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Sumário
I. Insuficiência respiratória aguda: ..................................................................................... 2
II. Ventilação mecânica: ..................................................................................................... 9
I. Insuficiência respiratória aguda:
1. Introdução:
a) Epidemiologia e importância: a IRA é um quadro muito frequente e grave na prática
clínica. Essa condição pode evoluir rapidamente até culminar em uma parada
cardiorrespiratória. É por uma IRA que os pacientes com DPOC ou pneumonias vêm a
óbito. A identificação da patologia de base que levou ao quadro e, portanto, instituição
da terapia adequada e consequente estabilização é o que reduz o tempo de internação
e a mortalidade.
Tipo II: PaO2 <60mmHg e PaCO2 > 50mmHg. Envolve mais os processos pulmoanres
crônicos.
- Em geral ocorre por hipoventilação alveolar, ou seja, doenças que alteram o
volume-minuto, seja por redução do volume-corrente ou da frequência respiratória.
2. Hipóxia hipoxêmica:
a) Valores de referência e definição:
- Hipóxia é a oferta insuficiente de oxigênio a um tecido. Na IRA, nos referimos
a hipóxia hipoxêmica, ou seja, com baixa PaO2. A SatO2 <90% também define IR.
- PaO2 = 96 – (idade x 0.4)
b) Causas:
- Hipoventilação
- Baixa relação V/Q (espaco-morto):
- Shunt pulmonar: não causa aumento da PaCO2, mas apenas uma hipóxia. O
que causa retenção de gás carbônico são espaços mortos e outros problemas na
ventilação. Isso ocorre pois a PaCO2 não é muito diferente da pressão de CO2 no
alvéolo.
- Alteração de difusão pulmonar
- Diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue venoso misto.
a) O alvéolo:
- Para que o pulmão seja capaz de realizar adequadamente a sua função de
troca gasosa é necessária uma grande superfície de troca.
- O alvéolo possui dois tipos celulares chamados pneumocitos. O pneumocito
tipo I tem a função apenas de compor a parede alveolar. Já o pneumocito tipo II possui
em seu interior corpos lamelares que contém surfactante. Esse tipo II, na insuficiência
respiratória, é muito acometido de forma que a produção do surfactatne também é
prejudicada.
c) Espaço morto: é o volume de ar que penetra nos pulmões, mas não participa das
trocas gasosas.
- Espaço morto anatômico (EMa): é o volume de ar que ocupa as vias aéreas
desde a boca/narinas até o bronquíolo terminal (vias condutoras).
- Espaço morto alveolar: é o volume de ar alveolar que não participa das trocas
gasosas. Ou seja, são as regiões de espaço morto, ou melhor, onde ocorre ventilação,
mas não perfusão.
- Espaço morto fisiológico ou funcional é a soma dos outros dois. No pulmão
normal o espaço morto alveolar é 0, logo o
espaço morto funcional é igual ao espaço
morto anatômico.
b) Quadro clínico:
- Hipoxemia arterial por aumento shunt pulmonar e aumento do espaço morto
fisiológico e diminuição da complascência do sistema respiratório
- Radiografia de tórax com opacidades bilaterais do pulmão e aspecto
morfológico, por dano alveolar difuso.
- O paciente começa com uma agitação e evolui com torpor importante.
c) Critérios de Berlin:
Tempo de início: Dentro de uma semana pós um insulto clínico ou de nova piora dos
sintomas respiratórios
Imagem torácica: Opacidades bilaterais não explicadas por derrame plural, colapso
lobar ou do pulmão.
Oxigenação:
Hipoxemia leve: 200 < PaO2/FiO2 ≤ 300mmHg com PEEP ou CPAP ≥ 5cmH2O
Hipoxemia moderada: 100 < PaO2/FiO2 ≤ 200mmHg com PEEP ≥ 5cmH2O
Hipoxemia grave PaO2/FiO2 ≤ 100mmHg com PEEP ≥ 5cmH2O
d) Etiologia:
- A SDRA ocorre a partir de uma série de condições que insultam isolada ou
conjuntamente os pulmões. Essa lesão pulmonar pode ser direta (lesão inicial
alverolar) ou indireta (endotelial ou intersticial).
Lesão pulmonar direta:
- Pneumonia;
- Aspiração de conteúdo gástrico;
- Contusão pulmonar;
- Embolia gordurosa;
- Quase afogamento;
- Inalação de substâncias tóxicas;
- Edema de reperfusão.
e) Etiopatogenia:
- O quadro inflamatório aumenta a permeabilidade endotélio-capilar
produzindo um edema rico em proteína, diferente do edema cardiogênico.
- O surfactante pulmonar tem a sua produção alterada em termos quantitativos
a qualitativos.
f) Marcadores de risco:
Idade acima de 65 anos
Etiologia séptica
Falência de múltiplos órgãos
Doença hepática crônoca
PaO2/FiO2 que não melhora
Aumenento da relação VEM/VC.
g) Diagnóstico complementar:
- Radiografia de tórax: infitlrados pulmonares bilaterais. A presença de
cardiomegalia e derrame pleural falam mais a favor de uma causa cardiogênica do que
SDRA.
- TC de tórax: bom para diferenciar de outros processos menos comuns e
outros processos intersticiais.
- Gasometria: útil para calcular PaO2/FiO2
- Mecânica respiratória.
- Oximetria de pulso
- Capnografia do gás exalado
h) Fases:
Fase I: a primeira fase é uma fase exsudativa,
é o começo da inflamação e da formação do
edema. Ocorre nos primerios 2 dias. Junto à
fase II é a fase algodonosa da radiografia,em
que as opacificações são difusas.
Fase IV:é a fase de fibrose e que deixa sequelas. Corresponde à fase de cicatrização na
imagem.
i) Tratamento:
i. Correção da causa: sepse, trauma…
ii. Assegurar uma boa oxigenação:
Oxigenoterpaia
Ventilação mecânica: prong nasal nos menos graves, máscara e até intubação.
Posição prona: colocar o paciente em decúbito ventral.
iii.Farmacológico:
Não dar CE
Surfactante exógeno: pode ser que tenha efeito. Pode-se usar em crianças e isso
diminui mortalidade
iv. Medidas de exceção:
ECMO
5. Bases da ventilação mecânica:
a) Introdução: a ventilação mecânica é uma medida de suporte fudamental para a
manutençao da vida. É a principal medida terapêutica para o indivíduo com
insuficiência respiratória.
- Ventilar é retirar gas carbônico.
b) Tipos:
Pressão negativa extratorácica intermitente: é aquela das câmaras gigantes. Não se
usa mais via de regra. Algumas doenças neurológicas ainda podem utilziar.
Ventilação com pressão positiva intermitente (VPPI): é o que se usa hoje. O
equipamento joga o gás com pressão positiva, alterando toda a mecânica pulmonar (o
ar deixa de entrar por uma pressão alveolar negativa e passa a entrar por uma pressão
positiva do ambiente).
c) Monitorização:
Complascência: é um importante dado na monitorização dos pacientes. A
complascência é dada por volume/pressão, ou seja, é o quanto a pressão aumenta
diante de um aumento de volume. No ventilador, é muito simples calcular a
complascência, isso é, é o quanto ofertamos de volume sobre a o pico de pressão
descontado o PEEP.
Complascência estática: só leva em conta a resistência do próprio alvéolo. O
paciente que possui um aumento da resistência dos alvéolos (como da SDRA) tem uma
diminuição da complascência tanto estática como dinâmica. É calculada usando a
pressão de platô.
Compalscência dinâmica: leva em conta, além da elasticidade, o efeito do fluxo.
A pressão nesse momento é maior do que enquanto não há fluxo já que para vencer a
resistência dos brônquios e bronquíolos necessitamos uma maior pressão. O paciente
com asma tem uma resistência dos brônquios aumentada e alvéolos normais. Com
isso, a sua complascência dinâmica é elevada, enquanto a estática está preservada. É
calculada com a pressão de pico.
Capnografia: na sua interpretação é
imporatnete ter em mente que a o CO2 não
depende apenas da ventilação.
- Curva: AB é a o início da expiração, BC é o
platô alveolar e CD é o início da inspiração.
II. Ventilação mecânica:
1. Introdução:
a) Função: o ventilador pulmonar é um aparelho que deve:
- Aliviar o trabalho ventilatório do paciente
- Controlar a fração de oxigênio do gás administrado
- Controlar a umidade relativa do gás administrado
- Otimizar a distriuição intrapulmonar do gás frente à heterogeneidade da
complascência e/ou resistência ao fluxo.
c) Fluxo inspiratório:
- Quanto maior o fluxo escolhido, maior é o volume-corrente injetado no
tempo inspiratório vigente.
- Em alguns ventiladores não existe um botão específico para o fluxo, mas ele
deve ser regulado a partir do volume corrente.