalmente, não são consideradas perigosas, para fins de pagamento de
adicional.

Nota
A definição de Sistema Elétrico de Potência encontra-se na Norma Técnica da ABNT que
tem por título esta mesma expressão: NBR 5460/1992 Sistemas Elétricos de Potência –
Terminologia.

Sistema Elétrico (de potência):


• Em sentido amplo, é o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
• Em sentido restrito, é um conjunto definido de linhas e subestações que assegura a
transmissão e/ou a distribuição de energia elétrica, cujos limites são definidos por meio
de critérios apropriados, tais como localização geográfica, concessionário, tensão, etc.

Analisando os termos da norma, ficam de fora os eletricistas que não realizam suas
atividades ou operações no sistema de geração, transmissão e distribuição. Algumas
empresas possuem subestação, geradores, hidrelétricas e os eletricistas que reali-
zam atividades nesses locais são passíveis de receber o adicional de periculosidade.

Este entendimento é ratificado pelo Tribunal Superior do Trabalho, através da orienta-


ção jurisprudencial 324:

OJ-SDI1-324 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊN-


CIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º (DJ 09.12.2003)

É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que


trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que
o façam com equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam
risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica.
106

4.3 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

4.3.1 Base de Cálculo

Tanto o parágrafo 1º do Art. 193 da CLT quanto a NR 16 asseguram ao trabalhador o


recebimento de adicional de 30% (trinta por cento) incidente sobre seu salário (sem
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da
empresa) para exercício de trabalho em condições de periculosidade (BRASIL, 2012;
BRASIL, 1943). Este critério se aplica apenas para agentes inflamáveis, explosivos,
radiações ionizantes ou substâncias radioativas.

Na Lei 7.369, de 20 de setembro de 1985, o Art. 1º estabelece que o pagamento do


adicional, para atividade no setor de energia elétrica, incida sobre o SALÁRIO QUE
PERCEBER:

O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condi-


ções de periculosidade, tem direito a uma remuneração adicional de trinta por
cento sobre o SALÁRIO QUE PERCEBER.

Então, enquanto para os agentes inflamáveis, explosivos e radiações ionizantes ou


substâncias radioativas, o adicional incide sobre o salário, sem os acréscimos resul-
tantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa, para o agente
eletricidade, o adicional incide sobre o salário a perceber, ou seja, pelo valor total a
ser recebido pelo trabalhador considerando gratificações, a participação nos lucros,
os prêmios, etc.

Verifique o Fluxograma 08. Cálculo do adicional de insalubridade em relação aos


agentes, para uma melhor fixação.
107

Fluxograma 08 – Cálculo do adicional de insalubridade em relação aos agentes.

Com relação à incidência do adicional de periculosidade sobre horas extras, adicional


noturno e horas de sobreaviso, o TST esclarece:

Súmula 132 do TST - Adicional de Periculosidade. Integração:

I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o


cálculo de indenização e de horas extras (ex-Prejulgado nº 3). (ex-Súmula nº
132 - RA 102/1982,DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 - e ex-OJ nº 267 da SBDI-
1 - inserida em 27.09.2002.
II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em con-
dições de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de
periculosidade sobre as mencionadas horas. (ex- OJ nº 174 - Inserida em
08.11.2000).

Sobre o adicional noturno, o TST, por meio da Orientação Jurisprudencial - OJ SDI -1


Nº 259. Adicional noturno. Base de cálculo. Adicional de periculosidade. Integração,
esclarece: “O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional
noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as condições de
risco.”
108

Ou seja, de acordo com o TST, o adicional de periculosidade incide também sobre


as horas extras e o adicional noturno, já que nestas situações o trabalhador também
exerce suas atividades em condições perigosas. Já no caso das horas de sobreaviso,
como o empregado não se encontra em situação de risco, não é cabível a integração
do adicional de periculosidade. Verifique o Fluxograma 09. Em que valores o adicio-
nal de periculosidade incide, para uma melhor fixação.

Fluxograma 09 – Em que valores o adicional de periculosidade incide.

4.3.2 Proporcional a Tempo de Exposição

Existem diversas dúvidas quanto ao pagamento do adicional de periculosidade em


função do tempo em que o trabalhador está exposto ao risco. As dúvidas repercutem
principalmente quando o contato do trabalhador for intermitente ou eventual ao risco.
No intuito de esclarecer essas dúvidas, a seguir apresentaremos o entendimento jurí-
dico sobre o assunto.

• Quanto a riscos por: inflamáveis, explosivos e radiações ionizantes ou subs-


tâncias radioativas

Segundo o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho: Súmula nº 364 – Adicional


de Periculosidade – Exposição Eventual, Permanente e Intermitente:

I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanente-


mente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevi-
do, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
109

(ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003).


II - A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal
e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde
que pactuada em acordos ou convenções coletivos (ex-OJ nº 258 - Inserida
em 27.09.2002).

Fica evidente que, para o entendimento jurídico, a proporcionalidade do pagamento


do adicional de periculosidade em função do tempo de exposição ao risco só é indevi-
da se o contato for eventual, caso contrário, o pagamento é integral.

• Quanto ao risco por eletricidade

Exercendo o trabalhador, atividades ou operações em área de risco: O artigo 2º do


Decreto Nº 93.412, de 14/10/86 estabelece como exclusivamente suscetível de gerar
direito à percepção da remuneração adicional, o exercício das atividades em que o
empregado, independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa:

I - permaneça habitualmente em área de risco, executando ou aguardando


ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento do
adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral.
II - ingresse, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que
o adicional incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na
execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à dispo-
sição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.

Apesar do inciso II do Art. 2º do referido Decreto estabelecer o pagamento em função


do tempo de exposição, no meio jurídico o entendimento é: Enunciado 361 do TST –
Adicional de Periculosidade – Eletricitários – Exposição Intermitente:

O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente,


dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma
integral, tendo em vista que a Lei 7.369/85(Esta lei, institui salário adicional
para os empregados no setor de energia elétrica, em condições de periculo-
sidade) não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação ao seu pa-
gamento.
110

Ou seja, o trabalho exercido no setor de energia elétrica em condições perigosas,


mesmo de forma intermitente, dá direito ao empregado receber o adicional de forma
integral, e não proporcional às horas trabalhadas.

Mas conforme expresso no § 1º do artigo 2º: do Decreto acima, “O ingresso ou a per-


manência eventual em área de risco não geram direito ao adicional de periculosidade.”
Confirmado também pelo Tribunal Superior do Trabalho, por meio: Súmula nº 364 -
Adicional de Periculosidade - Exposição Eventual, Permanente e Intermitente:

I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanente-


mente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevi-
do, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado
o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido
(ex-OJs nº 05 - Inserida em 14.03.1994 e nº 280 - DJ 11.08.2003).

Tanto para o Decreto de Nº 93.412, de 14 de outubro de 1986 como para o entendi-


mento do Tribunal Superior do Trabalho, o empregado que exercer suas atividades
de forma eventual (esporádica) em contato com eletricidade em condições perigosas,
conforme a legislação, não terá direto de receber o adicional de periculosidade.

Nota
Considerando haver divergência de interpretação entre o estabelecido
na Legislação e as Súmulas e as Orientações Jurisprudenciais emitidas
pelo Tribunal Superior do Trabalho, é aconselhado, em caso de dúvida
quanto ao pagamento do adicional ou a proporcionalidade do seu
pagamento, uma consulta ao departamento jurídico da sua empresa.

4.3.3 Acumulação de Adicionais

Caso o trabalhador realize suas atividades ou operações em condições de insalubri-


dade e de periculosidade, o mesmo terá que escolher o adicional que irá receber, não
podendo ter acumulação de adicionais.
111

Importante!
Não se pode acumular dois adicionais (periculosidade e
insalubridade), o trabalhador deve optar por um deles.

4.3.4 Aposentadoria Especial

A partir de 6 de março de 1997, com a publicação do Decreto nº 2.172, de 25 de março


de 1997, suprimiu-se o único agente (eletricidade) que dava o direito ao eletricista à
aposentadoria especial. Atualmente, o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, que
estabelece os benefícios da Previdência Social, não considera atividades ou opera-
ções perigosas passíveis de aposentadoria especial. Portanto, este Decreto só dá
direito à aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde
e integridade física, o que, na legislação trabalhista, significa insalubridade.

Importante!
As atividades ou operações perigosas não dão direito à
aposentadoria especial.

4.4 CESSÃO DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O direito ao adicional de periculosidade não se trata de um direito adquirido, ou seja,


o direito ao adicional cessará quando ocorrer a eliminação do risco à saúde ou à inte-
gridade física do trabalhador (Brasil, 1943).

Entende-se como eliminação do risco, a não existência do agente, por exemplo: retirar
o trabalhador da exposição ou a empresa deixar de realizar as atividade e operações
apresentadas anteriormente no item 4.2. A adoção de medidas de controle para redu-
ção ou gerenciamento do agente, tais como: paredes resistentes ao fogo e/ou à prova
de explosão, Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), uso de EPI (Equipamen-
to de Proteção Individual), Plano de Ação Emergencial (PAE), não cessa o pagamento
do adicional de periculosidade.
112

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A PERICULOSIDADE

Caso exista no ambiente de trabalho algum dos agentes passíveis de enquadramento


de periculosidade, é importante que a empresa, por meio de um profissional habilitado
e competente, elabore um laudo de periculosidade que comprove, ou não, a existên-
cia de condição perigosa. Constatando a periculosidade, a empresa deve efetivar o
pagamento do adicional.

É importante que este profissional elabore o laudo dentro dos critérios técnicos e le-
gais. Neste capítulo, ficou evidente em que condição os agentes explosivos, inflamá-
veis (líquidos e gases), radiações ionizantes ou substâncias radioativas e eletricidade
se enquadram como perigosos para o devido pagamento do adicional.

O pagamento do adicional de periculosidade independe das medidas de controle exis-


tentes na empresa. O pagamento deste adicional depende exclusivamente da exis-
tência de atividade e operações perigosas e trabalho nas áreas de risco, conforme
definido na Legislação, envolvendo os agentes de periculosidade: explosivos, líquidos
e gases inflamáveis, radiações ionizantes ou substâncias radioativas e eletricidade
(SESI, 2008).

Uma boa análise das condições do ambiente de trabalho auxilia a empresa no aten-
dimento à Legislação, na proteção dos seus trabalhadores e na redução dos custos
com Segurança e Saúde no Trabalho.
113

5 ENTENDENDO A CIPA (NR 5)

A origem da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) se deu no governo


do presidente Getúlio Vargas, por meio do Decreto-Lei 7.036, de 10 de novembro de
1944, artigo 82, e completará, em novembro de 2012, 68 anos de existência. Coube à
CIPA o mérito pelos primeiros passos decisivos para a implantação da prevenção de
acidentes do trabalho no Brasil.

Esta Comissão constituída nas empresas, por representantes dos trabalhadores e dos
empregadores, “tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preser-
vação da vida e a promoção da saúde do trabalhador” (BRASIL, 2011a).

Segundo Campos (2006), dois pontos são importantes para atingir esse objetivo:

• Controle dos riscos nos ambientes de trabalho – deverão ser adotadas medi-
das para controlar os riscos, essas medidas vão desde o controle na fonte gera-
dora até a utilização do Equipamento de Proteção Individual. Sendo que a primeira
deverá ser sempre privilegiada.
• Controle das condições e da organização do trabalho – as medidas de orga-
nização do trabalho têm a finalidade de criar ambientes mais cooperativos e moti-
vadores, consistem na mudança de método de trabalho, na reestruturação organi-
zacional, na participação dos trabalhadores e na redução do tempo de exposição
dos trabalhadores aos riscos.

Apesar de mais de meio século de existência, ainda há dúvidas quanto ao assunto,


tais como: Toda empresa necessita constituir CIPA? Quantos membros devem conter
a CIPA? Quais os benefícios para a empresa e para os trabalhadores? Um membro da
CIPA pode ser demitido sem justa causa? Estas e outras perguntas serão respondidas
neste capítulo.

Pretende-se ainda neste capítulo:

- apresentar, em uma linguagem clara, a importância da CIPA para as empresas


e para os trabalhadores.
- capacitar os profissionais que não são da área de Segurança e Saúde no Tra-
balho (SST) para entenderem a constituição e atuação de uma CIPA.
114

5.1. ASPECTO LEGAL

A fundamentação legal da CIPA está estabelecida nos arts. 163 a 165 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) e na Norma Regulamentadora n°. 05 (NR 5). A redação
da NR 5, cujo título é Comissão Interna de Prevenção de Acidentes foi aprovada pela
Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e está na sua 9ª alteração/atualização, a
última versão foi publicada através da Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 .
Esta NR estabelece as diretrizes para a constituição, funcionamento e atribuições da
CIPA (BRASIL, 2011c).

Saiba Mais!
Consulte a NR 5 completa no portal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) –
Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/

5.1.1 Obrigatoriedade para Implementação da CIPA

O art. 163 da CLT determina que “Será obrigatória a constituição de Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo
Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas”
(BRASIL, 1943).

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) determina que a CIPA deve ser constituída
por estabelecimento e mantida “em regular funcionamento nas empresas privadas,
públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta,
instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados” (BRASIL, 2011a) com vín-
culo de trabalho regido pela CLT.

Mas o que é estabelecimento?

Estabelecimento é cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares dif-


erentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, labo-
ratório. Ressalvados os setores com NR específica, estabelecida em portaria, por
exemplo: construção civil, mineração, entre outros. Para empresas prestadoras de
115

serviço ou empreiteiras, estabelecimento é o local onde efetivamente os trabalhos


são desenvolvidos, ou seja, os estabelecimentos estarão dentro de outras empresas
ou em locais públicos. (BRASIL, [200-]). Havendo dúvidas nessa definição, a empresa
poderá consultar o órgão regional do MTE.

Saiba Mais!
Consulte o Manual da CIPA, elaborado pelo Ministério do Trabalho – Disponível em:
http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_cipa.pdf

5.2. CONSTITUIÇÃO DA CIPA

A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, de acordo


com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR 5, de acordo com o Código Na-
cional de Atividades Econômicas (CNAE) e com o número de empregados existentes
na empresa (BRASIL, 2011a).

O empregador define e nomeia os seus representantes, sendo que um deles será o


presidente da CIPA. E os empregados elegem os seus representantes, através de
voto secreto, sendo que um deles será o vice-presidente. Verifique o fluxograma 10.
Constituição da CIPA, para melhor visualização.
116

Fluxograma 10 – Constituição da CIPA.


117

5.2.1 Requisitos para dimensionamento da CIPA

Empresas com até 19 trabalhadores, não se enquadram no Quadro I da NR 5, sendo


assim, deverão designar um trabalhador para cumprir os objetivos da NR 5.

Para a designação do responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR 5, no caso


de empresas com até 19 empregados, podem ser adotados mecanismos de partici-
pação dos empregados através de negociações coletivas.

Empresas com vinte ou mais trabalhadores devem constituir CIPA (BRASIL, 2011a).
No fluxograma 11, podemos observar os requisitos para dimensionamento da CIPA.
118

Fluxograma 11 – Requisitos para dimensionamento da CIPA.


119

• Aprendendo a dimensionar a CIPA

Para aprender a dimensionar a CIPA, apresentamos, a seguir, um exemplo.

Exemplo: A empresa “XX” possui 101 empregados, cuja atividade econômica é a


fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis, enquadrada no CNAE - Classi-
ficação Nacional de Atividades Econômicas com Nº 1053-8.

1º) Passo – Consultar a Tabela 01. QUADRO II da NR 15, Agrupamento de setores


econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE
(versão 2.0), para dimensionamento da CIPA (Transcrito parcialmente a seguir).
Verificar no Quadro II, a que grupo o CNAE 1053-8 pertence.

Quadro 15. QUADRO II da NR 15, Agrupamento de setores econômicos pela Classifica-


ção Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), para dimensionamento da
CIPA.
C-1 - MINERAIS

05.00-3 06.00-0 07.10-3 07.21-9 07.22-7 07.23-5 07.24-3 07.25-1 07.29-4 08.10-0 08.91-6 08.92-4
08.93-2 08.99-1 09.10-6 09.90-4 19.10-1 23.20-6 23.91-5
C-1a - MINERAIS

19.21-7 19.22-5 19.31-4

C-2 - - ALIMENTOS

10.11-2 10.12-1 10.13-9 10.20-1 10.31-7 10.32-5 10.33-3 10.41-4 10.42-2 10.43-1 10.51-1 10.52-0
10.53-8 10.61-9 10.62-7 10.63-5 10.64-3 10.65-1 10.66-0 10.69-4 10.71-6 10.72-4 10.81-3 10.82-1
10.91-1 10.92-9 10.93-7 10.94-5 10.95-3 10.96-1 10.99-6 11.11-9 11.12-7 11.13-5 11.21-6 11.22-4
12.10-7 12.20-4
Fonte: BRASIL, 2011a.

Ele se enquadra no grupo C-2, conforme sinalizado em azul na tabela 01.

2º) Passo – Consultar a Tabela 02. Quadro I. Dimensionamento da CIPA (Tran-


scrito parcialmente a seguir), relacionando o Grupo C-2 ao número de trabalhadores
existentes na empresa, que é 101 empregados, e verificar quantos membros devem
constituir a CIPA.
120

Quadro 16. Quadro I da NR 5, Dimensionamento da CIPA.


N° de Empregados no

Acima de 10.000 para


de Membros da CIPA

cada grupo de 2.500


Estabelecimento /N°

5.001 a 10.000
1.001 a 2.500

2.501 a 5.000
501 a 1.000

acrescentar
101 a 120
GRUPOS

121 a 140

141 a 300

301 a 500
81 a 100
20 a 29

30 a 50

51 a 80
0 a 19

Efetivo 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1
Suplente 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

Efetivo 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1a
Suplente 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2

Efetivo 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 11 2
C-2
Suplente 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...

...
Fonte: BRASIL, 2011a.

A CIPA deve ser constituída por seis membros, sendo três efetivos e três suplentes,
representantes dos empregados, conforme sinalizado em azul na tabela 02.

Vale destacar que este quantitativo refere-se aos representantes dos empregados,
porém como a CIPA deverá ter uma representatividade por igual tanto para o em-
pregador como para os empregados, o empregador indicará seus representantes na
mesma proporção dos empregados.

Portanto, a CIPA será composta por seis membros efetivos (titulares), três mem-
bros representam o empregador e três membros representam os empregados.
A mesma proporção serve para os suplentes.

Os suplentes, cujo quantitativo está estabelecido no Quadro I, são aqueles eleitos


com número de votos imediatamente inferior aos titulares.

A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros,
ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de
121

encerramento das atividades do estabelecimento (BRASIL, 2011d).

5.2.2. Processo Eleitoral

Como informado anteriormente, os representantes dos empregados são nomeados


através de um processo eleitoral, a seguir veremos as etapas deste processo e os
critérios, caso a eleição precise ser anulada.

5.2.2.1. Etapas do Processo Eleitoral

O processo eleitoral é uma sequência de etapas que vai desde a convocação, passa
pela constituição da Comissão Eleitoral (CE), comunicação ao sindicato, divulgação
do edital com a inscrição dos candidatos, eleição, apuração dos votos e posse dos
membros eleitos. Para todas as fases existem critérios e prazos que devem ser cum-
pridos (CAMPOS, 2006a, p. 203).

No fluxograma 12, é possível visualizar melhor as etapas do processo eleitoral da


CIPA.

Fluxograma 12 – Etapas para a realização do processo eleitoral da CIPA.


122

A convocação das eleições para a escolha dos representantes dos empregados


da CIPA deve ser realizada pelo empregador, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias
antes do término do mandato em curso (BRASIL, 2011a).

A Comissão Eleitoral (CE) deve ser constituída pela empresa, caso seja a primeira
vez da implantação da CIPA. Caso não seja, o presidente e o vice-presidente são re-
sponsáveis por constituí-la. A CE tem a função de acompanhar as inscrições, divulgar
os inscritos, rubricar as cédulas, acompanhar a votação, guardar as cédulas, caso a
apuração não seja imediata, efetivar a apuração e declarar os eleitos, titulares e su-
plentes (BRASIL, [200-]).

A legislação não estabelece a quantidade de membros para a CE, ficando a critério


do presidente e do vice-presidente quando houver CIPA, quando não houver, fica a
critério da empresa.

A empresa é obrigada a comunicar ao sindicato da categoria profissional o início do


processo eleitoral (BRASIL, 2011a). Dessa maneira, a eleição é legitimada, pois deixa
a situação transparente e garante aos candidatos que o pleito será disputado e fiscal-
izado (CAMPOS, 2006a, p. 202).

A inscrição para a eleição é individual e os candidatos interessados têm o prazo de 15


dias após a publicação do edital para se inscreverem. A empresa deve dar liberdade
de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de
setores ou locais de trabalho, interessados em se candidatarem a membros da CIPA,
sempre com fornecimento de comprovante (BRASIL, 2011a).

O edital de eleição deve ser publicado e divulgado em locais de fácil acesso e visu-
alização, de forma que a maioria dos trabalhadores tome conhecimento do processo
de eleição. A empresa tem um prazo mínimo de 45 dias antes de se finalizar o man-
dato em curso para publicar o edital (BRASIL, 2011a).

Comentário:
Conforme destacado anteriormente, as inscrições devem ser livres
e com fornecimento de comprovante, que deve conter a data da
efetivação do ato e a assinatura de quem as recebeu. É importante que
a empresa fique com uma cópia desse comprovante, pois é a forma
que ela tem de provar para o órgão fiscalizador, caso solicite, que o
forneceu ao empregado durante a inscrição.

Após o encerramento das inscrições, a comissão eleitoral deverá dar ampla divul-
123

gação dos candidatos.

O período entre a divulgação dos candidatos inscritos e a realização da eleição deve


ser preservado para que os candidatos possam realizar sua campanha eleitoral; o
prazo é de, no mínimo, 15 dias.

A eleição deve ser realizada: no prazo mínimo de 30 dias antes de ser finalizado
o mandato em curso; em dia normal de trabalho; em horário que possibilite a par-
ticipação da maioria dos empregados, respeitando os horários de turnos (BRASIL,
2011a). No caso de empresas em que os trabalhadores não permanecem nos esta-
belecimentos, é possível a utilização de urnas itinerantes, de forma a garantir maior
participação (BRASIL, [200-]). Lembramos que o voto é secreto.

Importante!
O voto é secreto.

A eleição pode ser realizada por meios eletrônicos, lembrando que estes deverão
manter a inviolabilidade do voto, garantindo a vontade manifesta do votante e a pos-
terior avaliação das informações, que devem ser guardadas, de forma acessível à
fiscalização do trabalho, pelo período mínimo de cinco anos (BRASIL, [200-]).

Comentário:
Ocorrendo eleição em mais de um dia, ou em não havendo possibilidade
de apuração logo após o término da votação, a Comissão Eleitoral - CE
deve garantir a guarda segura dos votos (BRASIL, [200-]).

Os votos devem ser apurados em horário normal de trabalho, com acompanhamento


de representante do empregador e dos empregados. Mas quem define o número pes-
soas a participarem da apuração é a comissão eleitoral (BRASIL, 2011a).
Nota
De acordo com a NR 5, havendo participação inferior a cinquenta por
cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos
e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação, que ocorrerá no
prazo máximo de dez dias (BRASIL, 2011a).
124

Os candidatos mais votados assumirão a condição de membros titulares e su-


plentes. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração,


em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de
vacância de suplentes.

Os eleitos tomarão posse no primeiro dia útil após o fim do mandato da CIPA anterior.
Mas se for a primeira eleição da CIPA, o eleito será empossado imediatamente.

No quadro 17, é possível visualizar detalhadamente os prazos para a realização de


cada etapa do processo eleitoral da CIPA.
125

Quadro 17. Prazos para a realização das etapas do processo eleitoral da CIPA.
126

Este caderno educativo traz como anexos, modelos dos documentos que podem ser
utilizados na execução das atividades descritas anteriormente, sendo eles:

• Anexo L – Modelo de ofício para comunicar ao sindicato o início do processo


eleitoral.
• Anexo M – Modelo de edital de convocação para inscrição.
• Anexo N – Modelo de ata para constituir a comissão eleitoral.
• Anexo O – Modelo de edital de publicação e divulgação dos candidatos.
• Anexo P – Modelo de ata de eleição dos representantes dos empregados da
CIPA.
• Anexo Q – Modelo de ata de instalação e posse.
• Anexo R – Modelo de calendário das reuniões.
• Anexo S - Modelo de requerimento para protocolar as atas na unidade descen-
tralizadora do MTE.

Nota
A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo
as atas de eleição e de posse, além do calendário anual das reuniões
ordinárias, deve ficar no estabelecimento, à disposição da fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego, e guardadas por um período mínimo
de cinco anos. A documentação deve ser encaminhada ao Sindicato dos
Trabalhadores da categoria, quando solicitada (BRASIL, 2011a).

5.2.2.2. Anulação da Eleição

“As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade de-
scentralizada do MTE, até 30 dias após a data da posse dos novos membros da
CIPA.” (BRASIL, 2011a).

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) terá um prazo de 60


(sessenta) dias para analisar os fatos das denúncias de irregularidades, podendo so-
licitar a anulação da eleição ou a correção das irregularidades.

Caso a eleição seja anulada, a empresa terá que convocar nova eleição no prazo de
cinco dias, a contar da data de ciência, garantindo as inscrições realizadas anterior-
mente. E também serão reabertos todos os prazos anteriormente definidos, obser-
127

vando novamente todas as regras estabelecidas na lei (BRASIL, [200-]).

Caso a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, o mandato anterior
deverá ser prorrogado até o término do processo eleitoral (BRASIL, 2011a).

5.2.3. Treinamento

A empresa deverá promover treinamento, para todos os membros da CIPA, titulares e


suplentes, antes da posse, com carga horária de 20 horas, distribuídas em no máximo
oito horas diárias, durante o expediente normal da empresa. Quando for a primeira
vez da constituição da CIPA na empresa, o treinamento será realizado no prazo máx-
imo de 30 dias, contados a partir da data da posse (BRASIL, 2011a).

O treinamento deverá ser repetido quando o trabalhador for novamente indicado ou


reeleito, mesmo quando o indicado ou eleito já houver feito o curso anteriormente em
outro estabelecimento.

Importante!
O curso deve ser realizado para cada membro, de cada
mandato da CIPA.

O conteúdo mínimo a ser contemplado no treinamento é descrito no item 5.33 da NR


5 e encontra-se listado no Anexo T deste caderno educativo.

Este treinamento pode ser ministrado por profissionais do Serviço Especializado em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, por en-
tidade patronal, por entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhe-
cimentos sobre os temas (BRASIL, 2011a).

A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade
ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à
empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento (BRASIL,
2011a).
128

Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao trein-


amento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará
a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de
30 dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão (BRASIL, 2011a).

Nota
As empresas que não se enquadram no Quadro I da NR 5 deverão
promover anualmente treinamento para o designado responsável
pelo cumprimento do objetivo da NR 5. Este treinamento é
equivalente em conteúdo àquele ministrado para os membros da
CIPA, porém a carga horária poderá ser negociada por Acordo
ou Convenção Coletiva.

5.3. ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO DA CIPA

5.3.1. Atribuições da CIPA

A NR 5 determina no item 5.16 as atribuições da CIPA, sendo elas:

• Identificar os perigos/ fatores de risco do processo de trabalho e elaborar o


mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores possível,
com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT), quando existir, e colaborar no desenvolvimento e implementação do
PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à Segurança e Saúde no
Trabalho (BRASIL, 2011a).

Verifique o capítulo 01 - Entendendo o PPRA (NR 9) deste caderno educativo, nele


está contida a fundamentação teórica para realizar a avaliação qualitativa dos perigos/
fatores de risco.

As avaliações quantitativas dos perigos identificados devem ser realizadas pelo


SESMT ou responsável pelo PPRA, com os equipamentos de medição específicos,
podendo a CIPA acompanhar a realização das avaliações.
129

A participação dos empregados no processo de identificação dos perigos no ambiente


de trabalho e na elaboração do mapa de risco é extremamente importante, para trazer
um comprometimento nas questões de segurança do trabalho.

Importante!
A participação dos trabalhadores no processo de identificação dos
perigos no ambiente de trabalho é muito importante.

Nota
Mapa de riscos – é uma técnica empregada para coletar o maior número
possível de informações sobre os riscos existentes nos ambientes de
trabalho, levando em conta a avaliação dos funcionários.

• Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de prob-


lemas de segurança e saúde no trabalho e realizar, a cada reunião, avaliação do
cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações
de risco que foram identificadas (BRASIL, 2011a).

A CIPA deverá fazer um plano de ação que deverá conter a descrição da ação, o prazo
para a implementação, os responsáveis e o monitoramento de conclusão das ações.
Este deve ser elaborado tendo em vista que a CIPA é uma comissão proativa, bus-
cando anteceder o acontecimento do problema e também contribuir efetivamente para
a melhoria das condições do ambiente de trabalho. O mesmo pode estar estruturado
em ata de reunião, não necessitando constituir documento separado.

A empresa deve garantir aos membros da CIPA o tempo necessário para que este
plano seja elaborado e monitorado (BRASIL, [200-]).

• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de pre-


venção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais
de trabalho (BRASIL, 2011a).

A CIPA deve participar da implementação e controle das medidas de proteção uma


vez que o conhecimento da realidade do trabalho é fundamental para que se esta-
beleça o controle dos riscos (BRASIL, [200-]).

• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho


130

visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança


e saúde dos trabalhadores e requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empre-
gador, a paralisação de máquina ou setores onde considere haver risco grave e
iminente à segurança e à saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2011a).

Essas verificações são as inspeções de segurança. É importante que as mesmas se-


jam registradas em um formulário específico e, caso seja identificada alguma situação
de perigo iminente no ambiente, ações devem ser tomadas imediatamente para a
correção e outras ações devem ser tomadas para evitar a reincidência da não confor-
midade.

• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e à saúde no


trabalho (BRASIL, 2011a). Para a divulgação, é fundamental que exista espaço em
murais ou quadro de avisos, ou outras formas de comunicação disponibilizadas
pela empresa tais como jornais, internet, rádio (CAMPOS, 2006a, p.182).
• Participar, com o SESMT, quando houver, das discussões promovidas pelo em-
pregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e no processo de
trabalho relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2011a).

• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs), bem


como as cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à se-
gurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2011a).

• Participar, em conjunto com o SESMT, quando houver, ou com o empregador, da


análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados (BRASIL, 2011a).

• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham


interferido na segurança e saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2011a).

• Requisitar à empresa a cópia da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT)


emitida (BRASIL, 2011a).

Nota
A Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) é um documento emitido para
reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida
pela empresa no prazo de 24 horas, ou, se ocorreu óbito, imediatamente.
131

Saiba Mais!
Para saber mais sobre CAT, consulte o site: disponível em:
http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_06_01.asp

• A CIPA deve promover, anualmente, em conjunto com o SESMT (quando houver


um na empresa), a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT) em que
toda a programação deve ter um fim educacional e ser basicamente voltada aos
riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores (CAMPOS, 2006a, p. 179); (BRA-
SIL, 2011a).

• Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Pre-


venção da AIDS (BRASIL, 2011a).

5.3.2. Funcionamento da CIPA

5.3.2.1 Reuniões

A CIPA deve planejar previamente as reuniões, possuindo uma sequência de assuntos


a serem abordados. De acordo com a NR 5, essas reuniões podem ser de dois tipos:

• Ordinárias, realizadas mensalmente, durante o expediente normal de trabalho,


cujo calendário anual foi definido no início do mandato.
• Extraordinária, pode ser solicitada por qualquer membro da CIPA, são realizadas
quando ocorre alguma situação de emergência, tais como: acidente de trabalho
grave ou fatal ou denúncia de situação de risco grave ou eminente.

No Anexo R deste caderno educativo, existe um Modelo de calendário das reuniões.


As reuniões da CIPA deverão ser registradas em atas e todos os presentes devem as-
siná-la. Cada representante deve ficar com cópia da ata de reunião. Os comprovantes
de entrega de cópia das atas a todos os membros da CIPA deverão ficar à disposição
dos Fiscais do Trabalho (BRASIL, 2011a).

As atas ficarão no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Tra-


balho e Emprego (BRASIL, 2011a).
132

5.3.2.2 Das Decisões da CIPA:

As decisões da CIPA serão, preferencialmente, por consenso. Não havendo consenso,


e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado um
processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião (BRASIL, 2011a).

Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento jus-


tificado. A reconsideração relativa às decisões pode ser de iniciativa do empregador,
de um trabalhador ou de grupo deles. A reconsideração deve ser encaminhada à CIPA
(BRASIL, 2011a).

O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária,


quando será analisado, devendo o presidente e o vice-presidente efetivar os encamin-
hamentos necessários (BRASIL, 2011a).

Nota
A mediação, nas decisões da CIPA, pode ser feita por pessoa ou entidade que conte com
o aceite das duas partes. Pode ser alguém da própria empresa, de um dos sindicatos -
quer representantes dos trabalhadores, quer das empresas – pode ser um membro das
comissões tripartites ou bipartites, quando existentes, ou mesmo o órgão regional do MTE
(BRASIL, [200-]).

5.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS

5.4.1. Estabilidade dos Membros da CIPA

É vedada a dispensa arbitrária, ou sem justa causa, do empregado eleito para cargo
de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de
sua candidatura até um ano após o final de seu mandato (BRASIL, 2011a). Todos os
inscritos têm garantia de emprego até a eleição, se o empregado se candidatar é um
133

potencial membro da CIPA, portanto, não poderá ser demitido sem justa causa até o
resultado final da eleição.

Importante!
Os membros da CIPA têm estabilidade garantida desde o registro da
sua candidatura até um ano após o final do mandato.

Caso o cipista deseje sair da empresa, deverá, primeiramente, solicitar por escrito
sua renúncia ao mandato da CIPA ou ao direito da garantia de emprego, quando o
mandato já houver se encerrado. A empresa deverá enviar correspondência ao MTE,
comunicando o fato e a substituição do membro da CIPA pelo suplente. A empresa
poderá efetivar o acordo junto ao sindicato da categoria. O número de suplentes, con-
stante no Quadro I, deve ser mantido com a nomeação do próximo candidato mais
votado, conforme a ata de eleição (BRASIL, [200-]).

Profissionais titulados em matérias de segurança e saúde no trabalho também de-


verão fazer o curso da CIPA se forem eleitos ou indicados para a CIPA. O curso tem
eminente caráter de treinamento, mas é também uma oportunidade de firmar laços
para a consecução dos objetivos da comissão (BRASIL, [200-]).

5.4.2. Mandato dos Membros da CIPA

O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, sendo permitida
apenas uma reeleição consecutiva. Já os indicados pelo empregador podem ficar na
CIPA indefinidamente.

No caso de prestação de serviços com atividades em períodos menores que um ano


em determinado estabelecimento, o fato deve ser comunicado ao órgão descentral-
izado do MTE, que avaliará e definirá caso a caso.

Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabeleci-
mento sem a sua anuência. (BRASIL, 2011a).
134

Nota
Reeleição é a eleição subsequente, ou seja, o empregado foi eleito para o
mandato referente ao ano de 2010 e reeleito para o ano de 2011. Ele está
formalmente impedido de se candidatar ao mandato referente ao ano de 2012
porque seria a segunda reeleição, mas não há nenhum impedimento que ele
venha a se candidatar novamente para a eleição de 2013, voltando a valer a
mesma regra anterior (BRASIL, [200-]).

5.4.3. Perda do Mandato dos Membros da CIPA

O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a
mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa (BRASIL, 2011c). O suplente será
o candidato, na sequência, que obteve o maior número de votos. Esta informação
será obtida através da ata da eleição.

Importante!
Mais de quatro faltas, sem justificativa, nas reuniões ordinárias, o
membro titular da CIPA perderá o mandato.

Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador deve realizar
eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências estabelecidas para o processo
eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela metade. (BRASIL,
2011d).

O período do mandato do novo membro eleito por processo eleitoral extraordinário


deve ser igual ao mandato dos demais membros da comissão. O novo membro deve
receber treinamento no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da
posse.

5.4.4. Afastamento Definitivo do Presidente

No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto,


em dois dias úteis, preferencialmente alguém entre os membros da CIPA indicados
135

(BRASIL, 2011c), ou seja, se for indicado outro empregado que não faça parte da
comissão, o empregador deverá promover treinamento para esse novo membro.

5.4.5. Afastamento Definitivo do Vice-Presidente

No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da repre-


sentação dos empregados escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias
úteis (BRASIL, 2011c). Neste caso, o suplente que estiver na ordem de colocação de-
crescente registrada na ata de eleição, passará a fazer parte dos membros titulares,
inclusive, podendo ser escolhido como vice-presidente.

Nota
No caso de uma empresa com estabelecimentos com atividades
econômicas diferenciadas, cada estabelecimento deve ser tratado segundo
sua classificação de atividade econômica (BRASIL, [200-]).

Saiba Mais!
Consulte a Legislação Comentada: NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, elaborada pelo SESI, disponível em:
http://pro-sst1.sesi.org.br/portal/data/files/FF8080812733A91B0127968ED8C25276/
NR%205.pdf

5.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem uma grande função na


empresa, ela é formada por uma equipe de profissionais, que no trabalho, tem como
missão prevenir os acidentes e as doenças que acometem os trabalhadores, durante
sua vida laborativa. O apoio do empregador é de grande importância para que ela
cumpra a sua missão.

Portanto, quando a CIPA é vista como uma oportunidade de proporcionar um ambi-


ente mais seguro e saudável para o trabalhador, todos ganham, pois o ambiente de
trabalho se torna mais seguro e saudável. Trabalhadores, por estarem protegidos;
empregador, por não onerar seus custos com acidentes e pagamentos de multa pelo
não cumprimento à legislação; e, a sociedade, por meio da Previdência Social, por
136

não ter que arcar com os benefícios ao segurado.

A CIPA deve ser respeitada por todos, e seus membros têm o dever de cumprir suas
atribuições com seriedade e responsabilidade.
137

6 ENTENDENDO O FAP/NTEP

Este capítulo discorrerá sobre o Fator Acidentário Previdenciário FAP e o Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário - NTEP, novos métodos desenvolvidos pelo Instituto
Nacional de Seguro Social – INSS para reduzir o número de acidentes e doenças
relacionados ao trabalho.

O FAP flexibiliza (aumenta ou reduz) as alíquotas de contribuição das empresas ao


antigo Seguro de Acidente de Trabalho SAT, hoje denominado GIIL-RAT (Grau de
Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente de Riscos Ambientais do Trabalho)
ou simplesmente RAT. Aqui serão abordadas questões relativas ao embasamento le-
gal desta mudança, bem como os índices e cálculos para cobrança das alíquotas de
contribuição.

Para o estabelecimento do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP, o


INSS possui uma lista de acidentes ou doenças do trabalho e concede benefícios
acidentários com base em evidências epidemiológicas especificas de atividades
econômicas, sem a necessidade da emissão de Comunicado de Acidente de Trabalho
(CAT) por parte da empresa e sem a necessidade do trabalhador comprovar que o
agravo ocorreu em decorrência do trabalho.

Para as empresas que investem em prevenção e têm baixos índices de ocorrência


de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, estes novos métodos representam
uma possibilidade de reduzir em até 50% a alíquota do RAT, ao contrário, para as em-
presas que não investirem em prevenção e não reduzem seus índices de acidentes
e doenças relacionadas ao trabalho, há a possibilidade de ter sua alíquota do RAT
aumentada em até 100%.

Ao final deste capítulo, o aluno poderá reunir elementos críticos para o entendimento
do NTEP e o gerenciamento adequado do FAP, principalmente no que se refere ao
papel da gestão de informação, bem como das ações de prevenção no campo da se-
gurança e saúde no trabalho nas empresas.
138

6.1 ENTENDENDO O NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVI-

DENCIÁRIO - NTEP

No Brasil, quando um trabalhador sofria um acidente de trabalho ou adquiria uma


doença ocupacional, para que ele conseguisse um benefício acidentário junto ao In-
stituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso a empresa não emitisse a Comuni-
cação de Acidente do Trabalho – CAT, ele teria que provar que o agravo à sua saúde
decorreu ou foi agravado pelo trabalho. Não se levava em conta tampouco se a em-
presa que o empregava apresentava indicadores altos ou baixos de adoecimento ou
óbito no trabalho quando comparada às demais (Oliveira, 2010).

O INSS condicionava a concessão do benefício acidentário à apresentação da CAT


por parte da vítima, condições que atribuíam à CAT um peso extraordinário, que de um
lado estimulava a subnotificação por parte do empregador, e, de outro, ultrajava o di-
reito dos empregados. Um dos motivos da subnotificação da CAT, dentre vários, parte
do princípio de que com a emissão da CAT, o empregador está assumindo a culpa,
e o mesmo pode sofrer, como consequência, ações penais, cíveis, previdenciárias e
trabalhistas (Oliveira, 2010).

Nesse cenário aparece o NTEP, que consiste em conhecer quais doenças (por
meio do Código Internacional de Doenças - CID) e acidentes estão relacionados
com a prática de uma determinada atividade econômica (Classificação Nacional
de Atividade Econômica - CNAE). Com o NTEP, quando o trabalhador adoecer ou
sofrer um acidente e esse tipo de agravo esteja relacionado diretamente com a ativi-
dade econômica, esse agravo será caracterizado como acidente de trabalho. De que
forma isso pode ocorrer? A partir do cruzamento das informações da Classificação
Internacional de Doenças – CID-10 com o código da Classificação Nacional de Ativ-
idade Econômica – CNAE. Esta associação apontará a existência de uma relação
entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador, caracterizando
assim um nexo setorial. Caberá ao perito médico do INSS reconhecer o nexo individ-
ual ou não. Esta informação está fundamentada no § 3o do Art.337, lista C do anexo
II do Decreto 3048/99.
139

Nota
A indicação do NTEP está embasada em estudos científicos
alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia.
A partir dessa referência, a Medicina pericial do INSS ganha
mais uma importante ferramenta auxiliar em suas análises
para conclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho
apresentada, se, de natureza previdenciária ou acidentária
(acidente de trabalho ou doença ocupacional). (BRASIL
MPAS, 2011).

A seguir, apresentamos um exemplo para fixar o aprendizado:

Exemplo:

Um trabalhador de uma empresa X, cuja atividade econômica é Fabricação de Pro-


dutos de Panificação (CNAE desta atividade é 1091 – Anexo V Decreto Nº 6.957, de
9 de setembro de 2009), encontra-se com uma enfermidade, procurou o médico, que
lhe afastou com o código CID 10 - A15 (esse código, refere-se à doença tuberculose).
A empresa não reconheceu que essa doença foi adquirida em função do trabalho e
não emitiu a CAT. Após 15 dias de afastamento, a empresa encaminha para a pre-
vidência o trabalhador com a solicitação do benefício auxílio-doença previdenciário,
código B31. O perito do INSS, com o CID do relatório médico e a CNAE da empresa,
consulta a Lista C do Anexo II do Decreto Nº 6.957/2009. Segue abaixo o quadro
correspondente ao CID 10 A15 e a CNAE 1091. A perícia médica do INSS cruza as
duas informações e verifica que a doença tem nexo epidemiológico com a atividade
econômica. Desta forma, a perícia médica do INSS, após análise, poderá ou não fazer
caracterização do nexo automaticamente, enquadrando a enfermidade como acidente
de trabalho e não como “doença comum” (aquela que não é de origem do trabalho).

INTERVALO CID-10 CNAE

0810 1091 1411 1412 1533 1540 2330 3011 3701 3702 3811 3812
3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4299 4312
A15-A19 4321 4391 4399 4687 4711 4713 4721 4741 4742 4743 4744 4789
4921 4923 4924 4929 5611 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8610
9420 9601
140

Com a aplicação desta ferramenta, a Previdência Social pode reconhecer o acidente


de trabalho ou as doenças relacionadas ao trabalho sem a emissão da CAT, com isso,
quando a empresa considerar improcedente o nexo, ela terá que provar que o agravo
apresentado pelo trabalhador não possui relação causal com o trabalho exercido pelo
indivíduo.

Importante!
Os demais códigos da CNAE poderão ser acessados pela página do Ministério
do Trabalho e Emprego MTE, disponível em http://portal.mte.gov.br/legislacao/
normas-regulamentadoras-1.htm

Saiba Mais!
O conceito de Acidente de Trabalho está fun-
damentado na Lei nº 8.213/91, nos seguintes
artigos:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercí-


cio do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou a redução, permanente ou temporária, da capacida-
de para o trabalho.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos
do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à de-
terminada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social.
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione dire-
tamente, esta circunstância consta da lista mencionada.
141

Nota
As doenças profissionais ou do trabalho são equiparadas aos acidentes do trabalho.
Portanto, ambas as situações concederão o direito ao segurado (empregado que
contribui para a previdência social) ao benefício auxílio-doença acidentário (codificado
- B91) e não auxílio-doença previdenciário (codificado B31) benefício este, concedido
para indivíduos com problemas de saúde que não têm relação com o trabalho.
A principal diferença entre o auxílio-doença previdenciário e o auxílio-doença acidentário
é que no segundo caso, o trabalhador é considerado licenciado e terá estabilidade no
emprego por 12 meses após o retorno às atividades (Lei nº 8.213/1991, art. 118).

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho:


IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de
trabalho:
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da sa-
tisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

6.1.1 Embasamento Legal do NTEP

• Lei nº 8.213/91: alterada pela Lei nº 11.430, de 26 de dezembro de 2006.


• Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 (Regulamento de Benefícios da Previdên-
cia Social).
• Resolução MPS/CNPS Nº 1.269, de 15 de fevereiro de 2006.
• Instrução Normativa nº 31/INSS/PRES, de 10 setembro de 2008 e
• Orientação Interna nº 200 INSS/Dirben, de 25 de setembro de 2008.

6.1.2 As Implicações Legais e Econômicas do NTEP para as Empre-


sas

As empresas deverão ficar muito atentas para evitar o aumento de custos dos afasta-
mentos e a formação de passivos trabalhistas de elevada imprevisibilidade.
142

Quadro 20. Riscos potenciais para as empresas

RISCOS POTÊNCIAIS comentários

Aumento do custo de
A concessão, pela Previdência Social, do benefício aci-
produção pelo pag-
amento do FGTS do → dentário, obriga o recolhimento do FGTS no período de afasta-
mento do trabalhador.
trabalhador afastado
Mínima de 12 meses após o retorno à atividade (Lei nº
Estabilidade temporária
do trabalhador → 8.213/1991, art. 118). Isto porque o benefício foi o auxílio-
doença acidentário.
Concessão de
No período mínimo de 12 meses e máximo de 361 meses após
benefícios acidentários
desligamento (art. 15 da Lei nº 8.213/1991), quando o trabal-
e ações de reintegração
após desligamento da → hador ainda é considerado segurado da Previdência Social,
poderá ser aferido um NTEP, o que obriga a reintegração, a
empresa (Período de
estabilidade, ao FGTS e aos benefícios previdenciários.
Graça)
Reparação por danos patrimoniais, morais e estéticos, quando
for o caso, movida pelos trabalhadores. O conceito legal de
Ações trabalhistas inde-
nizatórias → acidente do trabalho, previsto no art. 19 da Lei nº 8213/1991,
aplica-se tanto para fins previdenciários quanto para civis e
trabalhistas.

Ações regressivas em A Resolução CNPS Nº 1.291/2007 recomenda ao INSS que


desfavor das empresas
pelo INSS
→ amplie as proposituras de ações regressivas contra os empre-
gadores considerados responsáveis por acidentes do trabalho.

Aumento da alíquota do
RAT Ajustado, por meio
do FAP.
→ Aumenta os custos das empresas.

6.1.3 Como a empresa1tomará ciência do NTEP e de que forma po-


derá recorrer?

• A empresa tomará ciência do NTEP pelo endereço eletrônico www.previdencia.


gov.br ou, subsidiariamente, pela Comunicação de Resultado do Requerimento
de Benefício por Incapacidade (CRER), entregue ao trabalhador.
• Um requerimento poderá ser redigido pela empresa, feito em duas vias e entregue
nas Agências da Previdência Social (APS), devendo ser protocolado no Sistema
Integrado de Protocolo da Previdência Social (SIPPS).
• A empresa, no ato do requerimento da não aplicação do NTEP, deverá apresentar
documentação probatória que demonstre que os agravos não possuem nexo com
1 Isso ocorrerá quando o segurado tiver contribuído mais de dez anos sem interrupções que acarretem a perda dessa
qualidade e também comprovar situação de desemprego. Se comprovar apenas uma das condições, o período será de 24
meses. Se não comprovar qualquer das condições, o período será de 12 meses. Fonte: Manual NTEP e FAP – SESI, Brasília
2010.
143

o trabalho exercido pelo segurado.


• A documentação deverá ser obrigatoriamente contemporânea à época do agravo,
devendo constar a assinatura do profissional responsável para cada período, dev-
idamente registrada, e comprovada sua regularidade em seu órgão de classe:
número de registro, anotação técnica ou equivalente.
• A APS informará ao segurado (trabalhador) a existência do requerimento da em-
presa, somente quando tender pela não confirmação do NTEP para que, havendo
desejo de apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias da ciência do requeri-
mento, assim se possa proceder.
• A análise do requerimento e das provas produzidas será realizada pela perícia
médica, cabendo ao setor administrativo da APS comunicar o resultado da análise
à empresa e ao segurado.
• Da decisão do requerimento cabe recurso, com efeito suspensivo (Parágrafo
2o do art. 21-A da Lei no 8.213/1991), por parte da empresa ou, conforme o
caso, do segurado (trabalhador) ao Conselho de Recursos da Previdência So-
cial (CRPS). O prazo para interposição de recurso contra decisão exarada em
contestação do NTEP será de 30 dias, contados da ciência da decisão proferida.
• O INSS procederá à marcação eletrônica do benefício no Sistema de Adminis-
tração de Benefícios por Incapacidade (SABI), que estará sob efeito suspensivo,
deixando para alterar a espécie após o julgamento do recurso pelo CRPS, quando
for o caso.
• O recurso da empresa ao CRPS, quando acatado, fará que o benefício acidentário
gere efeitos de benefício previdenciário, isentando-a do recolhimento para o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço e com respeito à estabilidade após o retorno ao
trabalho, em caso de cessação da incapacidade.
• O recurso do segurado ao CRPS, se acatado, fará que o benefício previdenciário
gere efeitos de benefício acidentário, obrigando a empresa ao recolhimento para o
FGTS e com respeito à estabilidade após o retorno ao trabalho, em caso de ces-
sação da incapacidade.
• O efeito suspensivo não prejudica o pagamento regular do benefício ao segu-
rado (trabalhador), desde que atendidos os requisitos de carência que permitam
a manutenção do reconhecimento do direito ao benefício, como o auxílio-doença
previdenciário.

6.1.4 Contestação do NTEP


144

Nesta situação, a empresa poderá contestar a não aplicação do NTEP, caso recon-
heça que o agravo não possui nexo causal com as atividades exercidas pelo trabal-
hador, desde que tenha evidências que comprovem esta inexistência de nexo. Esta
contestação é feita por meio de requerimento ao Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), em até 15 (quinze) dias após a data de entrega da Guia de Recolhimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Informações à Previdência Social
(GFIP) – normalmente no dia 7 de cada mês. Caso o requerimento não seja protoco-
lado nesse período, para a Previdência Social, a empresa reconhece o nexo (Manual
SESI – 2010).

Importante!
Com a aplicação do NTEP a CAT deixou de existir?
A CAT continua valendo, conforme preconiza o art. 22 da Lei nº 8213/91. Somente é
excepcionada a multa no caso do reconhecimento do acidente ou doença laboral feito
pela perícia médica do INSS, por intermédio do art. 21-A desta lei (Remígio,2009).

6.2 ENTENDENDO O FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP)

No Brasil, as empresas pagam para a Previdência Social uma alíquota, antigamente


chamada Seguro Acidente de Trabalho (SAT), hoje denominada GIIL-RAT (Grau de
Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente de Riscos Ambientais do Trabalho)
ou simplesmente RAT. Este seguro tem a finalidade de financiar os benefícios previ-
denciários que são concedidos aos trabalhadores que sofrem acidentes ou doenças
de trabalho.

O valor da alíquota do RAT de cada empresa é determinado por meio de um calculo


que depende de duas variáveis, além da folha de pagamento da empresa: o Per-
centual do RAT Ajustado, que é o grau de risco da atividade econômica da empresa,
e o Fator Acidentário de Prevenção da empresa, que é o fator multiplicador sobre o
grau de risco.

A Lei Nº 8.212/91, Art. 22, inciso II define os percentuais dessa alíquota por classifi-
cação de risco, conforme descrição:
145

Figura 25 Percentuais da alíquota do RAT por classificação de risco.

O Fator Acidentário de Prevenção - FAP é um multiplicador sobre essas alíquotas.


Esse multiplicador deve variar em um intervalo fechado contínuo de 0,5 a 2,0. Desta
forma, essas alíquotas poderão ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até
100%.

Comentário:
O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do
trabalhador, estimulando as empresas a implementarem políticas mais efetivas de
segurança e saúde no trabalho para reduzir a acidentalidade.

Assim, o FAP, que será recalculado anualmente, individualizará a alíquota aumentando


ou reduzindo o valor, de acordo com a frequência (quantidade), a gravidade e o
custo das ocorrências acidentárias (acidente de trabalho, doença do trabalho e
doença profissional, pensão por morte, aposentadoria por invalidez) de cada empresa.
Portanto, com o FAP, as empresas com mais acidentes e com maior gravidade em
uma subclasse – CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) passarão a
contribuir com RAT AJUSTADO maior, enquanto as empresas com menor acidental-
idade terão o RAT AJUSTADO menor.

Figura 26. Ilustração sobre a proporcionalidade entre acidentalidade e RAT ajustado.


146

6.2.1 Embasamento Legal do FAP

• Art. 10 da Lei nº 10.666, de 8 maio de 2003.


• Decreto nº 3.048 (Regulamento de Benefícios da Previdência Social), de 6 de maio
de 1999.
• Resolução MPS/CNPS Nº 1.308, de 27 de maio de 2009.
• Resolução MPS/CNPS Nº 1.309, de 24 de junho de 2009.
• Resolução MPS/CNPS Nº 1.316, de 31 de maio de 2010.
• Portaria Interministerial nº 451, de 23 de setembro de 2010.
• Portaria Interministerial nº 329, de 10 de dezembro de 2009.
• Ato Declaratório Executivo SRF nº 3, de 18 de janeiro de 2010.

6.2.2 Aplicação da Metodologia do FAP

Para facilitar a compreensão desta metodologia, cuja fonte é a Resolução MPS/CNPS


Nº 1.316, de 31 de maio de 2010 - anexo 01, é fundamental conhecer a definição das
variáveis apresentadas no Quadro 21 (página ao lado).
147

Quadro 21. Termos comumente utilizados pela metodologia do FAP


Evento: cada um dos registros de benefício das espécies de natureza acidentária: B91 - Auxílio-Do-
ença Acidentário, B92 - Aposentadoria por Invalidez Acidentária, B93 - Pensão por Morte Acidentária
e B94 - Auxílio-Acidente Acidentário e as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT.

Período-Base - PB: período de tempo em meses ou anos que define o universo de benefícios e vín-
culos extraídos dos sistemas informatizados de benefícios do INSS e do CNIS que será considerado
para o cálculo do FAP.

Frequência: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doenças do


trabalho em determinado tempo. Inclui toda a acidentalidade registrada mediante Comunicação de
Acidente de Trabalho - CAT e os benefícios acidentários estabelecidos a partir de nexos técnicos,
inclusive o NTEP, que não tem CAT associada.

Gravidade: índice baseado na intensidade de cada ocorrência acidentária, estabelecido a partir da


multiplicação do número de ocorrências de cada espécie de benefício acidentário por um valor fixo
representando os diferentes níveis de gravidade: 0,50 para pensão por morte; 0,30 para aposenta-
doria por invalidez; 0,1 para afastamento temporário e 0,1 para auxílio-acidente.

Custo: dimensão monetária do acidente, que expressa os gastos da Previdência Social com paga-
mento de benefícios de natureza acidentária e sua relação com as contribuições das empresas.

Massa Salarial - MS, anual: soma, em reais, dos valores salariais, incluindo o 13º salário, informados
pela empresa junto ao CNIS.
Vínculo Empregatício: é identificado por um Número de Identificação do Trabalhador - NIT, um nú
mero no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ e uma data de admissão.

Vínculos Empregatícios - média: é a soma do número de vínculos mensal em cada empresa, com
registro junto ao CNIS informados pela empresa, via SEFIP/GFIP dividido pelo número de meses do
período.

Data de Despacho do Benefício - DDB: é a data (dia/mês/ano) em que é processada a concessão


do benefício junto à Dataprev.

Data Início do Benefício - DIB: é a data (dia/mês/ano) a partir da qual se inicia o direito ao benefício;

Data Cessação do Benefício - DCB: é a data (dia/mês/ano), a partir da qual se encerra o direito ao
recebimento do benefício.

Idade: é a idade do segurado, expressa em anos, na data do início do benefício.

Salário de Benefício: valor que serve de base aos percentuais que calcularão a renda mensal dos
benefícios (Mensalidade Reajustada - MR).

Renda Mensal Inicial - RMI (pura): valor inicial do benefício no mês.

CNAE 2.0: é a classificação das áreas econômicas, aprovada e divulgada pela Comissão Nacional
de Classificações - CONCLA, vigente a partir de janeiro de 2007: a versão 2.0 da CNAE tem 21 se-
ções, 87 divisões, 285 grupos, 673 classes e 1.301 subclasses.

Se desejar saber mais sobre a estrutura do CNAE 2.0 consulte o anexo U deste caderno.

CNAE-Subclasse preponderante da empresa: menor subdivisão componente da CNAE 2.0 declara-


da pela empresa como sendo a que agrega o maior número de vínculos.

Verifique o exemplo do anexo V deste caderno.


148

6.2.2.1 Fontes dos Dados para Calcular o FAP

Como o FAP é calculado através dos registros de frequência (quantidade), a gravi-


dade e o custo das ocorrências acidentárias (acidente de trabalho, doença do tra-
balho e doença profissional, pensão por morte, aposentadoria por invalidez) de cada
empresa, para obter esses registros, a metodologia estabelece os seguintes critérios:
Para os cálculos dos Índices de Frequência, de Gravidade e de Custo, foram definidas
as seguintes fontes de dados:

• Registros da Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT relativos a cada aci-


dente ocorrido.
• Registros de concessão de benefícios acidentários que constam nos sistemas in-
formatizados do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS concedidos a partir de
abril de 2007, sob a nova abordagem dos nexos técnicos aplicáveis pela perícia
médica do INSS, destacando-se aí o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
- NTEP. O critério para contabilização de benefícios acidentários concedidos é a
observação de Data de Despacho do Benefício - DDB dentro do Período Base
(PB) de cálculo.
• Dados populacionais empregatícios registrados no Cadastro Nacional de Infor-
mações Social - CNIS, do Ministério da Previdência Social - MPS, referentes ao
período-base. As empresas empregadoras informam ao CNIS, entre outros dados,
os respectivos segmentos econômicos aos quais pertencem segundo a Classifi-
cação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, número de empregados, mas-
sa salarial, afastamentos, alíquotas de 1%, 2% ou 3%, bem como valores devidos
ao Seguro Social.
• A expectativa de sobrevida do segurado será obtida a partir da tábua completa de
mortalidade construída pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para
ambos os sexos, mais recente no Período Base.

6.2.2.2 Cálculo do FAP

Para calcular o FAP é preciso calcular os seguintes índices:


149

6.2.2.2.1 Cálculo dos Índices de Frequência, Gravidade e Custo

A matriz para os cálculos da frequência, gravidade e custo, e para o cálculo do FAP


será composta pelos registros de toda a Comunicação de Acidente de Trabalho -
CAT e pelos registros dos benefícios de natureza acidentária (acidentes de trabalho,
doença profissional, doença do trabalho, aposentadoria por invalidez e pensão por
morte).

Os benefícios de natureza acidentária serão contabilizados no Cadastro Nacional de


Pessoa Jurídica - CNPJ ao qual o trabalhador estava vinculado no momento do aci-
dente, ou ao qual o agravo esteja diretamente relacionado.

A geração do Índice de Frequência, do Índice de Gravidade e do Índice de Custo para


cada uma das empresas se faz do seguinte modo:

• Índice de Frequência

Indica a incidência da acidentalidade em cada empresa. Para este índice são com-
putadas as ocorrências acidentárias registradas por meio de Comunicação de Aci-
dente de Trabalho - CAT e os benefícios sem registro de CAT, espécies B91
(Auxílio-doença por acidente do trabalho) e B93 (pensão por morte por acidente
do trabalho), ou seja, aqueles que foram estabelecidos por nexos técnicos, in-
clusive por NTEP.

Podem ocorrer casos de concessão de B92 (aposentadoria por invalidez – parcial


ou total) e B94 (Auxílio-acidente por acidente do trabalho) sem a precedência de
um B91 e sem a existência de CAT e nestes casos serão contabilizados como regis-
tros de acidentes ou doenças do trabalho.

Obs.: Os códigos B91, B92, B93 e B94 são utilizados pela Previdência Social para
cada tipo de benefício concedido ao segurado acidentado (acidente típico ou doença
do trabalho ou profissional).

O cálculo do Índice de Frequência para cada empresa (CNPJ) é obtido mediante a


aplicação da seguinte expressão:
150

Índice de Frequência = número de acidentes registrados em cada empresa + os


benefícios que entraram sem CAT vinculada, por nexo técnico/número médio de vín-
culos x 1.000 (mil).

Resumindo a fórmula, tem-se:

Índice de frequência = (número de CAT) + (B91 + B92 + B93 + B94 - sem CAT) x 1000
Número médio de vínculos

• Índice de Gravidade

Indica a gravidade das ocorrências acidentárias em cada empresa.


Para esse índice são computados todos os casos de afastamento acidentário por
mais de 15 dias (auxílio-doença acidentário-B91), aos casos de auxílio-acidente
(B94), de aposentadoria por invalidez (B92) e de pensão por morte acidentária (B93)
são atribuídos pesos diferentes para cada tipo de afastamento em função da
gravidade da ocorrência, conforme a figura abaixo:

Figura 27. Pesos atribuídos para cada tipo de benefício

O cálculo do índice de gravidade para cada empresa (CNPJ) é obtido mediante a apli-
cação da seguinte expressão:

Índice de Gravidade = [(número de benefícios de auxílio-doença por acidente (B91) x


0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de benefícios por morte
(B93) x 0,5 + o número de benefícios por auxílio-acidente (B94) x 0,1) / (número médio
de vínculos)] x 1.000 (mil).
151

Resumindo a fórmula, tem-se:

Índice de Gravidade = (B91 x 0,1) + (B92 x 0,3) + (B93 x 0,5) + (B94 x 0,1) x 1000
Número médio de vínculos

Importante!
De acordo com o cálculo do índice de gravidade, observa-se que,
quanto mais grave for o acidente, maior será o peso na hora do
cálculo, isto é um sinal de alerta para as empresas, ou seja, as
empresas que não investirem em segurança e saúde do trabalhador
terão provavelmente um índice de gravidade maior.

• Índice de Custo

Representa o custo dos benefícios por afastamentos cobertos pela Previdência.


Para esse índice são computados os valores pagos pela Previdência em rendas men-
sais de benefícios. No caso do auxílio-doença acidentário (B91), o custo é calculado
pelo tempo de afastamento, em meses e fração de mês, do trabalhador dentro do
Período base de cálculo do FAP.

Nos casos de benefícios por invalidez (B92) e o auxílio-acidente acidentário, (B94),


e pensão por morte (B93), os custos são calculados fazendo-se uma projeção da
expectativa de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construída pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira,
considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.

O cálculo do índice de custo para cada empresa (CNPJ) é obtido mediante a apli-
cação da seguinte expressão:

Índice de custo = (valor total de benefícios/valor total de remuneração paga pelo es-
tabelecimento aos segurados) x 1.000 (mil).
152

Resumindo a fórmula, tem-se:

Índice de Custo = (Valor total de benefícios) x 1000


Massa Salarial

6.2.2.3 Geração do FAP por Empresa

Após o cálculo dos Índices de Frequência, de Gravidade e de Custo, são atribuídos os


percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada um
desses índices (SESI/DN, 2011).

Desse modo, a empresa com menor índice de frequência de acidentes e doenças do


trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o estabelecimento com
maior frequência acidentária recebe 100%. O percentil é calculado com os dados or-
denados de forma ascendente (Todeschini & Couto, 2009).
O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa Sub-
classe da CNAE é dado pela fórmula abaixo: (SESI/DN, 2011)

Percentil = 100 x (N ordem - 1)


(n – 1)

Onde:

n = número de estabelecimentos (empresa) na Subclasse;


N ordem = posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.

A partir dos percentis de ordem é criado um índice consolidado (IC), atribuindo pon-
derações (pesos) a esses percentis calculados de cada empresa (SESI/DN, 2011).

O critério das ponderações para a criação do índice consolidado pretende dar o


153

peso maior para a gravidade (0,50 ou 50%), de modo que os eventos morte e invali-
dez tenham maior influência no índice consolidado (SESI/DN, 2011).

A frequência recebe o segundo maior peso (0,35 ou 35%) garantindo que a fre-
quência da acidentalidade também seja relevante para a definição do índice consol-
idado. Por último, o menor peso (0,15 ou 15%) é atribuído ao custo. Desse modo,
o custo que a acidentalidade representa faz parte do índice consolidado, mas sem se
sobrepor à Frequência e à Gravidade (SESI/DN, 2011).

O índice consolidado calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a dis-
tribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar de
0 a 2. Os valores de IC inferiores a 0,5 receberão, por definição, o valor de 0,5, que é
o menor Fator Acidentário de Prevenção. Este dispositivo será aplicado aos valores
FAP processados a partir de 2010 (vigências a partir de 2011) (SESI/DN, 2011).

Após o cálculo do IC de uma empresa, o resultado encontrado foi 0,2. De acordo com
a informação acima, pelo fato do IC calculado ser inferior a 0,5, neste caso, o valor
atribuído ao IC será igual a 0,5.

A fórmula para o cálculo do índice consolidado (IC) é a seguinte:

IC = (0,50 x percentil de ordem de gravidade + 0,35 x percentil de ordem de


frequência + 0,15 x percentil de ordem de custo) x 0,02
Fonte: SESI/DN, 2011

Entenda a lógica do bônus e do malus

Aos valores de IC calculados aplica-se:

Caso 1

Para IC < 1,0 (bônus). Neste caso, a empresa recebe uma redução na alíquota do AT,
uma vez que o FAP será aplicado no intervalo compreendido entre 0,5 e 1,0.

Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente, decorrentes de


acidentes ou doenças do trabalho, seu valor FAP não pode ser inferior a 1 (SESI/
DN, 2011), ou seja, a empresa perde o direito ao bônus. Caso nessa situação a em-
presa comprovar, de acordo com regras estabelecidas pelo INSS, investimentos em
recursos materiais, humanos e tecnológicos em melhoria na segurança do trabalho,
com o acompanhamento dos sindicatos dos trabalhadores e dos empregadores, por
154

definição, nesses casos, o FAP será adotado como 1,0000” (SESI/DN, 2011).

Caso 2

Para IC > 1,0 (malus) - Neste caso, a empresa terá a alíquota do RAT aumentada.
“O FAP não será aplicado nesta faixa em sua totalidade (intervalo de 1 a 2) a partir
do processamento em 2010 (vigências a partir de 2011), então o valor do IC deve ser
ajustado para a faixa malus mediante aplicação da fórmula para interpolação. A apli-
cação desta fórmula implica o cálculo do FAP em função de uma redução de 25% no
valor do IC calculado” (SESI/DN, 2011): FAP = IC - (IC - 1) x 0,25.

1. Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente e seu IC


seja superior a 1 (faixa malus) o valor do FAP será igual ao IC calculado (SESI/DN,
2011), ou seja, a empresa não terá direito à concessão de 25%.
2. Se os casos de morte ou invalidez permanente citados no item anterior forem
decorrentes de acidente do trabalho tipificados como acidentes de trajeto, fica
mantida a aplicação da redução de 25% ao valor do IC calculado (SESI/DN,
2011).

Importante!
1. O princípio de distribuição de bônus e malus para empresas contidas em uma SubClasse CNAE
que apresente quantidade de empresas igual ou inferior a 5, fica prejudicado. Nos casos de
empresas enquadradas em SubClasse CNAE contendo número igual ou inferior a 5 empresas, o
FAP será por definição igual a 1,0000, ou seja, um FAP neutro. Empresas optantes pelo Simples
e Entidades Filantrópicas terão, por definição, FAP = 1,0000, ou seja, um FAP neutro (SESI/DN,
2011).
2. Ocorrendo problemas de informações e cadastro que impossibilitem o cálculo do FAP para uma
empresa (não informação da atividade preponderante na GFIP pela empresa ou incorreções
no cadastro da Receita Federal do Brasil), o valor FAP atribuído será igual a 1,0000. Se no
processamento anual seguinte do FAP for averiguado problema que impossibilite, novamente, o
cálculo do FAP, será atribuído valor igual a 1,5000. A partir do terceiro processamento consecutivo
com impossibilidade de cálculo do FAP por problemas de informações e cadastro, a empresa
terá valor FAP atribuído igual a 2,0000. Ao efetuar a correção que impedia o processamento, a
empresa terá o seu FAP calculado normalmente no ano seguinte à correção (SESI/DN, 2011).
155

6.2.2.4 Cálculo da Taxa de Rotatividade para a Aplicação do FAP

Após a obtenção do índice do FAP, conforme metodologia definida no Anexo da Res-


olução MPS/CNPS Nº 1.308, de 27 de maio de 2009, não será concedida a bonificação
para as empresas cuja taxa média de rotatividade for superior a setenta e cinco por
cento (SESI/DN, 2011), (75%), salvo se comprovarem que tenham sido observadas
as normas de Segurança e Saúde no Trabalho em caso de demissões voluntárias ou
término de obra. Para cumprir o estabelecido, a taxa média de rotatividade será defin-
ida e calculada da seguinte maneira:

A taxa média de rotatividade do CNPJ consiste na média aritmética resultante das


taxas de rotatividade verificadas anualmente na empresa, considerando o período
total de dois anos.

A taxa de rotatividade anual é a razão entre o número de admissões ou de rescisões


(considerando-se sempre o menor) sobre o número de vínculos na empresa no início
de cada ano de apuração, excluídas as admissões que representarem apenas cresci-
mento e as rescisões que representarem diminuição do número de trabalhadores do
respectivo CNPJ.

Justificativa:

O cálculo da taxa de rotatividade para cada ano é obtido da seguinte maneira:

Taxa de rotatividade anual = mínimo (Nº de rescisões ou admissões no ano) x100

Nº de vínculos no início do ano

Em seguida, calcula-se a taxa média de rotatividade da seguinte maneira:

Taxa média de rotatividade = média das taxas de rotatividade anuais dos


últimos dois anos.

As empresas que apresentam taxa média de rotatividade acima de setenta e cinco por
cento não poderão receber redução de alíquota do FAP, salvo se comprovarem que
156

tenham sido observadas as normas de Segurança e Saúde no Trabalho em caso de


demissões voluntárias ou término de obra (SESI/DN, 2011).

Comentário:
Sobre a aplicação da trava da rotatividade, a Previdência Social está estimulando a
responsabilidade social das empresas, cuidando, inclusive, para que as empresas
que mantêm seu quadro de pessoal não sejam prejudicadas.

6.2.2.5 Periodicidade e Divulgação dos Resultados do FAP

Os valores do FAP serão calculados anualmente e terão como base de cálculo os


dados de dois anos imediatamente anteriores ao ano de processamento. Isto significa
que para cada processamento são excluídos os dados do ano mais antigo, que são
substituídos pelos dados no ano imediatamente anterior ao ano de processamento
(TODESCHINI; COUTO, 2009).

Exemplo: O processamento do FAP 2011, que ocorrerá no ano de 2011 e passará a


vigorar em janeiro de 2012, terá a base de cálculo formada por dados captados de 1º
de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2010.

Para o processamento do FAP 2012, que ocorrerá em 2012 e passará a vigorar em


janeiro de 2013, a base de cálculo será formada por dados captados de 1º de janeiro
de 2010 a 31 de dezembro de 2011, e assim por diante.

Observa-se no exemplo, que os dados para a base de cálculo referente ao ano de


2010, serviram de base para o processamento do FAP 2011 e FAP 2012. Isto signif-
ica, se a empresa apresentar no último ano de registro de dados, um desempenho
negativo em Segurança e Saúde no Trabalho, esses dados serão utilizados para a
aplicação do FAP em processamento e do FAP posterior. Portanto, o investimento em
prevenção deve ser contínuo, não dá para se descuidar.

6.2.2.6 Exemplo de como Calcular o FAP (TODESCHINI; COUTO, 2009)

A empresa brasileira Estructurafap, do ramo da construção de edifícios, apresenta as


157

seguintes informações para o cálculo do FAP:

• Ano 2007
- Massa salarial, de abril a dezembro de 2007 = R$ 200.000,00.
- Contendo 300 vínculos no mês de abril.
- No decorrer do ano foram admitidos 12 novos funcionários e rescindidos os contratos de 08 fun-
cionários, mantendo em média 304 vínculos durante o período.
- Nesse ano, ocorreram 5 acidentes:
a) 2 funcionários tiveram afastamento inferior a 15 dias (portanto, só tiveram a CAT registrada).
b) Dos outros 3 funcionários, 2 ficaram afastados com auxílio-doença por acidente de trabalho
(B91), sendo 1 afastamento por 2 meses, com salário de benefício de R$ 1400,00 e o outro por 4 me-
ses, com salário de benefício de R$ 1.800,00 e o outro funcionário foi a óbito (B 93) com 33 anos, tendo
uma expectativa de vida de mais 30 anos com um salário de benefício de R$ 900,00.

• Ano 2008
- Massa salarial, em todo o ano = R$ 280.000,00.
- Em janeiro apresentou 304 vínculos.
- Durante o ano, rescindiu o contrato de 53 funcionários, mas readmitiu 15 novos, mantendo em
média 280 vínculos durante o ano.
- Nesse período, 12 funcionários foram afastados por acidente de trabalho:
a) 10 apresentaram afastamento inferior a 15 dias.
b) 2 ficaram afastados por dois meses com auxílio-doença por acidente de trabalho, sendo os
salários de benefícios de R$1.100,00 e R$850,00.

Aplicando a metodologia para efetuar o cálculo do FAP, tem-se:

Obs.: Os cálculos dos índices que compõem o FAP são realizados anualmente e o
índice total é a média aritmética dos índices nos dois anos referentes ao cálculo –
neste exemplo são 2007 e 2008.

1 - Calculando os Índices (Frequências, Gravidade e Custo) do ano de 2007:

1.1 - Índice de Frequência:


Índice de Frequência = (número de CAT) + (B91+B92+B93+B94 - sem CAT) x 1000
Número médio de vínculos

Índice de Frequência = 5 x 1000 = 16,45


304
158

1.2 - Índice de Gravidade:


Índice de Gravidade = (B91 x 0,1) + (B92 x 0,3) + (B93 x 0,5) + (B94 x 0,1) x 1000
Número médio de vínculos
Índice de Gravidade = (2 x 0,1) + (0 x0,3) + (1 x0,5) + (0 x 0,1) x 1000 = 2,3
304

1.3 - Índice de Custo


Índice de Custo = (Valor total de benefícios*) x 1000
Massa Salarial

*O Valor total de benefício é composto por:

• Para o acidentado que ficou afastado por dois meses, com salário de benefício de R$ 1.400,00, o
custo total dos dois meses foi de 2x R$ 1.400,00 = R$ 2.800,00.
• Para o acidentado que ficou afastado quatro meses, com salário de beneficio de R$ 1.800,00, o
custo total dos 04 meses foi de 4x R$ 1.800,00 = R$ 7.200,00.
• Para o acidentado com óbito, com a taxa de expectativa de vida de mais de 30 anos e com salário
de beneficio de R$ 900,00, o custo total, nessa situação, é de 30 anos x 12 meses x R$ 900,00 =
R$ 324.000,00.

Logo:

O valor total do benefício = R$ 2.800,00 + R$ 7.200,00 + R$ 324.000,00 = R$ 334.000,00

Então:
O índice de custo = 334.000 x 1.000 = 1.670
200.000

2 - Calculando os Índices (Frequências, Gravidade e Custo) do ano de 2008:


159

2.1 - Índice de Frequência:


Índice de Frequência = (número de CAT) + (B91+B92+B93+B94 - sem CAT) x 1000
Número médio de vínculos

Índice de Frequência = 12 x 1000 = 42,86


280

2.2 - Índice de Gravidade:


Índice de Gravidade = (B91 x 0,1) + (B92 x 0,3) + (B93 x 0,5) + (B94 x 0,1) x 1000
Número médio de vínculos

Índice de Gravidade = (2 x 0,1) + (0 x0,3) + (0 x0,5) + (0 x 0,1) x 1000 = 0,71


280

2.3 - Índice de Custo


Índice de Custo = (Valor total de benefícios*) x 1000
Massa Salarial

*O Valor total de benefício é composto por:

• Para os dois acidentados que ficaram afastados por dois meses cada um com salário de benefício
de R$ 1.100,00 e R$ 850,00, o custo total dos dois acidentes com dois meses de afastamento = 2
x (R$ 1.100,00 + R$ 850,00) = R$ 3.900,00.

Então:
O índice de custo = 3900 x 1000 = 13,93
280.000

Após o cálculo dos índices por ano, agora se calculará o índice resultante que corres-
ponde à média aritmética dos dois anos, tem-se:
160

• Índice de frequência (final) = (índice de frequência do ano de 2007 + Índice de frequência do


ano de 2008) /2 = (16,45 + 42,86) /2 = 29,66

• Índice de gravidade (final) = (índice de gravidade do ano de 2007 + Índice de gravidade do ano
de 2008) /2 = (2,3 + 0,71) /2 = 1,51

• Índice de custo (final) = (índice de custo do ano de 2007 + Índice de custo do ano de 2008) /2
= (1670 + 13,93) /2 = 841,97

6.2.2.7 – Cálculos do Percentil para cada Índice Total

Para calcular o Percentil de cada índice é necessário conhecer as seguintes variáveis:

• Nº de empresas na subclasse CNAE do setor de construção de edifícios (este é o setor da empresa


Estructurafap).

• Neste rol de empresa, qual a posição da Estructurafap para cada índice (frequência, gravidade e
custo).

De acordo com os dados da Previdência,

• O setor da construção de edifícios foi composto no período de abril de 2007 a dezembro de 2008,
por 40.751 empresas.
• A posição (N ordem) para o índice de frequência foi 10.404.
• A posição (N ordem) para o índice de gravidade foi 29.789.
• A posição (N ordem) para o índice de custo foi 18.902.
161

Cálculo do Percentil:

De posse dessas informações, calcula-se o percentil para cada índice mediante a expressão:
Percentil = 100 x (N ordem - 1)
(n – 1)
Onde:

n = número de estabelecimentos (empresa) na Subclasse;


N ordem = posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.
Percentil (frequência) = 100x(N ordem(frequência) -1) = 100x(10404 – 1) = 25,53%
n–1 40751 - 1

Percentil (gravidade) = 100 x (N ordem(gravidade) -1) = 100 x (29789 – 1) = 73,10%


n–1 40751 - 1

Percentil (custo) = 100 x (Nordem(custo) -1) = 100 x (18902 – 1) = 46,38%


n–1 40751 - 1

6.2.2.8 Cálculos do Índice Consolidado (IC)

Após o cálculo do percentil para cada índice, agora se calcula o índice consolidado
(IC), mediante a expressão:

IC = (0,50 x percentil de ordem de gravidade + 0,35 x percentil de ordem de frequência + 0,15 x


percentil de ordem de custo) x 0,02.

IC = (0,50 x 73,10 + 0,35 x 25,53 + 0,15 x 46,38) x 0,02 = 1,0489

6.2.2.9 Obtenção do FAP

Após o cálculo do IC, obtém-se o FAP, ou seja, o valor do IC calculado é o FAP.


162

Como o valor do IC para a empresa Estructurafap ultrapassou 1,0000, denominamos


malus, e para este ano de vigência foi estipulado que o malus receberia apenas 75%
do valor total. A empresa do nosso exemplo apresenta 0,0489 acima de 1, conforme
o cálculo acima, e que é o malus atribuído a essa empresa, 75% desse valor (0,0489)
resultam em 0,0367, logo o FAP da Estructurafap é igual a 1 + 0,0367 = 1,0367.

Obs.: O Valor do FAP para os próximos anos de sua aplicação será o próprio valor do
IC, quando superior a 1,000 (este é o caso atual).

6.2.2.10 RAT Ajustado

Qual a alíquota final do RAT ajustado da empresa Estructurafap após o cálculo do


FAP?

Como esta empresa pertence ao setor da construção de edifícios, a alíquota do RAT é de 3%. Com
a aplicação do FAP, a nova alíquota (RAT ajustado) passa a ser:

FAP(calculado) X Alíquota do RAT = 1,0367 x 3% = 3,11%, ou seja, no ano de vigência da aplicação do


FAP neste exemplo é o ano de 2010, a empresa passa a pagar uma nova alíquota do RAT ajustado
de 3,11% e não mais de 3%.

Algumas perguntas para reflexão:

1. Caso o IC fosse menor que 1, a empresa Estructurafap receberia o bônus?

Neste caso não. Porque no período ocorreu um acidente com óbito. Neste caso aplica-se a trava de
mortalidade ou invalidez, no caso da empresa registrar uma morte no período de cálculo, não pode-
ria receber a bonificação, ou seja, FAP inferior a 1.

2. Caso o IC fosse menor que 1, a empresa Estructurafap, em função da taxa de rotatividade, teria
direito ao bônus?

A Previdência adota outra trava quando a empresa apresenta FAP < 1. Para saber se esta empresa
teria direito ao bônus em função da taxa de rotatividade é preciso calcular a Taxa de rotatividade,
conforme orientação abaixo:
163

Primeiramente, calculando a taxa de rotatividade para cada ano e posteriormente a


média aritmética, tem-se:

1 - Para o ano 2007:

Taxa de rotatividade (Ano 2007) = mínimo (Nº de rescisões ou admissões no ano) x100
Nº de vínculos no início do ano

No ano de 2007, Nº de rescisões = 12 e Nº de admissões = 8 e o Nº de vínculo no início do ano (no


exemplo está sendo abril) = 300, como o Nº de admissões foi menor, então a:

Taxa de rotatividade (Ano 2007) = (8 x 100) /300 = 2,67%

2 - Para o ano 2008:


Taxa de rotatividade (Ano 2008) = mínimo (Nº de rescisões ou admissões no ano) x100
Nº de vínculos no início do ano

No ano de 2008, Nº de rescisões = 53 e Nº de admissões = 15 e o Nº de vínculos no início do ano (no


exemplo está sendo janeiro) = 304, como o Nº de admissões foi menor, então a:

Taxa de rotatividade (Ano 2008) = (15 x 100) /304 = 4,93%

Em seguida, calcula-se a taxa média de rotatividade da seguinte maneira:

• Taxa média de rotatividade = média das taxas de rotatividade anuais dos últimos dois anos = (Taxa
de rotatividade (Ano 2007) + Taxa de rotatividade (Ano 2008)) /2.

• Taxa média de rotatividade = (2,67 + 4,93)/2 = 3,8%

Retomando a resposta à pergunta 2: como a taxa de rotatividade só é aplicada quando


a empresa excede 75%, a empresa do exemplo poderia receber o bônus caso o FAP
calculado fosse menor que 1, porque a taxa média de rotatividade foi menor de 75%.

6.3 O QUE AS EMPRESAS DEVEM FAZER PARA OBTER O BÔNUS?


164

É preciso começar agora a investir na redução da incidência de acidentes e doenças


ocupacionais. Identificar os perigos existentes no processo produtivo e implementar
medidas de correção que diminuam os riscos de acidentes e doenças do trabalho.
Além disso, a gestão da informação de SST da empresa é imprescindível para se con-
hecer sua real situação e atuar preventivamente nos acidentes e doenças que possam
estar relacionados ao FAP/NTEP. Essas ações irão propiciar uma indústria mais se-
gura, uma população de trabalhadores mais saudável e contribuir para a redução de
custos com SST (SESI/DN, 2011).

Os documentos, quando bem elaborados, e implementados, como PPRA, PCMAT


(Construção civil), PGR (Mineração), PCMSO, são documentos importantíssimos
para fazer uma boa gestão em Segurança e Saúde no Trabalho.

Outro ponto importante é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA para


aquelas empresas com obrigatoriedade legal de constituí-la. Quando a CIPA está bem
estruturada, com seus membros demonstrando comprometimento, autonomia e apoio
gerencial, pode ajudar muito a empresa a reduzir os riscos no ambiente de trabalho.

Caso queira saber mais sobre PPRA, PCMSO e CIPA consulte respectivamente os
capítulos 1, 2 e 5 deste caderno educativo.

Figura 28. Ações estratégicas para a melhor gestão do FAP


165

Por onde começar? 2

1. Conheça os benefícios acidentários relacionados à sua empresa, preferentemente


por meio de consultas sistemáticas ao site da Previdência Social.
2. Apresente as contestações necessárias, e de forma oportuna, seja por meio de
recurso ao CRPS, seja pelo requerimento a APS.
3. Realize um diagnóstico dos problemas de Segurança e Saúde no Trabalho que
mais geram os benefícios previdenciários, relacionando-os com setores/cargos
nos quais a concessão do benefício apareça de forma mais prevalente.
4. Elabore um plano de ação priorizando os principais problemas evidenciados por
meio do diagnóstico e os setores/cargos em que esses problemas são mais signi-
ficativos.
5. Implante melhorias nesses setores/cargos a partir do plano de ação.
6. Monitore essas melhorias, para verificar sua eficácia, por meio das consultas sis-
temáticas ao site do INSS; essas consultas deverão mostrar números mais re-
duzidos de benefícios acidentários relacionados aos setores/cargos em que as
melhorias foram realizadas.
7. Utilize indicadores de desempenho que mostrem índices relativos a benefícios
acidentários e sua frequência mensal (associados ou não a números de emissão
de CATs).
8. Disponha de um sistema de gestão de afastamentos para monitorar tanto os de
curto e longo prazo (menor ou maior de 15 dias).
9. Controle todos os atestados e CATs emitidos para evidenciar a sua pertinácia
quanto à realidade e à necessidade de encaminhamento ao INSS.

Tanto o desempenho da empresa como de todo o setor será avaliado. Caso os em-
presários de um mesmo segmento invistam na redução dos problemas de segurança
e saúde do ambiente de trabalho, poderão reduzir o número de benefícios acidentários
vinculados à sua empresa, reduzindo assim o seu FAP e, consequentemente, a sua
atividade econômica, e dessa forma reduzir o valor do RAT (antigo SAT) vinculado ao
CNAE do seu segmento econômico.

6.4 CONTESTAÇÃO DO FAP (SESI/DN, 2011)

(Decreto N° 7.126, de 3 de março de 2010 e Portaria Interministerial N° 451, de 23 de


2 Fonte: SESI/DN, 2011
166

setembro de 2010).

O FAP atribuído às empresas pelo Ministério da Previdência Social poderá ser con-
testado perante o Departamento de Políticas de Segurança e Saúde Ocupacional
(DPSO*) da Secretaria de Políticas de Previdência Social (SPS) do Ministério da Prev-
idência Social, de forma eletrônica, por intermédio de formulário que será disponibi-
lizado na rede mundial de computadores, nos sites do MPS e da Receita Federal do
Brasil RFB.

A contestação deverá versar, exclusivamente, sobre razões relativas a divergências


quanto aos elementos previdenciários que compõem o cálculo do FAP.

O formulário eletrônico de contestação deverá ser preenchido e transmitido conforme


os prazos anuais estipulados pelo Ministério da Previdência Social.

Da decisão proferida pelo Departamento de Políticas de Segurança e Saúde Ocupa-


cional, caberá recurso, no prazo de 30 (trinta dias), contados da data da publicação
do resultado no Diário Oficial da União, o qual deverá ser encaminhado de forma
eletrônica, e será examinado em caráter terminativo pela Secretaria de Políticas de
Previdência Social.

O processo administrativo do FAP tem efeito suspensivo (art. 202-B do Decreto N°


3.048/1999).

Os resultados do julgamento proferido pelo Departamento de Políticas de Segurança


e Saúde Ocupacional e do recurso proferido pela Secretaria de Políticas de Previdên-
cia Social, do MPS, serão publicados no Diário Oficial da União, e o inteiro teor das
decisões será divulgado no site da Previdência Social, na rede mundial de computa-
dores, com acesso restrito à empresa.

Se do julgamento da contestação resultar FAP inferior ao atribuído pelo MPS e, em


razão dessa redução, houver crédito em favor da empresa, esta poderá compensá-lo
na forma da legislação tributária aplicável.

A propositura, pelo contribuinte, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pe-
dido sobre o qual versa o processo administrativo, importa em renúncia ao direito de
recorrer à esfera administrativa e desistência da impugnação interposta.
167

Figura 5. CONTESTAÇÃO DO FAP - PASSOS E ORIENTAÇÕES.


168

REFERÊNCIAS

________. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 33. ed. São Paulo: Saraiva,
2008.

________. Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência


Social, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 7 maio 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto/D3048.htm>.
Acesso em: 06 out. 2011.

________. Decreto nº 6341, de 03 de janeiro de 2008. Dá nova redação a dispositivos do


Anexo I e altera o Anexo II, “a”, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004, que aprova a
Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções
Gratificadas do Ministério do Trabalho e Emprego. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília,DF,03 janeiro de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6341.htm>. Acesso em: 06 out. 2011.

________. Decreto nº 93.412, de 14 de outubro de 1986. Revoga o Decreto nº 92.212, de


26 de dezembro de 1985, regulamenta a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, que
institui salário adicional para empregados do setor de energia elétrica, em condições de
periculosidade, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 15 out. 1986. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Anti-
gos/D93412.htm#art6> Acesso em: 14 jan. de 2011.

________. Decreto-Lei Nº 7.036, de 10 de novembro de 1944. Disponível em: http://


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185

ANEXO A
186

ANEXO A - MODELO DE FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DE RISCO

Definição de risco: Combinação entre a probabilidade de ocorrência de um evento


ou exposição perigosa e a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada por
esse evento ou exposição.

Comentário:

Para avaliar um risco, é preciso estimar uma probabilidade de o dano ocorrer com a
gravidade. O cruzamento da probabilidade com a gravidade será a avaliação do risco.
Segue a metodologia para a avaliação de risco:

1º. Definindo a probabilidade (P)

A gradação da probabilidade da ocorrência do dano (efeito crítico) é feita atribuindo-se


um índice de probabilidade (P) variando de 1 a 4, cujo significado está relacionado no
quadro abaixo:

Quadro 21

Significado em termos da probabilidade de ocorrência


Índice
do dano

1 Altamente improvável.
2 Improvável.
3 Pouco provável.
4 Provável.

Como definir qual o índice a ser usado?

O índice P é definido utilizando-se várias abordagens ou critérios.

Seguem algumas abordagens para atribuir o valor a P:

1 – Baseado nos dados estatísticos fornecidos pela empresa:


- P definido com base em dados estatísticos de acidentes ou doenças relacionados ao
trabalho obtidos ou fornecidos pela empresa ou do setor de atividade quando predo-
minam situações similares.
187

2 – Baseado nas informações qualitativas:


- P definido a partir do perfil de exposição qualitativo, quando não forem possíveis
ou disponíveis dados quantitativos. Quanto maior intensidade, duração e frequência
da exposição, maior será a probabilidade de ocorrência do dano e maior será o valor
atribuído a P.

3 – Baseado nas informações quantitativas (A medição dos agentes físicos e quími-


cos):
- P definido a partir do perfil de exposição quantitativo baseado na estimativa da média
aritmética do perfil de exposição ou baseado na estimativa do percentil 95% e compa-
rando-se com o valor do limite de exposição ocupacional.

4 – Baseado nas medidas de proteção existentes:


- P definido em função do fator de proteção considerando a existência e a adequação
de medidas de controle. Quanto mais adequadas e eficazes forem as medidas de
controle, menor será o valor atribuído a P.

A tabela abaixo resume essas informações:


188
Quadro 24

CRITÉRIO UTILIZADO
G
TLVa (ACGIH) -
Índice de Potencial carcinogênico, mutagênico Potencial de danos locais Grupos de Risco de Biosse-
ou teratogênico (Agentes químicos e por contato com olhos e pele Contaminantes atmosféricos gurança (microorganismos
gravidade do
dano físicos) (Agentes químicos) patogênicos)
Gás ou Vapor Particulados

Agentes sob suspeita de ser carcino-


1 Agentes do Grupo de Risco
gênico, mutagênico ou teratogênico
Agente classificado como irri-
1: risco individual e para
Reversível Leve mas os dados existentes são insufici- tante leve para a pele, olhos e > 500 ppm >= 10 gm/m³
entes para classificar. a comunidade ausente ou
mucosas.
muito baixo.
(Grupo A4 da ACGIH)

Agente carcinogênico, teratogêni- Agentes do Grupo de Risco


2 Agente classificado como irri-
co ou mutagênico confirmado para > 1 e < 10 mg/ 2: risco individual moderado,
animais. tante para mucosas, olhos, pele 101 a 500 ppm
Reversível Se- m³ baixo risco para a comuni-
e sistema respiratório superior.
vero dade.
(Grupo A3 da ACGIH)

Agente altamente irritante ou


Agentes carcinogênico, teratogênico corrosivo para mucosas, pele,
3 ou mutagênico suspeito para seres Agentes do Grupo de RIsco
sistema respiratório e digestivo, 0,1 e <= 1 mg/
humanos. 11 a 100 ppm 3: alto risco individual, baixo
resultando em lesões irreversí- m³
Irreversível risco para a comunidade.
veis limitantes da capacidade
(Grupo A2 da ACGIH)
funcional.

Agente com efeito cáustico


Agente carcinogênico, teratogêni- ou corrosivo severo sobre a
4 Agentes do Grupo de Risco
co ou mutagênico confirmado para pele, mucosa e olhos (ameaça
<= 10 ppm <= 0,1 mg/m³ 3: alto risco individual, alto
Fatal ou Incapa- seres humanos. causar perda da visão), poden-
risco para a comunidade.
citante do resultar em morte ou lesões
(Grupo A1 da ACGIH)
incapacitantes.
189

Quadro 22 - Critérios para gradação da probabilidade de ocorrência do dano (P)

P CRITÉRIO UTILIZADO
Índice de Perfil de exposição qualitativo Perfil de exposição quantitativo Fator de proteção
probabilidade
Exposição inferior a 10% do Limite de As medidas de controle
1 Exposição baixa: contato Exposição Ocupacional. existentes são adequadas,
não frequente com o agente
eficientes e há garantias
Altamente ou frequente a baixíssimas E < 10% LEO
de que sejam mantidas
Improvável concentrações/ intensidades.
Percentil 95 < 0,1 x LEO em longo prazo.

Exposição moderada: con- Exposição estimada entre 10% e 50% As medidas de controle
tato frequente com o agente do Limite de Exposição Ocupacional.
2 existentes são adequadas
a baixas concentrações/
e eficientes, mas não há
intensidades ou contato não 10% < E <= 50% LEO
Improvável garantias de que sejam
frequente a altas concentra-
ções/ intensidades. Percentil 95 entre 0,1 x LEO e 0,5 x LEO mantidas em longo prazo.
As medidas de controle
Exposição estimada entre 50% e 100% existentes são adequadas
3 Exposição significativa ou im- do Limite de Exposição Ocupacional. mas apresentando desvios
portante: contanto frequente
ou problemas significati-
Pouco pro- com o agente a altas concen- 50% < E <= 100% LEO
vos. A eficiência é duvido-
vável trações/ intensidades.
Percentil 95 entre 0,5 x LEO 1,0 x LEO sa e não há garantias de
manutenção adequada.
Exposição estimada acima do Limite da
Exposição excessiva: contato Exposição Ocupacional Medidas de controle ine-
4
frequente com o agente a xistentes ou as medidas
concentrações/ intensidades E > 100% LEO existentes são reconheci-
Provável
elevadíssimas. damente inadequadas.
Percentil 95 > 1,0 x LEO

Obs: Quadro adaptado de MULHAUSEN & DAMIANO (1988) e Apêndice D da BS 8800.

Obs.: LEO – Limite de Exposição Ocupacional equivalente ao limite de tolerância.

Agora ficou fácil definir a Probabilidade.

Vamos exemplificar:

Seguindo o exemplo da figura no corpo deste caderno. Qual o valor que poderia ser
atribuído a P?

Neste exemplo, temos que definir o P baseado nas informações qualitativas e nas
medidas de proteção, seguindo esse raciocínio, observando destaque na figura, como
não existe nenhuma medida de proteção para o perigo – Eletricidade. Conforme cri-
tério apresentado acima, o P pode ser definido como P = 4, ou seja, é Provável que
vá ocorrer o dano.

2º. Definindo a gravidade


190

Como definir a gravidade?

Para a gradação da gravidade do dano potencial (efeito crítico) atribui-se um índice


de gravidade (G) variando de 1 a 4, conforme os critérios genéricos relacionados na
Tabela 2 ou os critérios especiais do Quadro 23.

Quadro 23 - Critérios para gradação da gravidade do dano (G)

G CRITÉRIO UTILIZADO
EXEMPLOS
Índice de gravidade (GENÉRICO)
1 Lesão de doenças leves, com efei- Ferimentos leves, irritações leves, que
tos reversíveis levemente prejudi- não impliquem em afastamento não
Reversível Leve ciais. superior a 1 dias etc.
2 Lesão ou doença sérias, com efei- Irritações sérias, pneumoconiose não fi-
tos reversíveis severos e prejudici- brogênica, lesão reversível que implique
Reversível Severo ais. em afastamento superior a 15 dias, etc.
PAIR, danos ao sistema nervoso cen-
Lesão ou doença críticas, com efei-
3 tral (SNC), lesões com sequelas que
tos irreversíveis severos e prejudici-
impliquem em afastamentos de longa
ais que podem limitar a capacidade
Irreversível duração ou em limitações da capacidade
funcional.
funcional.
Perda de membros ou órgãos que inca-
4 pacitem definitivamente para o trabalho,
Lesão ou doença incapacitante ou
lesões múltiplas que resultem em morte,
Fatal ou Incapaci- fatal.
doenças progressivas potencialmente
tante
fatais, como pneumoconise.

Obs.: O critério adotado nesta tabela baseia-se nas lesões que o perigo pode causar
ao trabalhador. Ex.: Eletricidade pode causar a morte ou incapacidade. Neste exem-
plo, o índice atribuído à Gravidade é 4.

Seguem outros critérios para definir a Gravidade (G)

A gradação da Gravidade do dano (G) também pode ser feita utilizando critérios es-
peciais relacionados com o potencial do perigo em causar danos, como por exemplo:
- o potencial carcinogênico, mutagênico e teratogênico de agentes químicos e físicos
tendo por base a classificação da IARC ou da ACGIH;

- o potencial de agentes químicos causar danos locais quando em contato com olhos
e pele;

- o valor do TLV (LEO proposto pela ACGIH) para contaminantes atmosféricos, pois
quanto menor for o valor do TLV maior será o potencial do agente em causar danos
(AMERICAN..., 2011);
191

- a classificação em grupos de riscos para agentes biológicos – micro-organismos


patogênicos – definidos por comitês de Biossegurança (ver, por exemplo, os critérios
apresentados pelo CDC norte-americano, disponível no endereço www.cdc.gov, atra-
vés de busca pela palavra-chave biosafety, que relaciona e classifica os principais
microorganismos patogênicos).

O Quadro 24 apresenta o resumo deste critério.


Exemplificando:

Um trabalhador manipula uma substância contendo benzeno. De acordo com a infor-


mação da IARC e ACGIH, o benzeno é cancerígeno em seres humanos, ou seja, faz
parte do rol dos agentes carcinogênicos.

Utilizando a tabela acima, para essa substância a Gravidade G = 4.

Saiba mais!

Agente Teratogênico é todo aquele capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante
a gravidez. Esses danos podem se refletir como a perda da gestação, malformações
ou alterações funcionais (retardo de crescimento, por exemplo), ou ainda distúrbios
neurocomportamentais, como o retardo mental.

Agente mutagênico é todo agente físico (radiações ionizantes são um exemplo), quí-
mico (substâncias ditas como cancerígenas) ou biológico (vírus, bactérias) que, em
exposição às células, pode causar mutação, ou seja, um dano à molécula de DNA
que não é reparado no momento da replicação celular e é passado para as gerações
seguintes.

3º. Avaliação do risco

Como definir a categoria do risco?

Estimar e definir a categoria de cada risco a partir da combinação dos valores atribuí-
dos para probabilidade (P) e gravidade (G) do dano, utilizando a matriz apresentada
no Quadro 25, que define a categoria de risco resultante dessa combinação.

Quadro 25 – Matriz de risco para estimar a categoria do risco


192

P 4
RISCO RISCO RISCO RISCO
R Provável
MÉDIO ALTO ALTO CRÍTICO
O (E > LEO)
B
3
RISCO RISCO RISCO RISCO
A
Pouco provável
BAIXO MÉDIO ALTO ALTO
B
(E = 0,5 a 1,0)
I
2
L RISCO RISCO RISCO RISCO
Improvável
I BAIXO BAIXO MÉDIO ALTO
(E = 0,1 a 0,5)
D
1
A RISCO RISCO RISCO
Altamente impro- RISCO IRRE-
D vável LEVANTE BAIXO BAIXO MÉDIO
E (E < 0,1 LEO)
2 3 4
1
Reversível Irreversível Fatal ou inca-
Reversível leve
severo severo pacitante

GRAVIDADE (G)

Obs.: Matriz elaborada a partir da combinação das matrizes apresentadas por MU-
LHAUSEN & DAMIANO (1998) e pelo apêndice D da BS 8800 (BSI, 1996).

Do exemplo da figura, referente ao Perigo – Eletricidade, tem-se:

O valor atribuído a P = 4.

O valor atribuído a G = 4.

Cruzando essas informações na Tabela 4, a categoria do risco é Risco Crítico.

Mas só esta informação não basta para definir a prioridade de ações, é preciso ter
a certeza que a definição da Probabilidade e da Gravidade não deixa dúvidas. Para
chegar a essa conclusão, seguem os critérios:

O critério é baseado na incerteza da avaliação do risco.


193

Estimar a incerteza da avaliação do risco, por julgamento profissional, tendo como


base as informações relevantes disponíveis e os critérios da Tabela 5. Registrar nos
campos correspondentes o índice 0 para certa, 1 para incerta ou 2 se a avaliação feita
for considerada altamente incerta.

Informações relevantes para julgar a incerteza:

- A atividade foi observada?

- Dados de monitoramento da exposição são disponíveis?

- Há limites de exposição ocupacional (LEO) bem estabelecidos?

- A frequência e a duração da atividade são conhecidas?

- Informações sobre a variabilidade das exposições são disponíveis?

- Existem informações sobre como as práticas de trabalho contribuem para as expo-


sições?

De acordo com as respostas, define-se a incerteza conforme o critério na tabela abai-


xo:

Quadro 26 – Critérios para avaliar a incerteza da avaliação do risco

Incerteza Descrição Critérios

CERTA - A estimativa da probabilidade e Estimativa baseada em dados quantitati-


os danos À saúde são conhecidos e bem vos confiáveis para agentes cujos efeitos
0
compreendidos. O avaliador tem confiança à saúde são bem conhecidos ou dados
na aceitabilidade do julgamento. qualitativos objetivos.
Estimativa da exposição feita com base
INCERTEZA - Existe informação suficiente
em modelagem ou analogia com ambien-
para fazer um julgamento, mas a obeten-
1 tes semelhantes para os quais existem
ção de informações adicionais é desejável
dados seguros ou medições de caráter
para avaliar a exposição.
exploratório.

ALTAMENTE INCERTA - O julgamento A estimativa da exposição foi feita apenas


da aceitabilidade foi feito na ausência de com base em dados qualitativos subjetivos
2
informação significativa sobre os perfis de ou os efeitos nocivos sobre a saúde ainda
exposição e/ou efeitos sobre a saúde. não estão suficientemente claros.

Voltando ao exemplo da figura. De acordo com a exposição do trabalhador ao perigo


(Eletricidade), não existe dúvida no julgamento da Probabilidade e Gravidade. Por-
194

tanto, o valor atribuído à incerteza é “0” , ou seja, a estimativa da probabilidade e os


danos ao trabalhador são bem conhecidos e bem compreendidos.

Agora sim. Com essa informação, na tabela abaixo, define-se a prioridade de ação.
Do exemplo, o risco foi avaliado em Crítico, a Incerteza “0”, e cruzando essas informa-
ções na tabela abaixo, temos:

Quadro 27 – Critérios para priorização de ações – controles e obtenção de informações adicionais

NECESSIDADES DE CONTROLES E INFORMAÇÕES ADICIONAIS

RISCO INCERTEZA DA ESTIMATIVA

0 CERTA 1 INCERTA 2 ALTAMENTE INCERTA


Controle necessário (P1) Controle necessário (P1)
CRÍTICO Controle necessário (P1) Informação adicional ne- Informação adicional
cessária (P1) necessária (P1)
Controle necessário (P1) Controle necessário (P1)
ALTO Controle necessário (P1) Informação adicional ne- Informação adicional
cessária (P2) necessária (P1)
Manter o controle existen- Informação adicional
te (P1) Informação adicional ne-
necessária (P1) antes
cessária (P2) antes de se
MÉDIO de se decidir se há
Controle adicional ne- decidir se há necessidade
necessidade de controle
cessário se for possível e de controle adicional
adicional
viável (P2)
Nenhum controle adicional
é necessário Informação adicional ne- Informação adicional
BAIXO
cessária (P2) necessária (P1)
Manter o controle existen-
te (P1)

Nenhuma ação é neces- Nenhuma informação Nenhuma informação


IRRELEVANTE
sária adicional é necessária adicional é necessária

P1 = Prioridade 1 / P2 = Prioridade 2 (secundária)

Isto significa que é necessário imediato controle.

Esta informação é usada no Planejamento Anual de Ações apresentado no item


1.3.4.1, Quadro 22, deste anexo.
195

ANEXO B
196

ANEXO B - MODELO DE ASO


197

ANEXO C
198

ANEXO C - MODELO DE RELATÓRIO ANUAL, CONFORME O QUA-


DRO III DA NR 7

Responsável: Data:

Assinatura:

(Nº de Resul-
Nº de Resul- tados Anor- Nº de Exames
Natureza do Nº Anual de
Setor tados Anor- mais x 100) / para o Ano
Exame Exames
mais (Nº Anual de Seguinte
Exames)
199

ANEXO D
200

ANEXO D - EXEMPLO DE UMA AVALIAÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO

Em uma medição de ruído, chegou-se aos seguintes níveis de ruído:

Tempo total a esse nível durante a jornada


Nível de Pressão Sonora dB(A)
de trabalho de 8 horas (h)
87 1
85 1
86 0,5
89 0,5
90 0,5
80 4,5
Total da jornada 8 horas

Qual a real exposição de um trabalhador submetido às condições de exposição ao


ruído conforme descritas na tabela acima?

Segundo a lei, neste caso, o cálculo é feito levando em consideração o efeito combi-
nado, de acordo com a equação apresentada no item 6 do Anexo 1 da NR 15. Apli-
cando a fórmula, obtém-se:

Tempo total para Nível encontrado Tempo máximo que o trabalhador


Cn Tn
cada nível dB(A) pode ficar a cada nível(h)
C1 1 87 T1 6
C2 1 85 T2 8
C3 0,5 86 T3 7
C4 0,5 89 T4 4,5
C5 0,5 90 T5 4
C6 4,5 80 T6 12

C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 + C4/T4 + C5/T5 + C6/T6 = 1/6+1/8 +0,5/7+0,5/4,5+4,5/12 =


0,52 ou 52%, ou seja, a exposição do trabalhador, nesta condição, não ultrapassou o
limite de tolerância (BRASIL, 2011c).

Poderemos encontrar interpretações errôneas destas recomendações técnicas e le-


gais, como por exemplo: se aplicarmos a média aritmética, o resultado será 86,2dB(A),
ou seja, para 8 horas de jornada, a exposição do trabalhador ultrapassou o limite de
tolerância, equivalente a 85dB(A) (BRASIL, 2011c).
201

O resultado foi diferente, pois a média aritmética levou em consideração só os níveis


de ruído encontrados, enquanto que o dispositivo legal e técnico obriga que se leve
em consideração a média ponderada, ou seja, considera o tempo de exposição para
cada nível de pressão sonora medido.

O cálculo parece ser muito complexo e de fato o é, caso os profissionais tenham que
fazê-lo manualmente, entretanto existem equipamentos que permitem obedecer aos
requisitos legais e técnicos realizando os cálculos automaticamente, dando maior fi-
dedignidade aos resultados encontrados.

Qual o equipamento que fornece este cálculo?

A NHO 01, da Fundacentro, estabelece dois medidores para aferir o ruído, são eles:
Medidor integrador de uso pessoal: medidor que possa ser fixado no trabalhador du-
rante o período de medição, fornecendo por meio de integração a dose ou o nível
médio (FUNDACENTRO, 2001).

Este equipamento fica com o trabalhador e o avaliador o acompanha durante a rea-


lização de suas atividades. Ao final da medição, o equipamento, através da fórmula
apresentada acima, informa a média ponderada da exposição do trabalhador ao ruído
durante toda a sua jornada de trabalho.

Segundo Tuffi Messias Saliba, quando há exposição diária a diferentes níveis de ruí-
do, devem ser considerados os efeitos combinados ao invés dos efeitos individuais
de cada um deles. A determinação da dose ou efeito combinado e o nível equivalente
de ruído devem ser feitos, preferencialmente, através de medidores integrados de uso
pessoal (dosímetros de ruído) (SALIBA, 2005, p. 38).

Os medidores supracitados são comumente conhecidos como dosímetros de ruído ou


audiodosímetros.

Medidor integrador portado pelo avaliador: medidor operado diretamente pelo avalia-
dor, que fornece, por meio de integração, a dose ou o nível médio (FUNDACENTRO,
2001).

Neste caso, o avaliador (responsável pela medição) tem que ficar com o equipamen-
to posicionado na zona auditiva do trabalhador, anotar o nível de pressão sonora
registrado e o tempo de permanência deste nível durante a medição. Quando existe
variação de níveis de pressão sonora, tecnicamente é inviável a medição utilizando
202

este tipo de equipamento, pois é impossível o avaliador registrar um nível de pressão


sonora e quantificar quanto tempo este nível foi registrado. Recomenda-se este equi-
pamento quando o nível de pressão sonora for constante, o que é difícil encontrar no
ambiente industrial.
203

ANEXO E
204

ANEXO E - TERMÔMETROS PARA AVALIAÇÃO DE CALOR

Figura 30. Termômetro de Bulbo Úmido Natural.

Figura 31. Termômetro de Globo.

Figura 32. Termômetro de Globo - Digital.


205

ANEXO F
206

ANEXO F - EXEMPLO DE AVALIAÇÃO OCUPACIONAL DE CALOR

As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da


região do corpo mais atingida (BRASIL, 2011c).

O limite de tolerância para a exposição ao calor vai depender do regime de trabalho e


do tipo de atividade, conforme os quadros nºs 30, 31 e 32 deste anexo:

Quadro 30
REGIME DE TRABALHO
INTERMITENTE COM TIPO DE ATIVIDADE
DESCANSO NO PRÓPRIO
LOCAL DE TRABALHO
LEVE MODERADA PESADA
(por hora)
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho
sem a adoção de medidas acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
adequadas de controle

Utiliza-se este quadro para estabelecer o limite de tolerância, quando o regime de


trabalho for intermitente com descanso no próprio local de trabalho.

No quadro abaixo, definem-se o tipo de atividade, leve ou moderada ou pesada e a


taxa metabólica para cada tipo de atividade. Exemplo: Tipo de atividade: De pé, traba-
lho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. A taxa metabólica
é de 150Kcal/h.
207

Quadro nº 31 - Taxas de metabolismo por tipo de atividade


TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150

De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150


TRABALHO MODERADO

Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300


TRABALHO PESADO

Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440

Trabalho fatigante. 550

Exemplo de como calcular o limite de tolerância quando o regime de trabalho for inter-
mitente com descanso no próprio local de trabalho:

Um trabalhador fica exposto continuamente a um forno (sem local de descanso). Feita


a avaliação do calor no local, obtiveram-se os seguintes dados:

Tbn = 25,0ºC

Tg = 45ºC

Ambiente interno sem carga solar.

Tipo de atividade: remoção com pá.

Solução:

Aplicando a fórmula para ambiente Interno sem carga solar, temos:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg = 0,7x25 + 0,3x45 = 31,0ºC

No quadro nº 32 deste anexo, o tipo de atividade é pesada.


208

Segundo o quadro nº 30 deste anexo, para atividade pesada com regime de trabalho
contínuo, o limite de tolerância é equivale a até 25ºC.

Do exemplo, o IBUTG calculado foi 31,0ºC, isto significa que a exposição do trabalha-
dor ao calor ultrapassou o limite de tolerância. A atividade se enquadra como insalu-
bre.

Quando o regime de trabalho for intermitente, com período de descanso em outro


local (local de descanso), os limites de tolerância são dados segundo o quadro nº 32
deste anexo:
Quadro 32
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175 30,5

200 30,0

250 28,5

300 27,5

350 26,5

400 26,0

450 25,5

500 25,0

Observação: Para os fins deste item, considera-se como local de descanso o ambien-
te termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade
leve.

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela
seguinte fórmula:

M = (Mt x Tt + Md x Td)/60

Sendo:

Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.

Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.

Md - taxa de metabolismo no local de descanso.


209

Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.

IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
fórmula:

IBUTG = (IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd)/ 60

Sendo:

IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.

IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.

Tt e Td = como anteriormente definidos.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de tra-


balho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.

As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o quadro n.º 3.

Exemplo de como calcular o limite de tolerância, quando o regime de trabalho for in-
termitente com descanso em outro local:

Observando o operador de forno de uma empresa, verifica-se que, em 60 minutos, ele


gasta 36 minutos carregando e descarregando o forno e 24 minutos fazendo anota-
ções, sentado a uma mesa que está afastada do forno.

Nesse caso, para fins de aplicação do índice, denomina-se local de trabalho o ambi-
ente em que permanece o trabalhador quando carrega e descarrega o forno, e local
de descanso, aquele em que o operador de forno permanece sentado, fazendo ano-
tações.

Ao determinar os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obtiveram-se:

Local de trabalho

tg = 54ºC

tbn = 22ºC
210

M = 300Kcal/h

Calculando o IBUTG, têm-se:

IBUTGt = 0,7.22 + 0,3.54 = 31,6ºC;

Local de descanso

tg = 28ºC

tbn = 20ºC

M = 125Kcal/h

Calculando o IBUTG, têm-se:

IBUTGd = 0,7x20 + 0,3x28 = 22,4ºC

Calculando o metabolismo M e o índice IBUTG médio ponderado, têm-se:

M = (MtxTt + MdxTd)/60 = (300x36 + 125x24)/60 = 230Kcal/h

IBUTG = (IBUTGtxTt + IBUTGdxTd)/60 = (31,6x36 + 22,4x24)/60 = 27,9ºC

Como o valor de “M” encontrado, 230Kcal/h, não consta do Quadro nº 31, conside-
ra-se o máximo IBUTG recomendado ao “M” “imediatamente mais elevado, ou seja,
250Kcal/h.

Portanto, para as condições observadas no ambiente de trabalho, o máximo IBUTG


aceito é 28,5ºC. Como o IBUTG calculado foi 27,9ºC, conclui-se que o ciclo de tra-
balho observado na empresa é compatível com a atividade física do trabalhador e
com condições térmicas do ambiente analisado e, portanto, o limite de tolerância não
é excedido, consequentemente, a exposição do operador não se caracteriza como
insalubre.
211

ANEXO G
212

ANEXO G - ÁREA DE RISCO – EXPLOSIVOS

São consideradas áreas de risco: (BRASIL, 2003)

a) nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos


químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício, a área
compreendida no quadro abaixo:

Quadro Nº 33
FAIXA DE TERRENO ATÉ A DIS-
QUANTIDADE ARMAZENADA EM QUILOS
TÂNCIA MÁXIMA DE
Até 4.500 45 metros
Mais de 4.500 Até 45.000 90 metros
Mais de 45.000 Até 90.000 110 metros
Mais de 90.000 Até 225.000 * 180 metros

* Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada.


Fonte: Quadro Nº 2 do Anexo 1 da NR 16

b) nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no


quadro abaixo:

Quadro Nº 34
FAIXA DE TERRENO ATÉ A DIS-
QUANTIDADE ARMAZENADA EM QUILOS
TÂNCIA MÁXIMA DE
Até 20 75 metros
Mais de 20 Até 200 220 metros
Mais de 200 Até 900 300 metros
Mais de 900 Até 2.200 370 metros
Mais de 2.200 Até 4.500 460 metros
Mais de 4.500 Até 6.800 500 metros
Mais de 6.800 Até 9.000* 530 metros

* Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada


Fonte: Quadro Nº 3 do Anexo 1 da NR 16

c) nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas (pólvo-


ra negra e pólvora chocolate ou parda), área de operação compreendida no quadro
abaixo:
213

Quadro Nº 35

FAIXA DE TERRENO ATÉ


QUANTIDADE EM QUILOS
A DISTÂNCIA MÁXIMA DE
Até 23 45 metros
Mais de 23 até 45 75 metros
Mais de 45 até 90 110 metros
Mais de 90 até 135 160 metros
Mais de 135 até 180 200 metros
Mais de 180 até 225 220 metros
Mais de 225 até 270 250 metros
Mais de 270 até 300 265 metros
Mais de 300 até 360 280 metros
Mais de 360 até 400 300 metros
Mais de 400 até 450 310 metros
Mais de 450 até 680 345 metros
Mais de 680 até 900 365 metros
Mais de 900 até 1.300 405 metros
Mais de 1.300 até 1.800 435 metros
Mais de 1.800 até 2.200 460 metros
Mais de 2.200 até 2.700 480 metros
Mais de 2.700 até 3.100 490 metros
Mais de 3.100 até 3.600 510 metros
Mais de 3.600 até 4.000 520 metros
Mais de 4.000 até 4.500 530 metros
Mais de 4.500 até 6.800 570 metros
Mais de 6.800 até 9.000 620 metros
Mais de 9.000 até 11.300 660 metros
Mais de 11.300 até 13.600 700 metros
Mais de 13.600 até 18.100 780 metros
Mais de 18.100 até 22.600 860 metros
Mais de 22.600 até 34.000 1.000 metros
Mais de 34.000 até 45.300 1.100 metros
Mais de 45.300 até 68.000 1.150 metros
Mais de 68.000 até 90.700 1.250 metros
Mais de 90.700 até 113.300 1.350 metros
Fonte: Quadro Nº 4 do Anexo 1 da NR 16

d) quando se tratar de depósitos barricados ou entrincheirados, para o efeito da deli-


mitação de área de risco, as distâncias previstas no Quadro n°4 podem ser reduzidas
à metade;
214

e) será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim entendido


qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas.

Não caracterizam periculosidade, para fins de percepção de adicional (BRASIL, 2003):

1 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de líquidos inflamáveis em embalagens


certificadas, simples, compostas ou combinadas, desde que obedecidos os limites
consignados no Quadro I abaixo, independentemente do número total de embalagens
manuseadas, armazenadas ou transportadas, sempre que obedecidas as Normas
Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a Norma NBR
11564/91 e a legislação sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte
utilizados.

Quadro 36
Capacidade Máxima para Embalagens de Líquidos Inflamáveis
Embalagem Combinada
Embalagem Interna Embalagem Externa Grupo de Emba- Grupo de Em- Grupo de Emba-
lagens * I balagens * II lagens * III
Recipientes de Vidro Tambores de: 400 kg 400 kg
com mais de 5 e até
10 litros; Plástico Metal 250 kg 400 kg 400 kg
com mais de 5 e até
30 litros; Metal com Plástico 250 kg 400 kg 400 kg
mais de 5 e até 40
litros Madeira compensada 150 kg
400 kg 400 kg
Fibra
75 kg
Caixas
Aço ou Alumínio 250 Kg 400 Kg 400 Kg
Madeira natural ou com- 150 Kg 400 Kg 400 Kg
pensada
75 Kg 400 Kg 400 Kg
Madeira aglomerada
75 Kg 400 Kg 400 Kg
Papelão
60 Kg 60 Kg 60 Kg
Plástico flexível
150 Kg 400 Kg 400 Kg
Plástico rígido
Bombonas      

Aço ou Alumínio 120 kg 120 kg 120 kg

Plástico 120 kg 120 kg 120 kg


Embalagens Simples
Grupo de Grupo de Grupo de
Embalagens E m b a l a - Embalagens
*I gens * II * III
215

Tambores      

250L    
Aço, tampa não-removível
   250 L**
Aço, tampa removível

Alumínio, tampa não-removível 250 L


  250 L** 450 L 450 L
Alumínio, tampa removível
250 L
Outros metais, tampa não-removível
   250 L**
Outros metais, tampa removível
  250 L**
Plástico, tampa não-removível   250 L**

Plástico, tampa removível


Bombonas      

60 L    
Aço, tampa não-removível
   60 L**    
Aço, tampa removível
   
Alumínio, tampa não-removível 60 L
   60 L** 60 L 60 L
Alumínio, tampa removível
60 L
Outros metais, tampa não-removível
   60 L**
Outros metais, tampa removível
60 L
Plástico, tampa não-removível
   60 L**
Plástico, tampa removível

Embalagens Compostas
Grupo de Grupo de Grupo de
Embalagens Embala- Embalagens
*I gens * II * III
Plástico com tambor externo de aço ou alumínio 250 L 250 L 250 L
Plástico com tambor externo de fibra, plástico ou
120 L 250 L 250 L
compensado
Plástico com engradado ou caixa externa de aço,
ou alumínio, ou madeira externa, ou caixa externa 60 L
60 L 60 L
de compensado, ou de cartão, ou de plástico
rígido
Vidro com tambor externo de aço, alumínio, fibra,
compensado, plástico flexível ou em caixa de aço, 60 L 60 L 60 L
alumínio, madeira, papelão ou compensado
Conforme definições NBR 11564 – ABNT.

** Somente para substâncias com viscosidade maior que 200 mm2 /seg.
216

2 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de recipientes de até cinco litros, lacra-


dos na fabricação, contendo líquidos inflamáveis, independentemente do número total
de recipientes manuseados, armazenados ou transportados, sempre que obedecidas
as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e a
legislação sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte utilizados.

Glossário:

Bombonas: Elementos de metal ou plástico, com seção retangular ou poligonal.

Caixas: Elementos com faces retangulares ou poligonais, feitas de metal, madeira,


papelão, plástico flexível, plástico rígido ou outros materiais compatíveis.

Embalagens ou Embalagens Simples: Recipientes ou quaisquer outros


componentes, ou materiais necessários para embalar, com a função de conter e pro-
teger líquidos inflamáveis.

Embalagens Combinadas: Uma combinação de embalagens, consistindo em


uma ou mais embalagens internas acondicionadas em uma embalagem externa.

Embalagens Compostas: Consistem em uma embalagem externa e um recipi-


ente interno, construídos de tal forma que o recipiente interno e a embalagem externa
formam uma unidade que permanece integrada, que se enche, se manuseia, se arma-
zena, se transporta e se esvazia como tal.

Embalagens Certificadas: São aquelas aprovadas nos ensaios e padrões de


desempenho fixados para embalagens, da NBR 11564/91.

Embalagens Externas: São a proteção exterior de uma embalagem composta


ou combinada, juntamente com quaisquer outros componentes necessários para con-
ter e proteger recipientes ou embalagens.

Embalagens Internas: São as que para serem manuseadas, armazenadas ou


transportadas, necessitam de uma embalagem externa.
217

Grupo de Embalagens: Os líquidos inflamáveis classificam-se para fins de em-


balagens segundo três grupos, conforme o nível de risco:

* Grupo de Embalagens I - alto risco


* Grupo de Embalagens II - risco médio
* Grupo de Embalagens III - baixo risco

Para efeito de classificação de Grupo de Embalagens, segundo o risco, adotar-se-á a


classificação descrita na tabela do item 4 - Relação de Produtos Perigosos, da Porta-
ria nº 204, de 20 de maio de 1997, do Ministério dos Transportes.

Lacrados: Fechados, no processo de envasamento, de maneira estanque para


que não venham a apresentar vazamentos nas condições normais de manuseio, ar-
mazenamento ou transporte, assim como decorrentes de variações de temperatura,
umidade ou pressão ou sob os efeitos de choques e vibrações.

Líquidos Inflamáveis: Para os efeitos do adicional de periculosidade, estão de-


finidos na NR 20 - Portaria nº 3.214/78.

Recipientes: Elementos de contenção, com qualquer meio de fechamento, desti-


nados a receber e a conter líquidos inflamáveis. Exemplos: latas, garrafas etc.

Tambores: Elementos cilíndricos de fundo plano ou convexo, feitos de metal, plás-


tico, madeira, fibra ou outros materiais adequados. Esta definição inclui, também, ou-
tros formatos, excluídas as bombonas. Por exemplo: redondo de bocal cintado ou em
formato de balde.
218

ANEXO H
219

ANEXO H - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁ-


VEIS
Quadro 37
ATIVIDADES ADICIONAL DE 30%
Na produção, transporte, processamento e ar- Na produção, transporte, processamento e ar-
a
mazenamento de gás liquefeito. mazenamento de gás liquefeito.
No transporte e armazenagem de inflamáveis
b líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames Todos os trabalhadores da área de operação.
vazios não desgaseificados ou decantados.
Todos os trabalhadores nessas atividades ou
c Nos postos de reabastecimento de aeronaves.
que operam na área de risco*.
Nos locais de carregamento de navios-tan-
ques, vagões-tanques e caminhões-tanques Todos os trabalhadores nessas atividades ou
d
e enchimento de vasilhames, com inflamáveis que operam na área de risco*.
líquidos ou gasosos liquefeitos.
Nos locais de descarga de navios-tanques,
vagões-tanques e caminhões-tanques com
Todos os trabalhadores nessas atividades ou
e inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos ou
que operam na área de risco*.
de vasilhames vazios não desgaseificados ou
decantados.
Nos serviços de operações e manutenção de
navios-tanques, vagões-tanques, caminhões-
Todos os trabalhadores nessas atividades ou
f tanques, bombas e vasilhames, com inflamá-
que operam na área de risco*.
veis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou vazios
não desgaseificados ou decantados.
Nas operações de desgaseificação, decanta-
Todos os trabalhadores nessas atividades ou
g ção e reparos de vasilhames não desgaseifi-
que operam na área de risco*.
cados ou decantados.
Nas operações de testes de aparelhos de con- Todos os trabalhadores nessas atividades ou
h
sumo do gás e seus equipamentos. que operam na área de risco*.
No transporte de inflamáveis líquidos e gaso-
i Motorista e ajudantes.
sos liquefeitos em caminhão-tanque.
No transporte de vasilhames (em caminhão de
carga), contendo inflamável líquido, em quan-
j tidade total igual ou superior a 200 litros, quan- Motorista e ajudantes.
do não observado o disposto nos subitens 4.1
e 4.2 deste anexo.
No transporte de vasilhames (em carreta ou
caminhão de carga), contendo inflamável ga-
l Motorista e ajudantes.
soso e líquido, em quantidade total igual ou
superior a 135 quilos.
Nas operações em postos de serviço e bom- Operador de bomba e trabalhadores que ope-
m
bas de abastecimento de inflamáveis líquidos. ram na área de risco*.
Fonte: MTE, NR 16, anexo 02

* Quanto à área de risco, segue abaixo:


220

Quadro 38
ATIVIDADE ÁREA DE RISCO
Círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com
a Poços de petróleo em produção de gás.
centro na boca do poço.
Faixa de 30 metros de largura, no mínimo, con-
b Unidade de processamento das refinarias.
tornando a área de operação.
Outros locais de refinaria onde se realizam
operações com inflamáveis em estado de vo-
Faixa de 15 metros de largura, no mínimo, con-
c latilização ou possibilidade de volatilização de-
tornando a área de operação.
corrente de falha ou defeito dos sistemas de
segurança e fechamento das válvulas.
d Tanques de inflamáveis líquidos. Toda a bacia de segurança.
Círculo com raio de 3 metros com centro nos
pontos de vazamento eventual (válvula, regis-
e Tanques elevados de inflamáveis gasosos.
tros, dispositivos de medição por escapamento,
gaxetas).
Afastamento de 15 metros da beira do cais, du-
Carga e descarga de inflamáveis líquidos con-
f rante a operação, com extensão correspondente
tidos em navios, chatas e batelões.
ao comprimento da embarcação.
g Abastecimento de aeronaves. Toda a área de operação.
Enchimento de vagões-tanques e caminhões- Círculo com raio de 15 metros com centro nas
h
tanques com inflamáveis líquidos. bocas de enchimento dos tanques.
Enchimento de vagões-tanques e caminhões- Círculo com 7,5 metros centro nos pontos de va-
i
tanques inflamáveis gasosos liquefeitos. zamento eventual (válvula e registros).
Enchimento de vasilhames com inflamáveis Círculos com raio de 15 metros com centro nos
j
gasosos liquefeitos. bicos de enchimentos.
Enchimento de vasilhames com inflamáveis lí- Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos
l
quidos, em locais abertos. bicos de enchimento.
Enchimento de vasilhames com inflamáveis lí-
m Toda a área interna do recinto.
quidos, em recinto fechado.
Local de operação, acrescido de faixa de 7,5
Manutenção de viaturas-tanques, bombas e
n metros de largura em torno dos seus pontos ex-
vasilhames que continham inflamável líquido.
ternos.
Desgaseificação, decantação e reparos de va- Local da operação, acrescido de faixa de 7,5
o silhames não desgaseificados ou decantados, metros de largura em torno dos seus pontos ex-
utilizados no transporte de inflamáveis. ternos.
Local da operação, acrescido de faixa de 7,5
Testes em aparelhos de consumo de gás e
p metros de largura em torno dos seus pontos ex-
seus equipamentos.
tremos.
Toda a área de operação, abrangendo, no míni-
mo, círculo com raio de 7,5 metros com centro
no ponto de abastecimento e o círculo com raio
q Abastecimento de inflamáveis.
de 7,5 metros com centro na bomba de abasteci-
mento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura
para ambos os lados da máquina.
Armazenamento de vasilhames que conte-
Faixa de 3 metros de largura em torno dos seus
r nham inflamáveis líquidos ou vazios não des-
pontos externos.
gaseificados ou decantados, em locais abertos.
Armazenamento de vasilhames que conte-
nham inflamáveis líquidos ou vazios não des-
s Toda a área interna do recinto.
gaseificados, ou decantados, em recinto fecha-
do.
Carga e descarga de vasilhames contendo in-
Afastamento de 3 metros da beira do cais, du-
flamáveis líquidos ou vasilhames vazios não
t rante a operação, com extensão correspondente
desgaseificados ou decantados, transportados
ao comprimento da embarcação.
por navios, chatas ou batelões.
221

ANEXO I
222

ANEXO I - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM RADIA-


ÇÕES IONIZANTES OU SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS ATIVIDADES/
ÁREAS DE RISCO
Quadro 39
ATIVIDADE ÁREAS DE RISCO
1. Produção, utilização, processamento, trans- Minas e depósitos de materiais radioativos.
porte, guarda, estocagem e manuseio de mate-
riais radioativos, selados e não selados, de es- Plantas-piloto e Usinas de beneficiamento de mine-
tado físico e forma química quaisquer, naturais rais radioativos.
ou artificiais, incluindo:
Outras áreas sujeitas a risco potencial devido às ra-
diações ionizantes.
Lixiviação de minerais radiativos para a produção de
1.1. Prospecção, mineração, operação, bene- concentrados de urânio e tório.
ficiamento e processamento de minerais radi-
oativos. Purificação de concentrados e conversão em outras
formas para uso como combustível nuclear.
Produção de fluoretos de urânio para a produção de
hexafluoretos e urânio metálico.

Instalações para enriquecimento isotópico e recon-


versão.

Fabricação de elemento combustível nuclear.


1.2. Produção, transformação e tratamento de
materiais nucleares para o ciclo do combustível Instalações para armazenamento dos elementos
nuclear. combustíveis usados.

Instalações para o retratamento do combustível ir-


radiado.

Instalações para o tratamento e deposições, pro-


visórias e finais, dos rejeitos radioativos naturais e
artificiais.
1.3. Produção de radioisótopos para uso em Laboratórios para a produção de radioisótopos e
Medicina, Agricultura, Agropecuária, Pesquisa moléculas marcadas.
científica e tecnológica.
Instalações para o tratamento de material radioativo
e a confecção de fontes.
1.4. Produção de Fontes Radioativas. Laboratórios de testes, ensaios e calibração de fon-
tes, detectores e monitores de radiação, com fontes
radioativas.
1.5. Testes, ensaios e calibração de detectores Laboratórios de ensaios para materiais radioativos.
e monitores de radiação com fontes de radia-
ção. Laboratórios de radioquímica.
Laboratórios para descontaminação de peças e ma-
teriais radioativos.
1.6. Descontaminação de superfícies, instru-
mentos, máquinas, ferramentas, utensílios de Coleta de rejeitos radioativos em instalações, prédi-
laboratório, vestimentas e de quaisquer outras os e em áreas abertas.
áreas ou bens duráveis contaminados com ma-
Lavanderia para roupas contaminadas.
terial radioativo.
Transporte de materiais e rejeitos radioativos, condi-
cionamento, estocagens e sua deposição.
223

Instalações para tratamento, condicionamento, con-


1.7. Separação isotópica e processamento ra- tenção, estabilização, estocagem e deposição de
rejeitos radioativos.
dioquímico.
Instalações para retenção de rejeitos radioativos.
1.8. Manuseio, condicionamento, liberação, Sítios de rejeitos.
monitoração, estabilização, inspeção, retenção
e deposição de rejeitos radioativos. Instalações para estocagem de produtos radioativos
para posterior aproveitamento.
2. Atividades de operação e manutenção de re- Edifícios de reatores.
atores nucleares, incluindo:
Edifícios de estocagem de combustível.
2.1. Montagem, instalação, substituição e ins- Instalações de tratamento e estocagem de rejeitos
peção de elementos combustíveis. radioativos.
2.2. Manutenção de componentes integrantes Instalações para tratamento de água e reatores e se-
do reator e dos sistemas hidráulicos mecânicos paração e contenção de produtos radioativos.
e elétricos, irradiados, contaminados ou situa-
dos em áreas de radiação. Salas de operação de reatores.

Salas de amostragem de efluentes radioativos.


2.3. Manuseio de amostras irradiadas. Laboratórios de medidas de radioativos.

Outras áreas sujeitas a risco potencial às radiações


2.4. Experimentos utilizados, canais de irradi-
ionizantes, passíveis de serem atingidas por disper-
ação.
são de produtos voláteis.
2.5 Medição de radiação, levantamento de da- Laboratórios semiquentes e quentes.
dos radiológicos e nucleares, ensaios, testes,
inspeções, fiscalização e supervisão de traba- Minas de urânio e tório.
lhos técnicos.
Depósitos de minerais radiativos e produtos do trata-
mento de minerais radioativos.
2.6 Segregação, manuseio, tratamento, acon- Coletas de materiais e peças radioativas, materiais
dicionamento e armazenamento de rejeitos ra- contaminados com radioisótopos e águas radioati-
dioativos. vas.
3. Atividades de operação e manutenção de Áreas de irradiação de alvos.
aceleradores de partículas, incluindo:
3.1. Montagem, instalação substituição e ma- Oficinas de manutenção de componentes irradiados
nutenção de componentes irradiados ou con- ou contaminados.
taminados.
Salas de operação de aceleradores.
Laboratórios para tratamento de alvos irradiados e
3.2. Processamento de alvos irradiados.
separação de radioisótopos.
Laboratórios de testes com radiação e medidas nu-
3.3. Experimentos com feixes de partículas.
cleares.
3.4. Medição de radiação, levantamento de da- Áreas de tratamento e estocagem de rejeitos
dos radiológicos e nucleares, testes, inspeções radioativos.
e supervisão de trabalhos técnicos.
3.5. Segregação, manuseio, tratamento, acon- Laboratórios de processamento de alvos irradiados.
dicionamento e armazenamento de rejeitos ra-
dioativos.
4. Atividades de operação com aparelhos de Salas de irradiação e de operação de aparelhos de
raios-X, com irradiadores de radiação gama, raios-X e de irradiadores gama, beta ou nêutrons.
radiação beta ou radiação de nêutrons, incluin-
do:
224

Laboratórios de testes, ensaios e calibração com as


4.1. Diagnóstico médico e odontológico.
fontes de radiação descritas.
4.2. Radioterapia.
4.3. Radiografia industrial, gamagrafia e neu- Manuseio de fontes.
tronradiografia.
4.4. Análise de materiais por difratometria. Manuseio do equipamento.

4.5. Testes, ensaios e calibração de detectores Manuseio de fontes e amostras radioativas.


e monitores e radiação.
Manuseio de fontes e instalações para a irradiação
4.6. Irradiação de alimentos.
de alimentos.
4.7. Estabilização de instrumentos médico-hos- Manuseio de fontes e instalações para a operação.
pitalares.
4.8. Irradiação de espécimes minerais e bioló- Manuseio de amostras irradiadas.
gicos.
4.9. Medição de radiação, levantamento de da- Laboratórios de ensaios e calibração de fontes e ma-
dos radiológicos, ensaios, testes, inspeções, teriais radioativos.
fiscalização de trabalhos técnicos.
Sala de diagnósticos e terapia com Medicina nu-
5. Atividades de Medicina nuclear.
clear.
Enfermaria de pacientes, sob tratamento com radi-
oisótopos.
5.1. Manuseio e aplicação de radioisótopos
para diagnóstico médico e terapia. Enfermaria de pacientes contaminados com radioi-
sótopos em observação e sob tratamento de des-
contaminação.
5.2. Manuseio de fontes seladas para aplica- Área de tratamento e estocagem de rejeitos
ção em braquiterapia.
radioativos.
5.3. Obtenção de dados biológicos de pacien- Manuseio de materiais biológicos contendo
tes com radioisótopos incorporados.
radioisótopos ou moléculas marcadas.
5.4. Segregação, manuseio, tratamento, acon- Laboratórios para descontaminação e coleta de re-
dicionamento e estocagem de rejeitos radioa- jeitos radioativos.
tivos.
6. Descomissionamento de instalações nuclea- Áreas de instalações nucleares e radioativas
res e radioativas, que inclui: contaminadas e com rejeitos.
6.1 Todas as descontaminações radioativas Depósitos provisórios e definitivos de rejeitos
inerentes.
radioativos.
6.2. Gerenciamento dos rejeitos radioativos Instalações para a contenção de rejeitos radioativos.
existentes, ou seja, tratamento e acondiciona-
mento dos rejeitos líquidos, Instalações para o asfaltamento de rejeitos radioa-
tivos.
sólidos, gasosos e aerossóis; transporte e de-
posição dos Instalações para a cimentação de rejeitos radioati-
vos.
mesmos.
Tratamento de rejeitos minerais.

7. Descomissionamento de minas, moinhos e Repositório de rejeitos naturais (bacia de contenção


usinas de tratamento de minerais radioativos. de rádio e outros radioisótopos).

Deposição de gangas e rejeitos de mineração.

Fonte: Anexo da Portaria Nº 518, de 4 de abril de 2003


225

ANEXO J
226

ANEXO J - QUADRO DE ATIVIDADES E ÁREA DE RISCO – ELETRICI-


DADE

Quadro 40
ATIVIDADE ÁREA DE RISCO
1. Atividades de construção, operação e manu- 1. Estrutura, condutores e
tenção de redes de linhas aéreas de alta e bai- equipamentos de linhas aéreas
xa tensão, integrantes de sistemas elétricos de de transmissão, subtransmis-
potência, energizadas ou desenergizadas, mas são e distribuição. 
com possibilidade de energização acidental ou
por falha operacional, incluindo: 
1.1. Montagem, instalação, substituição, conser- Pátio e salas de operação de subes-
vação, reparos, ensaios e testes de: verificação, tação.
inspeção, levantamento, supervisão e fiscaliza-
ção; fusíveis, condutores, para-raios, postes, tor- Cabines de distribuição.
res, chaves, muflas, isoladores, transformadores,
Estrutura, condutores e equipamen-
capacitores, medidores, reguladores de tensão,
tos de redes de tração elétrica, in-
religadores, seccionalizadores, carrier (onda por-
cluindo escadas, plataformas e ces-
tadora via linha de transmissão), cruzetas, relé e
tos aéreos usados para a execução
braço de iluminação pública, aparelho de medição
dos trabalhos.
gráfica, bases de concreto ou alvenaria de torres,
postes e estrutura de sustentação de redes e linhas
aéreas. 
1.2. Corte e poda de árvores. 
1.3. Ligação e corte de consumidores. 
1.4. Manobras aéreas e subterrâneas de redes e
linhas.
1.5. Manobras em subestação. 
1.6. Testes de curto em linhas de transmissão. 
1.7. Manutenção de fontes de alimentação de sis-
temas de comunicação.
1.8. Leitura em consumidores de alta tensão. 
1.9. Aferição em equipamentos de medição. 
1.10. Medidas de resistência, lançamento e insta-
lação de cabo contrapeso. 
1.11. Medidas de campo elétrico, rádio, interferên-
cia e correntes induzidas. 
1.12. Testes elétricos em instalações de terceiros
em faixas de linhas de transmissão (oleodutos,
gasodutos, etc.).
1.13. Pintura em estruturas e equipamentos.
1.14. Verificação, inspeção (inclusive aérea), fis-
calização, levantamento de dados e supervisão de
serviços técnicos.
227

2. Atividades de construção, operação e 2. Valas, bancos de dutos, canale-


manutenção de redes e linhas subterrâne- tas, condutores, recintos internos
as de alta e baixa tensão, integrantes de de caixas, poços de inspeção,
sistemas elétricos de potência, energiza- câmaras, galerias, túneis, estrutu-
dos ou desenergizados, mas com possibili- ras, terminais e aéreas de superfí-
dade de energização acidental ou por falha. cie correspondente.
operacional, incluindo:

  2.1. Montagem, instalação, substituição, - Áreas submersas em rios, lagos e


manutenção e reparos de: barramentos, mares.
transformadores, disjuntores, chaves e
seccionadoras, condensadores, chaves a óleo,
transformadores para instrumentos, cabos
subterrâneos e subaquáticos, painéis, circuitos
elétricos, contatos, muflas e isoladores e demais
componentes de redes subterrâneas.
2.2. Construção civil, instalação, substituição e
limpeza de: valas, bancos de dutos, dutos, condu-
tos, canaletas, galerias, túneis, caixas ou poços de
inspeção, câmaras.
2.3. Medição, verificação, ensaios, testes, inspe-
ção, fiscalização, levantamento de dados e super-
visão de serviços técnicos.
3. Áreas das oficinas e laborató-
rios de testes e manutenção elé-
trica, eletrônica e eletromecâni-
ca onde são executados testes,
ensaios, calibração e reparos de
equipamentos energizados ou
3. Atividades de inspeção, testes, ensaios, ca- passíveis de energização aciden-
libração, medição e reparo em equipamentos tal.
e materiais elétricos,  eletrônicos, eletromecâ-
nicos e de segurança individual e coletiva em - Sala de controle e casa de
sistemas elétricos de potência de alta e baixa máquinas de usinas e unida-
tensão. des geradoras. - Pátios e sa-
las de operação de subesta-
ção, inclusive consumidores.
- Salas de ensaios elé-
tricos de alta tensão.
- Sala de controle dos centros de
operações.
4. Atividades de construção, operação e 4. Pontos de medição e cabinas
manutenção nas usinas, unidades gera- de distribuição, inclusive de dis-
doras, subestações e cabinas de distribui- tribuidores.
ção em operações integrantes de sistema - Salas de controles, casas de
de potência, energizado ou desenergizado máquinas, barragens de usinas e
com possibilidade de voltar a funcionar ou unidades geradoras.
energizar-se acidentalmente ou  por falha
operacional, incluindo:
228

4.1. Montagem, desmontagem, operação e con- Pátios e salas de operações de su-


servação de: medidores, relês, chaves, disjuntores bestações, inclusive consumidoras.
e religadores, caixas de controle, cabos de força,
cabos de controle, barramentos, baterias e carre-
gadores, transformadores, sistema anti-incêndio e
de resfriadores, bancos de capacitores, reatores,
reguladores, equipamentos eletrônicos, eletrônicos
mecânicos e eletroeletrônicos, painéis, para-raios,
áreas de circulação, estrutura-suporte e demais
instalações e equipamentos elétricos.
4.2. Construção de: valas de dutos, canaletas
bases de equipamentos, estruturas, condutos e
demais instalações.
4.3. Serviços de limpeza, pintura e sinalização de
instalações e equipamentos elétricos.
4.4. Ensaios, testes, medições, supervisão, fiscali-
zações e levantamento de circuitos e equipamen-
tos elétricos e  eletrônicos de telecomunicação e
telecontrole.
5. Atividades de treinamento em equipamentos 5. Todas as áreas descritas nos
ou instalações energizadas, ou desenergiza- itens anteriores.
das, mas com possibilidade de energização
acidental ou por falha operacional.
Fonte: Quadro de atividades/Área de risco do Decreto nº 93.412/86.
229

ANEXO K
230

ANEXO K - QUADRO DE ATIVIDADES E ÁREA DE RISCO – ELETRICI-


DADE
Quadro 41

   

ATIVIDADE ÁREA DE RISCO


a Poços de petróleo em Círculo com raio de 30
produção de gás. metros, no mínimo, com
centro na boca do poço.
b Unidade de processa- Faixa de 30 metros de
mento das refinarias. largura, no mínimo,
contornando a área de
operação.
c Outros locais de refi- Faixa de 15 metros de
naria onde se realizam largura, no mínimo,
operações com infla- contornando a área de
máveis em estado de operação.
volatilização ou possibi-
lidade de volatilização
decorrente de falha ou
defeito dos sistemas de
segurança e fechamen-
to das válvulas.
d Tanques de inflamáveis Toda a bacia de seguran-
líquidos. ça.
e Tanques elevados de Círculo com raio de 3
inflamáveis gasosos. metros com centro nos
pontos de vazamento
eventual (válvula regis-
tros, dispositivos de me-
dição por escapamento,
gaxetas).
f Carga e descarga de Afastamento de 15 metros
inflamáveis líquidos da beira do cais, durante
contidos em navios, a operação, com extensão
chatas e batelões. correspondente ao com-
primento da embarcação.
g Abastecimento de aero- Toda a área de operação.
naves.
h Enchimento de vagões- Círculo com raio de 15
tanques e caminhões- metros com centro nas
tanques com inflamá- bocas de enchimento dos
veis líquidos. tanques.
i Enchimento de vagões- Círculo com raio de 7,5
tanques e caminhões- metros com centro nos
tanques inflamáveis pontos de vazamento
gasosos liquefeitos. eventual (válvula e regis-
tros).
j Enchimento de vasilha- Círculos com raio de 15
mes com inflamáveis metros com centro nos
  gasosos liquefeitos. bicos de enchimentos.
l Enchimento de vasilha- Círculo com raio de 7,5
mes com inflamáveis metros com centro nos
líquidos, em locais bicos de enchimento.
abertos.
m Enchimento de vasilha- Toda a área interna do
mes com inflamáveis recinto.
líquidos, em recinto
fechado.
231

n Manutenção de viatu- Local de operação, acres-


ras-tanques, bombas cido de faixa de 7,5 me-
e vasilhames que tros de largura em torno
continham inflamável dos seus pontos externos.
líquido.
o Desgaseificação, Local da operação, acres-
decantação e reparos cido de faixa de 7,5 me-
de vasilhames não tros de largura em torno
desgaseificados ou dos seus pontos externos.
decantados, utilizados
no transporte de infla-
máveis.
p Testes em aparelhos de Local da operação,
consumo de gás e seus acrescido de faixa de 7,5
equipamentos. metros de largura em
torno dos seus pontos
extremos.
q Abastecimento de infla- Toda a área de operação,
máveis abrangendo, no mínimo,
círculo com raio de 7,5
metros com centro no
ponto de abastecimento
e o círculo com raio de
7,5 metros com centro
na bomba de abasteci-
mento da viatura e faixa
de 7,5 metros de largura
para ambos os lados da
máquina.
r Armazenamento de Faixa de 3 metros de
vasilhames que con- largura em torno dos seus
tenham inflamáveis pontos externos.
líquidos ou vazios não
desgaseificados ou
decantados, em locais
abertos.
s Armazenamento de Toda a área interna do
vasilhames que con- recinto.
tenham inflamáveis
líquidos ou vazios não
desgaseificados, ou
decantados, em recinto
fechado.
t Carga e descarga de Afastamento de 3 metros
vasilhames contendo da beira do cais, durante
inflamáveis líquidos ou a operação, com extensão
vasilhames vazios não correspondente ao com-
desgaseificados ou primento da embarcação.
decantados, transporta-
dos por navios, chatas
ou batelões.
232

ANEXO L
233

ANEXO L - MODELO DE OFÍCIO PARA COMUNICAR AO SINDICATO O


INÍCIO DO PROCESSO ELEITORAL

Ofício n° ........

........................,.......... de...................... de 20.....

Ao Exmo. Sr. (nome) Presidente do sindicato (nome)

Assunto: Comunicação de processo eleitoral

Senhor Presidente,

Comunicamos a este sindicato que, no dia___de___de 20...., se iniciará o processo


eleitoral para a constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,
gestão 20..../20..... A eleição para os representantes dos empregados será no dia
_______ de _____de 20....., a partir das ........horas, na dependência da empresa.

Atenciosamente,

............................................................
(Assinatura do empregador)

234

ANEXO M
235

ANEXO M - MODELO DE EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA INSCRI-


ÇÃO

Convocamos a todos os empregados interessados em candidatar-se aos cargos de


representantes, titulares e suplentes, da Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes – CIPA, gestão 20..... / 20...., a efetivarem suas inscrições no local (definir) no
período de ........../......./....... a ........./......./......... .

.........................,.......... de........................de 20....

___________________________
(Assinatura do empregador)
236

ANEXO N
237

ANEXO N - MODELO DE ATA PARA CONSTITUIR A COMISSÃO ELEI-


TORAL

No .......... dia do mês de .................... de dois mil e nove, foi realizada a reunião para
a constituição da Comissão Eleitoral da CIPA, gestão 2009/2010. Ficando a mesma
constituída pelos seguintes membros:
Nada mais a ser discutido nesta reunião, a ata foi lida e aprovada mediante a assina-
tura.
...............................................................
(Nome de quem participou da reunião)

..............................................................
(Nome de quem participou da reunião)

...................., .........de ..............................de 201....


238

ANEXO O
239

ANEXO O - MODELO DE EDITAL DE PUBLICAÇÃO E DIVULGAÇÃO


DOS CANDIDATOS

Ficam convocados os empregados desta empresa para a eleição dos membros da


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, de acordo com a Norma Re-
gulamentadora - NR 5, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,
baixada pelo Ministério do Trabalho, a ser realizada, em escrutínio secreto, no dia ......
de................... de 20...., às........horas, no (local que vai ser realizada a eleição).

Apresentaram-se e serão votados os seguintes candidatos


...............................................................................................................................
...............................................................................................................................

..........................de.......................de 20........

.....................................................
(Assinatura do empregador)
240

ANEXO P
241

ANEXO P - MODELO DE ATA DE ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES


DOS EMPREGADOS DA CIPA

Aos......dias do mês................................. de 20.... , no............................local designa-


do no edital de convocação..............................................................................., com a
presença dos senhores................................... instalou-se a mesa receptora e apura-
dora dos votos às ........horas, o Senhor Presidente da mesa declarou iniciados os
trabalhos. Durante a votação, verificaram-se as seguintes ocorrências:........................
(quando houver). Às.......horas, o Senhor Presidente declarou encerrados os traba-
lhos de eleição, verificando-se que compareceram ........... empregados e passando-
se à apuração, na presença de quantos desejassem.

Após a apuração, chegou-se ao seguinte resultado:

Nº DE Nº DE
TITULARES SUPLENTES
VOTOS VOTOS

Após a classificação dos representantes dos empregados por ordem de votação, dos
titulares e suplentes, esses representantes elegeram .................. ..........................
(nome) para vice-presidente.

Demais votados em ordem decrescente de votos:

CANDIDATOS Nº DE VOTOS
242

Votos brancos
Votos nulos
Total de votos

E, para constar, mandou o Senhor Presidente da mesa que fosse lavrada a presente
ATA, por mim assinada...........(nome)..........................secretário(a), pelos membros da
mesa e pelos eleitos.

Assinaturas

___________________ __________________
___________________ __________________
243

ANEXO Q
244

ANEXO Q - MODELO DE ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE

Aos ............dias do mês de...................... do ano de 20.........., no..... (local designado


no edital de convocação) nesta cidade, presentes(s) o(s) Senhor(es) Diretor(es) da
Empresa, bem como os demais presentes, reuniram-se para a instalação e posse da
CIPA desta Empresa, conforme o estabelecido pela portaria de nº 08 de 23-02-1999.
O Senhor................... , representante da Empresa e presidente da sessão, tendo con-
vidado a mim, ........................... , para secretário da mesma, declarou abertos os tra-
balhos, lembrando a todos os objetivos da reunião, quais sejam: instalação e posse
dos componentes da CIPA. Continuando, declarou instalada a Comissão e empossa-
dos os representantes do empregador:

TITULAR SUPLENTE

............................ ............................

Da mesma forma, declarou empossados os representantes eleitos pelos empregados:

TITULAR SUPLENTE

............................ ............................

A seguir, foi designando para presidente da CIPA o(a) senhor(a)............................


, tendo sido escolhido(a) entre os representantes eleitos dos empregados o(a) se-
nhor(a)......... para vice-presidente. Os representantes do empregador e dos empre-
gados, em comum acordo, escolheram também o(a) senhor(a)....................................
para secretário(a) da CIPA, sendo substituto o(a) senhor(a)........................................
Nada mais havendo a tratar, o(a) Senhor(a) Presidente da sessão deu por encerrada
a reunião, lembrando a todos que o período de gestão da CIPA ora instalada será de
01 (um) ano a contar da presente data. Para constar, lavrou-se a presente ata, que,
lida e aprovada, vai assinada por mim, secretário, pelo presidente da sessão, por to-
dos os representantes eleitos e/ou designados, inclusive os suplentes

................................... ...............................

Presidente da Sessão Secretário(a)

Titulares Suplentes
245

ANEXO R
246

ANEXO R - MODELO DE CALENDÁRIO

Calendário de reuniões ordinárias da CIPA


Gestão 201..... /201....

Reunião Dia da semana Dia do mês Mês Ano Hora











10ª
11ª
12ª

Obs.: As reuniões serão sempre realizadas no (local).

Nestes termos
Pede Deferimento

................, ............de ....................de 201....

________________________________________
Presidente da CIPA
247

ANEXO S
248

ANEXO S - MODELO DE REQUERIMENTO PARA PROTOCOLAR AS


ATAS NA UNIDADE DESCENTRALIZADORA DO MTE

Ilmo. Senhor
Delegado................................................................................................................
(Regional do Trabalho – Subdelegado)
A ...............................................................................................................................
(Razão Social)
Situada...................................................................................................................
(Endereço com CEP)
Com atividade........................................................................................................
(Principal)

grau de risco ......., vem, mui respeitosamente, requerer a V. Sa. o registro da Comis-
são Interna de Prevenção de Acidente – CIPA, de seu estabelecimento situado no
(Endereço, CEP, Telefone e CNPJ), de conformidade com o Art. 163 da CLT e a NR
5 da portaria nº 08 de 23-02-1999. Para tanto, anexamos os seguintes documentos:

- Cópia da ata da eleição
- Cópia da ata de instalação e posse
- Cópia do calendário anual das reuniões ordinárias da CIPA

Nestes Termos
Pede Deferimento
......................, ....... de .................. de 20....
______________________
(Assinatura do empregador)
249

ANEXO T
250

ANEXO T - CONTEÚDO OBRIGATÓRIO NO TREINAMENTO PARA OS


MEMBROS DA CIPA

• Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos origi-
nados do processo produtivo (BRASIL, 2011a). O item tem o objetivo de fazer com
que os trabalhadores compreendam o ambiente e as condições de trabalho da em-
presa, inclusive quanto aos critérios relacionados à organização do trabalho (BRASIL,
[200-]).

• Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho


(BRASIL, 2011a). É importante que o método escolhido seja participativo e que se
proponha a buscar causas intervenientes, com o objetivo de eliminá-las ou de inserir
barreiras protetoras, e não com o objetivo de classificar de forma simplória o acidente,
que é sempre complexo, e, muito menos, de buscar configurar culpados (BRASIL,
[20--]).

• Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos


riscos existentes na empresa (BRASIL, 2011a). Estudo dos casos clássicos de aci-
dentes que tenham ocorrido na empresa ou em similares. O estudo das possibilidades
de acidentes também se faz promissor (BRASIL, [200-]).

• Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS e medidas de


prevenção (BRASIL, 2011a).

• Noções sobre a legislação trabalhista e previdenciária relativas à segurança e


saúde no trabalho (BRASIL, 2011a); Noções básicas das Normas Regulamentado-
ras e Acordos e Convenções Coletivas relacionados à segurança e saúde. Estudos
básicos da legislação previdenciária, em especial os itens que tratam do Acidente de
Trabalho (BRASIL, [200-]).

• Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos


(BRASIL, 2011a). O estudo pode se fundamentar no PPRA e em outros programas de
Saúde e Segurança no Trabalho adotados na empresa (BRASIL, [200-]).

• Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribui-


ções da Comissão (BRASIL, 2011a).
251

ANEXO U
252

ANEXO U - ESTRUTURA DO CNAE 2.0

Topo da Estrutura

1 - Nesta etapa, a CNAE é estruturada por seção e divisões, conforme tabela abaixo:

Seção Divisões Descrição CNAE

A 01 .. 03 AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQUICULTURA


B 05 .. 09 INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
C 10 .. 33 INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO
D 35 .. 35 ELETRICIDADE E GÁS
E 36 .. 39 ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE GESTÃO DE RESÍDUOS E DESCONTAMINAÇÃO
F 41 .. 43 CONSTRUÇÃO
G 45 .. 47 COMÉRCIO, REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
H 49 .. 53 TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E CORREIO
I 55 .. 56 ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
J 58 .. 63 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
K 64 .. 66 ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS
L 68 .. 68 ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
M 69 .. 75 ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E TÉCNICAS
N 77 .. 82 ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES
O 84 .. 84 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL
P 85 .. 85 EDUCAÇÃO
Q 86 .. 88 SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
R 90 .. 93 ARTES, CULTURA, ESPORTE E RECREAÇÃO
S 94 .. 96 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS
T 97 .. 97 SERVIÇOS DOMÉSTICOS
U 99 .. 99 ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS
253

ANEXO V
254

ANEXO V

A seção A, divisão 01..03 para atividade econômica: AGRICULTURA, PECUÁRIA,


PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQUICULTURA, apresenta 03 divisões, confor-
me apresentado abaixo:

Destas 03 divisões, abrindo a divisão 0, a mesma contém os grupos de atividades


correspondentes a esta divisão:

Abrindo o grupo 011, o mesmo contém classe de atividades correspondente a este


grupo:
255

Abrindo a classe 0111-3, a mesma contém as subclasses de atividades corresponden-


tes a esta classe:

Obs.: Os valores do FAP serão gerados nas subclasses de cada empresa.

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