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Perda auditiva relacionada ao trabalho

Data: 24/09/2015 / Fonte: Portal da Saúde do Rio de Janeiro

A doença auditiva relacionada ao trabalho é geralmente conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Ruído (PAIR). Entretanto, sabe-se que muitos casos de adoecimento auditivo provocado pelo trabalho
são decorrentes de outros fatores causais, como a vibração, calor e substâncias químicas, embora
muito comumente o risco físico (ruído) seja o mais atribuído à perda auditiva.

Dessa forma, a PAIR é definida como a perda de audição provocada pela exposição por tempo
prolongado ao ruído, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao
ruído, para a qual não existe tratamento eficaz e nem possibilidade de melhora mesmo após o
afastamento do trabalho (Protocolo de PAIR/MS, 2006).

Principais sinais e sintomas:


- perda auditiva
- zumbidos
- dificuldade de compreensão da fala
- dificuldade de localização da fonte sonora
- dificuldade de atenção e concentração durante realização de tarefas
- intolerância a sons intensos
- alterações do sono
- dor de cabeça
- tontura
- irritação e ansiedade
- isolamento

Quem são os trabalhadores que correm o risco de desenvolver perda auditiva relacionada ao
trabalho?
A perda auditiva relacionada ao trabalho é considerada uma das doenças mais frequentes na
população trabalhadora estando presente em diversos ramos de atividade entre eles a siderurgia,
metalurgia, gráfica, têxtil, construção civil, agricultura, transportes, telesserviços e outros.

Que riscos ou perigos para a saúde auditiva podem estar presentes no ambiente e nas situações
de trabalho?
Conforme mencionado anteriormente o ruído não é o único fator presente no ambiente de trabalho
capaz de provocar perda auditiva. Diversos estudos mostram que outros agentes causais (químicos ou
ambientais), atuando de forma isolada ou concomitante à exposição ao ruído, podem também
ocasionar danos à audição. Dentre eles a exposição à vibração (britadeiras, por exemplo), calor
(caldeiras, por exemplo) e substâncias químicas (combustíveis e solventes, por exemplo).

Como cuidar da saúde do trabalhador exposto à ruído e outros agentes otoagressores?


Considerando que a atenção básica é a porta de entrada do sistema, na suspeita de perda auditiva
relacionada ao trabalho, o profissional da atenção básica deve encaminhar o trabalhador para rede de
serviços de média e alta complexidade do SUS, para que possa ser submetido à realização de exames
audiológicos, que tem por objetivo confirmar a existência de alterações auditivas. É importante lembrar
que o profissional de saúde também deve pesquisar informações sobre a história ocupacional do
trabalhador a fim de detalhar a exposição e buscar relação entre esta e os sinais e sintomas
apresentados.

A avaliação clínica realizada de forma interdisciplinar entre o médico otorrinolaringologista e


fonoaudiólogo, é fundamental para o diagnóstico e planejamento terapêutico adequado dos casos de
PAIR. O diagnóstico precoce pode evitar o agravamento da perda auditiva apresentada pelo
trabalhador, além disso, norteará a busca ativa de novos casos neste ambiente de trabalho e permitirá
que medidas de proteção individual e coletiva sejam adotadas, evitando assim o desencadeamento de
perda auditiva em trabalhadores sadios e o agravamento naqueles que já estão adoecidos.

Portanto, a função do fonoaudiólogo e demais profissionais de saúde não se limita ao diagnóstico da


PAIR e suas consequências, deve também envolver o compromisso com a prevenção e promoção de
saúde nos ambientes e processos de trabalho.

Direitos trabalhistas e previdenciários


Como todo e qualquer trabalhador vítima de acidente ou doença decorrente do processo de trabalho, o
portador de PAIR deve ter seus direitos trabalhistas e previdenciários assegurados. Dessa forma,
mesmo sem a necessidade de afastamento do trabalho, o que ocorre na maioria dos casos, deve ser
emitida a CAT (Cominucação de Acidente de Trabalho) para que haja o registro do adoecimento
relacionado ao trabalho junto a previdência social.

Serviços
O SUS conta com uma Rede de Atenção à Saúde Auditiva, com unidades de média e alta
complexidade responsáveis pela investigação, diagnóstico, tratamento e reabilitação de perda auditiva.

A rede existente no Estado do Rio de Janeiro encontra-se em fase de pactuação para se tornar
sentinela para a notificação da perda auditiva relacionada ao trabalho e em breve será divulgada nesse
espaço.

Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), atuam como retaguarda técnica


especializada para as ações e serviços da rede SUS garantindo a continuidade e integralidade da
atenção à saúde do trabalhador. Desta forma, na ocorrência de suspeita de PAIR os trabalhadores
também podem ser referenciados para os CEREST.

Notificação
A PAIR é um agravo de notificação compulsória (obrigatória) no SINAN, devendo ser realizada por todo
e qualquer profissional de saúde da rede pública ou privada, mesmo nos casos suspeitos independente
de confirmação diagnóstica.

Até o momento não existe cura para a PAIR, mas assim como todas as doenças e agravos
relacionados ao trabalho pode ser evitada e, portanto é passível de prevenção. Entretanto, existe um
descompasso entre as pesquisas que apontam para alta prevalência desta doença e a implementação
de políticas públicas e de programas de prevenção na área. Isso se deve ao número inexpressivo de
notificações de PAIR, que dificultam o conhecimento da realidade desta doença no país e o
desenvolvimento de ações de promoção e prevenção da saúde auditiva dos trabalhadores.

Atenção básica e CEREST


Assim como a atenção básica tem nos ACS e nos NASF, uma estratégia para aumentar a abrangência
e a resolutividade das ações em saúde, a Saúde do Trabalhador criou a Rede Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) como estratégia de organização da Saúde do Trabalhador
no SUS.

A RENAST integra a rede de serviços do SUS através dos Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (CEREST), que atuam como retaguarda técnica especializada para as ações e serviços da
rede SUS. Assim o CEREST realiza apoio matricial ao NASF, bem como a toda rede SUS, assumindo
responsabilidade compartilhada na realização de ações junto à equipe de referência e aos serviços
especializados para garantir a continuidade e integralidade da atenção à saúde do trabalhador.

Aos CEREST cabe também a tarefa de realizar ações educativas que vão desde a orientação ao
trabalhador quanto aos direitos previdenciários e trabalhistas até a capacitação dos profissionais de
saúde da rede para o desenvolvimento de ações em saúde do trabalhador, nelas incluídas a
notificação, a investigação de agravos e a inspeção/avaliação dos processos e ambientes de trabalho
(vigilância em saúde do trabalhador).

Desta forma, em caso de dúvida no encaminhamento dos casos em saúde do trabalhador, procure o
Programa de Saúde do Trabalhador do seu município ou o CEREST da região e busque apoio, em
conjunto com o NASF, para a realização de matriciamento.

Estresse é um dos fatores que mais causa afastamento e falta


Data: 08/08/2016 / Fonte: G1

São Paulo - O estresse é o terceiro motivo que mais provoca afastamento do trabalho por mais de 15
dias atualmente. Segundo a Previdência Social, no ranking de doenças que mais afastam os
trabalhadores das atividades, o problema só perde para traumas provocados por acidentes e pelas
Dorts, doenças por esforço repetitivo.
O assunto foi tema do quadro "Sua Chance", da EPTV, afiliada da TV Globo nesta segunda-feira (8).

De acordo com a Previdência, a estimativa é que até 2020 o estresse passe a ser o primeiro motivo
para as faltas e afastamentos. Segundo a especialista em segurança no trabalho Márcia Ramazzini, a
tendência não tem nenhuma relação com o momento econômico e os países de primeiro mundo
gastam bilhões para tentar resolver o problema.

O empresário do setor de móveis José Schneider, passou pela experiência de ter um de seus
funcionários afastados por causa do estresse. "A partir do momento que surgia uma oportunidade para
ele fazer o serviço que ele gostava, ele fugia do serviço de montagem de móveis", conta Schneider
sobre o comportamento do empregado.

Alternativas e soluções
Para resolver o problema e não prejudicar as entregas, o empresário montou um programa de incentivo
e metas e observou que as faltas começaram a reduzir.

Procurar uma forma para diminuir o estresse do funcionário no dia-a-dia, também foi a maneira
encontrada por uma outra empresa para solucionar o problema.

O empregador passou a investir no relaxamento dos empregados por meio de atividades recreativas no
momento e da maneira que este desejam.

"Ter um espaço assim faz com que as pessoas tenham uma válvula de escape e que realmente
possam aproveitar o ambiente em que eles passam a maior parte do seu tempo", explica a
coordenadora de recursos humanos, Patrícia Delsoto.

Além de evitar o estresse, esse tipo de iniciativa também contribui para aumentar a produtividade
durante o trabalho. O funcionário Fábio Costa aprovou a ideia. "Pelo menos a empresa dá o espaço
para a gente descomprimir", finaliza ele.

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