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HISTÓRIAS
COM ACUMULAÇÃO
Por que ler histórias com acumulação?
Ler e explorar livros
T odo bom professor sabe o que diversos estudos apontam: as crianças pequenas têm vontade e facilidade
de aprender. Mas só o fato de ir à escola é suficiente? Um conjunto importante de variáveis determina o
caminho de cada criança. Embora não tenhamos como controlar e isolar todas as possibilidades, hoje já conhe-
cemos alguns elementos que fazem a diferença, como ler e explorar os livros.
Se as crianças que estão em sala tiverem a oportunidade de escutar ou ler de dois a três livros por mês, em um
ano terão lido uma média de 20 livros. Isso fará uma diferença significativa na vida dessas crianças.
Ver:
Caderno
Colocar a literatura no dia a dia das crianças é o primeiro passo para que elas sejam convidadas a participar do
de estudos mundo letrado e para que possam entrar no mundo da linguagem escrita. Conhecendo muitas histórias, a
criança vai aos poucos compreendendo as características dos diversos tipos de texto. Mas, para isso, é essencial
que o trabalho a ser feito seja pensado, planejado e estruturado de forma intencional.
É preciso ler os livros para as crianças e convidá-las a ler também. É por meio dessas experiências com a leitura
que elas podem desfrutar das histórias e dos diversos tipos de texto.
Além disso, é importante “desmontar” o texto. Dessa forma, pouco a pouco, as crianças percebem cada vez mais
como se escreve. Assim, gradualmente, podem ler mais e melhor. “Desmontar” o texto quer dizer criar situações
em torno da leitura e do livro para que seja possível conhecer as diferentes dimensões que compõem uma
história: Como a história é contada? Que recursos o autor utiliza na forma de escrever? Como a história é
apresentada graficamente (letras, ilustrações e recursos gráficos utilizados)?
Por meio de textos como esses, é possível estruturar atividades que permitam a construção de diferentes
conhecimentos. As situações de leitura participativa, por exemplo, convidam a criança a assumir o papel de
leitora, desafiando-a para novos aprendizados. Elas experimentam as diferentes maneiras de ler um texto, com
apoio da memorização, antes mesmo de dominar a leitura. Ao convidar as crianças a entrar no texto – para
desvendá-lo aos poucos (ajudando-as a observar a maneira como o texto foi escrito) –, oferecemos uma varie-
dade significativa de conhecimentos que, a médio prazo, ajudarão a formar leitores autônomos.
O importante é realizar um bom planejamento e promover uma prática significativa às crianças, permitindo que
o livro apresentado seja explorado em todo o seu potencial. Ao fazer isso, estamos promovendo aprendizagens
que são essenciais na formação leitora desses meninos e dessas meninas, o que se transformará no alicerce da
vida escolar futura.
Sobre os livros
O s três livros escolhidos para este Caderno de orientações contam histórias com acumulação. Neles, en-
contramos narrativas engraçadas e fantásticas que oferecem oportunidades de aprendizado e que per-
mitem às crianças entrarem no universo encantado das histórias.
As histórias possuem uma estrutura de repetição acumulativa que torna a leitura e a compreensão da história
mais fáceis. Um mesmo acontecimento se repete várias vezes, vai se acumulando sucessivamente, até a história
se inverter ou surpreender. Essa maneira de contar a história favorece a participação mais autônoma das crianças
na leitura, fazendo que elas antecipem os acontecimentos e memorizem o texto.
A casa sonolenta
De Audrey Wood, ilustrado por Don Wood.
São Paulo: Editora Ática, 2005.
Essa história começa num dia chuvoso em uma casa onde todos dormem na mesma cama. A avó dorme, vem
um menino e se deita em cima dela e todos os personagens que aparecem dormem um em cima do outro, até
surgir uma pulga, que inverte a ação repetitiva dos personagens. Na ordem contrária em que apareceram na
história, os personagens são acordados pela pulga. No fim, não chove mais, e, como nos contos de fada, há um
lindo arco-íris iluminando a casa sonolenta, quando todos acordaram.
A ilustração reforça a história, porque o espaço da narrativa não muda: todos dormem no mesmo quarto, na
mesma cama; os personagens vão se amontoando na cama para dormir. A diagramação do texto enfatiza essa
ideia, pois as frases que se repetem e se acumulam também são representadas graficamente desta forma: as
linhas aumentam em quantidade, fazendo com que o texto seja maior conforme as pessoas e os bichos se acumulam
na cama. A história é contada em versos. Quando a narrativa é invertida, o quarto azul chuvoso e sonolento
começa a ser invadido pelo sol, as cores aparecem, os personagens vão saindo da cama e os versos não se acu-
mulam mais no texto, pois já não mantêm uma estrutura repetitiva. Nesse momento da história, narra-se
somente o acontecimento indicado na ilustração da página.
O grande rabanete
De Tatiana Belinky, ilustrado por Claudius.
São Paulo: Editora Moderna, 2002.
Essa história trata de um rabanete que, plantado numa horta por um simpático vovô, cresce até ficar gigante.
Vários personagens unem-se aos avós, donos da horta, na tentativa frustrada de arrancá-lo da terra: a neti-
nha, o cachorro, o gato... Surpreendentemente, só conseguem quando a eles se une um ratinho. Feita a co-
lheita, este se autoproclama o mais forte de todos! Rabanete no prato, todos comem à vontade e sobra até
um pouquinho para uma minhoca sortuda que passava por ali.
À medida que novos personagens entram na história, o trecho que se repete ao longo da narrativa cresce,
caracterizando o aspecto acumulativo do texto: “A vovó segurou no vovô, o vovô segurou no rabanete”; “A
neta segurou na avó, a vó no vô, o vô no rabanete”; “O Totó segurou na neta, a neta na vó, a vó no vô, o vô
no rabanete”, e assim sucessivamente, até a colheita do rabanete.
A ilustração auxilia a leitura porque traz informações que confirmam e complementam o texto. No começo da
história, por exemplo, a frase “O rabanete cresceu-cresceu e ficou grandão-grandão” está acompanhada pela
imagem em quadrinhos do rabanete crescendo. Nas demais páginas, os personagens que literalmente se acu-
mulam no discurso também aparecem “enfileirados”, um atrás do outro, tentando arrancar o rabanete. Quan-
do finalmente conseguem, todos voam pelos ares, desfazendo a corrente que se formara. Na página final, uma
ilustração do ratinho com roupa de super-homem complementa o texto: “E você acha que o rato era mesmo o
mais forte?”
Se ter uma girafa de estimação é uma ideia que causa espanto, o que se dirá, então, se for “uma girafa e tanto”!
O caráter hipotético dessa narrativa poética se evidencia já no primeiro verso com o uso da partícula “se”, que
indica condição: “Se você tiver uma girafa muito safa e lhe esticar o pescoço, que espanto... você terá uma girafa
e tanto”. A condição, como esse trecho exemplifica, consiste em imaginar algo cada vez mais inusitado atrelado
à girafa: um chapéu barato, um terninho chique, rosa na ventosa, vespa roxa ferroando a coxa etc.
Cada um desses elementos é acrescido à narrativa, somando-se aos demais e configurando o aspecto acumu-
lativo da história. Trata-se de uma narrativa poética, rimada e ritmada. Apresenta dois momentos principais: o
primeiro compreende a entrada de cada um desses elementos na história, ligando-se à girafa, e apresenta os
versos diagramados de forma acumulativa em cada página; o segundo inicia-se quando o bicho e todos esses
apetrechos caem num buraco de tatu, saem com a ajuda de um bambu e começam, um por um, a se desligar
da girafa, trecho cuja diagramação garante autonomia a cada verso narrado.
As ilustrações em preto e branco acompanham e complementam o texto, conferindo-lhe ainda mais graça e
delicadeza. Nas páginas iniciais, por exemplo, o trecho “... pois é certo então que fique: uma girafa e tanto de
chapéu de rato e de terninho chique” é ilustrado com a elegante girafa mirando-se no espelho – informação
que não se encontra presente no texto. A narrativa encerra-se depois que todos os elementos inicialmente
ligados à girafa tomam outro rumo – o rato que não roeu vai embora com o chapéu, o terninho faceiro vai
pro tintureiro –, e ela, então, simplesmente encolhe metade e volta a ser uma girafa “de verdade”!
1. Os autores utilizam a mesma maneira de contar a história: personagens que entram na narrativa, ora se unin-
do, ora se amontoando, numa acumulação repetitiva.
2. A repetição também ocorre nas ações dos personagens: todos da fazenda se unem para arrancar o rabanete da
terra; os personagens dormem um em cima do outro; os elementos se atrelam à girafa, tornando-a especial.
3. Nessas três histórias, somos levados a pensar nas escolhas que os autores fizeram. Por que o rabanete é
gigante? Por que o ratinho, que tem tão pouca força, resolve a situação? Por que existe uma casa onde todos
dormem? Por que os elementos mais inusitados – de uma cadeira na cabeleira a uma baleia – se ligam a uma
girafa? Nessas narrativas, os fatos e as ações são impossíveis de acontecer no mundo real. Essas são histó-
rias classificadas como fantásticas.
4. Recursos da linguagem poética se fazem presentes nas três histórias, seja pela utilização de versos e
rimas (A casa sonolenta e Uma girafa e tanto), seja pelo destaque dado aos elementos sonoros, como as
expressões compostas pela repetição de palavras (“cresceu-cresceu”, “grandão-grandão”,“puxa que puxa”),
ou o uso de onomatopeias (“E plop! Arrancaram o rabanete da terra!”) em O grande rabanete.
Em relação às ilustrações, nos três livros, elas completam ou reforçam o sentido do texto e favorecem a
antecipação da narrativa, pois as ações dos personagens se repetem. Além de conversar sobre a maneira
como cada texto foi escrito, é interessante ver, falar, folhear, consultar e comentar com as crianças os re-
cursos utilizados pelos ilustradores.
1. As imagens que se assemelham ao texto: a ilustração de todos os personagens em volta da mesa, sabo-
reando o rabanete, acompanha o texto “Então, todos sentaram juntos e comeram o rabanete; um menino
esticando o pescoço de uma girafa ao lado da frase “... e lhe esticar o pescoço, que espanto...; um gato ex-
tremamente assustado acompanhado do texto “que assustou o gato”.
2. A repetição por acumulação: os personagens aparecem se amontoando (em cima da cama, na fila para
arrancar o rabanete, presos à girafa).
3. As imagens (assim como as histórias) criam um ambiente encantado e de fantasia: ao ser arrancado da
terra, o rabanete deixa um rastro de terra sobre os personagens que se assemelha a um arco-íris; a cama
de madeira se torna flexível; o enorme pescoço da girafa estica e encolhe.
As atividades desenvolvidas aqui são referências para a exploração de livros com histórias de estruturas
acumulativas. O texto de A casa sonolenta serviu de referência para a elaboração das propostas apresenta-
das a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam
estrutura semelhante. Este Caderno de orientações é um convite para que você coloque em jogo seus
conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apresentadas. É por essa razão que já indicamos neste
texto dois outros livros que compõem o acervo enviado com este material. Bom trabalho!
Lembrete
Sabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida diversas
vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros leitores se
dará no equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro prazer –
desfrutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conheci-
mentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de histórias numa atividade
mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer, de maneira independente das atividades com
foco no texto. Este Caderno de orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve ser escola-
rizado, mas, ao contrário, servir de instrumento para que as crianças façam uma viagem pelo mundo
da literatura e do conhecimento.
Sumário
Atividade 1
Conhecer o livro
Explicar às crianças que elas primeiro observarão a capa do livro, pensando no que podem saber sobre a
história antes mesmo de lê-la. Pode-se dizer: “Será que vocês conseguem me dizer do que se trata essa história
antes mesmo que eu leia? Olhem a capa”.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer. Apresentar o livro às crianças destacando a ilustração da capa. Perguntar o que a ilustração sugere. Explorar
Falar sobre as
ilustrações tentando os detalhes da ilustração. A intenção não é de que as crianças deem a resposta certa, mas que relacionem as
fazer antecipações
da história.
pistas oferecidas com seus conhecimentos anteriores. Você pode perguntar: “Quem são essas pessoas? O que elas
estão fazendo? Onde elas estão?”
Perguntar às crianças como elas acham que essa história se chama. Escutar suas observações, estimulando-as
a estabelecer relações. Você pode perguntar: “Será que está escrito no título os nomes desses personagens que estão
dormindo?” Ler o título.
Convidar as crianças a observar as ilustrações internas do livro. Mostrar apenas as primeiras páginas, aju-
Fazer antecipações
sobre os dando-as a pensar sobre o assunto da história a partir das ilustrações que estão observando. Chamar a aten-
acontecimentos
da história. ção para os diferentes personagens e suas ações. Lançar uma pergunta que as ajude a acompanhar a leitura:
“Parece que nessa casa todos estão dormindo... Será que vão continuar assim até o fim da história?”
Fazer antecipações sobre os acontecimentos da história.
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Ler a história e, no fim, convidar as crianças a falar sobre a narrativa. Peça que apontem as partes de que mais
Comentar a história
e destacar algumas gostaram para que você possa reler ou que falem de que personagens se lembram.
partes.
Ao apresentar o livro “por fora” e “por dentro”, explorando a capa, o título e as ilustrações, as crianças apren-
dem sobre o livro como objeto e observam suas características.
Ao ler a história para as crianças, contribui-se para que elas aprendam alguns comportamentos típicos de
leitores: ler com ritmo e entonação, antecipar e verificar o conteúdo da história, comentar o texto depois da
leitura, etc.
Atividade 2
Falar sobre o livro
Roteiro de trabalho
Preparação
Estudar as relações entre livro, texto e ilustração.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode ape-
nas enfatizar a informação de que o personagem que vai deitar na cama será aquele que parece estar
acordando (ou se mexendo). Peça que observem isso e tentem antecipar a sequência dos personagens
na narrativa.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode dar mais
ênfase na relação entre a diagramação, os desenhos e o texto. Para iniciar a conversa, você pode
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perguntar: “Vocês repararam que conforme aumenta a quantidade de personagens deitados um em cima do
outro aumenta também o tamanho do texto?”
Ao informar às crianças que interromperá a leitura para conversar sobre a história, possibilita-se o aprendi-
zado sobre a diferença entre ler o texto e falar sobre o texto lido.
Entregar às crianças uma folha com parte da história escrita. Ler com elas e propor que criem uma ilustração
para essa parte da história.
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Atividade 3
Ordenar as ilustrações da história
Roteiro de trabalho
Preparação
Para cada grupo de crianças, separar um conjunto de cartelas com o desenho dos personagens da história.
O que as crianças
podem pensar, Orientações para o professor
dizer e fazer.
Retomar de memória
Mostrar o livro às crianças e perguntar se conseguem lembrar quais são os personagens que aparecem na
os personagens que história.
aparecem na história.
Conversar com elas e destacar a ordem em que os personagens vão deitar na cama para dormir. Dividir as
Retomar a sequência
da narrativa, crianças em grupos, entregar as cartelas e pedir que sejam ordenadas considerando a sequência em que vão se
ordenando as cartelas.
deitar na cama para dormir. Você pode dizer: “Vocês vão ordenar os personagens dessa história lembrando a or-
dem em que eles aparecem pela primeira vez no texto”.
Fazer coletivamente a ordenação dos primeiros dois personagens que deitam na cama para dar o exemplo.
Você pode propor: “Qual é o primeiro personagem que aparece? Então, esta será a cartela que vocês vão colocar primei-
ro. Depois, quem é apresentado? Coloquem o menino embaixo da avó. Vamos organizar um embaixo do outro”.
Reler com as crianças essa parte da história para que verifiquem se colocaram as cartelas na ordem certa.
Verificar a ordem
em que sequenciaram Verificar a ordem em que sequenciaram as cartelas, identificando as informações do texto.
as cartelas,
identificando as
informações do texto. Seguir as mesmas orientações para a outra parte da história em que os personagens acordam, propondo
que recordem a sequência em que eles acordam e saem da cama.
Finalizar a atividade conversando com as crianças sobre as duas situações da história. Você pode dizer: “Nessa
história, os personagens aparecem em dois momentos diferentes: no início, quando um por vez vai deitar na cama, e
no fim, quando um por um vai acordando. Em cada um dos momentos, eles aparecem em ordem diferente”.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode realizar a
mesma proposta coletivamente.
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Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que, individual-
mente, desenhem a ordem da sequência de aparição dos personagens em cada um dos momentos da história.
Ao reler partes da história para que as crianças verifiquem se ordenaram na sequência correta, contribui-se
para que elas identifiquem informações no texto.
Atividade 4
Relacionar os personagens e suas ações
Roteiro de trabalho
Preparação
Elaborar tiras de papel, em número suficiente para cada grupo, com a quantidade e a ação dos personagens
escritas em letra de imprensa maiúscula:
Escrever na lousa, conforme as crianças respondem, organizando o texto tal como escrito no livro, por
exemplo: UMA AVÓ RONCANDO. Ao terminar a escrita, ler a frase inteira apontando as palavras.
Seguir a mesma orientação para os outros personagens. Você pode ajudar as crianças a lembrar como
cada um é apresentado lendo no livro. Escrever uma frase embaixo da outra.
Ordenar as tiras,
Chamar a atenção das crianças para a ordem em que as palavras aparecem nas frases: antes do nome dos
relacionando as
informações do texto.
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personagens, aparece a palavra UM ou UMA , depois do nome, a ação que estão fazendo. Compartilhar com
elas que, no livro, essas frases estão sempre escritas desse jeito, assim como nas tiras que receberam.
Pedir às crianças que ordenem as tiras que receberam começando pela tira da avó UMA AVÓ RONCANDO
até UMA PULGA ACORDADA. Nesse momento, apague a lista escrita na lousa.
Circular entre os grupos, auxiliando-os. Você pode, por exemplo, dizer: “Já sabemos que as tiras começam sempre
com as palavras UM ou UMA, qual a primeira tira que temos de colocar? Ela vai iniciar com UM ou UMA? Qual
dessas pode ser a tira correta? Como descobrir qual das duas é?”
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode ordenar as
duas primeiras tiras coletivamente e pedir que as crianças, nos grupos, coloquem as outras três últimas tiras.
Se o desafio proposto nessa atividade for muito fácil para algumas crianças, você pode entregar uma folha com
as frases que apresentam os personagens e pedir que elas localizem e circulem onde estão escritos o nome do
personagem e a sua ação.
Ao solicitar que as crianças localizem os nomes dos personagens e ordenem as cartelas segundo a sequência
da narrativa, possibilita-se que atentem para a função dos nomes no texto.
Ao chamar a atenção para a organização das frases que apresentam as ações dos personagens na história,
contribui-se para que as crianças observem a função dos nomes nas frases.
Atividade 5
Localizar nome no texto
Começar a leitura da história solicitando que leiam com você as partes que já conhecem de memória. Parar
na página em que a AVÓ é apresentada, ler todo o parágrafo e perguntar onde está escrito o nome do personagem:
“E então, onde vocês acham que está escrito AVÓ? Quem quer me mostrar?”
Socializar as
Perguntar a todas as crianças do grupo se concordam com a resposta dada. Solicitar à criança que apontou o
estratégias nome do personagem que conte aos colegas como fez para saber onde estava escrito o nome do personagem. A
utilizadas e
pensar sobre a partir de sua resposta, socializar com o restante do grupo a estratégia utilizada pela criança, organizando a
sua eficiência.
informação de forma que todos possam compreender e fazer uso. Por exemplo: se uma criança diz que en-
controu o nome AVÓ porque começa com a mesma letra que o nome do André, você pode dizer: “Então ela
encontrou o nome do personagem porque sabia que começava com a mesma letra do seu colega. Esse pode ser um
bom jeito de localizarmos nomes nos textos!”
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Seguir essa mesma orientação para os demais nomes de personagens do livro. Caso seja sempre a mesma
criança que se prontifica a apontar o nome no texto, você pode comentar com ela que gostaria que todos os
colegas participassem e assim pedir que outras crianças apontem o nome.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode pedir que
localizem o nome do personagem indicando as linhas em que este aparece.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que cada uma
leia uma página da história e localize na página lida especificamente onde está escrito o nome do personagem.
Ao convidar as crianças a apresentarem as estratégias utilizadas para encontrar nomes no texto, possibilita-se
que reflitam sobre a relação entre o oral e a escrita.
Ao pedir que as crianças compartilhem suas estratégias e conversem sobre a eficiência delas, possibilita-se
que progridam na realização desse tipo de proposta.
Atividade 6
Listar o nome dos personagens
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar um papel grande e caneta para escrita da lista em cartaz que ficará preso na parede de forma que
todas as crianças tenham acesso.
Contar às crianças que agora fará uma lista com os nomes dos personagens para que possam conferir se
lembraram de todos. Dizer que, para escrever a lista, precisam lembrar do nome de cada um deles e ditar para
que você possa escrever. Você pode dizer: “Agora que já retomamos quantos personagens aparecem nessa história,
vocês vão me dizer o nome de cada um deles para que eu possa escrever uma lista com seus nomes neste cartaz e
verificarmos se lembramos de todos eles”.
Formular ideias
Escrever os nomes devagar e fazer observações que convidem as crianças a pensar sobre como se escreve. Por
sobre como exemplo, ao escrever MENINO você pode grafar tudo de uma vez e depois perguntar onde escreveu ME, ou
se escreve.
ao escrever RATO você pode escrever RA, parar e perguntar às crianças o que você já escreveu, ou ainda, ao
escrever CACHORRO, você pode escrever CACHO e perguntar ao grupo o que ainda falta escrever.
Ler a lista finalizada e fazer perguntas que ajudem as crianças a pensar sobre as palavras escritas, como por
exemplo: “Onde está escrito AVÓ? Como vocês sabem? Há nomes de personagens que terminam com as mesmas
letras? Quais? Me mostrem quais são as letras iguais”,
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode mostrar as
ilustrações do livro para que recuperem com o apoio das imagens os nomes dos personagens.
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Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode entregar a elas uma
folha com todos os nomes dos personagens da história fora de ordem, pedir que ordenem conforme a
sequência da narrativa e depois ditem a lista para você na ordem correta.
Ao escrever de forma lenta as palavras ditadas, contribui-se para que as crianças observem as relações entre
o que é falado e o que está sendo escrito.
Ao convidar as crianças a ler os nomes da lista destacando como se escreve, favorece-se que as crianças
coloquem em jogo informações sobre com quais letras e em que ordem são escritas as palavras.
Atividade 7
Escrever os nomes dos personagens da história
Roteiro de trabalho
Preparação
Preparar seis tiras de papel (5 x 15 cm) e um conjunto de cartelas com os desenhos dos personagens da
história para cada grupo de crianças. Separar lápis e uma folha grande para a escrita da lista.
Escrever lentamente os nomes para que as crianças consigam visualizar a sua escrita. Conforme você
Retomar os nomes
de memória e escreve (sempre em letra de imprensa maiúscula), pode compartilhar com as crianças: “Até aqui escrevi
pensar sobre como
se escreve cada GA, agora vou escrever TO”. Nesse momento, escolha partes das palavras para ler às crianças (por exem-
um deles.
plo, CACHO faltando RRO, ou RA faltando TO em vez de pronunciar letra por letra).
Separar as crianças em grupos e pedir que escrevam o nome dos personagens nas tiras de papel que rece-
Escrever, comparar
nomes e comentar beram. Cada criança do grupo deve escrever o nome de um personagem. Nesse momento, você guarda o
com que letra
começa. cartaz com a lista que acabou de fazer. Você pode dizer: “Agora vou entregar a vocês algumas tiras de papel.
Cada criança do grupo deve escrever o nome de um personagem”.
Passar pelos grupos auxiliando as crianças com dificuldade. Por exemplo, se uma criança escreveu A
para a sílaba GA, você pode perguntar: “Que outra palavra conhecemos começa com as mesmas letras de
GATO?” E, quando a criança responder, você pode escrever essa palavra para que ela veja, indicando que
observe se essa palavra pode lhe ajudar em sua escrita. Lembrar que as crianças estão aprendendo a es-
crever, então não é necessário fazer muitas observações para que cheguem à escrita correta.
Propor que as crianças colem em uma folha ou cartolina as tiras com as palavras escritas, fazendo uma
lista dos nomes dos personagens da história.
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Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor
que, em grupo, elas escrevam o nome de um ou mais personagens com letras móveis. Deixe o cartaz em
um canto da sala para que elas possam consultá-lo se sentirem necessidade.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que,
depois de nomear e observar a escrita dos nomes no cartaz, elas desenhem os personagens e escrevam
seus nomes ao lado dos desenhos, individualmente.
Ao propor que as crianças escrevam o nome dos personagens, possibilita-se a reflexão sobre como se escreve,
analisando oralmente a palavra e procurando algum tipo de correspondência com as unidades da escrita.
Você pode usar as mesmas tiras, mas mostrando o nome por inteiro, rapidamente e perguntando às
crianças se é, por exemplo, o nome GATO que está escrito ali.
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TR II LL HH AA SS
Atividade 8
Ler trechos da história
Roteiro de trabalho
Preparação
Marcar os trechos da história que você lerá e as partes que as crianças lerão.
Ao longo de alguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente.
Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que hoje elas o ajudarão a ler partes do texto. Você pode dizer:
“Hoje vamos ler juntos essa história. Mas vamos fazer de um jeito diferente. Eu vou ler algumas partes e vocês lerão
as outras. Lembrem-se: é importante que vocês tentem ler o texto exatamente como o autor escreveu”.
Combinar que você interromperá a sua leitura e indicará às crianças a parte da história que deve ser lida.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Identificar os recursos
Conversar com elas sobre os recursos que já conhecem para recuperar o texto de memória. Você pode dizer: “Se
que caracterizam a vocês não souberem alguma parte do texto, como podem fazer para lembrar?”
relação entre texto e
ilustração.
Deixar o livro no centro da mesa, de forma que você e as crianças consigam visualizá-lo.
Ler as duas primeiras páginas do livro e dizer às crianças que elas devem continuar as cinco próximas páginas
Ler partes
da história, em que os personagens vão se deitar na cama.
recuperando
o texto de memória.
Retomar a leitura até o final do livro.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor que
elas leiam somente a parte da história em que o rato vai dormir em cima do gato.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas
fiquem responsáveis por ler trechos mais longos da história.
Ao propor que as crianças conversem sobre os recursos que utilizaram para conseguir ler, favorece-se que
elas ampliem e se apropriem de novas estratégias de leitura.
Créditos institucionais
TRILHAS
Iniciativa:
Instituto Natura
Ministério da Educação/ Secretaria da Educação Básica
Realização:
Programa Crer para Ver, Instituto Natura
Desenvolvimento:
Comunidade Educativa Cedac
Ficha Técnica
Programa Crer para Ver, Instituto Natura Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura:
Coordenação: Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco,
Maria Lucia Guardia Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão,
Marcio Picolo
Comunidade Educativa Cedac
Coordenação: Edição de texto:
Beatriz Cardoso e Tereza Perez Marco Antonio Araujo
C122 Caderno de orientações : histórias com acumulação. – São Paulo, SP : Ministério da Educação, 2011.
24 p. : il. ; 28 cm. – (Trilhas ; v. 7)
ISBN 978-85-7783-069-5
CDU 372.41
CDD 372.4
“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU
TOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,
COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.”
O QUE É O PROJETO TRILHAS
D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir
para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa,
o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os
professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento
de competências e habilidades de leitura e escrita.
O Ministério da Educação (MEC), desejando implementar uma política pública, concluiu que a
metodologia e a estratégia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicações
concebidos e produzidos por esse projeto, são particularmente especiais e compatíveis com as diretrizes
do MEC.
Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à
leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se
por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria
do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.
Com o objetivo de promover a qualidade da educação nas escolas públicas do país, o MEC apoia e
distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura,
escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.
Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja
concretizada em nosso país.