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Roberto Simões
DIRETOR PRESIDENTE
Luiz Barretto
DIRETOR TÉCNICO
Carlos Alberto dos Santos
COORDENAÇÃO
Carlos Eduardo Pinto Santiago
Pedro Henrique Vasconcelos e Valadares
EQUIPE UDT
André Silva Spínola
Augusto Togni de Almeida Abreu
Carlos Eduardo Pinto Santiago
Cecília Fonseca e Miranda
Gabriela Penna Rios
Israel Alves Jorge de Souza
Karina Santos de Souza
Krishna Aum de Faria
Michelle Carsten Santos
Pedro Henrique Vasconcelos e Valadares
Robson José de Carvalho Schmidt
Sabrina Carvalho do Carmo de Oliveira
ESTAGIÁRIOS
Ana Laura Sousa Custódio
Luciana Maria de Negreiros Pinto
Pedro Henrique Carvalho Souto
Sara Araújo Pereira
DIAGRAMAÇÃO
Themaz Comunicação
sebrae.com.br/desenvolvimento-territorial
territoriosemrede.com.br
youtube.com/UDTSebrae
twitter: @Sebrae_UDT
facebook.com/udt.sebrae
E
m tempos em que a fronteira entre o sustentabilidade dos processos de desenvolvi-
global e o territorial se torna cada vez mento local.
mais sutil, a formulação de estratégias Em outro texto repleto de exemplos prá-
de desenvolvimento que consideram interes- ticos adotados por cinco países da América La-
ses dos atores locais numa perspectiva de longo tina (Bolívia, Equador, El Salvador, Uruguai e
prazo configura-se como uma tendência e, ao República Dominicana), Olivier Hidalgo ex-
mesmo tempo, um desafio aos diversos países. põe a estratégia do Programa das Nações Uni-
Se, por um lado, os fluxos comerciais e finan- das para o Desenvolvimento para articulação
ceiros não levam em conta as configurações so- de agentes e políticas nos territórios. A Inicia-
ciais e os arranjos econômicos pré-existentes em tiva ART (Articulação de Redes Territoriais e
localidades cada vez mais expostas às incerte- Temáticas de Cooperação com o Desenvolvi-
zas globais, de outro se observa a crescente va- mento Humano) prevê, dentre outros aspec-
lorização de iniciativas autônomas e
participativas de agentes que buscam
‘‘
protagonizar o processo de desenvol-
vimento a partir de suas especificida- Estratégias de desenvolvimento que
des territoriais.
consideram interesses dos atores locais
Neste sentido, Joan Noguera
’’
faz uma reflexão acerca da sustenta- numa perspectiva de longo prazo
bilidade do desenvolvimento territo- conf igura-se como uma tendência.
rial, a partir de uma indagação funda-
mental: em que medida o processo de
descentralização protagonizado por
atores locais incorpora ferramentas,
técnicas e políticas que levem em conta os de- tos, o acompanhamento técnico aos governos
safios da mundialização? Em seu artigo, o pro- locais para o desempenho de novas responsa-
fessor do Instituto Interuniversitário de Desen- bilidades oriundas do processo de descentrali-
volvimento Local da Universidade de Valência zação política.
(Espanha) reforça a importância das estratégias A contribuição da Organização Interna-
de desenvolvimento incorporarem como obje- cional do Trabalho – outra importante institui-
tivo finalístico a manutenção ou elevação dos ção multilateral – para o debate e elaboração de
indicadores de bem-estar e qualidade de vida projetos relacionados ao desenvolvimento eco-
dos habitantes do território. Além de apresentar nômico local é abordada no artigo de Leandro
aspectos teóricos e conceituais, Noguera esbo- Moraes e Roberto DiMeglio. Os autores bus-
ça algumas propostas práticas para aumentar a cam traçar conexões entre economia solidária
‘‘
qual caminhará de mãos dadas com
uma estratégia compartilhada, e tudo
isso em um quadro de honestidade e
A escala local permite a preparação
concentração social. de soluções ideais aos problemas
Se nos atentarmos ao sistema e o impulso das potencialidades
político-econômico dominante, a
’’
globalização e as economias abertas
para alcançar uma situação de
de mercado são o quadro ideal para desenvolvimento “sustentável”
uma disputa não necessariamente
construtiva entre regiões e territórios.
O capitalismo aberto e a globalização favorece- causadas pela lógica de ganhadores e perdedores
ram, sem sombra de dúvida, o movimento das imposta pelo sistema capitalista e que afeta com
mercadorias, a informação e a inovação. Entre- crueldade e de forma contínua as regiões e ter-
tanto, longe de proporcionar um modelo igua- ritórios que ficam excessivamente expostos ao
litário, de equilíbrios e sustentável, este modelo endividamento e aos mercados, ou aqueles que
consolida e gera novas dependências derivadas se encontram nas etapas de maturidade e declive
da colonização econômica, propõe um modelo em suas especializações produtivas (Haughton
ambientalmente insustentável baseado no ex- and Counsell. 2004). A segunda consequência é
cesso de exploração de recursos renováveis e em que os territórios passam a dar “murro em ponta
um transporte intensivo, que é a principal causa de faca” em termos de inovação, para ganhar, ou
do superaquecimento global e do efeito estufa, ao menos manter, sua competitividade e ativi-
cria relações de dependência dos mais fracos dade econômica. É um modelo de ganhadores
‘‘
sação de propriedade e identidade lo-
cal. Seus membros descrevem o grupo
Neste novo contexto,
Econcult como uma rede heterogênea
de investigadores de diferentes univer- os centros urbanos não
sidades e colaboradores externos dedi- metropolitanos adquiriram
’’
cados à análise da relação entre os indi-
um papel mais relevante no
víduos e a ação cultural. Essa análise se
concretiza em temas como as relações processo de desenvolvimento
entre cultura e desenvolvimento, os ter-
ritórios criativos, a música, a economia
da língua e os museus. nos processos de transformação socioeconômi-
A governança local e o governo dos ter- ca, no papel das novas atividades, no capital so-
ritórios são âmbitos de referência nos quais o cial e nos agentes na gestão do território, bem
IIDL pode apresentar importantes credenciais. como nas políticas de desenvolvimento rural.
Diversos investigadores, em caráter individual, O grupo também desenvolve pesquisas sobre
e grupos de investigação, dedicam parte de seu sistemas produtivos sociais locais em áreas ru-
esforço ao desenvolvimento de aspectos teóri- rais, investigação que complementa a análise
cos e metodológicos sobre o governo territorial, das realizações entre capital social e desenvol-
com particular atenção aos espaços locais. Nes- vimento territorial, e de forma concreta o papel
te sentido, o grupo de investigação “Desenvol- das redes sociais, as lideranças e as elites, e es-
vimento Local Sustentável” dedica sua atenção truturas de poder na dinâmica socioeconômica
ao estudo da gestão do território em escala local das zonas rurais.
‘‘
promoção e ao apoio de um DEL
sustentável e inclusivo nos diferen-
tes países, a partir de diversos anos
interferir na promoção de um
de ensinos e aprendizagens em vá- desenvolvimento econômico local
rios países e territórios. A iniciati- endógeno é apostar na sustentabilidade
va fomenta a experiência de soluções
’’
práticas e alternativas em nível local,
dos processos ao valorizar as
cujos resultados em campo permi- potencialidades dos territórios
tem a retroalimentação teórica em
nível global.
O Desenvolvimento Econômico Local cias de Desenvolvimento Econômico Local
para a Iniciativa ART não é concebido como (ADEL). O objetivo é estabelecer um siste-
um objetivo ou fim em si, mas como um meio ma de associação público-privada de serviços
para alcançar o desenvolvimento humano sus- técnicos e financeiros para o desenvolvimento
tentável, que se concretiza em nível local, mas econômico e social do território, atendendo às
que está em constante articulação com os níveis necessidades, não somente da população, mas de
nacional e internacional. Para o PNUD-ART, empresas e instituições locais. Definitivamen-
as oportunidades dos indivíduos crescem por te, trata-se de possibilitar que cada agente pos-
meio do desenvolvimento comunitário e local, sa desempenhar seu papel no desenvolvimento
Roberto Di Meglio
Economista, Especialista da Área de Desenvolvimento
Territorial e Economia Social da Organização Internacional
do Trabalho – OIT - Genebra.
1 Para se ter uma ideia, no Brasil, cita-se o Programa “Territórios da Cidadania”, que tem como objetivos, promover o desenvolvimento econômico e universa-
lizar programas básicos de cidadania, por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. A participação social e a integração de ações
entre Governo Federal, estados e municípios são fundamentais para a construção dessa estratégia. Informações adicionais, consultar: http://www.territo-
riosdacidadania.gov.br/.
3 Frente à falta de consenso na definição sobre Economia Social e Solidária, com o intuito de abarcar a amplitude de organizações em diferentes países, a
OIT utiliza o termo Economia Social e Solidária, conforme definição contida em seu reader de 2010, que pode ser acessado no site “collective brain” men-
cionado posteriormente.
4 Para informações adicionais, vale visitar as experiências em El Salvador, como: (www.adelmorazan.org/) e (www.adelchalatenango.org.sv/).
5 Informe V, El desarrollo sostenible, el trabajo decente y los empleos verdes, Conferencia Internacional del Trabajo, 102a reunión, 2013.
6 Para o caso brasileiro, a partir do Projeto “Novos Paradigmas de Produção e Consumo”, realizado pelo Instituto Pólis, é possível analisar 11 interessantes
experiências em desenvolvimento territorial, que ocorrem em todas as regiões do país. Grande parte do material de pesquisa foi compilado em uma publi-
cação, intitulada: “Novos Paradigmas de Produção e Consumo: experiências inovadoras” (2010), organizada por Leandro Morais e Adriano Borges, que
atuaram como coordenadores do Projeto.
7 Por “moeda social” entende-se uma forma de moeda paralela criada e administrada por seus próprios usuários, com emissão originada na esfera privada
da economia. Em outros termos, é um meio de troca criado por uma determinada comunidade. No caso da moeda “cocal”, para cada cocal colocado em
circulação, há o valor correspondente em um fundo, que garante o valor da moeda social. Assim, a nota de cocal apenas representa um determinado valor
em real e um banco comunitário só pode emitir um circulante local quando ele tem o recurso para lastreá-lo. Além de lastreado, o cocal é também indexado
ao real, no valor C$1,00 por R$1,00. Ou seja, o câmbio de C$ para R$ ou de R$ para C$ é sempre fixado em um para um. Esta troca entre as moedas é
feita no Banco dos Cocais, sendo que qualquer pessoa pode trocar R$ por C$, mas apenas comerciantes podem trocar C$ por R$ (Borges, 2010).
‘‘
h) Na Hungria, a
Hungarian Association for
é insuf iciente pensar isoladamente a
Development and Huma-
nitariam Aid, formalizada sustentabilidade de cada empreendimento,
em 2003, tem como princi- como se a resolução de
pal objetivo contribuir com
’’
a formulação de uma política
problemas particulares de cada um
de cooperação ao desenvol- resultasse na sustentabilidade do todo
vimento sustentável, trans-
parente e efetivo. A Asso-
ciação tem uma relação bastante estreita com a mútuo, o que pressupõe uma progressiva parti-
estrutura governamental húngara, em suas di- cipação nas instâncias de formulação e imple-
versas instâncias. Como pontos desta “política mentação de políticas públicas, com base na
de cooperação ao desenvolvimento sustentável, ideia da co-construção destas políticas. Nesta
transparente e efetivo”, estão: promover inte- perspectiva, é interessante mencionar o pres-
resses comuns entre parceiros da sociedade ci- suposto da “ambiência”, visto que, conforme
vil e governo; sensibilizar diferentes atores em apontaram Kraychete & Santana (2012, p. 55),
temas de desenvolvimento humanitário e sus- apoiando-se em Amartya Sen:
tentável; colaborar na elaboração de políticas
públicas; além de gerar informações sobre as “é insuficiente pensar isoladamente a
sustentabilidade de cada empreendi-
possibilidades de empreendimentos econômi-
mento, como se a resolução de pro-
cos solidários etc. blemas particulares de cada um re-
sultasse na sustentabilidade do todo.
5. Considerações finais É necessário que haja uma ambiência
que contribua para a sustentabilidade
do conjunto”.
Acredita-se que a construção de novas
propostas de organização social, produtiva e
econômica locais é viável, bem como é possível
constituir políticas públicas com atenção es-
Pedro Valadares
Formado em Jornalismo pelo Centro Universitário de
Brasília, com especialização pela mesma instituição, é
analista da Unidade de Desenvolvimento Territorial (UDT)
do Sebrae e coordena a Rede Nacional de Agentes de
Desenvolvimento.É colunista da Coluna do Desenvolvimento
Local, no portaldodesenvolvimento.org.br
‘‘
papel individual, como preceitua
Mises, e reforçando as cinco va- os Agentes [...] precisam ter fontes
riáveis do modelo proposto por
Brynard.
de informação customizada e ambientes
Os três eixos relacionam-se de interação para que possam trabalhar
em rede e trocar experiência
’’
diretamente com as cinco variá-
veis, tendo em vista que a capa-
citação possibilita um melhor en-
tendimento do conteúdo da Lei
Geral, uma análise mais aprofundada do con- Desenvolvimento, e os pequenos negócios.
texto e o aprimoramento da capacidade admi- O objetivo final é contribuir para a in-
nistrativa. tensificação das articulações público-privadas
A informação dá mais subsídios para para a melhoria do ambiente de negócios para
atuar de forma estratégica, com mais capaci- os empreendedores locais e abertura de novos
dade de se antecipar às mudanças no contexto mercados, principalmente pelo estímulo do uso
e de influenciar clientes e coalizões. Já a intera- de poder de compra da prefeitura em prol do
ção, cria uma rede de cooperação, que intensifica empresariado da cidade.
o comprometimento em relação à Lei Geral e
contribui para fortalecer parcerias e colegiados 6. Conclusão
em prol dos pequenos negócios locais.
Esse ponto está em consonância com que Como apontado na parte inicial deste ar-
defende Silveira quando diz que “a busca de ar- tigo, o empreendedor é peça-chave para o de-
Emanuelle Soares
Supervisora do Instituto Sicoob PR, graduada em Serviço
Social, e especialista em Gestão de Políticas Públicas e
Fundamentos em Gestão Social, e em Gestão Estratégica
em Organizações do Terceiro Setor. Atua há 10 anos
em institutos e fundações empresariais com foco no
desenvolvimento local.
‘‘
elaborados pela Coordenado-
ria Executiva, e executados pe- Os valores de cooperação, interesse
los colaboradores voluntários de pela comunidade, educação, [...]
cada Cooperativa. Sendo que o
empreendedorismo e inovação, permeiam
’’
Instituto oferece todo o suporte
necessário como: elaboração de toda a atuação da instituição
regulamentos específicos, ma-
teriais didáticos, apresentações,
divulgação, articulação com par-
ceiros estratégicos, capacitação de voluntários, ponsabilidade Social e Desenvolvimento Sus-
terceirização de serviços, recursos financeiros, tentável na Categoria Empresa – Modalidade
e apoio técnico. Público Externo – Área de atuação Promoção
Todo o recurso utilizado para manter a da Cidadania.
instituição é proveniente do Investimento So- Desde maio de 2012 o Instituto Sicoob
cial Privado das 16 Cooperativas Sicoob no Pa- PR é signatário do Pacto Global da ONU,
raná, sendo que as mesmas fazem parte do qua- comprometido em colaborar com os 10 prin-
dro de sócios mantenedores. cípios referentes à: direitos humanos, direitos
O Instituto Sicoob é uma Associação Ci- do trabalho, proteção ambiental e combate a
vil, possuí título de OSCIP (Organização da corrupção.
Sociedade Civil de Interesse Público), título de Os principais projetos desenvolvidos pela
Utilidade Pública Municipal pelo município de instituição são:
‘‘
• Periodicidade na atualização: a
periodicidade com que o indica- Identif icar necessidades,
dor pode ser atualizado é impor-
ameaças, potencialidades e
tante para que se possa acompa-
nhar a mudança social, avaliar o oportunidades é fundamental
para traçar uma estratégia em
’’
efeito de programas implementa-
dos e corrigir eventuais distorções
busca do desenvolvimento local
de implantação. É fundamental
que o indicador seja disponibili-
zado em tempo eficaz para per-
mitir a tomada de decisões pertinentes. As principais fontes de dados e indicado-
• Sensibilidade: é importante dispor de res utilizadas para construção do NIT foram:
medidas capazes de refletir mudanças IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
relativas às ações previstas nos progra- tatística), MF (Ministério da Fazenda), MTE
mas e projetos, e que possibilitem avaliar (Ministério do Trabalho e Emprego), MDS
rapidamente os efeitos de determinada (Ministério do Desenvolvimento Social), Sis-
intervenção. tema FIRJAN e Sebrae (Sistema Brasileiro de
• Especificidade: é necessário utilizar me- Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Trata-
didas que possam refletir alterações estri- -se de uma base de dados secundária, em que é
tamente ligadas às mudanças relacionadas permitido o acesso a bases históricas de infor-
à dimensão de interesse. mações bem elaboradas e confiáveis.
Este grupo é representado pelo “Nú- Este grupo é representado pelos seguintes
mero de empresas optantes pelo Simples Na- indicadores: “Arrecadação do ISS”, “Cota parte
cional”, “Número de Microempreendedores do ICMS” e “Arrecadação municipal total”. É
Individuais”, Número total de empregos e nas de fundamental importância que se tenha co-
Micro e Pequenas Empresas” e “Massa sala- nhecimento acerca da arrecadação municipal
rial total e nas Micro e Pequenas Empresas”, e que se desenvolvam ações consistentes foca-
sendo fundamental, pois fornece informações das no fortalecimento das receitas próprias do
acerca do público-alvo do Sebrae. A efetivi- município.
dade das ações e projetos de desenvolvimento
territorial pode ser aferida por meio da análise Atendimento Sebrae
do comportamento destes indicadores. É pos-
sível avaliar a necessidade de planejar ações e É composto por 4 indicadores: “Núme-
direcionar recursos em prol do fortalecimento ro de clientes atendidos”, Número de atendi-
do empresariado local. mentos realizados”, “Número de atendimentos a
MEI beneficiários do Bolsa Família” e “Número
Programas de inclusão produtiva de clientes MEI beneficiários do Bolsa Família
atendidos”. Este grupo fornece uma visão acer-
É composto pelos indicadores “Famílias ca da proporção e abrangência do público que
inscritas no CadÚnico para programas sociais” vem sendo atendido anualmente pelo Sebrae,
e “ Famílias beneficiárias do Programa Bolsa nos municípios, estados e territórios brasileiros.
Família”, a partir dos quais se gera um cenário E podem ser utilizados como insumos para o
representativo da quantidade de pessoas que monitoramento, avaliação e expansão dos pro-
são dependentes de programas de governo de jetos de atendimento.
transferência de renda.
E, também, pelo indicador “Microem- Agregação e Periodicidade dos dados
preendedores individuais beneficiários do Pro-
grama Bolsa Família”, que aponta para a par- O planejamento e a gestão de ações, pro-
cela da população que foi inserida no mercado jetos e programas que promovam o desenvolvi-
de trabalho por meio da sua formalização como mento territorial exigem um diagnóstico amplo
empresário. e continuado da realidade local. Dessa forma,
Este grupo de indicadores é de extrema a obtenção de informações desagregadas é de
importância para direcionar ações, programas fundamental importância para o acompanha-
e projetos que promovam o desenvolvimento mento e interpretação da dinâmica municipal
local por meio da inclusão da população em e territorial em seus diversos aspectos.
trabalhos compatíveis com a vocação econô- De acordo com o Guia Metodológico
mica da região. de Indicadores de Programas do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
‘‘
vel avaliar a efetividade das ações
A utilização de indicadores tem se e projetos implementados nestas
regiões como um todo.
constituído como ferramenta essencial Cabe destacar que ao gerar
para realizar o planejamento, dados em diferentes níveis geográ-
ficos, o NIT permite realizar inú-
monitoramento e avaliação de
’’
meras comparações. A evolução ou
qualquer ação ou projeto retrocesso de determinada locali-
dade pode ser mensurada adotan-
do-se como referência indicado-
res de municípios ou territórios de
de acesso e manuseio dos sistemas. mesmo porte, perfil ou potencial similar.
Em nível municipal, também é notória Outro fator que contribui consideravel-
a dificuldade de se conseguir dados primários mente para a análise do desempenho das loca-
consistentes nas próprias prefeituras, devido às lidades apresentadas no Núcleo de Inteligência
diferentes formas de coleta e organização das Territorial é a existência de uma série histórica,
informações. que tem inicio no ano de 1991 e se estende até
Diante disso, o NIT surge como um sis- o ano de 2013.
tema de fácil manipulação em que há possi- Segundo Jannuzzi:
bilidade de extrair indicadores nos seguintes
níveis geográficos: nacional, estadual, territo- “para que se possa acompanhar a mu-
rial e municipal (que representa o menor nível dança econômica ou social, avaliar o
efeito de programas implementados,
de granularidade). Dessa forma, os indicadores
corrigir eventuais distorções de imple-