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organizações e gestão
Brasília, 2006
Prof. Dr. Naomar de Almeida Filho Prof. Dr. Antônio Nazareno Guimarães Mendes Prof. Dr. Paulo Speller
Reitor Reitor Reitor
Prof. Dr. Herbert Conceição Prof. Dr. Ricardo Pereira Reis Profa. Dra. Marinêz Isaac Marques
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Vice-Reitor Propg – Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Prof. Dr. Osvaldo Barreto Prof. Dr. Joel Augusto Muniz Prof. Dr. José Manuel Carvalho Marta
Diretor da Escola de Administração Pró-Reitor de Pós-Graduação Coordenador do Projeto
Profa. Dra. Tânia Fischer Prof. Dr. Antônio Carlos dos Santos jmarta@ufmt.br
Coordenadora do Projeto Chefe Depto Administração e Economia – DAE Prof. Dr. Dirceu Grasel
Prof. Dr. Antonio Gomes de Pinho Prof. Dr. Ricardo de Souza Sette Coordenador Pedagógico
Coordenador Pedagógico Coordenador do Curso dgrasel@ufmt.br
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PhD. Professor Alberto Borges Matias Prof. Dr. Timothy Martin Mulholland
Diretor Presidente Reitor
Prof. Msc. David Forli Inocente Prof. Dr. Edgar Nobuo Mamiya
Gerente de Ensino Vice-Reitor
www.cead.unb.br
REVISOR
Leonardo Menezes
Sumár io
Apresentação ................................................................................ 7
Ícones Organizadores ................................................................... 9
Referências....................................................................................... 117
Apresentação
Tânia Fischer
Ícones organizadore s
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema
1. Lembre-se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para
consolidação de aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
TEMA 1
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Tema 2
Gestão Contemporânea e Gestão Social
Desenvolver
Significa... Para...
a habilidade
Aprender sobre administração Saber categorizar
a partir do estoque de problemas administrativos
conhecimentos existentes e ver relações entre
sobre definição de objetivos e categorias. Compreender
Cognitiva formulação de políticas e as o particular por meio do
idéias sistematizadas sobre conhecimento do geral
estruturas, processos, técnicas e
comportamentos organizacionais
Aprender a decompor problemas
Saber a utilidade e a
administrativos, identificar
potencialidade das
variáveis fundamentais,
técnicas administrativas
Analítica estabelecer relações de causa
e adquirir mais realismo,
e efeito na busca de novas
profundidade e criatividade
soluções, objetivos, prioridades
na solução de problemas
e alternativas de ação
Aprender novas maneiras Comportar-se de forma
de interação humana dentre diferente do acostumado
padrões alternativos conhecidos para obter respostas
e validados socialmente, como comportamentais mais
Comportamental novas formas de comunicação, consistentes com objetivos
de interação grupal ou de de eficiência, eficácia,
exercer ou lidar com poder e satisfação e segurança no
autoridade trabalho
Aprender sobre si próprio, sobre Desenvolver capacidade de
sua função e sobre os objetivos interferir intencionalmente
e condições operacionais de no sistema organizacional,
De Ação sua organização. Desenvolver ou seja, de transformar
comprometimento com a missão objetivos, valores e
sócio-econômica da instituição conhecimentos em formas
em que trabalha efetivas de ação
• para ser legítima deve ser eficiente e para ser eficiente, deve se legitimar,
criando círculos virtuosos na lógica social que orienta a ação;
• é um desafio à criatividade.
Primeira proposição
A gestão do desenvolvimento social é um processo de mediação
que articula múltiplos níveis de poder individual e social. Sendo
um processo social e envolvendo negociação de significados so-
bre O QUE deve ser feito, POR QUE e PARA QUEM, a gestão
não é uma função exercida apenas por um gestor, mas por um
coletivo que pode atuar em grau maior ou menor de simetria/as-
simetria e delegação, o que traz uma carga potencial de conflito
de interesses entre atores envolvidos e entre escalas de poder.
A fragilidade dos processos de desenvolvimento social pode tan-
to ser atribuída à falta de competência dos gestores para fazê-
los avançarem e promoverem mudanças efetivas de um lado
e, de outro, ao papel exageradamente protagonista dos líderes
carismáticos, que criam dependência nas comunidades e põem
em risco a continuidade de projetos.
A passagem de uma configuração política baseada na predomi-
nância da ação governamental sobre o local para um policen-
trismo do poder é o traço mais característico da década de 90.
Muda também o estilo de gestão dos governos locais. Ser pre-
feito hoje é bastante diferente do que foi há dez anos. Mudam os
critérios de avaliação do que é uma “boa gestão”, as exigências
sobre a melhoria de qualidade são maiores e os papéis em que
se desdobram os gestores também são em maior número. O
jogo político é também feito por um maior número de interes-
sados, estando as elites urbanas mais visíveis na vida pública;
a multiplicidade de agentes e iniciativas torna-as, praticamente,
ingovernáveis, no sentido tradicional. A participação comunitária
é valorizada desde a concepção de estratégias até o desenho
de estruturas, desenvolvimento e avaliação, sendo um elemento
44 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
Segunda proposição
A gestão do desenvolvimento social é um campo de conheci-
mento e um espaço híbrido e contraditório de práticas. A coo-
peração não exclui a competição; a competitividade pressupõe
articulações, alianças e pactos. Fazendo parte, essencialmente,
do ser e agir humanos, o conflito de percepções e interesses
está presente também em formas organizativas solidárias que,
por sua vez, estão embebidas em contextos capitalistas ociden-
tais. Como projetos de resistência e contradependência desses
contextos, são experiências de ruptura e de construção de no-
vos paradigmas do agir social e, como tal, são “organizações
de aprendizagem” da gestão do desenvolvimento. Não é fácil
compartilhar o poder e, muito menos, construir organizações e
interorganizações, estratégias e estruturas eticamente relacio-
nais e eficazes.
Terceira proposição
Orientada por valores e pela ética da responsabilidade, a ges-
tão do desenvolvimento social deve atender aos imperativos
da eficácia e eficiência. O que é uma gestão eficaz e eficiente
neste campo? Caracterizadas por fluidez, agilidade e inovação,
as organizações e interorganizações de cunho social enfrentam
desafios e correm sérios riscos de insustentabilidade e extinção.
Como quaisquer outras organizações, devem mapear necessi-
dades, delinear estratégias conseqüentes, desenvolver planos,
gerir recursos escassos, gerir pessoas, comunicar-se e difundir
resultados, construindo a identidade e preservando a imagem
da organização. Prestar contas à sociedade, avaliar processos
e resultados e regular ações são também tarefas essenciais do
gestor eficaz. No caso de organizações de desenvolvimento so-
cial, a eficiência é função de efetividade social, isto é, da legiti-
midade conquistada.
Quarta proposição
A gestão do desenvolvimento social é gestão, também, de redes,
de relações sociais, mutáveis e emergentes, afetadas por estilos
de pessoas e comportamentos, pela história do gestor, pela ca-
pacidade de interação e por toda a subjetividade presente nas
relações humanas. Há um viés de análise dessas organizações
que privilegia as dimensões sociais, minimizando ou excluindo as
TEMA 2 GESTÃO CONTEMPORÂNEA E GESTÃO SOCIAL 45
Quinta proposição
A gestão do desenvolvimento social é um processo embebido
em contextos culturais que o conformam e para os quais con-
tribui, refletindo e transformando esses contextos de forma tan-
gível e intangível. O gestor social é gestor do simbólico e do
valorativo, especialmente quando se trata de culturas locais e da
construção de identidades.
Apesar da banalização instrumental do conceito de capital social,
presente na retórica do atual desenvolvimentismo,,é inegável o
efeito inercial e cumulativo nas comunidades de experiências
bem (e mal) sucedidas. Ou seja, aprende-se com o sucesso,
mas também com o fracasso. A pedagogia social é imanente aos
processos de desenvolvimento social, à constituição de “organi-
zações de aprendizagem”.
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema
2. Lembre-se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para
consolidação de aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
TEMA 2
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Tema 3
Desenvolvimento e Industrialização
A ECO-92 foi realizada de 3 a O conceito de durável está ligado a sustentável. O termo sus-
14 de junho de 1992. A convite tentabilidade primeiramente pertencia ao campo da ecologia e
do Brasil, a cidade do Rio de da administração e se refere ao desenvolvimento de uma em-
Janeiro foi a sede do encontro presa, ramo industrial, região ou país, que, em seu processo,
que reuniu representantes de não esgota os recursos naturais que consome nem danifica o
175 países e de Organizações meio ambiente de forma a comprometer o desenvolvimento des-
Não-Governamentais (ONGs). sa atividade para as gerações futuras (SANDRONI, 2001). Hoje
Considerado o evento ambiental é inconcebível pensar em desenvolvimento na concepção mera-
mais importante do século XX, mente produtivista do crescimento econômico.
a ECO-92 foi a primeira grande
reunião internacional realizada O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
após o fim da Guerra Fria. partir de 2002, passou a calcular o IDS – Indicador de De-
senvolvimento Sustentável. A necessidade de quantificar o
problema foi estimulada pelo movimento internacional para
A Organização das Nações preservação do meio ambiente intensificado na ECO 92, co-
Unidas é uma instituição ordenado pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável
internacional formada por 192 da ONU, a fim de se consolidarem indicadores internacio-
Estados soberanos, fundada após nais compatíveis, permitindo o acompanhamento do tema
a 2ª Guerra Mundial para manter em escala mundial. Sua metodologia abrange quatro áreas
a paz e a segurança no mundo, de interesse – ambiental, social, econômica e institucional.
fomentar relações cordiais entre A publicação Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
as nações, promover progresso – Brasil 2004, desse órgão, contém um conjunto de 59 indi-
social, melhores padrões de vida cadores sobre a sustentabilidade do modelo de desenvolvi-
e direitos humanos. mento brasileiro.
TEMA 3 DESENVOLVIMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO 59
3.4.1 Região
O conceito de região geralmente refere-se a uma área geográfi-
ca com certas características comuns, as quais a distinguem de
áreas adjacentes ou de outras regiões. O termo região, tradicio-
nalmente, refere-se às entidades espaciais de escala média ou
intermediária: o regional pode ser alguma parte entre o mundial
e o nacional – região continental – ou entre o nacional e o local
– região subnacional (ALBAGLI e BRITO, 2003).
60 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
Para Fischer (2002), a governança compreende uma rede de
conceitos (como desenvolvimento) que parece padecer dos ma-
les da polissemia e do uso cooperativo por várias disciplinas das
Ciências Sociais, bem como de aplicações e transferências in-
devidas em diversas situações. Guimarães e Martin (2001) en-
contram as seguintes convergências nos inúmeros estudos so-
bre governança contemporânea:
3.4.5 Infra-estrutura
Apesar da relevância da governança e do capital social como
ativos intangíveis e, portanto, difíceis de serem mensurados,
identificados e controlados em determinado território, a infra-es-
trutura física não pode ser negligenciada no processo de desen-
volvimento territorial.
Toda comunidade necessita produzir riqueza para sobreviver
e conseqüentemente, além da infra-estrutura básica (energia,
saneamento, telecomunicações), precisa contar com vias para
escoamento da sua produção e acesso a mercados, fornecedo-
res e serviços. Os problemas de transporte têm se agravado no
país. Num estado grande como a Bahia, ou em qualquer outro,
não adianta implantar programas para trabalhar capital social e
a governança de uma comunidade, se suas vias de acesso não
proporcionam um custo de transporte factível.
3.4.6 Indicador de desenvolvimento humano
Não é possível falar do desenvolvimento sem referência a con-
ceitos como pobreza e exclusão, participação e solidariedade,
produção e competitividade, entre outros que se articulam e re-
forçam mutuamente ou que se opõem frontalmente. Nesse sen-
tido, é importante compreendermos alguns indicadores de de-
senvolvimento que vem sendo utilizados nos últimos anos, como
O IDH foi desenvolvido em 1990 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
pelo economista paquistanês O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida
Mahbub ul Haq e vem sendo comparativa de probreza, alfabetização, educação, expectativa
usado desde 1993 pelo de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do
Programa de Desenvolvimento mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do
das Nações Unidas em seu bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil.
relatório anual. Antes disso, a
avaliação de desenvolvimento Todo ano, os países membros da ONU são classificados de
dava maior ênfase ao acordo com essas medidas. Os países com uma classificação
crescimento econômico, elevada freqüentemente divulgam a informação, a fim de atrair
conforme discutido no item 1 do imigrantes qualificados ou desencorajar a emigração. O IDH por
presente texto. país é ilustrado no mapa apresentado a seguir. É claro que o
IDH não é homogêneo dentro de cada país, reflete apenas uma
média. Hoje, este índice é calculado por região, estado ou mu-
nicípio, divulgado pelo IBGE, pelas prefeituras, e por órgãos de
economia e estatística, a exemplo da SEI (www.sei.ba.gov.br) no
estado da Bahia.
TEMA 3 DESENVOLVIMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO 67
IDH ao redor do mundo. Verde escuro indica os índices mais altos (> 0,9) e marrom os mais
baixos (< 0,3)
Fonte: www.wilkipedia.org/wilki/IDH, acessado em 19/09/06.
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema 3. Lembre-
se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para consolidação de
aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
Você já fez a síntese? Então, finalizou o estudo do Tema 3. Portanto, agora está
na hora de você assistir a videoaula do tema abordado!
72 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
TEMA 3
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TEMA 3 DESENVOLVIMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO 73
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Tema 4
Interorganizações e Gestão do Desenvolvimento
• a necessidade de expertise;
Figura 2 – Rede.
Fonte: VAN de VEN apud HALL, 1984.
Centralidade
Há a premissa de que as redes interorganizacionais, quando
focalizadas na performance do sistema, desenvolvem núcleos
centrais dominantes. Essa centralidade pode ser detectada, por
exemplo, pelo volume de informação que passa por um dos ato-
res (o centro).
Alter e Hage analisaram um sistema de saúde em rede e consta-
taram que quando os recursos vêm de uma única fonte, a fonte
quer controlar as decisões para que possa regular objetivos e
custos da atividade, caracterizando-se como o centro da rede.
Com base em Aiken e Hage (1968 apud ALTER e HAGE, 1993),
também colocam que quanto mais o orçamento é vinculado a
uma fonte única, menor é a inovação.
Tamanho
Refere-se à quantidade de membros na rede. Alter e Hage le-
vantam as hipóteses de que quando os sistemas da rede são
verticalmente dependentes, há uma tendência da rede ter maior
tamanho para que possa prover o mix de serviços requerido e o
mesmo ocorre quando o volume de tarefas é alto.
Complexidade
Complexidade de uma rede é determinada pelo número de se-
tores de serviços ou produtos diferentes representados pelas
organizações-membros da rede. Alter e Hage levantam as mes-
mas hipóteses referentes à propriedade de tamanho para a pro-
priedade de complexidade, ou seja, quando os sistemas da rede
são verticalmente dependentes ou quando o volume de tarefas é
alto, há uma tendência da rede ter maior complexidade.
Diferenciação
O grau de especialização funcional e de serviço entre as organi-
zações membros de uma rede.
Conectividade
É o número total de ligações entre as organizações da rede. As
hipóteses levantadas para as propriedades de tamanho e com-
plexidade valem contrariamente para a propriedade de conecti-
TEMA 4 INTERORGANIZAÇÕES E GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO 85
4.3 Em síntese
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema
4. Lembre-se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para
consolidação de aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
TEMA 4
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Tema 5
Estado, Sociedade e Desenvolvimento
Por meio de eleições livres, os O Estado pode ser definido tanto em termos das instituições
cidadãos de uma democracia que o constituem como das funções que essas instituições de-
conferem poderes aos seus sempenham.
líderes conforme definido
em lei. Numa democracia As instituições do Estado democrático moderno compreendem
constitucional, o poder é dividido as esferas do Legislativo, do Executivo e Judiciário. Normal-
de modo que o Legislativo faz
mente se confunde o Estado com o Poder Executivo, devido ao
as leis, o Executivo obriga seu
cumprimento e as executa e o peso e à visibilidade de que o Executivo desfruta principalmen-
Judiciário funciona de forma te em sociedades menos desenvolvidas, mas esta é uma visão
independente parcial, limitada e equivocada do Estado.
É fundamental notar que o Estado é parte integrante da sociedade civil - ainda que
se distinga desta, ele faz parte da mesma.
O Estado tem uma importância fundamental em nosso cotidiano, pois sua presença
se faz sentir em praticamente todos os aspectos possíveis da vida dos cidadãos
- desde o momento em que nascem (vide a obrigatoriedade das certidões de
nascimento) até a sua morte (idem as certidões de óbito).
Existem várias teorias políticas sobre a origem e formação do Rousseau (1712 – 1778)
Estado moderno. A mais recorrente delas vê o Estado como um foi uma das principais
contrato celebrado entre os membros da sociedade, aquilo que inspirações ideológicas da
segunda fase da Revolução
foi chamado de contrato social por pensadores como Hobbes,
Francesa - a última das
Locke e Rousseau. revoluções modernas. Do
Segundo essa teoria, os homens constroem um acordo entre si Contrato Social, de sua
autoria, inspirou muitos dos
– ou firmam um “contrato social” - para saírem do estado de natu-
revolucionários e regimes
reza, aquela situação em que não existe nenhuma formalização da nacionalistas e opressivos
lei e da ordem e onde, na visão do filósofo inglês Thomas Hobbes subseqüentes a esse período,
(séc. XVIII), “o homem é o lobo do próprio homem” e o que se vive por toda a Europa continental
cotidianamente é “a guerra de todos contra todos”. Como resultado
desse acordo, e como uma solução de compromisso que visa à
maior segurança de todos, os homens decidem transferir para um
monarca, de forma coletiva e concentrada, o poder que cada um
detém de forma individual e fragmentada – e portanto ineficaz.
Essa interpretação corresponde à visão teórica sobre o Estado
Absolutista, e esse Estado é construído fundamentalmente de-
vido ao medo que os homens sentem uns dos outros. Assim, o
que aproximaria os homens no sentido da construção do Estado
seria a insegurança e o temor, já que o Estado representaria
um freio aos instintos de ambição e de poder que caracteriza-
riam os homens - situação, aliás, que já havia sido percebida por
Maquiavel. As responsabilidades básicas desse Estado seriam
garantir a vida, a liberdade e a segurança de todos.
92 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
O impulso para a afirmação desses direitos resulta de uma luta constante entre
os interesses das classes trabalhadoras de um lado, e, de outro, os interesses
dos capitalistas. Nesse processo o Estado funciona como um árbitro e, ainda que
essencialmente ligado aos interesses das classes proprietárias, desempenha
um papel de mediador, principalmente à medida que as classes trabalhadoras
constituem-se como um ator social de peso e exercem pressão sobre o Estado.
Diante desta situação, começaram a surgir, no início dos anos Keynes foi um economista inglês
30, governos cujas políticas econômicas, ditas heterodoxas, iriam que, durante as primeiras décadas do
em sentido contrário àquelas do consenso liberal conservador. E, século XX, enfatizava e defendia o
papel estratégico do Estado no sentido
pela primeira vez, a economia foi resgatada da crise não pela rea-
de enfrentar as crises periódicas do
ção espontânea dos mercados, mas pela intervenção deliberada Capitalismo e assegurar a própria
do Estado, segundo o receituário preconizado por Keynes. sobrevivência desse sistema.
O resultado desse processo foi um novo padrão de Estado, com O neoliberalismo nada
um componente social bem mais reduzido - levando ao que se mais é que uma retomada, a
tem chamado de Estado Mínimo. Este novo Estado acabou por partir de 1970, do liberalismo
clássico e outras formas de
disseminar-se por toda a Europa e atingiu também os países
intervencionismo econômico.
periféricos, como os da América Latina, entre eles o Brasil. Ocor- Muitos defensores de tal
reu, portanto um renascimento do liberalismo - que estava em doutrina rejeitam o termo
descrédito desde os anos 30 -, agora sob a roupagem da onda neoliberal, sendo o termo
neoliberal. mais usado pelos críticos
e principalmente pela
Esquerda. Os neoliberais
5.4 Estado no Brasil: O caráter patrimonialista preferem simplesmente o
termo liberal, pois seguem o
A partir de tudo que foi exposto até aqui, fica claro que existe liberalismo clássico
uma forte associação entre Estado, sociedade civil e Economia.
O tipo de Estado em vigor em um determinado contexto sócio-
territorial resulta do tipo de sociedade civil e da forma que a Eco-
nomia assume no desenvolvimento histórico daquele contexto,
além das próprias características do poder político instalado no
País em questão.
Sob o ponto de vista da esfera política, resumidamente, pode-
mos dizer que o Brasil foi construído dentro de uma matriz patri-
monialista herdada da colonização portuguesa.
O poder político não é exercido por meio da impessoalidade, mas, pelo contrário,
é marcado pelos interesses de cunho pessoal do governante.
Ainda que por um lado, sob o ponto de vista da sociedade, e prin-
cipalmente na esfera da economia, haja no Brasil um processo
de avanço crescente do Capitalismo, por outro lado, sob o ponto
de vista do Estado, isto é, do setor político, predominam ainda
no país relações do tipo neopatrimonialista. Nesse sentido, o
Brasil não é nem uma sociedade tradicional nem uma sociedade
capitalista avançada, marcada pelo imperativo da racionalidade,
mas sim uma sociedade neopatrimonialista, ou seja, ainda são
fortes os valores do patrimonialismo acima expostos.
96 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
Sob o ponto de vista econômico, é preciso reconhecer que o país fez progressos
apreciáveis ao longo das décadas de 50, 60 e até o final dos anos 70, tendo
construído uma indústria bem diversificada, embora com a importante característica
da proteção estatal. Esse modelo esgotou-se, porém, com as transformações
ocorridas no mundo - representadas principalmente pelo neoliberalismo e pela
globalização, que forçavam a abertura dos países ao comércio exterior - e também
pelo esgotamento das possibilidades de financiamento desse modelo.
3. O terceiro fato, conseqüência lógica dos anteriores, remete aos novos espaços
de construção/desconstrução de identidades sociais e de direitos, isto é,
a constituição e dinâmica dos novos espaços da política, que não são mais
apenas aqueles tradicionalmente reconhecidos.
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema
5. Lembre-se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para
consolidação de aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
TEMA 5
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Tema 6
Sustentabilidade nos Negócios Orientados
para o Desenvolvimento
• programas de educação.
A licença para operar está associada à legitimidade – ou seja, a condição “que
existe quando o sistema de valores de uma entidade é congruente com o sistema
de valores do sistema social mais amplo ao qual aquela entidade pertence”
(HOOGHIEMSTRA, 2000). Quando existe uma disparidade, real ou em potencial,
entre os dois sistemas de valores, a legitimidade da entidade em questão encontra-
se ameaçada.
Equivale a dizer que seu “contrato social” (isto é, sua licença para operar) pode ser
rescindido, a menos que a organização adote estratégias que visem a desmentir ou
neutralizar as percepções negativas a seu respeito (WILMSHURST & FROST, 2000).
A segunda força de pressão interna, ou motivação, que tem leva-
do as empresas mais atentas a preocuparem-se com a sustenta-
bilidade é a redução de custos. As firmas percebem que existem
custos embutidos no desperdício e na degradação ambiental e
que a contínua externalização desses custos acaba fatalmente
por voltar-se contra elas, seja no presente – por conta da pobreza
reinante e do esgotamento dos recursos – seja no futuro.
O Relatório de Avaliação de Ecossistemas do Milênio, publicado
em 2005 com o apoio das Nações Unidas, revelou que 2/3 dos
serviços prestados pelos ecossistemas estão sendo degradados
ou usados de maneira insustentável. Ora, são os recursos natu-
rais e esses serviços que tornam possíveis todas as atividades
econômicas – na verdade, a própria existência da vida. Eis ape-
nas alguns exemplos dos inúmeros serviços produzidos pelos
ecossistemas naturais dos quais nós dependemos:
• manutenção da biodiversidade;
Esses serviços e recursos têm um valor econômico imenso; na
verdade, literalmente não têm preço, uma vez que não possuem
substitutos. E, no entanto, as práticas econômicas e empresa-
riais correntes não levam em consideração o valor desses bens,
já que eles “não têm dono”. Na composição do preço da gaso-
lina, por exemplo, não entra o custo da poluição do ar causada
pelo uso desse combustível, ou o custo das doenças respirató-
rias resultantes da poluição, ou o custo emocional do conges-
tionamento exasperante que impera nas grandes cidades. No
preço de um empreendimento turístico não entra o custo do des-
matamento, da perda de biodiversidade ou do prejuízo causado
à paisagem. E qual é o resultado deste cálculo distorcido quanto
TEMA 6 SUSTENTABILIDADE NOS NEGÓCIOS ORIENTADOS PARA O DESENVOLVIMENTO 113
6.5 Conclusão
A importância do papel das empresas na implementação de um
desenvolvimento verdadeiramente sustentável não tem como
ser suficientemente ressaltada.
As empresas mais progressistas e mais “antenadas” com a re-
alidade dão-se conta disso, e têm procurado ganhar vantagem
competitiva mediante a adoção de estratégias de sustentabili-
dade alinhadas aos desafios e problemas contemporâneos mais
prementes. Uma firma que protege o meio ambiente está, em úl-
tima instância, protegendo também o capital natural do qual ela
depende para funcionar, e possivelmente antecipando-se às leis
e regulamentações do mercado no futuro. Uma companhia que
atua afirmativamente para promover o bem-estar humano está
contribuindo para a formação saudável de seus futuros consumi-
dores e de sua futura força de trabalho. Ignorar essas questões
pode, segundo o WBCSD (2006), fazer com que as empresas
desperdicem oportunidades de lucro ou coloquem seriamente
em risco o valor de sua imagem e reputação.
Por outro lado, não há como ignorar as críticas que são feitas
por aqueles que consideram a própria idéia de um “capitalismo
sustentável” como sendo uma contradição em termos. Segundo
eles, não há como compatibilizar sustentabilidade, uma idéia
114 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
Por fim, de que maneira é possível aliar a visão de longo prazo, típica da
perspectiva ecológica, com todos os cuidados e precauções que ela traz embutida,
à visão de curto prazo, característica da lógica do mercado, na qual o que conta
são os resultados imediatos e as cotações sempre em alta?
Agora é a sua vez! Faça uma síntese dos assuntos estudados no Tema
6. Lembre-se: essa atividade é uma importante estratégia de estudo para
consolidação de aprendizagem, não exigindo envio à tutoria.
TEMA 6
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Referências