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Sistemas Produtivos I

Aula 7
Priscila Wachs
priscilawachs@producao.ufrgs.br

Créditos slides: professores Tarcisio Abreu Saurin, Alexandre Pedott; livros O modelo Toyota (Liker) e Criando o Sistema Puxado Nivelado (Smalley)
Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)
Recapitulando....

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Controle de Qualidade Zero Defeito
(CQZD) e Poka-Yokes

Inspeção:
“É o processo de medição, exame, teste ou qualquer outra
comparação do produto com os requisitos aplicáveis.”

Tipos de inspeção:
 na fonte,
 Sistema de Inspeção Sucessiva,
 Sistema de Auto-Inspeção,
 por julgamento.

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Pilares do CQZD

Inspeção
Inspeção 100%
na Fonte

Feedback Dispositivo a
Imediato prova de erro

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Controle de Qualidade Zero Defeito
(CQZD) e Poka-Yokes
Poka-Yoke:
“é um mecanismo de detecção de erros e defeitos.”
Abordagens:
 Proativa
 Utilizado durante o processo;
 Poka yoke identifica erros antes que um defeito é produzido.
 Reativa
 Checagem ocorre logo após o processamento;
 Não elimina a ocorrência de defeitos;
 Impede que peças defeituosas sejam passadas a etapa seguinte do
processo.
Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)
Classificação dos Sistemas à Prova de
Falha

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Exercícios

Classificar dispositivos à prova de erros:


 Tipo de inspeção: julgamento, SIS/SAI, fonte
 Função regulagem: controle, advertência
 Função detecção: contato, conjunto, etapas

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


livro Sistema de Troca Rápida de Ferramenta (Shigeo Shingo)
PRODUÇÃO PUXADA

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Sistemas de Empurrar
 Os componentes são fabricados em resposta a um
programa, independentemente do próximo estágio
poder absorver ou de fato necessitar peças naquele
momento

 Cada estágio envia os componentes para um estoque, que


isola aquele estágio do próximo

 Um problema em dado estágio não se torna


imediatamente aparente nos demais

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Sistemas de Empurrar
 Sistemas de empurrar dificilmente vão produzir no
tempo necessário (Just-in-time)

 Sistemas de empurrar (como o MRP) são bons em


planejamento, mas fracos em controle

 Programas MRP requerem longo tempo para


atualização

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Estrutura do Produto no MRP
Material Requirements Planning

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Sistemas de Empurrar
 Material Requirements Planning (MRP)

 Embora o MRP calcule corretamente as necessidades de


materiais, associando-as precisamente com a programação
de produtos acabados, longos tempos de atravessamento
e grandes lotes destróem essa associação

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Clássica Produção Empurrada
Previsão Controle da Previsões
Aços 6 semanas Produção 90/60/30 dias Montadora
Guaíba Fax Pedido diário Riograndense
semanal MRP
Bobina 150 m. 18.400 pçs/mês

PROGRAMAÇÃO SEMANAL Caixa: 20 pçs.

Programação
diária de
2/semana diária
entregas

Estamparia Soldagem Montagem Expedição


E E E E
Prep. Carga
Bobinas 7.000 un. 2.450 un. 3.140 un.
5 dias
Lead Time de
5 dia 7,6 dias 2,7 dia 4,5 dias Produção = 19,8 dias
0,8 h 0,5 h 1,2 h Tempo de Agregação
de Valor = 2,5 horas
Produção Empurrada Clássica
 Ritmo de produção em desacordo com o ritmo de
vendas
 Altos estoques em processo
 Lead time de produção longo e sujeito a grandes
variações
 Ordens de produção entrando em vários pontos do
sistema
 Isolamento entre processos cliente e fornecedor

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Sistemas de Puxar
 A produção somente acontece em função de um
sinal que reflete o status da linha

 O material é retirado pelo usuário conforme a


necessidade

 A linha de montagem sabe quantas peças serão


necessárias e quando ela irá ao processo precedente
para obter as peças necessárias, na quantidade necessária,
no tempo necessário e na qualidade necessária
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Tipos de Sistemas Puxados

 Sistema Puxado de Reposição (make-to-stock)

 Sistema Puxado Sequenciado (make-to-order)

 Sistema Puxado Misto (make-to-stock)

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Sistema Puxado de Reposição
Previsão Controle da Previsões
Aços 6 semanas Produção 90/60/30 dias Montadora
steel Fax Pedido diário Riograndense
semanal MRP
Bobina 150 m. 18.400 pçs/mês
Demanda: 18.400 un./mês
Regime de Trabalho: Takt time: Caixa: 20 pçs.
23 dias/mês Ritmo Programação
da produção para
02 turnos/dia atender adiária
demanda.
de
diária (tempo entregas
de produção
08 horas/turno
TAKT TIME = 72” disponível dividido pela
demanda)
1/4horas

Estamparia Soldagem Montagem Expedição

Prep. Carga

LEAD TIME DE REPOSIÇÃO = 1,2 HORAS


32 horas 4 horas 2 horas 6 horas
0,8 h 0,5 h 1,2 h 1,5 h
O que é um supermercado?
 É um estoque controlado e dimensionado de tal
forma que:
 O processo cliente sempre encontre peças dos
modelos e nas quantidades necessárias
 O processo fornecedor sempre consiga repor o
supermercado antes que os níveis mínimos de
peças definidos sejam atingidos

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Onde Utilizar o Supermercado?
 Onde não for possível imprimir um fluxo contínuo
por causa de:

 Processo fornecedor não dedicado


 Processo fornecedor não confiável
 Altos tempos de setup
 Longas distâncias entre fornecedor e cliente
 Longo lead time do processo fornecedor

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Sistema Puxado Sequenciado
Previsão Controle Previsões
Aços 6 semanas da 90/60/30 dias Montadora
steel Fax Produção Pedido diário Riograndense
semanal MRP
Bobina 150 m. 18.400 pçs/mês

Demanda: 18.400 un./mês


Caixa: 20 pçs
Programação Regime de Trabalho:
.
diária de - 23 dias/mês
diária entregas - 02 turnos/dia
- 08 horas/turno
TAKT TIME = 72”

1/8horas
Estamparia Soldagem Montagem Expedição
WIP WIP WIP
Prep. Carga

LEAD TIME DE PRODUÇÃO = 8 HORAS


32 hrs 2,5 hrs 2,5 hrs 0,5 hrs
0,8 hrs 0,5 hrs 1,2 hrs 1,5 hrs
Exemplo de FIFO
 Se o X subsequente estiver completo pare
 P1 só produz nova peça quando X2 estiver vazio

 Nesse caso (X2 completo), P1 deve auxiliar P2. Se na


volta X1 estiver vazio, P1 ajuda P0

X1 X2
P0 P1 P2

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Sistema Puxado de Sequenciado
Fluxo contínuo – produz um movimenta um

A B C

 Não existe supermercado de produto acabado


Ordem de produção enviada ao primeiro processo de
manufatura
 Lead time de produção deve ser muito curto
 Entregas contra pedido (make-to-order)
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...continuação

 Supermercados substituídos por “filas” entre os


processos

 Lead Time de atendimento ao pedido é maior do


que na puxada de reposição

 Requer alta estabilidade e confiabilidade dos


processos

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Sistema Puxado Misto
Previsão Controle Previsões
Aços steel 6 semanas da 90/60/30 dias Montadora
Fax Produção Riograndense
Pedido diário
semanal MRP
Bobina 150 m.

Programação
diária de
diária entregas

Programação 1/4horas
de reposição

Estamparia Soldagem Montagem Expedição


WIP WIP
Prep. Carga

LEAD TIME DE REPOSIÇÃO = 7,5 HORAS


32 hrs 2,5 hrs 2,5 hrs 16 hrs
0,8 hrs 0,5 hrs 1,2 hrs 1,5 hrs
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Resumo dos três tipos estudados
 Na puxada de reposição, o lead time de atendimento do pedido é
via de regra curto pois o produto acabado está disponível no
supermercado (não é necessário esperar pela fabricação).

 Na puxada mista, também existe um supermercado de produto


acabado, porém o lead time de reposição deste supermercado é
maior, pois não existem supermercados intermediários; o pedido de
reposição vai à 1ª operação.

 Na puxada sequenciada, o lead time de atendimento do pedido é


maior, pois não existe supermercado de produto acabado e
portanto é necessário aguardar pela fabricação do produto. Este é
o sistema que possibilita os menores níveis de estoque.

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O SISTEMA KANBAN

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Kanban
 Kanban = cartão;
 É um registro visível, usado
como meio de comunicação,
transmissão de dados e
informações;
 É uma ferramenta prática para
realizar a produção puxada e o
just in time (JIT);
 É um sistema de informação, desenvolvido para coordenar os vários
processos interligados em uma fábrica;
 Funciona como um supermercado que repõe o produto na
prateleira assim que o cliente o retira.
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Funcionamento do Kanban de 2 cartões
Kanban de
A Produção A

Kanban de
B Produção B
Processo
Fornecedor Kanban de
C Produção C

Kanban de
D Produção D

Kanban de Kanban de
Retirada A A Produção A

Kanban de Kanban de
Retirada B B Produção B
Processo
Kanban de Cliente Kanban de C
Retirada C Produção C

Kanban de Kanban de
Retirada D D Produção D
Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)
...continuação

Kanban de
A Produção A

Kanban de
B Produção B
Processo
Fornecedor Kanban de
C Produção C Kanban de
Produção C
Kanban de
D Produção D
Kanban de
Retirada A A

Kanban de
Retirada B B
Processo
Kanban de Cliente
Retirada C

Kanban de
Retirada D D

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


...continuação

Kanban de
A Produção A

Kanban de
B Produção B
Processo
Fornecedor Kanban de Kanban de
C Produção C Retirada C

Kanban de
D Produção D
Kanban de
Retirada A A

Kanban de
Retirada B B
Processo
Cliente

Kanban de
Retirada D D

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Kanban de ...continuação
Produção C

Kanban de
A Produção A

Kanban de
B Produção B
Processo
Fornecedor

Kanban de
D Produção D
Kanban de
Retirada A A
Kanban de C
Retirada C Kanban de
Retirada B B
Processo
Cliente

Kanban de
Retirada D D

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Kanban de
Produção C
...continuação

Kanban de
A Produção A

Kanban de
B Produção B
Processo
Fornecedor

Kanban de
D Produção D
Kanban de
Retirada A A

Kanban de
Retirada B B
Processo
Kanban de C Cliente
Retirada C

Kanban de
Retirada D D

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Kanban de Retirada
Endereço Endereço da Linha
Supermercado USINAGEM
A-3 BLOCOS 1
Processo No. Kanban Processo
Precedente 4/10 Subseqüente
FORJARIA DESBASTE
No. Peça Quantidade No. Cartão
RED - 001 24 BL-02
O cartão apresenta:
Identificação do Item Processo Subseqüente (cliente)
Quantidade por Caixa Endereço da Linha (cliente)
Processo Precedente (fornec.) Endereço do Supermercado
Número do Cartão Número Controle do Kanban
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Funcionamento Kanban

Quadro Processo Estoque Cliente

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Funcionamento Kanban
Quadro Processo Estoque Cliente

Demanda

Preparar
Iniciar imediatamente
o processo para
a produção
produção
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Funcionamento Kanban

Quadro Processo Estoque Cliente

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Painel porta Kanban

Peça A1 Peça A2 Peça A3 Peça A4

Crítico

Kanban Priorid.

kanban Kanban Kanban


Sob
Kanban Kanban Kanban controle

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Como interpretar o porta-Kanban

 Enquanto os cartões estiverem na faixa verde ele não pode


produzir essa peça

 Quando um cartão for pendurado na faixa amarela, o


operador deve iniciar a preparação da máquina para
produzir a peça

 Quando um cartão for pendurado na faixa vermelha, iniciar


a produção imediatamente

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)
Fonte: http://blog.seton.com.br/wp-content/uploads/2014/11/kanban.jpg
Cálculo do número de Kanbans
 Inicialmente, há necessidade de estabelecer o tamanho do
lote para cada item

 Na prática, apesar da busca pelo lote unitário ser


contínua, definimos o tamanho do lote em função de dois
fatores:

 Número de setups por dia (+ setups = < lotes)


 Tamanho do contenedor
 Deve-se procurar reduzí-los ao máximo e padronizar

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Dimensionamento do Kanban

 O número de cartões Kanban é função:


1. tempo gasto para a produção e movimentação
dos lotes no sistema produtivo
2. segurança projetada

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Cálculo do número de kanbans
N = (D/Q) . Tp . (1 + S) + (D/Q) . Tm . (1 + S)

Kanbans de produção Kanbans de movimentação

exercício

N = n. total de cartões kanban no sistema


D = demanda média diária do item (itens/dia)
Q = tamanho do lote por contenedor ou cartão (itens/cartão)
S = fator de segurança, em percentual do dia (%)
Tp = tempo total para um cartão kanban de produção completar um ciclo produtivo, em
percentual do dia, na estação de trabalho
Tm = tempo total para um cartão kanban de movimentação completar um circuito, em
percentual do dia, entre os supermercados do produtor e do consumidor

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Estabilidade e Capacidade: requisitos
para puxar
 Estabilidade: variação dentro dos limites aceitáveis

 Capacidade: atingir as metas

Para produzir no momento necessário (JIT), os processos


têm que ser estáveis e capazes

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Avaliação dos 4 M
 Materiais
 Taxas de defeitos, entregas no prazo, real x planejado

 Método
Indicadores
 Aderência ao trabalho padrão com ciclo de
controle curto

 Mão-de-obra
 Absenteísmo, rotatividade, multifuncionalidade

 Máquina
 OEE, real x planejado

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Avaliação dos 4 M

 Escolher um fluxo de valor para avaliar estabilidade e


capacidade

 Identificar elementos dos 4M em cada etapa do fluxo de valor

 Definir indicadores quantitativos e qualitativos para avaliar 4M

 Desenvolver mapa do fluxo de valor do estado futuro, com


melhorias de estabilidade e capacidade

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)


Quais práticas lean contribuem para a
estabilidade / capacidade e quais requerem isso?

 Contribuem:
 5S, kaizen, TPM, trabalho padronizado, gerenciamento visual,
multifuncionalidade

 Requerem:
 Autonomação, puxar, gestão pelo takt time

Disciplina: Sistemas Produtivos I (ENG 09003)

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