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1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.............................................................................................................................2
1.2. Objectivo Geral.....................................................................................................................2
1.2.1. Objectivos Específicos......................................................................................................2
1.3. Metodologia de Trabalho......................................................................................................2
2. ASFIXIOLOGIA FORENSE...................................................................................................3
2.1. Origem..................................................................................................................................3
2.1.1. CONCEITO.......................................................................................................................3
2.2. SINAIS GERAIS DE ASFIXIA...........................................................................................4
2.3. Sinais externos......................................................................................................................4
2.4. Sinais Internos......................................................................................................................6
2.4.1 Os caracteres do sangue..........................................................................................................6
2.4.5 Asfixias por Modificação do Meio Ambiente.........................................................................7
2.5. Asfixia por gases...................................................................................................................7
2.6. Soterramento.........................................................................................................................9
2.7. Sinais externos atípicos.......................................................................................................10
2.7.1. Sinais externos típicos - Caracterizam a asfixia-submersão:...............................................11
3. Asfixia por Constrição do pescoço............................................................................................13
3.4. Fases da morte por enforcamento...........................................................................................13
3.8. Asfixias por Impedimento da Expansão do Tórax.................................................................15
3.9. Asfixias por Paralisação dos Músculos Respiratórios............................................................15
4. Conclusão..................................................................................................................................16
5. Referências Bibliográficas:........................................................................................................17
Medicina Legal – longe de ser matéria pertencente a um dos ramos da Medicina, ela serve como
embasamento para a produção de provas obtidas em corpo humano que tenham, obviamente,
importância para elucidação de dúvidas sobre questões envolvendo Direitos, não apenas penais,
mas também em outros ramos do Direito.
A Medicina Legal é uma especialidade médica e jurídica que utiliza conhecimentos técnico-
científicos da Medicina para o esclarecimento de fatos de interesse da Justiça.
Esses termos traduzem os fenómenos que ocorrem no homem quando este é sujeito a energias
físico-químicas que impedem à passagem de ar as vias aéreas e desta forma alteram a função
respiratória, e vão inibir a hematose, podendo, em consequência, levar o indivíduo a morte.
O Oxigénio chega aos tecidos através de mecanismos que sequencialmente são: - Ventilação
pulmonar; - Hemoglobina; - Circulação; e - Trocas gasosas.
Estes vão dar origem a diferentes tipos de anóxia: Anóxia de ventilação ou anóxica; anóxia
anêmica; - anóxia de circulação e de estase; - Anóxia tissular ou histotóxica.
O presente trabalho vem descrever como ocorrem, quais as fases, os principais achados, que
devem ser analisados, e como a Medicina Legal se comporta e compreende os fenómenos que
ocorrem quando um indivíduo passa por um processo de anóxia.
Foi na base destas leituras que se procedeu a definição da estrutura final do trabalho e selecção
de conceitos indispensáveis para a composição do trabalho.
2.1.1. CONCEITO
Podemos definir Asfixiologia Forense como uma parte da Medicina Legal que analisa as formas
acidentais ou criminosas das asfixias, sob um prisma médico e jurídico.
Muitos são os avanços dos métodos jurídicos para investigar todas as espécies de crime. A
tecnologia para tais investigações tem-se estendido em todas as áreas criminalistas, afectando
directa e indirectamente no ramo da Medicina Legal, que é uma especialidade jurídica que
envolve a medicina através de conhecimentos técnico-científicos para o esclarecimento de fatos
de interesse da justiça, sendo que o praticante pode ser chamado de médico legista ou
simplesmente legista (Wikipédia, 2011).
Asfixia é a supressão da respiração. Flamínio Fávero traz em sua obra o conceito segundo
Hoffman: "Morte produzida por impedimento mecânico à penetração do ar atmosférico na árvore
respiratória
Chama-se eupnéia a respiração normal; bradipnéia, a diminuição dos movimentos respiratórios,
e taquipnéia, o aumento da frequência respiratória. A Dispnéia é a respiração forçada e
difícil. Ortopnéia é termo que indica dispneia tão intensa que obriga o indivíduo a sentar-se para
dar inteira liberdade de acção aos músculos auxiliares da respiração. Apneia é a pausa ou
suspensão temporária da respiração.
2.2. DE ASFIXIA
O indivíduo morre e, em consequência da morte, o coração não bate. O sangue contido nos
pequenos vasos próximos à pele, com a morte, acumula-se, por força gravitacional, nas regiões
de maior declive. Se o morto está em pé (enforcado), o sangue vai para as extremidades (mãos,
2.3.2. Cianose
Face, rosto, parte alta do pescoço nos asfixiados são cianóticos. Encontradas em certos tipos
especiais de asfixia, como na esganadura, na estrangulação e na compressão torácica. A cianose é
uma tonalidade azulada da pele e mucosas.
2.3.3. Equimose
2.3.4. Espuma
De aspecto semelhante a um cogumelo sanguinolento exteriorizado pela boca e/ou pelo nariz,
manifesta-se frequentemente nos casos de submersão, podendo faltar em outros tipos de asfixia.
Abrangem o aspecto, cor e fluidez. Na morte por asfixia o sangue é fluido e de cor negra. Fazem
exceção os que sucumbiram sob o efeito do monóxido de carbono, ficando a cor do sangue
vermelho vivo e os afogados que ingeriram grande quantidade de líquido, com a cor rosada.
Conhecidas vulgarmente por petéquias, são também chamadas manchas de Tardieu, As manchas
de Tardieu são petéquias violáceas, em pequeno número - três ou quatro -, ou aglomeradas em
grande quantidade, recobrindo a superfície pleural, interlobares e basilares dos pulmões, do
pericrânio e, nos recém-nascidos, do timo. As manchas de Paltauf são equimoses viscerais nos
pulmões dos afogados.
Quase todos os órgãos do corpo são passíveis de congestão nos diferentes tipos de asfixia. O
fígado e o os rins são os de maior interesse na asfixia.
Órgãos que normalmente contêm sangue, como o fígado, ficam muito cheios. Esse mesmo
aumento da pressão, durante a asfixia, pode provocar um aumento de sangue nos alvéolos dos
pulmões e pode ocorrer ruptura de vasos dos alvéolos; por isso é comum a secreção
sanguinolenta nos casos de asfixia.
2.4.6. Confinamento
Mais importantes que os vapores nitrosos é o formeno, metano, grisu ou gás dos pântanos, que
interessa particularmente à Infortunística Acidentária, responsável que é pelas explosões e
sufocação dos obreiros que trabalham no interior das minas. Provocam dispnéia, irritação
intensa da laringe, da traqueia, dos brônquios e dos pulmões.
2.6. Soterramento
2.6.1. Afogamento
Afogamento é a asfixia no meio líquido: pode ser água, tanque de coca-cola, álcool, gasolina etc.
Num primeiro momento, o afogado tem a fase de surpresa: fica agitado e segura ao máximo a
respiração. Quando não aguenta mais, respira profundamente inundando os pulmões de água.
Entra em concussão e morte aparente. Após isso, o coração bate por mais ou menos 9 minutos.
São os que se manifestam também em outras formas de morte que não o afogamento, em que o
cadáver permanece por qualquer motivo submerso por certo período de tempo.
Pele anserina ou "pele de galinha" - É determinada pela saliência dos folículos pilosos
pela contracção dos músculos pretores cutâneos. Situam- se frequentemente nos ombros,
na região lateral das coxas e dos antebraços, constituindo o sinal de Bernt.
Retracção dos mamilos - Tem significado idêntico ao da pele anserina.
Retracção dos testículos e do pênis - Provocada pelo desequilíbrio térmico inicial entre o
corpo e a massa líquida.
Temperatura baixa da pele - Tem valor relativo.
Maceração epidérmica - Mais acentuada nas mãos e nos pés, por embebição da pele,
destacando-se por grandes retalhos, ou quando nas mãos, em dedos de luva junto com as
unhas.
Rigidez cadavérica precoce.
Cor da face - Será lívida ou azulada nos afogados brancos de Parrot, e cianosada nos
mortos por submersão-asfixia.
Queda fácil dos pêlos nos que permaneceram durante algum tempo submersos.
Destruição frequente das partes moles e cartilaginosas, como boca, supercílios, pálpebras,
globos oculares, nariz e pavilhões auditivos, por animais da fauna aquática, como peixes,
siris e outros crustáceos.
Projecção da língua além das arcadas dentárias é frequente no início da putrefacção.
o Presença de erosões das polpas digitais e entre os dedos e, sob as unhas, de lama
ou grãos de areia e, nos lábios, de corpos estranhos inerentes à massa líquida onde
ocorreu a submersão.
Lesões de arrasto (Simonin) - São consequentes ao roçar, no leito dos rios, da fronte,
mãos, joelhos e pododáctilos, nos afogados que permanecem submersos em decúbito
ventral em movimentos de vaivém, pelo impulso das águas. Evidentemente, nas vítimas
que, submersas, adoptam a posição de decúbito dorsal em opistótono, as lesões de arrasto
serão encontradas na região occipital e nos calcanhares.
"Cabeça de negro" É própria dos afogados por submersão em estado de putrefação; a pele
da cabeça adquire cor verde e bronzeada.
Tonalidade vermelho-clara dos livores cadavéricos – Determinada pelas alterações do
sangue na asfixia-submersão, localiza-se comummente nas regiões mais declives do
corpo (cabeça, pescoço, metade superior do tronco, mãos e pés), podendo, em alguns.
Cogumelo de espumas - Consequente ao arejamento do muco misturado à água na
traquéia e nos brônquios, somente se forma nos indivíduos que reagiram energicamente
dentro d'água e aparecem sobre a boca e narinas dos que cedo foram deles retirados.
Putrefacção - Lenta enquanto a vítima está submersa, evolui rapidamente se o corpo é
posto em contacto com o meio exterior. Inicia-se pela parte superior do tórax, face e
depois cabeça e progride em direcção descendente comprometendo todo o corpo, que
assume forma gigantesca, lembrando balão inflado, de plástico. O enfisema putrefactivo
distendendo exageradamente o aparelho genital masculino confere ao pénis e às bolsas
escrotais dimensões descomunais.
3.1. Enforcamento
Quando há uma distância considerável entre o corpo e o chão. O corpo, verticalizado, fica solto
no espaço, sem contacto com o plano de sustentação.
Quando o corpo não fica inteiramente pendurado. Ex.: amarrar o laço numa janela.
Nas asfixias por enforcamento, o mecanismo é misto, pois, além da constrição das vias
respiratórias, constringe-se, também, a circulação sanguínea e o sistema nervoso que comanda a
respiração e os batimentos cardíacos.
· Fase da resistência: agitação; o indivíduo tem alucinações, visão turva, torpor, perda da
consciência (quase coma). Essa fase dura de 40 a 80 segundos.
· Fase da agitação: ausência de consciência, convulsões intensas, alterações na cor da pele,
língua protusa, olhos esoftalmos. Essa fase dura de 3 a 5 minutos.
· Fase de prostração ou morte aparente: o coração bate e essa fase pode durar até 10 minutos.
3.5. Estrangulamento
No estrangulamento, que também é uma constrição por um laço, a força constritiva é externa. O
que constringe é o laço, accionado por uma força externa, geralmente homicida.
Para determinar se a causa da morte foi enforcamento ou estrangulamento, é necessária a análise
das características do sulco deixado pelo laço.
No estrangulamento, o sulco é horizontal, tem profundidade uniforme, não é interrompido e fica
no meio do pescoço.
3.6. Esganadura
Esganadura é a constrição do pescoço por um membro do corpo humano: mãos, pés, cotovelos,
joelhos.
A esganadura é sempre um homicídio, porque a força constritiva será sempre um segmento do
corpo humano.
Na esganadura, sempre há disparidade de forças entre os sujeitos.
3.7. Sufocação
Diz respeito a todo e qualquer fenómeno que comprima o tórax, impedindo a sua expansão (ex.:
acidente de veículos, homicídio, estouro de pessoas contra a parede, morte por pisoteamento
contínuo entre os seres humanos).
Há uma compressão do tórax, que impede a respiração, provocando a asfixia.
Fracturas múltiplas nas costas que bloqueiam a respiração, provocando a morte por asfixia.
A paralisia flácida é causada por substância vegetal, utilizada pelos índios da Amazônia, de nome
curare. O curare é utilizado, também, nas anestesias.
Outra hipótese remota, mas que também pode ocasionar paralisia flácida, é o traumatismo de
medula (raquimedular).
Diante do exposto, podemos concluir que a Asfixia, sob o ponto de vista médico-legal, é a
síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência do oxigénio no ar respirável por impedimento
de causa fortuita, violenta e externa, em circunstâncias as mais variadas. Assim, na asfixia,
consome-se o oxigénio presente nos pulmões e acumula-se o gás carbónico que vai se formando.
Entender cada fase que o organismo passa em cada tipo de anóxia e dessa forma encaixá-la em
um dos processos mecânicos de asfixia como as produzidas por confinamento, monóxido de
carbono, sufocação, soterramento, afogamento, enforcamento, estrangulamento e esganadura é
muito importante para esclarecer dúvidas e chegar a conclusões importantes que podem ser a
chave para a descobertas importantes não só do ponto de vista da lei, mas também podem ajudar
a confortar familiares que querem apenas saber o que de fato ocorreu.
I. GRECO, Rogério (Coord.). Medicina Legal à Luz do Direito Penal e Direito Processual .
Pena: teoria resumida/ Willian Douglas Resinente dos Santos, Lélio Braga Calhau,
Abrouch Valenty, Krymchantowki, Roger Ancillotti, Rogério Greco. 9ª ed. Rio de
Janeiro: Impetus, 2010.
II. FÁVERO, Flamínio. Medicina Legal. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1994.
III. VASQUES, Paulo Maurício. Apostila de Medicina Legal.
IV. FRANÇA Genival Veloso. Medicina legal. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan,
2004, págs. 116-134.