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COLÉGIO EQUIPE DE VISCONDE DO RIO BRANCO

Oficina de Textos
Prof. Leonardo Corrêa

GÊNEROS TELEVISIVOS: A
Telenovela

CONHECENDO O ROTEIRO (SCRIPT)


DE UMA TELENOVELA
O roteiro (script), de acordo com o Rose Calza (1996), é o ponto de partida de uma TN. Trata-
se de um texto complexo, calcado no diálogo, que narra a história a ser contada na TN. O
diálogo entre as personagens é a fundamentação de todo o roteiro, pois é o diálogo que faz a
história desenvolver e novos acontecimentos ocorrem ao longo da trama.

O roteiro descreve a trama (enredo) e os personagens de uma TN. Além disso, um roteirista
(autor de um roteiro), ao escrever o seu roteiro, tem por obrigação assinalar certas emoções
que os atores têm que representar para o texto atingir seu objetivo. O roteirista assinala essas
emoções por meio das rubricas. Porém, não somente as emoções são marcadas: aspectos
técnicos (posicionamento das câmeras, trilhas sonoras, ângulos de filmagem, edição) são
também assinalados no roteiro. Assim, como aponta Calza (1995), um roteiro de telenovela
possui um feixe de informações técnicas e de encenação, que devem ser interpretadas pelos
vários agentes de uma TN para que sua produção e vinculação sejam um sucesso.

Vamos conhecer um pouco mais um roteiro de telenovela:

Despedida de solteiro – Rede Globo (1992/93)

I. INFORMAÇÕES GERAIS

DESPEDIDA DE SOLTEIRO

Globo - 18h
de 1º de junho de 1992 a 29 de janeiro de 1993
206 capítulos
novela de Wálter Negrão

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colaboração de Rose Calza, Ângela Carneiro e Margareth Boury
direção de Reynaldo Boury, Cláudio Cavalcanti e Carlos Manga Júnior
direção geral de Reynaldo Boury

II. ROTEIRO

023 - Igreja. Ext. Noite

Padre Celso apagando as velas do altar, preparando-se para fechar a igreja que está
vazia. Tempo. Surge Soraya da rua, de véu, livrinho e tudo. Aproxima-se:

SORAYA: (POR TRÁS DO PADRE) – Padre!


PADRE: (ASSUSTA-SE E SE VOLTA) – Deus! Dona Soraya, que susto!
SORAYA: - Desculpe, padre, mas preciso me confessar!
PADRE: (INCOMODADO) – A essa hora?
SORAYA: - Nunca é tarde para se encontrar com o Senhor!

Soraya fala e faz uma cara piedosa. Padre olha de banda para ela, desconfiado.

CÂMERA: Close dos dois e ENCERRA

FIM DO CAP. 153.

018 – Beira de um rio. Ext. Dia.

PRODUÇÃO: Pode ser o mesmo rio usado na pescaria do Vitório, Gabriel e Sirineo.

Mike está sentado no jipe, apoiado no volante, olhando para frente, muito sério, triste.

CÂMERA: Vai se aproximando dele, fechando num close e preparando para o FB


(feedback).

019 – Sequência já gravada.

EDIÇÃO: Clipar alguns momentos importantes de Mike na cidade. Dentre eles, o beijo
na cachoeira com Nina; no celeiro com Bianca; com Sirineo, brincando, bebendo
cerveja; o reencontro com Nina na praça; a discussão com Bianca na descoberta da
falsa gravidez; com Nina, a cabeça encostada na barriga dela, no carinho deles.
ENCERRA nesse momento triste dele com Nina.

020 – Beira do rio. Ext. Dia

Mike agora sentado na beira do rio, jogando pedrinhas, pensativo, mais triste.

CÂMERA: volta do FB em close dele.

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MIKE (DECIDE, LEVANTA, VAI PARA O JIPE)
CÂMERA: CORTE DESCONTÍNUO:

Mike partindo apressado com o jipe.

CÂMERA: vai se afastando até dar o maior GERAL possível do lugar. CORTA.

Cara & Coroa – Rede Globo (1995/96)

I. INFORMAÇÕES GERAIS

CARA & COROA

Globo - 19h
de 24 de julho de 1995 a 30 de março de 1996
213 capítulos
novela de Antônio Calmon
escrita por Antônio Calmon, Ângela Carneiro, Lílian
Garcia e Eliane Garcia
direção de Wolf Maya, Maurício Farias, André Schultz, José Luiz Villamarin e Carlos
Magalhães
direção geral de Wolf Maya

II. FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA DE CARA & COROA


Novela de Antônio Calmon
Escrita por Antônio Calmon, Ângela Carneiro, Lilian Garcia e Eliane Garcia
Supervisão: Walter Negrão
Direção artística: Paulo Ubiratan
Direção geral: Wolf Maia
Direção: Wolf Maia, Carlos Magalhães e André Schultz
Assistência de direção: Luciane Sabini e Meire Moreno
Produção executiva: Maria Alice Miranda
Direção de produção: Eduardo Figueira
Coordenação de produção: Cláudio Dinez e Fábio Alexandre
Márcia Azevedo, Sonia Goda, Rodrigo Leão, Eduarda de
Equipe de produção: Azevedo e Mauro Ribeiro

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Edição: Carlos Tadeu, Mariano Mendes e Jair Braga
Figurino: Marília Carneiro e Vânia Mourão
Produção de arte: Malu Grabowski
Continuidade: Alzira Perota, Aurora Chaves e Ana Lúcia Evangelista
Supervisão de maquiagem: Luiz Camargo
Cenografia: Luiz A. Caligiuri e May Martins
Cidade cenográfica: Mário Monteiro e Mônica Zigelmeyer
Direção de fotografia: Ricardo Gaclianone e Carlos Botelho
Iluminação: Jandir Magalhães e Jacyr Botelho
Jorge de Sá, Carlos Monerat, Romildo I. da Silva,
Câmeras: Ademarino Rosa, Armando Ney N. Verçosa, João Carlos e
Tony Azevedo
Imagens de externa: Paulo Corado e Custódio Ferreira
Direção de imagem: Luiz Alberto da Silva e Ewaldo Lemos Filho
Direção musical: Mariozinho Rocha
Produção musical: Iuri Cunha
Abertura: Hans Donner

FONTE: CALZA, Rose. O que é telenovela. São Paulo: Brasiliense, 1996. Coleção
Primeiros Passos. 76p.

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