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3 – Conceito de Pena
A pena é a sanção penal, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença ao culpado pela
prática de infração penal, consistente na restrição ou na privação de um bem jurídico, com
finalidade de retribuir o mal injusto causado à vítima e à sociedade bem como a readaptação
social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade.
4 – Finalidade da Pena
c) Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória – a pena possui dupla função, quais
sejam, punir o criminoso e prevenir a prática do crime seja por sua readaptação seja pela
intimidação coletiva.
4 – Características da Pena
A pena possui sete características importantes e, na sua maior parte, expressas no texto
constitucional que merecem sólida atenção. Vejamos algumas:
a) Legalidade
Fundamento: artigo 1º, CP e inciso XXXIX, do artigo 5º da CF.
A pena deve estar prevista em lei e, importante, lei em sentido estrito, não se admitindo que
seja cominada em regulamento ou ato normativo.
b) Anterioridade
Fundamento: artigo 1º CP e inciso XXXIX, do artigo 5º, da CF.
A pena deve já estar em vigor na época em que foi praticada a infração.
c) Personalidade
Fundamento: inciso XLV, do artigo 5º, da CF.
A pena não pode passar da pessoa do condenado.
A pena de multa, por exemplo, embora considerada dívida de valor, em razão da
personalidade, jamais poderia ser cobrada dos herdeiros do condenado.
d) Inderrogabilidade
Salvo previsões expressas legais, o Juiz jamais poderia deixar de aplicar a pena. Por exemplo, o
juiz não poderia extinguir a pena de multa em razão de seu irrisório valor.
e) Individualidade
Fundamento: inciso XLVI, do artigo 5º, da CF.
A imposição e o cumprimento da pena deverão ser individualizados de acordo com a
culpabilidade e o mérito de cada sentenciado.
f) Proporcionalidade
Fundamento: incisos XLVI e XLVII, do artigo 5º da CF.
A pena deve ser proporcional ao crime praticado
g) Humanidade
Fundamento: artigo 75, do Código Penal e inciso XLVII, do artigo 5º da CF.
Não são admitidas as penas de morte (salvo em caso de guerra declarada), de trabalhos
forçados, perpétuas, banimento e cruéis.
5 – Espécies de Pena
As penas podem ser:
i) pena privativa de liberdade;
ii) pena restritiva de direito;
iii) penas pecuniárias.
Nas aulas seguintes trataremos de estudar de forma pormenorizada cada uma delas.
1 – Espécies:
As penas privativas de liberdade podem ser:
a) reclusão. Ex: artigo 121, caput;
b) detenção. Ex: artigo 137;
c) prisão simples (para as contravenções penais).
Para estabelecer o regime inicial da pena de reclusão o Juiz deverá observar os seguintes
critérios:
1) Se a pena imposta for superior a 8 anos – o regime inicial de cumprimento é o FECHADO.
2) Se a pena imposta for superior a 4 anos, mas não exceder a 8 anos – o regime inicial de
cumprimento será o SEMI ABERTO
3) Se a pena imposta for igual ou inferior a 4 anos – o regime inicial de cumprimento da pena
será o ABERTO.
Algumas observações devem ser anotadas, vejamos:
OBS1 => Se o condenado for REINCIDENTE => SEMPRE INICIA NO FECHADO, salvo se a
condenação anterior foi por pena de multa, quando poderá, segundo o Supremo Tribunal
Federal, iniciar o cumprimento no aberto, desde que a pena seja igual ou inferior a 4 anos.
OBS 2 => Se as circunstâncias do artigo 59, CP, forem DESFAVORÁVEIS => INICIA NO FECHADO.
Lembre-se que em se tratando de pena superior a 8 anos, a imposição de regime inicial
fechado depende de fundamentação adequada em face do que dispõe o artigo 33, do CP, bem
como o próprio artigo 59.
Também, nos termos do artigo 6º, da Lei de Contravenções Penais, não existe regime inicial
fechado em se tratando de prisão simples. Nesses casos, a pena deverá ser cumprida em
regime aberto ou semi-aberto, sem rigor penitenciário.
A diferença entre a prisão simples em relação à detenção é verificada na medida em que a
primeira não admite o regime fechado sequer em caso de regressão, que ocorre, somente, do
aberto para o semi-aberto.
A gravidade do delito não é suficiente, por si só, para determinar a imposição do regime inicial
fechado, sendo imprescindível verificar o conjunto das circunstâncias previstas no artigo 59, do
CP.
Outrossim, importante frisar que, se a sentença for omissa quanto ao regime inicial, a dúvida
deve ser resolvida em prol do regime mais benéfico, desde que juridicamente cabível. Por
exemplo, o réu primário, condenado a 6 anos de reclusão, sem que a sentença faça referência
ao regime inicial, temos que seria possível tanto a imposição do regime semi-aberto como o do
fechado, porém, em razão da omissão, a pena deverá ser cumprida neste último.
7 – Progressão do regime