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10/09/2010 12:05:10

Voluntariado empresarial ajuda a combater a pobreza, diz ex-ministra de


Assistência Social

Alana Gandra, da Agência Brasil

Investir nos jovens brasileiros, com a garantia de acesso ao ensino médio e ao


trabalho por meio de oportunidades de estágio, é a receita da ex-ministra da
Assistência Social Wanda Engel para que o Brasil consiga reduzir as
desigualdades sociais. Para ela, entre os avanços no combate à pobreza no
país estão o aumento da responsabilidade socioambiental e a maior
conscientização das empresas em relação às ações que devem ser
desenvolvidas em benefício da coletividade.

“Eu estou convencida de que o grande motor de saída da pobreza vai ser o
acesso das novas gerações ao ensino médio, isto é, terem a escolaridade
compatível com as necessidades de mercado. O que está acontecendo hoje é
que a nossa juventude ou não está entrando no ensino médio, ou está
desistindo no meio do caminho.”

Ela acredita que enquanto as ações de assistência não estiverem associadas à


garantia de acesso dos jovens pobres ao ensino médio, assim como de
conclusão dessa etapa de ensino, “não se poderá quebrar a reprodução do
ciclo intergeracional de pobreza”. Segundo Wanda, o voluntariado empresarial
é um novo ativo na luta contra a pobreza, que está associada à degradação
ambiental.

Pesquisa do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, do qual Wanda


Engel é presidente, revela que, apesar de ser um fenômeno novo no Brasil, o
voluntariado está presente na maioria das grandes empresas instaladas no
país.

“A primeira constatação é que o voluntariado empresarial vem sendo mais


consolidado no país e a segunda é que está ocorrendo mais nas grandes
empresas”, disse ela. Do total de 100 companhias que responderam ao
questionário, 73% são de grande porte. “Ainda é alguma coisa que está
surgindo em empresas mais organizadas, maiores, grande parte delas
internacionais, que estão mais sintonizadas com essa tendência mundial de
voluntariado empresarial.”

A presidente do conselho frisou que as ações de voluntariado social fazem


parte da ideia de responsabilidade socioambiental dessas empresas, que
também fazem investimentos sociais privados.

Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que o mundo seria
mais pobre e mais desigual se não houvesse o trabalho voluntário individual.
“Se isso acontece com voluntariado individual, você imagina como o
voluntariado com foco, com planejamento, pode ser um elemento
importantíssimo na melhoria das condições de vida da sociedade e do meio
ambiente”, disse Wanda.

Para a ex-ministra,a situação vai melhorar quando essa percepção alcançar


também as médias e pequenas companhias. Segundo Wanda, as empresas já
estão percebendo o valor que a execução de programas de voluntariado tem
para elas mesmas. Entre os benefícios apurados estão o aumento dos valores
éticos dentro das empresas, apontado por 95,3% dos consultados, além de
melhoria das relações com a comunidade e o fortalecimento do trabalho em
equipe. “Mais de 20% dizem que vão aumentar os investimentos nessa área.”

De acordo com a pesquisa, 59,4% das empresas valorizam a experiência em


trabalho voluntário na seleção de novos funcionários. Wanda Engel informou,
porém, que as empresas públicas quase não estão envolvidas nesse tipo de
trabalho. Por influência do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, algumas
estatais criaram comitês de voluntariado nas décadas de 80 e 90. “Mas esse
movimento veio arrefecendo”. Em contrapartida, o processo vem aumentando
nas empresas privadas.

A pesquisa constatou também que a participação de diretores nas ações


voluntárias serve de estímulo para uma maior adesão dos funcionários nesse
tipo de ação social. “O exemplo deve partir de cima”, enfatizou a ex-ministra.

http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/voluntariado-empresarial-ajuda-a-
combater-a-pobreza-diz-ex-ministra-de-assistencia-social/

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